XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005
O fortalecimento da gestão ambiental no contexto educacional através
da ética e da responsabilidade
Jorge Expedito de Gusmão Lopes, PhD (UFPE) [email protected]
Marcleide Maria Macêdo Pederneiras , MSc (UFPB) [email protected]
Resumo
O artigo trata da gestão ambiental que começa a ser encarada de forma consciente e
globalizada, compreendendo todo o entorno físico em que se vive, e essa consciência deve ser
“Um desafio para a universidade de uma maneira geral no terceiro milênio, resgatando
alguns princípios éticos e de responsabilidade sócio-ambiental”. Entretanto, diante da
diversidade cultural existente, dos enormes problemas ambientais, da falta de conhecimento e
informação sobre estas questões, faz-se necessário articular uma estratégia de envolvimento
para que um maior número de pessoas comprometidas com as questões ambientais possam
ser notadas. Realizou-se uma pesquisa documental-bibliográfica, concernente ao estudo em
tela e de acordo com os resultados obtidos verificou-se a que é imprescindível a união no
contexto educacional no intuito de se aprofundar o desenvolvimento ético-ambiental.
Acredita-se que com o fortalecimento da sustentabilidade ambiental no contexto educacional,
desenvolveu-se nos alunos um maior desafio para retomada da consciência e de uma postura
crítica diante da realidade relativas ao meio ambiente para que possam adotar posições
afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria com ética e responsabilidade
Palavras-chave: Sócio-Ambiental, Mudança de Estado,Flexibilização.
1. Introdução
A gestão ambiental começa a ser encarada de forma consciente e globalizada, compreendendo
todo o entorno físico em que vivemos, e essa consciência deve ser segundo Lopes (1989 ),
“Um desafio para a universidade de uma maneira geral no terceiro milênio, resgatando alguns
princípios éticos e de responsabilidade sócio-ambiental.”
Entretanto, diante da diversidade cultural existente, dos enormes problemas ambientais, da
falta de conhecimento e informação sobre estas questões, faz-se necessário articular uma
estratégia de envolvimento para um maior número de pessoas comprometidas com as
questões ambientais.
Encontramos na Educação Ambiental uma possibilidade de motivar as pessoas a transformar
a realidade ambiental na defesa da qualidade de vida, onde relacionamos cidadania e
Educação Ambiental como nova forma do homem relacionar-se com o mundo, com a
natureza e com o próprio homem, possibilitando a participação para a construção de uma
sociedade sustentável. Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm o direito à
educação ambiental.
A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não formal.
A nova configuração sócio-ambiental criou demandas comportamentais e se traduzem em
forma de oportunidades e desafios para os docentes facilitadores que ajudam os alunos a
compreender a complexidade das questões ambientais e os processos naturais, bem como a
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interação da esfera humana na consciente mudança de atitudes e comportamentos no seu
quotidiano levando-os a reduzir o seu vestígio ecológico.
2. A consciência ambiental
Segundo Barbieri (1997 p.199): “O crescimento da consciência ambiental, ao modificar os
padrões de consumo, constitui uma das mais importantes armas em defesa do meio ambiente.
Quando a empresa busca capturar oportunidades através do crescente contingente de
consumidores responsáveis através de ações legítimas e verdadeiras, essas ações tendem a
reforçar ainda mais a consciência ambiental, criando um círculo vicioso, na qual a atuação
mercadológica, marketing verde, como querem alguns, torna-se um instrumento de educação
ambienta.”
A educação é considerada uma poderosa ferramenta para o processo da consciência sócioambiental. Ela tem a finalidade de exercer o papel de importante veículo propagador dos
conhecimentos e valores da prevenção e solução dos problemas ambientais, no mundo.
Essa consciência sócio-ambiental, ou o comprometimento ambiental, na visão de Epelbaum
(1997, p. 235): “Pode-se expressar sucintamente o comprometimento com o meio ambiente
como sendo a contínua intencionalidade e prática em considerar a proteção ambiental nas
decisões gerenciais e operacionais cotidianas. Tal noção de comprometimento, para ser
considerada abrangente dentro das organizações, deve ser adotada por todos os seus níveis e
funções, desde a alta administração até o nível operacional”.
Muito se tem discutido, no contexto educacional sobre qual a melhor forma de conciliarem
suas ações produtivas com a questão ambiental. Em resposta a esta necessidade surgiram
normas e processos que, através de um Sistema de Gestão Ambiental, as auxiliaram no
controle do impacto causado pelas suas atividades no meio ambiental, como principal
formador do cidadão.
A conscientização da sociedade e a globalização da economia estão forçando, atualmente, as
universidades a adotarem uma postura responsável perante o meio ambiente, isto é, implantar
e repassar um aprendizado sem agressão à natureza.
Pode até parecer presunção de autor, quando afirmamos a existente-latente necessidade de um
evidente empenho para acionar a eficácia do estado de mudança no contexto da educação
ambiental.
O exercício e prática ótica sócio-ambiental no faz refletir e pensar o dever de ser criativo, sem
a obrigatoriedade de normatizar idéias e critérios legisladores e sim, através da ética e da
responsabilidade, manter interações construtivas, justas e ambientalmente saudáveis entre a
gestão ambiental e o contexto educacional.
Afinal, trabalhar com seres humanos, interagindo integralmente no contexto inseparável
durante todo o tempo como sujeito e objeto, evidencia toda a turbulência contida no processo
sócio-ambiental do cenário no qual estão contracenando cotidianamente, sejam como atores
principais, coadjuvantes ou meros figurantes.
No palco cada ator estará compondo um personagem completo e indivisível embora, até possa
ser múltiplo no contracenar para sobreviver.
Se por ventura ênfases não proporcionais forem desenvolvidas ou estimuladas durante o
episódio em relação aos atores, estarem presenciando um novo ato, com características
semelhantes, porém com a presença de novos elementos e fatores que configurarão um novo
tipo de ação dependente ou independente da outra, contudo de digitais próprias.
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Novos paradigmas na educação são necessários por tudo que estamos vivenciando e que
reconhecem assim todos os pontos dessa esfera, cuja forma poderia sugerir aos seres racionais
não presença de barreiras tão grandes conforme a holística demonstra de forma perceptível e a
ausência dos sentidos sensoriais do grupamento que se refastela, faz questão de ignorar.
Pode-se afirmar nesse momento que, todas as vezes que os seres humanos estejam envolvidos
em determinada situação e os fatores ambientalistas não estejam sendo devidamente levados
em consideração, estarão praticando a manipulação da manutenção, pela ideologia do poder
dominante, seja ela qual for, todavia sempre diagnosticada a locuplicidade de uma minoria
sobre uma maioria esmagadora. Locuplicidade é simplesmente a junção de locupletar e
cumplicidade.
O ambiente escolar deverá reter a acuracidade de observar durante todo o processo educativo
a não alienação dos objetivos, dos fatores da moderna tecnologia e de todos os elementos
sócio-ambientais concernentes aos seus limites geo-políticos.
A universidade estabelece seus paradigmas na quantidade e qualidade das turbulências sócioambientais, que definirão as variáveis responsáveis pelas respostas advindas no decurso do
processo. Variáveis que, são as alternativas possíveis para a construção de um Brasil mais
ecologicamente viável e com menos desigualdades sociais.
A Educação Ambiental, no espaço escolarizado, tem sua contribuição pertinente e adequada.
Incita o poder da criatividade, na busca constante da construção dos conhecimentos e das lutas
ambientalistas, permitindo que novas perspectivas da consciência ambiental não se limite ao
processo educacional restrito e sim que, atinja cada pessoa enquanto potencial agente de
manifestação ecológica. O contexto educacional torna-se, assim, uma comunidade de
aprendizagem que valoriza a formação de grupos em processos éticos, de cooperação e
respeito.
3. A educação ambiental no Brasil
No que tange a prática da Educação Ambiental no Brasil, duas tarefas fundamentais, colocamse frente a sociedade brasileira e ao poder público.Uma diz respeito a Educação Formal,
enquanto que a outra, a Educação Informal.
Na Educação Ambiental formal tem-se como principal instrumento a escola, entretanto, para
que o tema Meio Ambiente seja absorvido ao cotidiano escolar, é necessário ter uma ação
contínua.
Ação esta que, contribui efetivamente na ampliação e no enriquecimento da questão
ambiental, abrangendo as diferentes áreas do conhecimento.
Essas ações devem ocorrer dentro do sistema formal de ensino, com treinamentos de
professores e estímulo aos diferentes atores envolvidos, abordando a interdisciplinaridade,
conhecimentos e incorporação de práticas e comportamentos ambientalmente adequados,
objetivando a melhoria da qualidade de vida.
A Educação Ambiental também deve ser direcionada à comunidade, onde se percebe a grande
diversidade de ações. E o objetivo maior é o melhoramento na qualidade de vida fortalecendo,
assim, a cidadania.
É bastante importante a implantação da Educação Ambiental junto a comunidade, pois
propicia o conhecimento sobre o ambiente, ampliando a consciência ambiental e ética, de
acordo com o desenvolvimento em bases sustentáveis.
Enquanto ação participativa, a Educação Ambiental, por meio do qual o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, adquirem conhecimento e tomam atitudes voltadas à
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manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado contribui fortemente para a
formação da cidadania sócio-ambiental.
4. A contingencialidade sócio-ambiental e o contexto educacional
Com a velocidade do desenvolvimento científico – tecnológico, não dá mais para
desconhecer os fatos de uma realidade social conflitante e de promissora eclosão global contra
a exclusão do processo das ações qualitativas, de uma imensa maioria do contingente humano
deste planeta chamado Terra.
Pode-se até levantar o sofisma de que a escolaridade rima com sucesso, daí então contar-mos
os demandos e devaneios instrucionais dos quais a sociedade organizada se encontra
acometida.
Isto refere-se à total perda da eficiência e à busca de uma qualidade que somente irá aumentar
as distâncias entre os que estão dentro dos muros escolares e os que não ultrapassaram seus
portões, cada vez mais elevados.
Aumenta neste enorme jogo de xadrez o número de peões, enquanto as pedras principais saem
a se digladiar como se o jogo fosse de damas. Os demandos sócios – ambientais de uns
poucos trarão conseqüências imprevisíveis. Vivemos, de uma maneira geral, no planeta
conflito, basta sentir e ver os noticiários da maioria dos locais do mundo em que habitamos,
estamos em permanente confinamento e procuramos fechar os olhos.
A miséria começa a atingir outras soleiras e não somente a dos habitualmente excluídos.
Todos os dias, mais e mais grupamentos sociais são engajados naqueles aniquilados, ou seja,
vão se tornando simples peões no jogo de xadrez, as pedras possuem diferentes valores e
pesos de importância, entretanto, temos comandantes nas filas resguardadas pelos peões.
Acontece que estes novos excluídos possuem um lastro cultural e uma tradição, que de
maneira mais conhecida por todos na história recente de todos os países que se propuseram a
vivenciar uma forma selvagem de capitalismo, sem sua população para participar, não tão
somente uma pequena elite, apresentam problemas sociais que terão conseqüências
imprevisíveis, quando estes novos excluídos passarem a organizar a massa, até então amorfa e
desorganizada.
O homem sócio – ambiental é relegado aos desígnios de um pseudo – sorte, como se ao
nascer seu destino já tivesse traçado. É como se a seletividade imposta fosse qualitativa em
sua natureza e quantitativa em sua prática. Fica claro, então que enquanto a qualidade das
oportunidades pode destruir o mito das igualdades entre os homens, a justiça educacional
elimina suas mais tênues ilusões, através da mais complexa e orgânica das atividades
humanas, a educação.
As organizações educacionais do próximo século, que já podemos vislumbrar sem o uso de
lentes muito fortes terão que possuir uma postura de ética e responsabilidade, presteza nas
decisões, propósitos claros e visão eventualista como forma de pensar em existir. Aliam-se ao
dito anteriormente, a latência, agilidade, maleabilidade e suas proposições bem definidas pelo
consenso do coletivo.
É de todas as maneiras muito preocupante a visão lógica de escola pelos teóricos de educação
de uma forma geral , como algumas exceções, quando detectamos total insipiência
quantitativa de estudos sobre novos paradigmas para a educação e uma escola para 2000 e...
Novos paradigmas porquê? Perguntam muitos. Não são visíveis as mudanças? Exclamam
certos vanguardistas, weberianos tradicionalistas e outros "istas". Responde-se enfaticamente
que não, apenas usam band-aid!
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Nos dias atuais internetianos, não adianta apenas dizer, tem-se que ao menos demonstrar para
obter credibilidade, e é o que deverá ser feito de imediato.
Imaginemos uma roda com seu eixo central eqüidistante e proporcional girando sobre uma
superfície totalmente plana, sem ondulações aparentes e de desgastes insignificantes, os
referidos poderão receber remendos em suas áreas onde os mínimos atritos aconteceram, sem
todavia alterar seu comportamento mecânico – funcional, e também homogêneo. É
fundamental o entendimento de que os reparos realizados aconteceram na superfície de
contato e jamais no intocável eixo. A atividade dos atores sistêmicos, todos nós, consiste em
remendar as estradas por onde vai passar a roda, o que nos torna verdadeiros "tapa – buracos".
Suas ações desencadeiam um projeto visível e sensível que encontramos em nossas vias,
quando pelas ruas encontramos caminhões comuns cheios de asfalto de última qualidade com
homens despreparados e desprotegidos a atravancar o fluxo do trânsito, remendando buracos
centenários, a fim de assegurar a passagem de milhares de rodas, com a certeza de que não
haverá danos maiores aos seus eixos.
Imaginemos agora, que reconhecido fosse que aquela superfície não era plana como parecia
ser, e sim cheia de ondulações e que teriam características as mais diversas como acontece às
pequenas vielas, por onde não passam os donos das rodas. Quando uma roda menos
comprometida arrisca-se a enfrentar tais dificuldades via de regra seu eixo de rodas sobre
conseqüências, daí fatos de termos vias por onde jamais uma roda passou e apenas por lá
transitam pedestres ou animais de tração. Se não passa a roda, não passa o poder, logo o resto
é o resto.
Desde os tempos idos das rodas quadradas que presenciamos a ação do atrito fazendo-as
ficarem circulares sem arestas, pois estas na forma circular produzirão melhor e
inquestionavelmente a atividade mecânica repetitiva – produtiva.
Ainda dando asas a imaginação, vamos alterar a posição do eixo dessa roda, ou seja, vamos
deslocá-lo para qualquer parte da roda de acordo com as contingências eventuais. Já pensaram
rodas carambolando pelas ruas bem asfaltadas das cidades onde o poder concebe a
homogeneidade com forma de manutenção. Já também pensaram o espaço temporal que estas
rodas consumiriam até que adquirissem a mobilidade que as fizessem não reflexionar sobre
suas atividades comportamentais. O espaço temporal da atividade de carambolar em si mesmo
permitirá a ela roda, notar sua identidade e descobrir o porque dos eixos centralizados.
Vejamos como poderíamos sair do imaginário para o real se concebêssemos que as rodas
carambolariam por algum tempo, entretanto em algum momento voltariam a ter eixos
centralizados proporcionais e eqüidistantes das áreas tangenciais. Veríamos um lindo
panorama na qual rodas carambolariam com certa dose de estrondos mais forte e outras com
menos intensidades, enquanto algumas, já estavam silenciosas por estarem girando em eixo
centralizados.
Estamos nós, preparados para permitir que cinco bilhões ou mais de rodas possam ter o direito
às vias cuidadas aonde passam alguns milhões de rodas preferenciais, ficando as vielas
intransitáveis para uma grande maioria. Aquelas rodas silenciosas estariam prontas a, se
necessário fosse, deslocar seus eixos outras vezes e sempre até desaparecerem de tão
pequenas que se tornariam. Ao longo do tempo, podem pensar alguns arautos do
abstracionismo, todas as rodas desapareceriam.
Esqueceram, por conveniência, que estas rodas também se reproduzem, surgindo novas rodas
que também se reproduzem, que dinamizarão o processo de contínua mudança do evento –
contingencial que desenvolverá não um processo cíclico, homogêneo e sistematicamente
repetitivo, ao gosto das rodas dominantes, mais um processo heterogêneo de fins coletivos.
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O contexto educacional contingencial não pode deixar de dar especial atenção aos conflitos
entre a linearidade homogênea e estabilizadora e as turbulências advindas da flexibilização do
coletivo. Poder-se-a dizer que a mutabilidade e o caráter da instabilidade política da escola
deverão estar na linha de frente de eventuais decisões a serem tomadas, pelos conjuntos dos
participantes dos eventos.
Enquanto o princípio de Contingencialidade está embasado na quantidade e qualidade das
variáveis das turbulências, o contexto educacional em tela fundamenta-se na tecnologia
moderna e nos fatores sócio – ambientais, equacionando suas necessidades. Seus
procedimentos metodológicos são a flexibilidade, os fatores circunstanciáveis, a acuracidade
de respostas diferenciadas, o proceder efetivo, a mobilidade grupal e as estratégias integradas.
A logística estabelecida pela escola em estudo pode ser reconhecida pela análise dinâmica dos
eventos circunvizinhos a sua área de atividade residual. Em caso da observância da dita
dinâmica, teremos resultados distorcidos em relação ao contexto, já que sabemos ser
irrelevante os referidos quando separados do cotidiano dos fenômenos.
Encontramos o ambiente escolar Contingencial formulando três posições que servem de norte
no processo das relações entre todos os seus participantes, não importando sua posição na
estrutura da organização. A primeira afirma que a escola deve ser universal em seus critérios,
ações e atividades, observando, entretanto, as situações e as suas singularidades. A Segunda
demonstra que a efetividade deve ser vista como relativa, porque situações eventuais irão
exigir estilos e ações diversas. A terceira e última propõe uma escola na qual a especificidade
de cada episódio seja a variável de sua análise.
As proposições acima comprovam que embasamentos apartados das realidades e das
necessidades emergentes irão alienar a contribuição humana, os procedimentos estabelecidos
e a capacidade seletiva, advindo então de um produto incompleto, impreciso e desconexo.
O contexto educacional sócio-ambiental repudia a idéia de ser a guardiã e a instituição
retransmissora do saber condicionado do grupo detentor do poder. A escola em tela estabelece
seus paradigmas na quantidade e qualidade das turbulências sócio – ambientais, que definirão
as variáveis responsáveis pelas respostas advindas no decurso do processo.
A escola será em síntese, o centro de captação dos anseios e desejos da circunvizinhança na
qual esteja alojada. Os espaços ocupados pela imutabilidade. Inércia e homogeneidade serão
ocupadas pelos seus inversamente proporcionais. Assim, a flutuação comportada e a
transitoriedade funcional deverão dar lugar a novos comportamentos organizacionais –
pedagógicos exigidos pelas susceptibilidades das conturbações sócio- ambientais do milênio
que se aproxima com velocidade proporcional ao visível, sensível e latente empenho nos
estados das mudanças no epigrafado acima .
O convívio e esdrúxula relação entre a instituição retransmissora do saber condicionado,
estruturalmente mecanicista e o meio ambiente orgânico não suporta mais tal sobrevivência
sem qualquer imbricar . É óbvio que um grande esforço tem sido realizado na busca da gestão
democrática, todavia é importante que se reconheça que as instituições que reproduzem o
conhecimento no próximo milênio além destas, terão de ser criativas, talentosas e de
resoluções de presteza incomum, para poder acompanhar o ritmo das demais organizações
que dinamizam os procedimentos referentes aos seres humanos.
Ainda sobre o referenciado acima, podemos dizer que descentralizar implica em deslocar o
eixo da decisão. Uma tal ocorrência incide sobre relações preexistentes exigindo uma total
reestruturação das bases sistêmicas e isto requer, necessariamente, por parte dos atores
envolvidos, uma prática de aprendizagem ativa e coletiva.
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A Escola sócio-ambiental estimula e acata os princípios da reciprocidade de forma a mais
límpida possível em conjunção com o coletivo como um pilar de sustentação de seu
enunciado. A escola em pauta utilizará referências de proceder coletivo, o equilíbrio, o
incentivo motivacional, o procedimento ético, o respeito às individualidades e o não
reconhecimento da onipotência normativa, como única maneira de desenvolver as
potencialidades individuais dentro do contexto coletivo.
5. Conclusão
Detectar as evidências, refletiu deixar nítida a preocupação da Escola sócio-ambiental no que
se refere aos riscos de sobre posição da realidade e idealidade utópica, ao desvincular
criatividade e talento coletivo da mecanicidade sistemática, burocrática e estática de uma
sociedade que afirma ser democrática e admite a centralização, ou vice-versa, é centralizadora
e se diz democrática. Não haverá democracia sem descentralização e vice-versa.
Portanto, é imprescindível a união no contexto educacional no intuito de se aprofundar o
desenvolvimento ético-sócio-ambiental.
A partir dessa estratégia de ação, acredita-se estar contribuindo com o fortalecimento da
gestão ambiental no contexto educacional, desenvolvendo nos alunos um maior desafio para
retomada da consciência e de uma postura crítica diante da realidade relativa ao meio
ambiente para que possam adotar posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e
melhoria com ética e responsabilidade.
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