Responsabilidade Social e Ética nas Organizações SUSTENTABILIDADE Fonte figura: Projeto Sigma JORGE AMADO Gestão Integrada da Qualidade e Certificações – 7 Paula Chies Schommer Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009 Agenda da disciplina – Dez 2008 1ª Aula – 18/12 Abertura Ética: princípios, definições e relações com responsabilidade social Ética, economia, política e cidadania 2ª Aula – 19/12 Histórico debates sobre Ética e RSE no Brasil e no mundo 3ª Aula – 20/12 Documentário “The Corporation” Trabalho em grupos Ética, consumo e sustentabilidade Ética e RSE como oportunidade de negócios e desenvolvimento Leitura e debate de textos Documentário: “The Story of Stuff” ( A História das Coisas) 2 Agenda da disciplina – Jan 2009 1ª Aula – 15 Jan Relembrando... Sistematização dos desafios e oportunidades – trabalho elaborado pelos trios em dezembro Desenvolvimento e seus adjetivos Indicadores, normas e certificações relacionadas a Ética e RSE 2ª Aula – 16 jan Trecho Documentário – The Corporation Filantropia, Investimento Social Privado e Cidadania Empresarial Empresas e relações com outros atores na promoção do desenvolvimento Comunicação entre empresas e partes interessadas 3ª Aula – 17 jan Limites, dilemas e tendências do movimento da RSE Trabalho final em grupos – apresentações do trabalho com Indicadores Indicação de fontes para consulta Encerramento Relatórios de sustentabilidade Balanços Sociais Trabalho em pequenos grupos - Indicadores Exercício com Indicadores Ethos de RSE 3 • Renato Janine Ribeiro – relação entre moral (costume, modo) e ética (caráter, modo de ser) – Max Weber: ética da convicação (ou ética de princípios) e ética da responsabilidade – Ética, política e cidadania Ética • Termos em voga: – Ética da vida – Ética do cuidado (Leonardo Boff) – Ética e responsabilidade social 4 Critérios de avaliação ética para a tomada de decisão (Danilo Marcondes – PUC Rio) 1. Ação refletida (pensar, ponderar, fazer escolha consciente) 2. Transparência (nada para esconder) 3. Reciprocidade (“Não faça ao outro...”) 4. Solidariedade (importar-se com o outro e com o bem comum x levar vantagem em tudo) 5. Coerência (sentir, pensar, agir x “Faça o que eu digo, mas...” – Ética da casa x Ética da Rua) 5 Ética e Responsabilidade Social Moral e Valores (Abordagem normativa) Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão Direitos e Deveres Cidadania (Abordagem contratual) RSE como vantagem competitiva (Abordagem gerencial ou 6 estratégica) Diferentes visões... Visão liberal Responsabilidade das empresas: empregos, lucros, impostos. O social não é de sua competência específica Visão crítica Empresas como vilãs Visão política Empresas são muito poderosas para ficar fora do debate público 7 Abordagens – Ética e RSE (Kreitlon, 2004) Ética empresarial -Ramo da ética aplicada (Business Ethics) -Tratamento filosófico, normativo, moral, baseado em valores Abordagem ética ou normativa Mercado e Sociedade -Perspectiva sociopolítica (Business & Society) Ab. social ou contratual -Abordagem contratual e interrelacionada entre empresas e sociedade Gestão questões sociais -Natureza utilitária (Social issues -Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão estratégica management) Ab. gerencial ou estratégica -RSE como vantagem competitiva 8 e como oportunidade de negócio 1900 a 1960 -Desilusão com liberalismo -Profissionalização da gestão -Influência socialismo e movimentos antitrust - Debate sobre condições de trabalho, ética dos executivos e filantropia 1960 a 1980 -Mobilização cívica e revolucionária -Avanços científicos e movimentos ambientalistas -Crise do capitalismo -Surgimento da Business ethics (filosofia e gestão) -Distinção entre filantropia e responsabilidade: base para corrente Business & Society 1980 -Avanço de políticas neoliberais aos dias -Globalização e Financeirização da economia atuais -Flexibilização da produção -Debates sobre desenvolvimento sustentável -Consolidação Business & society e surgimento Social issues management 9 Fonte: Kreitlon, 2004 Como a gestão social e a gestão ambiental se encontram? 10 Gestão Ambiental – alguns eventos (Nascimento, 2007) 1950 1953 - Acidente de Minamata (Japão) derramemento Mercúrio – 700 mortos e 9000 doentes crônicos 1957 – Tcheliabinski (URSS) – primeiro acidente nuclear 1960 1962 – Livro: “A Primavera Silenciosa, de Rachel Carson – alerta para perigos de pesticidas e poluentes 1970 1972 – Relatório “Os limites do crescimento” – por um grupo de cientistas para a Clube de Roma 1972 – Conferência de Estocolmo – 1ª da ONU para meio ambiente – 113 países, 250 ONGs. Criação de órgãos de controle ambiental em vários países, criação do PNUMA 1976 – Acidente Seveso – Itália – incêndio indústria pesticidas, emissão de dioxinas 1978 – Selo Ecológico (Alemanha) – primeiro selo ecológico – “Anjo 11 Azul” Gestão Ambiental (Nascimento, 2007) 1984 Acidente de Bohpal (Índia) – gases tóxicos na atmosfera – Union Carbide. 3.300 mortos e mais de 20.000 doentes crônicos 1986 Acidente Nuclear de Chernobil (Ucrânia) – 31 mortos, 134 pessoas com síndrome aguda de radiação e 237 suspeitas. Desde o acidente, 35.000 casos de câncer na região Acidente de Basiléa (Suiça) – 30.000 litros de pesticida no Rio Reno – 500 mil peixes mortos 1987 Relatório “Nosso Futuro Comum” (Relatório Bruntland” Protocolo de Montreal – proíbe CFCs 1988 1989 Constituição Brasileira – Cap. VI: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado...” Acidente Exxon Valdez (Alasca) 37 milhões de litros de óleo no mar Convenção da Basiléia (Suiça) – regulamenta a movimentação 12 transfronteiriça de resíduos perigosos Gestão Ambiental (Nascimento, 2007) 1992 1997 2001 2002 2007 Rio 92 – 2ª Conferência ONU para o Meio Ambiente – 172 países, 10.000 participantes. Resultados: Agenda 21; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade; Princípios para a administração sustentável de florestas Criação do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável Protocolo de Quioto – Convenção sobre Mudanças Climáticas Lançamento da Norma ISO 14.001 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes Rio + 10 – Convenção ONU – Joannesburgo (África do Sul) 2º Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas ONU – 2.500 cientistas, 130 países 13 Termos associados • Ética • Filantropia (Amor ao Homem) • Cidadania corporativa (direitos e deveres) • Responsabilidade social – stakeholders (partes interessadas) • Sustentabilidade • Governança (Corporativa) • Investimento social privado • Marketing – Marketing social – Marketing relacionado a uma causa Fonte fotos: HELP - PER UNA VITA SENZA TABACCO - CAMPAGNA ITALIANA ANTI14 TABAGISMO e Instituto Ronald McDonald Formas de atuar (1) 1) Atuando de maneira ética e socialmente responsável em todas as etapas de sua atividade produtiva Sem deixar de ser rentável e competitivo Instituto Ethos – Localizador de Ferramentas de Gestão15em RSE Fonte: www.ethos.org/sistemas/conceitos_praticas/localizador Formas de atuar (2) 2) Mediante investimento social • • • • • doações filantrópicas compartilhando capacidade gerencial e técnica programas de voluntariado empresarial iniciativas de marketing social apoiando iniciativas de desenvolvimento comunitário Fonte fotos: www.citibank.com e www.petrobras.com.br 16 Formas de atuar (3) 3) Mediante contribuição ao debate sobre políticas públicas, nas áreas: • • • • • • • Fiscal Educacional Produtiva (qualidade) Ambiental Responsabilidade Social ... ... 17 18 “Responsabilidade social é uma forma de gerir uma empresa que busca maximizar os efeitos positivos sobre todas as pessoas que são e podem ser impactadas pela empresa.” “Antes de tomar qualquer decisão, questionar quem vai ser impactado por aquela decisão e se vai melhorar a vida de quem será impactado. Se a conclusão é que vai prejudicar mais do que melhorar, a decisão deve ser revista.” Fonte: palestra Oded Grajew – Instituto Ethos - 2003 19 Mas, por que as empresas investem na área social ou preocupam-se com responsabilidade social? Quais as reais motivações dessas ações? 20 Há muitas razões para o mercado envolver-se com questões sociais... As razões dificilmente são as mesmas de uma empresa para outra, mas os benefícios, para os negócios e para a sociedade, mostrarão que se deve incentivar a maior participação do mercado, sem suspeitas prévias sobre seus motivadores. Para sensibilizar e formar uma massa de atuação social no setor empresarial é preferível utilizar argumentos de negócios do que esperar pelo senso cívico ou filantrópico. 21 Fonte: Logan e outros, 1997 Categorias de RSE Categoria / Motivação 1 Nascem para RSE 2 Crise como motivador principal 3 Movem-se em estágios (elementar, engajada, inovadora, integrada, transformadora) 4 Querem mudar as “regras do jogo” Ex: foco na base da pirâmide Novas Tecnologias Fonte: palestra Philip Mirvis – UFBA 2006 22 Fatores que mais influenciam movimento da RSE atualmente Fundos de investimento socialmente responsáveis Opinião pública Oportunidades de mercado (estratégias focadas na base da pirâmide) Identidade (empresas não querem ser identificadas como poluidoras, exploradoras etc) Oportunidade de redução de custos Fonte: palestra Philip Mirvis – UFBA 2006 23 Brasil - elementos históricos • Estado como principal agente do desenvolvimento • Anos 1940/50: empresas estatais: desenvolvimento e serviços públicos • “Homens de bem”: ação social principalmente por meio da Igreja • Desigualdade histórica, sempre se atualizando • Anos 1970 – Início do processo de reforma do Estado e de redemocratização 24 Responsabilidade Social Empresarial no Brasil: organizações e conceitos 1981 1995 – Cidadania Empresarial e Investimento Social Privado 1982 - Prêmio ECO / AMCHAM 1995 – Governança Corporativa 1990 Prêmio Nacional da Qualidade 1998 – Responsabilidade Social 25 Empresarial A concepção de sociedade civil Visão bipartite Visão tripartite Estado Estado Relações Comerciais (Mercado) Sociedade Civil Sociedade Mercado Civil 26 Novas demandas, novos papéis • De democracia representativa para democracia participativa • Cidadania passiva x Cidadania ativa • Interdependência ambiental, econômica e social • Permeabilidade das fronteiras entre público e privado - espaço público compartilhado • Noção de co-responsabilidade pelas questões públicas 27 E O DESENVOLVIMENTO FOI GANHANDO ADJETIVOS... – Desenvolvimento como crescimento econômico – Desenvolvimento • Humano (PNUD) • Sustentável • Solidário ou alternativo – Desenvolvimento como liberdade humana - Amartya Sen (fim e meio do desenvolvimento) – Anti-desenvolvimento 28 Fonte foto: www.terra.com.br Definição ampliada de riqueza: bens materiais tangíveis + valores intangíveis ou éticos: preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, dignidade no trabalho, defesa do consumidor, liberdade, democracia ... 29 Desenvolvimento • Processo gradual de mudança social, sugerindo o emprego de estratégias para produzir mudança, de maneira contínua • Não existe ponto de chegada • Nenhuma sociedade atinge um estágio pleno de desenvolvimento, embora usese a terminologia: países desenvolvidos, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento 30 PNUD – ênfase à política O desenvolvimento humano envolve desafios sociais, tecnológicos e econômicos, mas também institucionais e políticos, com ênfase à governança, ao papel do Estado, à democracia e à participação PNUD (2002): “a política é tão importante quanto a economia para um desenvolvimento bemsucedido” - participação democrática meio e fim - ênfase às estruturas de governança democrática 31 Desenvolvimento, política e liberdade Amartya Sen – Desenvolvimento como liberdade – A expansão da liberdade humana como principal fim e principal meio do desenvolvimento 32 Desenvolvimento sustentável... “...desenvolvimento que busca atender as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” Econômico (Fonte: Relatório Brundtland, 1987) Ambiental Social 33 • Solidariedade: – inter-gerações – intra-geração: minorias e desigualdades – inter-espacial: entre regiões e países Como ter solidariedade com gerações futuras se as necessidades atuais não são satisfeitas? 34 Desenvolvimento alternativo ou solidário • cidadania, inclusão de setores marginalizados e subordinação do econômico a outros objetivos e valores • muito variado: toma forma a partir de 1970 • não rejeita o crescimento econômico, porém busca alternativas ao capitalismo emancipatórias e viáveis • crítica à estrita racionalidade econômica e à idéia de que a economia é uma esfera independente da vida social, que exige sacrifício de bens e valores sociais, políticos, culturais e naturais • ênfases: local, sociedade civil, comunidades marginalizadas como sujeitos e não como objetos de programas de desenvolvimento, estratégias de baixo para cima • insere-se nessa proposta a idéia de Economia Solidária alternativa solidária dentro do capitalismo 35 Alternativas ao desenvolvimento • Especialmente entre os ecologistas • Rejeição da própria idéia de desenvolvimento econômico • Proposição de estratégias antidesenvolvimentistas • Consumerismo verde e consumerismo ético X anticonsumerismo 36 Quais podem ser os papéis dos indivíduos, enquanto cidadãos, consumidores ou membros de uma organização produtiva, para a promoção da ética, da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável? 37 Interdependência entre as dimensões de ação Indivíduo Organização Sociedade 38 Sustentabilidade, Comportamento e Consumo Consciente • “Consumir com consciência do impacto do ato do consumo sobre a própria pessoa, as relações sociais, a economia e a natureza, buscando mobilizar outras pessoas na mesma direção.” • Ato de consumo como ato político • Consumo como instrumento de bem estar e não como fim em si mesmo • “Ser” ou “Ter” como elementos que definem a identidade • Entre os 20% da população mais rica, em 40 anos, o consumo aumentou 14 vezes Fonte: palestra Helio Mattar / Instituto Akatu - Salvador, outubro 2006. 39 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Consumo como fenômeno histórico Séculos XVIII e XIX - Revolução Industrial: aumento da capacidade produtiva Séculos XIX e XX - de sociedade agrícola para sociedade urbana Século XX - Publicidade + Novos produtos, serviços e tecnologias Necessidades Desejos Cultura de consumo Satisfação 40 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Consumo como fenômeno... Econômico produção, atendimento de necessidades, renda, riqueza, liberdade definição ampliada de economia / definição ampliada de consumo: consumo como instrumento de bem estar e não como fim em si mesmo (Mattar, 2006) desafio: entre os 20% da população mais rica, em 40 anos, o consumo aumentou 14 vezes (Mattar, 2006) Social padrões de consumo influenciados pelo habitus (Bourdieu, 1996) fenômeno individual e relacional Político ato de consumo como ato político (Mattar, 2006) “a política é tão importante quanto a economia para um desenvolvimento bem-sucedido” (PNUD, 2002) Cultural valores, ética identidade - “Ser” ou “Ter” como elementos que definem a identidade (Mattar, 2006) 41 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Papéis dos consumidores Consumidores podem punir (boicotar, protestar) 1. Empresas e produtos com elevado grau negativo de impacto social e ambiental Consumidores podem premiar 1. Novas concepções de negócios, atentas aos desafios econômicos, sociais e ambientais da atualidade 2. Empresas que não demonstram compromisso e avanços contínuos no campo da ética e da responsabilidade social e ambiental 2. Atendimento a novas necessidades e a demandas não atendidas de certas populações Consumidores podem refletir 3. Empresas mais avançadas em suas práticas em termos éticos e de responsabilidade social e ambiental 1. Refletir continuamente sobre seus padrões de consumo e redefini-los, com consciência dos impactos de suas decisões 2. Influenciar outras pessoas para que também o façam 42 Calculando a pegada ecológica No teste criado pela Redefining Progress, cada pessoa pode calcular o impacto de seu modo de vida sobre o planeta, considerando fatores como: Clima da região em que vive Tipo de moradia Fontes de energia utilizadas na moradia Materiais utilizados na construção e mobília Tipo de veículo para transporte Percursos percorridos Hábitos cotidianos para poupar energia e água e de reciclagem Tipo de alimentação Origem dos itens de alimentação Hábitos gerais de consumo, como freqüência de substituição de bens 43 Fonte: http://www.myfootprint.org/en/visitor_information/ Calculei minha pegada: se todas as pessoas no planeta tiverem estilo de vida similar ao meu, precisaremos de: 1,09 Planetas Terra Comparando minha pegada com a média brasileira: 44 Fonte: http://www.myfootprint.org/en/quiz_results/ Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Mas há limites, retrocessos, o processo não é linear... A Pesquisa “Responsabilidade Social das Empresas: percepção do consumidor brasileiro (2006-2007), realizada pelo Instituto Akatu, mostra que, em comparação com os anos 2000 e 2007: “O brasileiro está menos engajado em ações do que há alguns anos: premia e pune menos as empresas do que fazia no passado” Para conhecer os dados da pesquisa na íntegra, basta acessar o link: http://www.akatu.org.br/akatu_acao/publicacoes/responsabilidade-social45 empresarial/rse-percepcao-do-consumidor-brasileiro-2006-e-2007 Exemplo de empresa americana: • Medo de que não priorizar os acionistas (shareholders) no planejamento estratégico, em favor dos stakeholders gerasse queda no valor das ações • O que aconteceu foi uma queda no valor das ações em função de problema de qualidade não comunicado aos consumidores Fonte: Oded Grajew (The Global Compact Learning Forum 2003) 46 Para reflexão... • É possível combinar a visão de longo prazo da perspectiva sustentável com a visão de curto prazo da lógica do mercado? • Como alinhar sustentabilidade e competitividade? • É possível um “capitalismo sustentável, que preserva recursos disponíveis e, ao mesmo tempo, incentiva o consumismo? 47 Gestão questões sociais -Natureza utilitária management) -Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão estratégica Abordagem gerencial ou estratégica -RSA como vantagem competitiva e como oportunidade de negócio (Social issues 48 “Empresas ganhadoras e líderes do Século 21 são as que incorporam as oportunidades que emergem do conhecimento e da análise dos desafios, tendências e expectativas da sociedade, integrando-os em suas estratégias e fazendo o que sabem fazer de melhor – negócios, de maneira que seu engajamento seja sustentável”. Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) 49 Quatro pilares das empresas de sucesso 1. Novos conhecimentos - esforços disciplinados de leitura das expectativas, tendências e desafios das sociedades e do planeta, incorporando tais conhecimentos a suas estratégias; Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) 50 Quatro pilares das empresas de sucesso 2. Identificação de oportunidades de negócios nesses desafios, fazendo aquilo que fazem de melhor, como inovar para apresentar soluções e produtos que incluam novos setores da sociedade na solução dos problemas. Para isso: – diálogo com outros setores da sociedade, – parcerias para solução de problemas, – pressão saudável sobre os governos, para serem mais eficientes, ambiente de negócios propício para fazer investimentos; – comércio justo entre os países; – legislação simples e transparente para os investimentos que apóiam o crescimento, em especial da pequena e média empresa; – investimentos em infra-estrutura necessária ao desenvolvimento; 51 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Quatro pilares das empresas de sucesso 3. Alinhamento dessas oportunidades de negócios com as estratégias centrais (core strategies) da empresa; 52 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Quatro pilares das empresas de sucesso 4. Inclusão de medições de resultados em longo prazo; 4.1 incorporação da visão e dos valores da responsabilidade social por todos os empregados, para mudança cultural que vai além do líder ou do responsável pela parte social e ambiental; 4.2 ferramentas, sistemas e processos que integrem essa visão dentro de seu planejamento e de sua vida diária, 4.3 sistemas de incentivos de executivos e empregados dentro dessa visão. 53 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Negócios na base da pirâmide Stuart L. Hart “Capitalism at the Crossroads: The Unlimited Business Opportunities in Solving the World´s Most Difficult Problems” (2005) Brasil: “Capitalismo na Encruzilhada” (2006) C.K. Prahalad A Riqueza na Base da Pirâmide Brasil (2005) Redução da pobreza e da desigualdade via mercado 54 Negócios na base da pirâmide • Modelo de negócios que passa pela melhoria da qualidade de vida das pessoas mais carentes, exigindo respeito à diversidade cultural e conservação da integridade ecológica do planeta, por meio de negócios lucrativos. • Comprometimento com as populações locais, buscando soluções mais apropriadas a necessidades específicas, aproveitando recursos locais, com menor impacto sobre o ambiente • Soluções criativas, inovadoras • 4 bilhões de pessoas – renda inferir a US$ 1,5 mil por ano 55 Novos negócios... • • • • • • • • • • Novas fontes de energia Eficiência no uso de recursos energéticos Reciclagem e logística reversa Ecodesign Produtos “selo verde” – consumo verde, consumo ético, consumo consciente Comércio Justo – Fair Trade Mercado de Créditos de Carbono – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo Sistemas alternativos de transporte Dos produtos aos serviços ... 56 Finanças Sustentáveis 1. Ampliação do acesso a serviços bancários e a crédito 2. Microcrédito 3. Crédito responsável 4. Análise de crédito – Princípios do Equador 5. Financiamentos socioambientais 6. Seguros ambientais 7. Mercado de créditos de carbono 8. Fundos de investimento socialmente responsáveis 9. Transparência 10. Combate à lavagem de dinheiro 11. Segurança da informação 57 Influência de diferentes atores na sustentabilidade • Empresas • Governos •Investidores e • Clientes empresariais credores • Consumidores –Investidores privados • ONGs –Empreendedores • Mídia –Capitalistas de risco • Organismos internacionais • ... 58 “Criando valor” - possíveis correlações entre fatores de sustentabilidade e sucesso comercial • Fatores de sustentabilidade – – – – Governança e gestão Engajamento stakeholders Melhora processo ambiental Produtos e serviços ambientais – Crescimento da economia local – Desenvolvimento da comunidade – Gestão de recursos humanos • Fatores de sucesso comercial – Crescimento receitas e acesso a mercados – Economia de custos e produtividade – Acesso ao capital – Gestão de riscos e licença para operar – Capital humano – Valor de marca e reputação 59 Socially Responsible Investing (SRI) • Família criada em 1999 • Considera Best in class em cada categoria/setor • Triple Bottom Line – econômico, social e ambiental • Influencia investimentos de 6 bilhões de dólares por ano • Empresas de 57 setores, diversos países Brasileiras (Set 2008): Aracruz Celulose SA Banco Itaú Holding Banco Bradesco SA Itausa Investimentos Itaú SA CEMIG Petrobras Usiminas Votorantim Celulose e Papel 60 2005 – 28 empresas brasileiras (de 121 convidadas) 2006/2007: 34 empresas, 43 ações, 14 setores 2007/2008: 32 empresas, 40 ações (Carteira teórica) Conselho: Bovespa, ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Ethos, MMA, + PNUMA. Metodologia: GVCes FGV-SP Dimensões de análise: 1. Geral 2. Governança Corporativa 3. Econômica e financeira 4. Ambiental 5. Social 61 Fundos de ações com foco em sustentabilidade nos bancos • ABN AMRO Ethical • ABN AMRO FI AÇÕES ETHICAL II • BB TOP AÇÕES ÍNDICE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL FIA • BRADESCO FIA Índice de Sustentabilidade Empresarial • BRADESCO Prime FIA Índice de Sustentabilidade Empresarial • HSBC FIA SUST EMP – Ações Sustentabilidade Empresarial • ITAU EXCELÊNCIA SOCIAL AÇÕES FI • SAFRA ISE – Fundo de Investimento em Ações (Fonte: ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento) 62 Tipos de Investimento Social Privado • • • • • Investimento social corporativo Investimento social comunitário Investimento social familiar Venture philanthropy Social investment funds 63 GIFE – GRUPO DE INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E EMPRESAS TIPOLOGIA DO INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO 64 IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – www.ipea.gov.br/asocial Região Montante Investido* 2000 Montante / PIB 2004 2000 2004 Sudeste 5,7 bilhões 3,3 bilhões 0,66 0,34 Nordeste 406,6 milhões 537 milhões 0,20 0,22 Sul 500 milhões 562,7 milhões 0,19 0,19 Centro-Oeste 184 milhões 240,8 milhões 0,16 0,18 Norte 75 milhões 93,8 milhões 0,10 0,11 Brasil 6,9 bilhões 4,7 bilhões 0,43 0,27 Gasto Social em Ações para a Comunidade - INPC Em valores constantes de 2004. Deflacionado pelo INPC médio anual . Fonte: IPEA/Pesquisa Ação Social das Empresas, 2006 65 Questões para debate (Texto: Maria Celia Paoli – Bibliografia recomendada) • Filantropia empresarial: não questiona modelo político que gerou exclusão • As privadas são mais eficientes? Noção de gestão eficaz de recursos sociais, distribuídos aleatória e privadamente, em lugar da deliberação participativa ampliada sobre os bens públicos • Estado visto como incompetente • Despolitização da questão social • Ação social das empresas: não constitui espaço público e controle público • De cidadãos designados como sujeitos de direitos 66 a receptores de favores e generosidades Questões para debate (Paoli) • Investimento social das empresas pode preservar as hierarquias tradicionais que produzem o “disempowerment” dos cidadãos • Cidadãos de 2a e 3a classe que dependem das intenções, interesses e flutuações dos acertos e enganos próprios ao mundo mercantil e inerentes a sua “liberdade” • Trazer mais a questão para o campo da política e menos da virtuosidade • Nada poderia ser dito contra, se estivéssemos em uma sociedade que garantisse direitos universalizados 67 • “Temos muitos problemas, mas possuímos todos os recursos para resolvê-los.” • É preciso “vontade política de fazer esta escolha”. • Pelo poder que concentram, empresas não podem ficar fora da discussão e das ações • Estratégia das duas cenouras Oded Grajew (The Global Compact Learning Forum 2003) 68 Lester Thurrow: distinção entre líderes e exploradores 69 Minha alma – a paz que eu não quero (O Rappa) A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego Pois paz sem voz, paz sem voz Não é paz, é medo Às vezes falo com a vida Às vezes ela me diz Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz 70 Governança e Cidadania Corporativa • Conjunto de princípios e sistemas de gestão destinados à criação ou preservação de valor para a sociedade – Governança corporativa (métodos de gestão da empresa: estrutura e estratégias) – Governança ambiental (meios de preservação do meio ambiente) – Governança pública • • • • Considera custos sociais Comportamento oportunista x princípios de governança Para além das obrigações legais Expectativa de aumento das chances de sustentabilidade a longo prazo 71 Governança e sustentabilidade •Modelos de gestão que valorizam a cooperação, a participação e a representação de interesses diversos •Padrões de decisão flexíveis •Ambientes e processos decisórios complexos Empresas com capacidade/habilidade para conciliar interesses diversos Melhor capacidade de gestão Sustentabilidade (da empresa e da sociedade) 72 Governança Corporativa e Sustentabilidade • Convicção de que a sustentabilidade empresarial está ancorada na prática consistente de três processos: • Engajamento das partes interessadas • Transparência • Prestação de contas (accountability) • Combina adesão voluntária e pressão dos stakeholders 73 Governança Corporativa • É o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre: – acionistas/cotistas – conselho de administração – diretoria – auditoria independente – conselho fiscal. •As boas práticas de governança têm a finalidade de: •aumentar o valor da sociedade • facilitar seu acesso ao capital e • contribuir para sua perenidade 74 Fonte: www.ibgc.org.br Melhores práticas de governança corporativa no Brasil a. Reforma na Lei das S.A. (2001) – objetivo: fortalecer o mercado de capitais no Brasil - mais transparência e credibilidade b. Criação do Novo Mercado pela Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa; c. Linhas de crédito oferecidas pelo BNDES, incentivando a criação de novas sociedades anônimas e a adoção de boas práticas de governança corporativa; d. Novas regras de investimento por parte de fundos de pensão; e. Projetos de reforma das demonstrações contábeis. Fonte: IBGC, 2007 75 Governança e Responsabilidade social: pactos, normas e ferramentas de gestão • Gerais ou Universais – Declaração dos Direitos Humanos – Declaração do Rio ou Agenda 21 – Carta da Terra – Protocolo de Quioto – Metas do Milênio – ... • Específicos (por setor ou país) – – – – – – – – – Normas Série ISO AA 1000 SA 8000 OHSAS 18001 Princípios de Governança Corporativa (OCDE) Balanço Social Global Reporting Initiative (GRI) The Global Compact (Pacto Global) ... 76 Leitura e debate a respeito de normas, pactos e certificações relacionados à responsabilidade social empresarial 77 AS METAS DO MILÊNIO 78 Fonte: www.pnud.org.br • Princípios de Direitos Humanos 1. Respeitar e proteger os direitos humanos; 2. Impedir violações de direitos humanos; • Princípios de Direitos do Trabalho 3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho; 4. Abolir o trabalho forçado; 5. Abolir o trabalho infantil; 6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho; • Princípios de Proteção Ambiental 7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8. Promover a responsabilidade ambiental; 9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente. • Princípio contra a Corrupção 10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina. 79 Fonte: www.pactoglobal.org.br Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial • Surgimento e evolução • Ênfases: auto-avaliação e aprendizagem • Temas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Valores, Transparência e Governança Público Interno Meio Ambiente Fornecedores Consumidores e clientes Comunidade Governo e Sociedade 80 Indicadores Ethos de RSE Justificar Indicadores Ethos de RSE 82 Indicadores Ethos de RSE 83 Etapas do processo de trabalho com Indicadores Ethos * Elaborar Balanço Social 1) Escolher facilitadores internos 3) Criar grupos de trabalho por temas, definir lideranças e agenda 11) Avaliar ações implementadas 10) Implementar as ações 2) Capacitar os facilitadores Ciclo PDCA 4) Discutir por tema e preencher os indicadores 9) Planejar novas ações 8) Apresentar e avaliar o relatório 7) Baixar relatório do site do Ethos 5) Consolidar os temas 6) Enviar dados ao Ethos pelo sistema 84 Objetivos das empresas ao adotar modelos reconhecidos de relatórios / balanços sociais Principal: Agregar valor à marca (estratégia de mercado) Podem servir, também, para: – avaliação – avanços na gestão, – diálogo com partes interessadas – relação com investidores – construção da reputação 85 Balanços sociais no Brasil • Modelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Criado em 1997 – Principal vantagem: simplicidade • Guia do Instituto Ethos – Lançado em 2001 – Sugere princípios e critérios para elaboração de balanços sociais: www.premiobalancosocial.org.br • • • • • • Relevância Veracidade Comparabilidade Regularidade Verificabilidade Clareza 86 Etapas da construção do balanço social Planejar o trabalho e escolher a estrutura (modelo) Designar participantes Publicar e (internos e externosdivulgar o relatório stakeholders) Verificar e auditar as informações Elaborar e analisar o texto Coletar dados e informações Consolidar os dados 87 Erros comuns na construção de relatórios 1. Confundir com divulgação de investimento social 2. Mais aparência do que transparência - muitos relatórios: “parabéns para mim mesmo” 3. Uso de materiais não sustentáveis para impressão e divulgação 4. Gasto excessivo 5. Não consultar sequer o stakeholder interno (público interno, muitas vezes, nem sabe o que é) 88 Global Reporting Initiative – GRI (www.globlalreporting.org) • • • • • Ong internacional de origem ambiental – CERES – Boston Motivação: canal de diálogo e exposição pública de informações sobre as empresas Objetivo principal: transparência Foco: multistakeholders Versões: 1999, 2002 e 2006 • • Diretrizes GRI – diretrizes para elaboração de relatórios que abordam aspectos relacionados à sustentabilidade econômica, social e ambiental das organizações Divididas em: – Princípios – Indicadores de performance (econômico, ambiental, trabalho, direitos humanos etc.) – Protocolos técnicos (buscam padronizar formas de coleta de dados) 89 • Brasil • Amplo processo de discussão pública das diretrizes, com participação de distintos setores • Em construção: sistema eletrônico para envio de dados (comparabilidade) • Novo foco: valorização pelo mercado financeiro para a tomada de decisões • Por ser de âmbito global, padrões são avançados para alguns países, – Grupo de discussão GRI (Ethos, Aberje, FGV/Ces, IBGC, Apimec, Abrapp, Observatório Social,...) – foco em setores críticos (mineração, agribusiness, petróleo e gás, indústria química) – Possibilidade de indicadores específicos para o país elementares para outros 90 Limites e dilemas do movimento da RSE Interno: o central é ganhar dinheiro; responsabilidade social é secundário Crença de que o papel central na área social não é das empresas Ninguém quer ser o responsável pela definição de novos padrões (colocar a cabeça à frente do grupo) Natureza das empresas e do sistema na qual estão inseridas Pouco poder de pressão da sociedade sobre as empresas A maioria das empresas ainda prioriza a filantropia 91 Tendências no discurso do movimento da RSE • Responsabilidade social empresarial rima com desenvolvimento sustentável • Problemas sociais e ambientais como oportunidades de negócios • Responsabilidade social empresarial como diferencial competitivo • Profissionalização da gestão • Articulação e consolidação de ferramentas de gestão • Incentivo a novas estratégias de pressão sobre as empresas • Permeabilidade das fronteiras entre público e privado - espaço público compartilhado • Noção de co-responsabilidade pelas questões públicas 92 “A questão principal não é a tecnologia, mas a política. O grande desafio do século XXI é da mudança do sistema de valores que está por trás da economia global, de modo a torná-lo compatível com as exigências da dignidade humana e da sustentabilidade ecológica.” Fonte: (Capra, 2002, pg. 268) 93 Embora reconheçamos limites e desafios da responsabilidade social empresarial... • É importante reconhecer que: – a capacidade coletiva de ação é essencial para políticas justas e redistributivas – pelo poder que concentram, empresas não podem estar fora do debate público e da renegociação do pacto social – é importante fortalecer a identidade, capacidade ou vocação de cada tipo de organização, ao mesmo tempo em que se fortalece a integração entre elas • É necessário construir mecanismos institucionais e organizacionais de relação que promovam justiça social 94 Indicações para consulta Instituto Ethos de Empresas e Resp. Social www.ethos.org.br Grupo de Institutos, Fundações e Empresas www.gife.org.br Compêndio para a Sustentabilidade On-Line www.institutoatkwhh.org.br/compendio Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social – CIAGS/UFBA www.gestaosocial.org.br Instituto Brasileiro de Governança Corporativa www.ibgc.org.br PNUD - Brasil www.pnud.org.br Conferências Interamericanas sobre Responsabilidade Social www.csramericas.org ISO 26000 www.iso.org/sr Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA (ISE) www.isebovespa.fgvsp.br Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP – FGV Ces www.ces.fgvsp.br Instituto Akatu www.akatu.org.br 95 “... a realidade não se reduz ao que existe. A realidade é um campo de possibilidades em que têm cabimento alternativas que foram marginalizadas ou que nem sequer foram tentadas” (Santos e Rodríguez, 2002:25) Ampliação do espectro do possível Práticas suficientemente utópicas para desafiar o status quo e suficientemente viáveis para não serem descartadas 96 Sobre realidade e esperança... O tipo de esperança sobre a qual penso freqüentemente,...compreendo-a acima de tudo como um estado da mente, não um estado do mundo. Ou nós temos a esperança dentro de nós ou não temos; ela é uma dimensão da alma, e não depende essencialmente de uma determinada observação do mundo ou de uma avaliação da situação... [A esperança] não é a convicção de que as coisas vão dar certo, mas a certeza de que as coisas têm sentido, como quer que venham a terminar. Václav Havel, In: Capra, 2002, pg. 273 97 A novidade Música de Bi Ribeiro, Hebert Vianna e João Barone Letra de Gilberto Gil 98 Paula Chies Schommer E-mail: [email protected] Telefone: (71) 9178.9647 99