Responsabilidade Social Corporativa SUSTENTABILIDADE Fonte figura: Projeto Sigma UDESC/ESAG Balneário Camboriu – SC 6º termo Paula Chies Schommer Março a Junho 2009 Ética e Responsabilidade Social Moral e Valores (Abordagem normativa) Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão Direitos e Deveres Cidadania (Abordagem contratual) RSE como vantagem competitiva (Abordagem gerencial ou 2 estratégica) • Renato Janine Ribeiro – relação entre moral (costume, modo) e ética (caráter, modo de ser) – Max Weber: ética da convicação (ou ética de princípios) e ética da responsabilidade – Ética, política e cidadania Ética • Termos em voga: – Ética da vida – Ética do cuidado (Leonardo Boff) – Ética e responsabilidade social 3 Critérios de avaliação ética para a tomada de decisão (Danilo Marcondes – PUC Rio) 1. Ação refletida (pensar, ponderar, fazer escolha consciente) 2. Transparência (nada para esconder) 3. Reciprocidade (“Não faça ao outro...”) 4. Solidariedade (importar-se com o outro e com o bem comum x levar vantagem em tudo) 5. Coerência (sentir, pensar, agir x “Faça o que eu digo, mas...” – Ética da casa x Ética da Rua) 4 Diferentes visões... Visão liberal Responsabilidade das empresas: empregos, lucros, impostos. O social não é de sua competência específica Visão crítica Empresas como vilãs Visão política Empresas são muito poderosas para ficar fora do debate público 5 Abordagens – Ética e RSE (Kreitlon, 2004) Ética empresarial -Ramo da ética aplicada (Business Ethics) -Tratamento filosófico, normativo, moral, baseado em valores Abordagem ética ou normativa Mercado e Sociedade -Perspectiva sociopolítica (Business & Society) Ab. social ou contratual -Abordagem contratual e interrelacionada entre empresas e sociedade Gestão questões sociais -Natureza utilitária (Social issues -Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão estratégica management) Ab. gerencial ou estratégica -RSE como vantagem competitiva 6 e como oportunidade de negócio 1900 a 1960 -Desilusão com liberalismo -Profissionalização da gestão -Influência socialismo e movimentos antitrust - Debate sobre condições de trabalho, ética dos executivos e filantropia 1960 a 1980 -Mobilização cívica e revolucionária -Avanços científicos e movimentos ambientalistas -Crise do capitalismo -Surgimento da Business ethics (filosofia e gestão) -Distinção entre filantropia e responsabilidade: base para corrente Business & Society 1980 -Avanço de políticas neoliberais aos dias -Globalização e Financeirização da economia atuais -Flexibilização da produção -Debates sobre desenvolvimento sustentável -Consolidação Business & society e surgimento Social issues management 7 Fonte: Kreitlon, 2004 Como a gestão social e a gestão ambiental se encontram? 8 Gestão Ambiental – alguns eventos (Nascimento, 2007) 1950 1953 - Acidente de Minamata (Japão) derramemento Mercúrio – 700 mortos e 9000 doentes crônicos 1957 – Tcheliabinski (URSS) – primeiro acidente nuclear 1960 1962 – Livro: “A Primavera Silenciosa, de Rachel Carson – alerta para perigos de pesticidas e poluentes 1970 1972 – Relatório “Os limites do crescimento” – por um grupo de cientistas para a Clube de Roma 1972 – Conferência de Estocolmo – 1ª da ONU para meio ambiente – 113 países, 250 ONGs. Criação de órgãos de controle ambiental em vários países, criação do PNUMA 1976 – Acidente Seveso – Itália – incêndio indústria pesticidas, emissão de dioxinas 1978 – Selo Ecológico (Alemanha) – primeiro selo ecológico – “Anjo 9 Azul” Gestão Ambiental (Nascimento, 2007) 1984 Acidente de Bohpal (Índia) – gases tóxicos na atmosfera – Union Carbide. 3.300 mortos e mais de 20.000 doentes crônicos 1986 Acidente Nuclear de Chernobil (Ucrânia) – 31 mortos, 134 pessoas com síndrome aguda de radiação e 237 suspeitas. Desde o acidente, 35.000 casos de câncer na região Acidente de Basiléa (Suiça) – 30.000 litros de pesticida no Rio Reno – 500 mil peixes mortos 1987 Relatório “Nosso Futuro Comum” (Relatório Bruntland” Protocolo de Montreal – proíbe CFCs 1988 1989 Constituição Brasileira – Cap. VI: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado...” Acidente Exxon Valdez (Alasca) 37 milhões de litros de óleo no mar Convenção da Basiléia (Suiça) – regulamenta a movimentação 10 transfronteiriça de resíduos perigosos Gestão Ambiental (Nascimento, 2007) 1992 1997 2001 2002 2007 Rio 92 – 2ª Conferência ONU para o Meio Ambiente – 172 países, 10.000 participantes. Resultados: Agenda 21; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade; Princípios para a administração sustentável de florestas Criação do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável Protocolo de Quioto – Convenção sobre Mudanças Climáticas Lançamento da Norma ISO 14.001 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes Rio + 10 – Convenção ONU – Joannesburgo (África do Sul) 2º Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas ONU – 2.500 cientistas, 130 países 11 Termos associados • Ética • Filantropia (Amor ao Homem) • Cidadania corporativa (direitos e deveres) • Responsabilidade social – stakeholders (partes interessadas) • Sustentabilidade • Governança (Corporativa) • Investimento social privado • Marketing – Marketing social – Marketing relacionado a uma causa Fonte fotos: HELP - PER UNA VITA SENZA TABACCO - CAMPAGNA ITALIANA ANTI12 TABAGISMO e Instituto Ronald McDonald Formas de atuar (1) 1) Atuando de maneira ética e socialmente responsável em todas as etapas de sua atividade produtiva Sem deixar de ser rentável e competitivo Instituto Ethos – Localizador de Ferramentas de Gestão13em RSE Fonte: www.ethos.org/sistemas/conceitos_praticas/localizador Formas de atuar (2) 2) Mediante investimento social • • • • • doações filantrópicas compartilhando capacidade gerencial e técnica programas de voluntariado empresarial iniciativas de marketing social apoiando iniciativas de desenvolvimento comunitário Fonte fotos: www.citibank.com e www.petrobras.com.br 14 Formas de atuar (3) 3) Mediante contribuição ao debate sobre políticas públicas, nas áreas: • • • • • • • Fiscal Educacional Produtiva (qualidade) Ambiental Responsabilidade Social ... ... 15 16 “Responsabilidade social é uma forma de gerir uma empresa que busca maximizar os efeitos positivos sobre todas as pessoas que são e podem ser impactadas pela empresa.” “Antes de tomar qualquer decisão, questionar quem vai ser impactado por aquela decisão e se vai melhorar a vida de quem será impactado. Se a conclusão é que vai prejudicar mais do que melhorar, a decisão deve ser revista.” Fonte: palestra Oded Grajew – Instituto Ethos - 2003 17 Mas, por que as empresas investem na área social ou preocupam-se com responsabilidade social? Quais as reais motivações dessas ações? 18 Há muitas razões para o mercado envolver-se com questões sociais... As razões dificilmente são as mesmas de uma empresa para outra, mas os benefícios, para os negócios e para a sociedade, mostrarão que se deve incentivar a maior participação do mercado, sem suspeitas prévias sobre seus motivadores. Para sensibilizar e formar uma massa de atuação social no setor empresarial é preferível utilizar argumentos de negócios do que esperar pelo senso cívico ou filantrópico. 19 Fonte: Logan e outros, 1997 Categorias de RSE Categoria / Motivação 1 Nascem para RSE 2 Crise como motivador principal 3 Movem-se em estágios (elementar, engajada, inovadora, integrada, transformadora) 4 Querem mudar as “regras do jogo” Ex: foco na base da pirâmide Novas Tecnologias Fonte: palestra Philip Mirvis – UFBA 2006 20 Brasil - elementos históricos • Estado como principal agente do desenvolvimento • Anos 1940/50: empresas estatais: desenvolvimento e serviços públicos • “Homens de bem”: ação social principalmente por meio da Igreja • Desigualdade histórica, sempre se atualizando • Anos 1970 – Início do processo de reforma do Estado e de redemocratização 21 Responsabilidade Social Empresarial no Brasil: organizações e conceitos 1982 - Prêmio ECO / AMCHAM 1995 – Cidadania Empresarial e Investimento Social Privado 1990 1995 – Governança Corporativa Prêmio Nacional da Qualidade 1998 – Responsabilidade Social 22 Empresarial A concepção de sociedade civil Visão bipartite Visão tripartite Estado Estado Relações Comerciais (Mercado) Sociedade Civil Sociedade Mercado Civil 23 Novas demandas, novos papéis • De democracia representativa para democracia participativa • Cidadania passiva x Cidadania ativa • Interdependência ambiental, econômica e social • Permeabilidade das fronteiras entre público e privado - espaço público compartilhado • Noção de co-responsabilidade pelas questões públicas 24 E O DESENVOLVIMENTO FOI GANHANDO ADJETIVOS... – Desenvolvimento como crescimento econômico – Desenvolvimento • Humano (PNUD) • Sustentável • Solidário ou alternativo – Desenvolvimento como liberdade humana - Amartya Sen (fim e meio do desenvolvimento) – Anti-desenvolvimento 25 Fonte foto: www.terra.com.br Definição ampliada de riqueza: bens materiais tangíveis + valores intangíveis ou éticos: preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, dignidade no trabalho, defesa do consumidor, liberdade, democracia ... 26 Desenvolvimento • Processo gradual de mudança social, sugerindo o emprego de estratégias para produzir mudança, de maneira contínua • Não existe ponto de chegada • Nenhuma sociedade atinge um estágio pleno de desenvolvimento, embora usese a terminologia: países desenvolvidos, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento 27 PNUD – ênfase à política O desenvolvimento humano envolve desafios sociais, tecnológicos e econômicos, mas também institucionais e políticos, com ênfase à governança, ao papel do Estado, à democracia e à participação PNUD (2002): “a política é tão importante quanto a economia para um desenvolvimento bemsucedido” - participação democrática meio e fim - ênfase às estruturas de governança democrática 28 Desenvolvimento, política e liberdade Amartya Sen – Desenvolvimento como liberdade – A expansão da liberdade humana como principal fim e principal meio do desenvolvimento 29 Desenvolvimento sustentável... “...desenvolvimento que busca atender as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” Econômico (Fonte: Relatório Brundtland, 1987) Ambiental Social 30 • Solidariedade: – inter-gerações – intra-geração: minorias e desigualdades – inter-espacial: entre regiões e países Como ter solidariedade com gerações futuras se as necessidades atuais não são satisfeitas? 31 Desenvolvimento alternativo ou solidário • cidadania, inclusão de setores marginalizados e subordinação do econômico a outros objetivos e valores • muito variado: toma forma a partir de 1970 • não rejeita o crescimento econômico, porém busca alternativas ao capitalismo emancipatórias e viáveis • crítica à estrita racionalidade econômica e à idéia de que a economia é uma esfera independente da vida social, que exige sacrifício de bens e valores sociais, políticos, culturais e naturais • ênfases: local, sociedade civil, comunidades marginalizadas como sujeitos e não como objetos de programas de desenvolvimento, estratégias de baixo para cima • insere-se nessa proposta a idéia de Economia Solidária alternativa solidária dentro do capitalismo 32 Alternativas ao desenvolvimento • Especialmente entre os ecologistas • Rejeição da própria idéia de desenvolvimento econômico • Proposição de estratégias antidesenvolvimentistas • Consumerismo verde e consumerismo ético X anticonsumerismo 33 Quais podem ser os papéis dos indivíduos, enquanto cidadãos, consumidores ou membros de uma organização produtiva, para a promoção da ética, da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável? 34 Interdependência entre as dimensões de ação Indivíduo Organização Sociedade 35 Sustentabilidade, Comportamento e Consumo Consciente • “Consumir com consciência do impacto do ato do consumo sobre a própria pessoa, as relações sociais, a economia e a natureza, buscando mobilizar outras pessoas na mesma direção.” • Ato de consumo como ato político • Consumo como instrumento de bem estar e não como fim em si mesmo • “Ser” ou “Ter” como elementos que definem a identidade • Entre os 20% da população mais rica, em 40 anos, o consumo aumentou 14 vezes Fonte: palestra Helio Mattar / Instituto Akatu - Salvador, outubro 2006. 36 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Consumo como fenômeno histórico Séculos XVIII e XIX - Revolução Industrial: aumento da capacidade produtiva Séculos XIX e XX - de sociedade agrícola para sociedade urbana Século XX - Publicidade + Novos produtos, serviços e tecnologias Necessidades Desejos Cultura de consumo Satisfação 37 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Consumo como fenômeno... Econômico produção, atendimento de necessidades, renda, riqueza, liberdade definição ampliada de economia / definição ampliada de consumo: consumo como instrumento de bem estar e não como fim em si mesmo (Mattar, 2006) desafio: entre os 20% da população mais rica, em 40 anos, o consumo aumentou 14 vezes (Mattar, 2006) Social padrões de consumo influenciados pelo habitus (Bourdieu, 1996) fenômeno individual e relacional Político ato de consumo como ato político (Mattar, 2006) “a política é tão importante quanto a economia para um desenvolvimento bem-sucedido” (PNUD, 2002) Cultural valores, ética identidade - “Ser” ou “Ter” como elementos que definem a identidade (Mattar, 2006) 38 Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Papéis dos consumidores Consumidores podem punir (boicotar, protestar) 1. Empresas e produtos com elevado grau negativo de impacto social e ambiental Consumidores podem premiar 1. Novas concepções de negócios, atentas aos desafios econômicos, sociais e ambientais da atualidade 2. Empresas que não demonstram compromisso e avanços contínuos no campo da ética e da responsabilidade social e ambiental 2. Atendimento a novas necessidades e a demandas não atendidas de certas populações Consumidores podem refletir 3. Empresas mais avançadas em suas práticas em termos éticos e de responsabilidade social e ambiental 1. Refletir continuamente sobre seus padrões de consumo e redefini-los, com consciência dos impactos de suas decisões 2. Influenciar outras pessoas para que também o façam 39 Calculando a pegada ecológica No teste criado pela Redefining Progress, cada pessoa pode calcular o impacto de seu modo de vida sobre o planeta, considerando fatores como: Clima da região em que vive Tipo de moradia Fontes de energia utilizadas na moradia Materiais utilizados na construção e mobília Tipo de veículo para transporte Percursos percorridos Hábitos cotidianos para poupar energia e água e de reciclagem Tipo de alimentação Origem dos itens de alimentação Hábitos gerais de consumo, como freqüência de substituição de bens 40 Fonte: http://www.myfootprint.org/en/visitor_information/ Calculei minha pegada: se todas as pessoas no planeta tiverem estilo de vida similar ao meu, precisaremos de: 1,09 Planetas Terra Comparando minha pegada com a média brasileira: 41 Fonte: http://www.myfootprint.org/en/quiz_results/ Consumo Consciente: Dilemas e Caminhos Mas há limites, retrocessos, o processo não é linear... A Pesquisa “Responsabilidade Social das Empresas: percepção do consumidor brasileiro (2006-2007), realizada pelo Instituto Akatu, mostra que, em comparação com os anos 2000 e 2007: “O brasileiro está menos engajado em ações do que há alguns anos: premia e pune menos as empresas do que fazia no passado” Para conhecer os dados da pesquisa na íntegra, basta acessar o link: http://www.akatu.org.br/akatu_acao/publicacoes/responsabilidade-social42 empresarial/rse-percepcao-do-consumidor-brasileiro-2006-e-2007 Exemplo de empresa americana: • Medo de que não priorizar os acionistas (shareholders) no planejamento estratégico, em favor dos stakeholders gerasse queda no valor das ações • O que aconteceu foi uma queda no valor das ações em função de problema de qualidade não comunicado aos consumidores Fonte: Oded Grajew (The Global Compact Learning Forum 2003) 43 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial • Surgimento e evolução • Ênfases: auto-avaliação e aprendizagem • Temas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Valores, Transparência e Governança Público Interno Meio Ambiente Fornecedores Consumidores e clientes Comunidade Governo e Sociedade 44 Indicadores Ethos de RSE Justificar Indicadores Ethos de RSE 46 Indicadores Ethos de RSE 47 Etapas do processo de trabalho com Indicadores Ethos * Elaborar Balanço Social 1) Escolher facilitadores internos 3) Criar grupos de trabalho por temas, definir lideranças e agenda 11) Avaliar ações implementadas 10) Implementar as ações 2) Capacitar os facilitadores Ciclo PDCA 4) Discutir por tema e preencher os indicadores 9) Planejar novas ações 8) Apresentar e avaliar o relatório 7) Baixar relatório do site do Ethos 5) Consolidar os temas 6) Enviar dados ao Ethos pelo sistema 48 Gestão questões sociais -Natureza utilitária management) -Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão estratégica Abordagem gerencial ou estratégica -RSA como vantagem competitiva e como oportunidade de negócio (Social issues 49 “Empresas ganhadoras e líderes do Século 21 são as que incorporam as oportunidades que emergem do conhecimento e da análise dos desafios, tendências e expectativas da sociedade, integrando-os em suas estratégias e fazendo o que sabem fazer de melhor – negócios, de maneira que seu engajamento seja sustentável”. Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) 50 Quatro pilares das empresas de sucesso 1. Novos conhecimentos - esforços disciplinados de leitura das expectativas, tendências e desafios das sociedades e do planeta, incorporando tais conhecimentos a suas estratégias; Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) 51 Quatro pilares das empresas de sucesso 2. Identificação de oportunidades de negócios nesses desafios, fazendo aquilo que fazem de melhor, como inovar para apresentar soluções e produtos que incluam novos setores da sociedade na solução dos problemas. Para isso: – diálogo com outros setores da sociedade, – parcerias para solução de problemas, – pressão saudável sobre os governos, para serem mais eficientes, ambiente de negócios propício para fazer investimentos; – comércio justo entre os países; – legislação simples e transparente para os investimentos que apóiam o crescimento, em especial da pequena e média empresa; – investimentos em infra-estrutura necessária ao desenvolvimento; 52 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Quatro pilares das empresas de sucesso 3. Alinhamento dessas oportunidades de negócios com as estratégias centrais (core strategies) da empresa; 53 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Quatro pilares das empresas de sucesso 4. Inclusão de medições de resultados em longo prazo; 4.1 incorporação da visão e dos valores da responsabilidade social por todos os empregados, para mudança cultural que vai além do líder ou do responsável pela parte social e ambiental; 4.2 ferramentas, sistemas e processos que integrem essa visão dentro de seu planejamento e de sua vida diária, 4.3 sistemas de incentivos de executivos e empregados dentro dessa visão. 54 Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006) Negócios na base da pirâmide Stuart L. Hart “Capitalism at the Crossroads: The Unlimited Business Opportunities in Solving the World´s Most Difficult Problems” (2005) Brasil: “Capitalismo na Encruzilhada” (2006) C.K. Prahalad A Riqueza na Base da Pirâmide Brasil (2005) Redução da pobreza e da desigualdade via mercado 55 Negócios na base da pirâmide • Modelo de negócios que passa pela melhoria da qualidade de vida das pessoas mais carentes, exigindo respeito à diversidade cultural e conservação da integridade ecológica do planeta, por meio de negócios lucrativos. • Comprometimento com as populações locais, buscando soluções mais apropriadas a necessidades específicas, aproveitando recursos locais, com menor impacto sobre o ambiente • Soluções criativas, inovadoras • 4 bilhões de pessoas – renda inferir a US$ 1,5 mil por ano 56 Novos negócios... • • • • • • • • • • Novas fontes de energia Eficiência no uso de recursos energéticos Reciclagem e logística reversa Ecodesign Produtos “selo verde” – consumo verde, consumo ético, consumo consciente Comércio Justo – Fair Trade Mercado de Créditos de Carbono – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo Sistemas alternativos de transporte Dos produtos aos serviços ... 57 Cadeia Produtiva Seqüência de operações interdependentes que têm por objetivo produzir, modificar e distribuir um produto. Fonte: Zylbersztajn, Farina & Santos (1993). Os atores da cadeia produtiva São todos os agentes tomadores de decisão que podem interferir na coordenação da cadeia. Assim, são atores da cadeia os produtores, os industriais, os distribuidores, os consumidores.... Fonte: (Zylbersztajn, Farina & Santos, 1993). De cadeia produtiva para cadeia de valor Todos os integrantes agregam valor ao produto ou serviço e são remunerados de modo justo por sua contribuição. Cadeia Produtiva Cadeia de Valor • Embalagens Sustentáveis • Incentivo à produção de orgânicos • Investimento em •tecnologia Neutralização no •Regionalização dos • Encontros das Emissões de com abastecimento Produtores Carbono Fornecedores • Retail Link • Parcerias com Sustentáveis • Loja Sustentável Cooperativas deConscientes • Clientes •CD Escola • Desenvolvimento reciclagem de • Associados de parcerias • Campanhas lixo para geração de Conscientes Conscientização de renda • Boas Ações •Clube dos Produtores Selos Socioambientais • Os selos sociais visam a qualidade do produto e em que contexto o mesmo foi manufaturado. • Consideram o impacto no meio ambiente e também, por exemplo, uso ou não de mão-deobra infantil ou escrava. • Os selos sociais também difundem os princípios éticos da empresa, a relação desta com seus funcionários e clientes. Selos Socioambientais Fonte: www.akatu.org.br Como e por que os brasileiros praticam o consumo consciente 37% dos brasileiros declaram estar dispostos a pagar a mais por produtos com selo ambiental Pergunta: “Alguns fabricantes de diversos produtos pensam em lançar versões que contenham um selo que mostre que eles não fazem mal ao meio ambiente. O(a)a sr.(a) estaria disposto a pagar a mais por produtos com este selo ou só estaria disposto a pagar o mesmo?” Como e por que os brasileiros praticam o consumo consciente A disposição de pagar mais caro não cai se o valor do produto sobe obs.: % dos que estariam dispostos a pagar o preço proposto, dentre aqueles 37% que haviam previamente declarado se disporem a pagar um sobre-preço por um selo ambiental Comércio Justo Comércio justo consiste em uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior eqüidade no comércio internacional. Ele contribui para o desenvolvimento sustentável através do oferecimento a produtores marginalizados de melhores condições de troca e maiores garantias de seus direitos. (IFAT - International Federation for Alternative Trade) Comércio Justo Fundação O Boticário. Café e laranja Fairtrade Labelling Organizations International (FLO). Início em 1997 – 21 países. Uma organização guarda-chuva das 17 certificadoras nacionais na Europa, EUA, Canadá e Japão. Certificação do Café Bom Dia. TransFair USA. Pagam cerca de 20% a mais pelos grãos com o selo. 17 de Maio é o Dia Internacional do Comércio Justo Influência de diferentes atores na sustentabilidade • Empresas • Governos •Investidores e • Clientes empresariais credores • Consumidores –Investidores privados • ONGs –Empreendedores • Mídia –Capitalistas de risco • Organismos internacionais • ... 69 “Criando valor” - possíveis correlações entre fatores de sustentabilidade e sucesso comercial • Fatores de sustentabilidade – – – – Governança e gestão Engajamento stakeholders Melhora processo ambiental Produtos e serviços ambientais – Crescimento da economia local – Desenvolvimento da comunidade – Gestão de recursos humanos • Fatores de sucesso comercial – Crescimento receitas e acesso a mercados – Economia de custos e produtividade – Acesso ao capital – Gestão de riscos e licença para operar – Capital humano – Valor de marca e reputação 70 Finanças Sustentáveis 1. Ampliação do acesso a serviços bancários e a crédito 2. Microcrédito 3. Crédito responsável 4. Análise de crédito – Princípios do Equador 5. Financiamentos socioambientais 6. Seguros ambientais 7. Mercado de créditos de carbono 8. Fundos de investimento socialmente responsáveis 9. Transparência 10. Combate à lavagem de dinheiro 11. Segurança da informação 71 Socially Responsible Investing (SRI) • • • • • • Família criada em 1999 Considera Best in class em cada categoria/setor Triple Bottom Line – econômico, social e ambiental Influencia investimentos de 5,6 bilhões de dólares por ano 30 Set - + de 300 empresas, 57 setores, diversos países Brasileiras (30 Set 2008): – – – – – – – – Aracruz Celulose SA Banco Itaú Holding Financeira Banco Bradesco SA Itausa Investimentos Itaú SA CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) Petrobras Usiminas Votorantin Celulose e Papel 72 2005 – 28 empresas brasileiras (de 121 convidadas) 2006/2007: 34 empresas, 43 ações, 14 setores, Valor de mercado: R$ 700.7 bilhões – 48,5% de capitalização da Bovespa Dimensões de análise: 1. Geral 2007/2008 – 30 empresas, 38 ações 2. Governança Corporativa Conselho: Bovespa, ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Ethos, MMA, + PNUMA. 3. Econômica e financeira 4. Ambiental 5. Social 73 Fundos de ações sustentabilidade / governança • Vários bancos criaram fundos de ações para investimentos em empresas com melhor desempenho em critérios relativos à responsabilidade social e sustentabilidade: Abn Amro Fi Acoes Ethical Ii; Abn Amro Fiq Acoes Ethical; BB Acoes Indice Sustent Empres Ficfia; BB Top Acoes Indice Sustentab Empres Fia; Brad Prime Fic Fia Ind Sust Empresarial; Brad Prime Ficfia Governanca Corporativa; Bradesco Fia Governanca Corporativa; Bradesco Fia Indice De Sust Empresarial; Bradesco Fic Fia Governanca Corporativa; Bradesco Fic Fia Planeta Sustentavel; Caixa Fi Acoes Ise; Fia Sustentabilidade; Hsbc Fia Sustent Empresarial – Ise; Hsbc Fic Fi Acoes Sust Emp Funcionario; Itau Empresa Govern Corp Acoes Ficfi; Itau Excelencia Social Acoes Fi; Itau Excelencia Social Acoes Ficfi; Itau Governanca Corporativa Acoes Fi; Itau Governanca Corporativa Acoes Ficfi; Itau Governanca Corporativa Acoes Ficfi; Itau Pers Excelencia Social Acoes Ficfi; Itau Person Governanca Corp Acoes Ficfi; Itau Priv Excelencia Social Acoes Ficfi; Legg Mason Acoes Sustent Empresarial Fi; Safra Ise Fi Acoes; Unibanco Sustentabilidade Fia; Unibanco Sustentabilidade Fic Fia (FOLHA 74 ON LINE, 2009) Tipos de Investimento Social Privado • • • • • • Investimento social corporativo Investimento social comunitário Investimento social familiar Venture philanthropy Diaspora philanthropy Social investment funds 75 GIFE – GRUPO DE INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E EMPRESAS Estágios da Gestão do Investimento Social Privado Ao longo de seu envolvimento com a área social, as empresas costumam passar por diferentes fases. Atualmente, apesar do discurso na área privada já estar bastante “profissional”, a prática ainda se aproxima mais das fases 1 e 2 Este modelo deve ser entendido como a descrição de tipos “ideais” – não se espera que sejam encontrados perfeitamente na observação de situações reais A seguir vem uma breve descrição de cada fase. Por último, mostra-se um detalhamento das principais dimensões e indicadores que devem ser observados ao se entender quais os estágios que melhor descrevem o momento da organização estudada 76 GESTÃO DO ISP nesta fase, as organizações geralmente se envolvem por decisão pessoal do fundador ou dos diretores, atuando de forma pouco estruturada (campanhas esporádicas, doações eventuais, reagindo a demandas da comunidade) 1 à medida que o envolvimento aumenta, é comum a empresa começar a financiar e/ou desenvolver diversos projetos, nas mais diversas áreas, sem se preocupar se fazem sentido entre si ou se estão alinhados com a empresa 2 essa fase é caracterizada pela busca de foco, em geral como resultado de algumas perguntas fundamentais: qual o sentido do que estamos fazendo? que resultados os projetos estão alcançando? como podemos melhorar nossa ação nessa área? 3 se os meses de busca derem resultado, inicia-se uma ação social mais estruturada, com clareza dos objetivos e das estratégias para atingi-los. É muitas vezes nesse momento em que se criam ou se reestruturam institutos / fundações 4 algumas poucas organizações chegam a este último estágio, passando a se preocupar 5 com a questão de escala: como ampliar o impacto da ação desenvolvida? como beneficiar, além da comunidade local, o sistema público como um todo? DIMENSÃO DOS RESULTADOS DIMENSÃO DOS PROCESSOS GESTÃO DO ISP Estrutura Decisória personalista / não-estruturada organizada, governança estruturada Planejamento e Plano de Ação reativo, modelos mentais não-sociais planej. estratégico, ações organiz. Recursos (humanos, financeiros) voluntarismo, não regular quadros técnicos, sustentabilidade Alinhamento com a empresa nenhum alinhamento estratégico Relacionamentos Externos (comunicação, parcerias, comunidade) reativo, desconhecimento planejado, integrado e coerente com a ação social Definição do programa “criatividade ingênua” busca por modelos de referência Execução / Acompanhamento ou faz tudo ou acompanha de longe atenção ao o processo Avaliação se faz, é primitiva foco em processo e resultado Para os beneficiários minoração dos problemas/ sintomas causas / emancipação Para a empresa / organização satisfação pessoal do líder retorno positivo e “educação social”, boa influência na cultura da empresa Impacto desejado melhoria local, pontual escala, mudança de sistema IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – www.ipea.gov.br/asocial Região Montante Investido* 2000 Montante / PIB 2004 2000 2004 Sudeste 5,7 bilhões 3,3 bilhões 0,66 0,34 Nordeste 406,6 milhões 537 milhões 0,20 0,22 Sul 500 milhões 562,7 milhões 0,19 0,19 Centro-Oeste 184 milhões 240,8 milhões 0,16 0,18 Norte 75 milhões 93,8 milhões 0,10 0,11 Brasil 6,9 bilhões 4,7 bilhões 0,43 0,27 Gasto Social em Ações para a Comunidade - INPC Em valores constantes de 2004. Deflacionado pelo INPC médio anual . Fonte: IPEA/Pesquisa Ação Social das Empresas, 2006 79 Questões para debate (Texto: Maria Celia Paoli – Bibliografia recomendada) • Filantropia empresarial: não questiona modelo político que gerou exclusão • As privadas são mais eficientes? Noção de gestão eficaz de recursos sociais, distribuídos aleatória e privadamente, em lugar da deliberação participativa ampliada sobre os bens públicos • Estado visto como incompetente • Despolitização da questão social • Ação social das empresas: não constitui espaço público e controle público • De cidadãos designados como sujeitos de direitos 80 a receptores de favores e generosidades Questões para debate (Paoli) • Investimento social das empresas pode preservar as hierarquias tradicionais que produzem o “disempowerment” dos cidadãos • Cidadãos de 2a e 3a classe que dependem das intenções, interesses e flutuações dos acertos e enganos próprios ao mundo mercantil e inerentes a sua “liberdade” • Trazer mais a questão para o campo da política e menos da virtuosidade • Nada poderia ser dito contra, se estivéssemos em uma sociedade que garantisse direitos universalizados 81 Lester Thurrow: distinção entre líderes e exploradores 82 Minha alma – a paz que eu não quero (O Rappa) A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego Pois paz sem voz, paz sem voz Não é paz, é medo Às vezes falo com a vida Às vezes ela me diz Qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz 83 Governança e Cidadania Corporativa • Conjunto de princípios e sistemas de gestão destinados à criação ou preservação de valor para a sociedade – Governança corporativa (métodos de gestão da empresa: estrutura e estratégias) – Governança ambiental (meios de preservação do meio ambiente) – Governança pública • • • • Considera custos sociais Comportamento oportunista x princípios de governança Para além das obrigações legais Expectativa de aumento das chances de sustentabilidade a longo prazo 84 Governança e sustentabilidade •Modelos de gestão que valorizam a cooperação, a participação e a representação de interesses diversos •Padrões de decisão flexíveis •Ambientes e processos decisórios complexos Empresas com capacidade/habilidade para conciliar interesses diversos Melhor capacidade de gestão Sustentabilidade (da empresa e da sociedade) 85 Governança Corporativa e Sustentabilidade • Convicção de que a sustentabilidade empresarial está ancorada na prática consistente de três processos: • Engajamento das partes interessadas • Transparência • Prestação de contas (accountability) • Combina adesão voluntária e pressão dos stakeholders 86 Governança Corporativa • É o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre: – acionistas/cotistas – conselho de administração – diretoria – auditoria independente – conselho fiscal. •As boas práticas de governança têm a finalidade de: •aumentar o valor da sociedade • facilitar seu acesso ao capital e • contribuir para sua perenidade 87 Fonte: www.ibgc.org.br Melhores práticas de governança corporativa no Brasil a. Reforma na Lei das S.A. (2001) – objetivo: fortalecer o mercado de capitais no Brasil - mais transparência e credibilidade b. Criação do Novo Mercado pela Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa; c. Linhas de crédito oferecidas pelo BNDES, incentivando a criação de novas sociedades anônimas e a adoção de boas práticas de governança corporativa; d. Novas regras de investimento por parte de fundos de pensão; e. Projetos de reforma das demonstrações contábeis. Fonte: IBGC, 2007 88 Governança e Responsabilidade social: pactos, normas e ferramentas de gestão • Gerais ou Universais – Declaração dos Direitos Humanos – Declaração do Rio ou Agenda 21 – Carta da Terra – Protocolo de Quioto – Metas do Milênio – ... • Específicos (por setor ou país) – – – – – – – – – Normas Série ISO AA 1000 SA 8000 OHSAS 18001 Princípios de Governança Corporativa (OCDE) Balanço Social Global Reporting Initiative (GRI) The Global Compact (Pacto Global) ... 89 Leitura e debate a respeito de normas, pactos e certificações relacionados à responsabilidade social empresarial 90 AS METAS DO MILÊNIO 91 Fonte: www.pnud.org.br • Princípios de Direitos Humanos 1. Respeitar e proteger os direitos humanos; 2. Impedir violações de direitos humanos; • Princípios de Direitos do Trabalho 3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho; 4. Abolir o trabalho forçado; 5. Abolir o trabalho infantil; 6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho; • Princípios de Proteção Ambiental 7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8. Promover a responsabilidade ambiental; 9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente. • Princípio contra a Corrupção 10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina. 92 Fonte: www.pactoglobal.org.br Objetivos das empresas ao adotar modelos reconhecidos de relatórios / balanços sociais Principal: Agregar valor à marca (estratégia de mercado) Podem servir, também, para: – avaliação – avanços na gestão, – diálogo com partes interessadas – relação com investidores – construção da reputação 93 Balanços sociais no Brasil • Modelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Criado em 1997 – Principal vantagem: simplicidade • Guia do Instituto Ethos – Lançado em 2001 – Sugere princípios e critérios para elaboração de balanços sociais: www.premiobalancosocial.org.br • • • • • • Relevância Veracidade Comparabilidade Regularidade Verificabilidade Clareza 94 Etapas da construção do balanço social Planejar o trabalho e escolher a estrutura (modelo) Designar participantes Publicar e (internos e externosdivulgar o relatório stakeholders) Verificar e auditar as informações Elaborar e analisar o texto Coletar dados e informações Consolidar os dados 95 Erros comuns na construção de relatórios 1. Confundir com divulgação de investimento social 2. Mais aparência do que transparência - muitos relatórios: “parabéns para mim mesmo” 3. Uso de materiais não sustentáveis para impressão e divulgação 4. Gasto excessivo 5. Não consultar sequer o stakeholder interno (público interno, muitas vezes, nem sabe o que é) 6. Deixar para a última hora e só preencher mecanicamente as informações 96 Global Reporting Initiative – GRI (www.globlalreporting.org) • • • • • Ong internacional de origem ambiental – CERES – Boston Motivação: canal de diálogo e exposição pública de informações sobre as empresas Objetivo principal: transparência Foco: multistakeholders Versões: 1999, 2002 e 2006 • • Diretrizes GRI – diretrizes para elaboração de relatórios que abordam aspectos relacionados à sustentabilidade econômica, social e ambiental das organizações Divididas em: – Princípios – Indicadores de performance (econômico, ambiental, trabalho, direitos humanos etc.) – Protocolos técnicos (buscam padronizar formas de coleta de dados) 97 • Brasil • Amplo processo de discussão pública das diretrizes, com participação de distintos setores • Em construção: sistema eletrônico para envio de dados (comparabilidade) • Novo foco: valorização pelo mercado financeiro para a tomada de decisões • Por ser de âmbito global, padrões são avançados para alguns países, – Grupo de discussão GRI (Ethos, Aberje, FGV/Ces, IBGC, Apimec, Abrapp, Observatório Social,...) – foco em setores críticos (mineração, agribusiness, petróleo e gás, indústria química) – Possibilidade de indicadores específicos para o país elementares para outros 98 Para reflexão... • É possível combinar a visão de longo prazo da perspectiva sustentável com a visão de curto prazo da lógica do mercado? • Como alinhar sustentabilidade e competitividade? • É possível um “capitalismo sustentável, que preserva recursos disponíveis e, ao mesmo tempo, incentiva o consumismo? 99 • “Temos muitos problemas, mas possuímos todos os recursos para resolvê-los.” • É preciso “vontade política de fazer esta escolha”. • Pelo poder que concentram, empresas não podem ficar fora da discussão e das ações • Estratégia das duas cenouras Oded Grajew (The Global Compact Learning Forum 2003) 100 “A questão principal não é a tecnologia, mas a política. O grande desafio do século XXI é da mudança do sistema de valores que está por trás da economia global, de modo a torná-lo compatível com as exigências da dignidade humana e da sustentabilidade ecológica.” Fonte: (Capra, 2002, pg. 268) 101 Fatores que mais influenciam movimento da RSE atualmente Fundos de investimento socialmente responsáveis Opinião pública Oportunidades de mercado (estratégias focadas na base da pirâmide) Identidade (empresas não querem ser identificadas como poluidoras, exploradoras etc) Oportunidade de redução de custos Fonte: palestra Philip Mirvis – UFBA 2006 102 Limites e dilemas do movimento da RSE Interno: o central é ganhar dinheiro; responsabilidade social é secundário Crença de que o papel central na área social não é das empresas Ninguém quer ser o responsável pela definição de novos padrões (colocar a cabeça à frente do grupo) Natureza das empresas e do sistema na qual estão inseridas Pouco poder de pressão da sociedade sobre as empresas A maioria das empresas ainda prioriza a filantropia 103 Tendências no discurso do movimento da RSE • Responsabilidade social empresarial rima com desenvolvimento sustentável • Problemas sociais e ambientais como oportunidades de negócios • Responsabilidade social empresarial como diferencial competitivo • Profissionalização da gestão • Articulação e consolidação de ferramentas de gestão • Incentivo a novas estratégias de pressão sobre as empresas • Gestão da responsabilidade social na cadeia de valor • Permeabilidade das fronteiras entre público e privado - espaço público compartilhado • Noção de co-responsabilidade pelas questões públicas 104 Embora reconheçamos limites e desafios da responsabilidade social empresarial... • É importante reconhecer que: – a capacidade coletiva de ação é essencial para políticas justas e redistributivas – pelo poder que concentram, empresas não podem estar fora do debate público e da renegociação do pacto social – é importante fortalecer a identidade, capacidade ou vocação de cada tipo de organização, ao mesmo tempo em que se fortalece a integração entre elas • É necessário construir mecanismos institucionais e organizacionais de relação que promovam justiça social 105 Indicações para consulta Instituto Ethos de Empresas e Resp. Social www.ethos.org.br Grupo de Institutos, Fundações e Empresas www.gife.org.br Compêndio para a Sustentabilidade On-Line www.institutoatkwhh.org.br/compendio Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social – CIAGS/UFBA www.gestaosocial.org.br Instituto Brasileiro de Governança Corporativa www.ibgc.org.br PNUD - Brasil www.pnud.org.br Conferências Interamericanas sobre Responsabilidade Social www.csramericas.org ISO 26000 www.iso.org/sr Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA (ISE) www.isebovespa.fgvsp.br Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP – FGV Ces www.ces.fgvsp.br Instituto Akatu www.akatu.org.br 106 “... a realidade não se reduz ao que existe. A realidade é um campo de possibilidades em que têm cabimento alternativas que foram marginalizadas ou que nem sequer foram tentadas” (Santos e Rodríguez, 2002:25) Ampliação do espectro do possível Práticas suficientemente utópicas para desafiar o status quo e suficientemente viáveis para não serem descartadas 107 www.monterreyforum2007.org 108 Sobre realidade e esperança... O tipo de esperança sobre a qual penso freqüentemente,...compreendo-a acima de tudo como um estado da mente, não um estado do mundo. Ou nós temos a esperança dentro de nós ou não temos; ela é uma dimensão da alma, e não depende essencialmente de uma determinada observação do mundo ou de uma avaliação da situação... [A esperança] não é a convicção de que as coisas vão dar certo, mas a certeza de que as coisas têm sentido, como quer que venham a terminar. Václav Havel, In: Capra, 2002, pg. 273 109 A novidade Música de Bi Ribeiro, Hebert Vianna e João Barone Letra de Gilberto Gil 110 Paula Chies Schommer E-mail: [email protected] 111