PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇAO EM GESTÃO AMBIENTAL-UFES Avaliação de Bioindicadores de Qualidade de águas Prof. Servio Tulio Cassini Labsan - PPGEA-UFES Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambienta/UFES Microbiologia de Águas Tipos e Usos das Águas Legislação Metodologias Tubos Multiplos (NMP) Membrana Filtrante (MF) Substrato Cromogênico (SC) Exemplo de Biomonitoramento de ambiente costeiro (Vitoria, E.S.) Principais Tipos e Usos das Águas Abastecimento Doméstico Irrigação Recreacional “Produto Comercial” Lançamentos “Reuso” DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA Patógeno Aeromonas spp Pseudomonas Infecção Água Infecções de feridas e doce/marinha gastroenterites Campylobacter spp Enteritis doce/marinha Candida albicans Dermatites doce/marinha Clostridium spp Botulismo, tétano, gangrena doce/marinha gasosa, gastroenterites Cryptosporidium spp Gastroenterites doce/marinha Escherichia coli OSH11 Gastroenterites doce/marinha Giardia spp Gastroenterites doce/marinha Pseudomonas spp Dermatite folicular, otite doce/marinha externa Salmonella spp Febre entérica, gastroenterite doce/marinha Shigella spp Disenteria bacilar doce/marinha Staphylococcus spp. Infeção de tecidos, doce/marinha bacteremia Vibrio spp Cólera, infecções de feridas estuarina/marinha Fonte: Efstratiou (2001) Yersinia spp Gastroenterites doce/marinha OS BIOINDICADORES Indicam a POSSIBILIDADE de ocorrência de patógenos na amostra Ocorrencia simultanea com patógenos com a presença de fezes esgotos domesticos Muito caro e trabalhoso ( talvez impossível) avaliar diretamente TODOS os patógenos nas amostras de águas. Indicador Biológico Ideal Presente em todos os tipos de água Ocorrência e desaparecimento concomitante com patogênicos Densidade populacional diretamente relacionada com o grau de contaminação Maior sobrevida que a dos patogênicos Ausência em água potável Fácil detecção e recuperação laboratorial Não prejudicial à pessoas e animais Manipulação segura Bioindicadores Utilizados • • • • • • Coliformes totais Coliformes Termotolerantes (fecais) Coliforme específico: Escherichia coli Estreptococcus fecais (Enterococcus) Pseudomonas aeruginosa ovos de helmintos “Coliformes” • Bacilos Gram-negativos não esporulados • Aeróbios ou Anaeróbios facultativos • Fermentam a lactose com produção de gás (48 h a 35oC ou 44,5 oC) • Desenvolvem colônias vermelhas com brilho verde metálico (24 h a 35oC) em meio Endo contendo Lactose • Apresentam atividade de B-galactosidase (enzima que desdobra a lactose ou substratos análogos tais como o ONPG desenvolvendo cor amarelada no meio) Grupo Coliforme • Indicador referenciado na legislação • Além da E. coli inclui os gêneros: – Klebsiella – Enterobacter – Citrobacter Coliformes “Ambientais” Coliformes Termotolerantes • XI - coliformes termotolerantes: bactérias gramnegativas, em forma de bacilos, oxidase-negativas, caracterizadas pela atividade da enzima -galactosidase. • Podem crescer em meios contendo agentes tensoativos e fermentar a lactose nas temperaturas de 44º 45ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. • Além de estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal; • ANTIGAMENTE E ERROONEAMENTE DENOMINADAS COLIFORMES FECAIS O GRUPO COLIFORME Bactérias Entéricas: (Gram + ou -) Ex: Staphylococcus aureus, Bacteroides fragilis, e Enterococcus faecalis Enterobacteriaceae : (Gram -). Gêneros: E.coli, Shigella, Salmonella, Enterobacter, Klebsiella, Serratia, Proteus Grupo Coliforme: coliformes totais e fecais (termotolerantes) Termotolerantes: E. coli, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. E. coli E.coli Resumo: Enterobactérias e Coliformes Enterobactérias Coliformes Totais ou “Ambientais” Coliformes fecais Escherichia coli Enterococcus Bioindicador referenciado na legislação CONAMA 274/2000 Características: • Cocos Gram (+) grupo Estreptococos fecais •Intestino de Animais homeotermicos ---> poluição fecal •> Tolerancia a ambientes marinhos Legislação Qual. Águas Nova Legislação • CONAMA 20/86 357 17/03/2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. • 274/2000 Dispõe sobre a qualidade das águas, em relação aos níveis estabelecidos para a balneabilidade, de forma a assegurar as condições necessárias à recreação de contato primário; • MS 36/90 -------> 1469/2000 Especifica os requisitos de amostragem e analises de aguas de abastecimento público OMS 1993 Recomendações PADRÕES DE BALNEABILIDADE RESOLUÇÃO CONAMA 274/2000 Parâmetro CT 1 Categorias (NMP/100ml) Excelente Muito Boa Satisfatória Imprópria 3 3 3 3* 1,25.10 2,5 .10 5,0.10 > 5,0.10 CF 2,5.102 5,0.102 1,0.103 > 2,5.103* E. coli 2,0.102 4,0.102 8,0.102 > 2,0.103* Enterococos 25 50 1,0.102 > 4,0.102* Legenda: as águas na categorias excelente, muito boa e satisfatória são assim consideradas em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtida em cinco semanas, no mesmo local. * valor obtido na última amostragem 1 Padrão da Legislação CONAMA 20/86. LEGISLAÇÃO DE BALNEABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO País USA EPA (mar) USA EPA (água doce) Canadá (água doce) Canadá (mar) Venezuela (mandatório) França Brasil (mar) Brasil (água doce) C. Fecais E. coli 1000 5000 200 2500 2500 126 200 200 400 500 2000 2000 Fonte: Adaptado de Efstratiou apud WHO/ US EPA (1999). Legenda: número de microrganismos/100ml. Enterococos 35 33 35 400 - Cuidados na coleta • Colher a amostra em recipiente esterilizado • Até 4/5 da capacidade do frasco • Água com cloro: 0,1 ml de tiossulfato a 10% • Água bruta que contenha metais pesados: 0,3 ml EDTA a 15% METODOLOGIAS MAIS UTILIZADAS PARA REALIZAÇÃO DOS TESTES MICROBIOLÓGICOS Tubos Múltiplos Membrana Filtrante Substrato Cromogênico Tubos Múltiplos (NMP) (Procedimento p/ 5 ou 10 Tubos) Inocular tubos com Caldo Lauril Triptose 24±2 hrs @35 ± 0.5º C Presuntivo Gás/ácido=Positivo Sem gás / ácido=Negativo Transfere p/ Caldo Verde Brilhante Incubar 48 ±hrs/35 º C Confirmativo Gás=Positivo Incubar mais 24 hr (48±3 hr total) Gás/ ácido Sem gás=Negativo Continua com ensaio completo Sem gás=Negativo Tubos Múltiplos - NMP Fermentação Caldo Lauril Triptose Diagnóstico: Formação de Gás Coliforme positivo para 2 tubos NMP: teste confirmativo Confirmação: Fermentação com Caldo Verde Brilhante Lactose - + + Gás Metodologia da Membrana Filtrante (MF) Suportes de filtração de polissulfona, vidro e aço de 47 mm manifold de PVC e bomba vácuo Como funciona a membrana filtrante Caldo m- Endo / Coliformes Totais Típicas (Brilho metálico) Atípicas Meio m-FC para detecção de Coliformes fecais Metodologia com Substrato Cromogênico / Fluorogênico • Baseia-se na utilização de substratos análogos à lactose (glicopiranosídeos) processados somente por Escherichia coli. • Exemplos: ONPG: Orto Nitrofenil galactopiranosídeo e MUG: MetilUmbeliferone Galactopiranosídeo • Ferramenta poderosa para indentificação de Escherichia coli (teste confirmativo) Detecção de Coliformes em Amostras De Águas Detecção de E. coli em Agar Nutriente com MUG Teste P/A Adição do meio com substrato à amostra Incubação por 24 h. Resultados Incolor: Negativo; Amarelo Coliforme total +; Azul Coliforme E. coli + Teste Quantitativo 1 5 Mesmas placas amarelas submetidas a luz ultra-violeta (UV) 4 Resultado Azul Ecoli 2 Se (-) e amarelo C. Total Negativo amarelo e positivo azul anomalo (impossível) 3 Tabelas de NMP 6 Resultados em numeros/100 ml Resultados de Biomonitoramento da Praia de Camburi Vitoria - ES Projeto Labsan-FACITEC 2000-2001 Bioindicadcadores Utilizados Coliformes Totais Coliformes Fecais E. Coli Enterococus Candida (Levedura) --> areia MATERIAL & MÉTODOS: ÁREA DE ESTUDO: PRAIA DE CAMBURI/ VITÓRIA/ES. 1, 1A e 1B 2, 2A e 2B 9, 9A Fonte: www.pmv.es.gov METODOLOGIAS Análises bacteriológicas segundo APHA (1995): CF meio A1, CT e E.coli Colilert®, Enterococos Enterolert®, Candida meio BIGGY. Análise de Candida com MF Cartelas do teste Colilert Médias Geométricas dos Bioindicadores Coliformes Totais Coliformes Fecais Outono Inverno Primavera 1,E+06 1,E+05 1,E+04 NMP CF /100 ml ou 100g de areia seca NMP CT/100 ml ou 100g de areia seca Verão 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A 1B 2 2A Pontos de Coleta 2B 9 Verão 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 9A NMP E. coli /100ml ou 100g de areia seca Outono Inverno Primavera 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A Inverno 1A 1B 2 2A Pontos de Coleta Primavera 2B 9 9A Enterococos 1B 2 2A Pontos de Coleta 2B 9 9A NMP Enterococos /100ml ou100g de areia seca E.coli Verão Outono Verão Outono Inverno Primavera 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A 1B 2 2A 2B Pontos de Coleta 9 9A Enterococos/Verão Sem. 2 Sem. 3 Sem. 4 Sem. 5 Média 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A 1B 2 2A 2B Pontos de Coleta 9 9A Sem. 1 NMP Enterococos/100ml ou 100g de areia seca NMP Enterococos/100ml ou 100g de areia seca Sem. 1 Enterococos/Outono Sem. 2 Sem. 3 Sem. 4 Sem. 5 Média 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A 1B 2 2A 2B Pontos de Coleta Sem. 5 Média 1 1A 1B 2 2A 2B Pontos de Coleta 9 9A Enterococos/Primavera 9 9A Sem. 1 NMP Enterococos/100ml ou 100g de areia seca NMP Enterococos/100ml ou 100g de areia seca Sem. 2 Sem. 4 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 Enterococos/Inverno Sem. 1 Sem. 3 Sem. 2 Sem. 3 Sem. 4 Sem. 5 Média 1,E+06 1,E+05 1,E+04 1,E+03 1,E+02 1,E+01 1,E+00 1 1A 1B 2 2A 2B Pontos de Coleta 9 9A COMPARAÇÃO ENTRE INDICADORES Coliformes Totais V O I P I I I S P P P P P P P P Coliformes Fecais V O I P I I S S P P P P P P P P 2 I I I MB I S S S I I I E I I I I 2A P P P P P P P P SP SP SP SP SP SP SP SP 2B P P P P P P P P SP SP SP SP SP SP SP SP 9 I I I I I I I I I I I I I I I I 9A P P P P P P P P SP SP SP SP SP SP SP SP Pontos 1 1A 1B V I SP SP E.coli O I I S SP SP SP SP P E SP SP Enterococos V O I P I I I I SP SP SP SP SP SP SP SP Amostragens realizadas na praia de Camburi durante as estações do ano em cinco semanas consecutivas, classificação quanto as categorias de própria (na água: Excelente, Muito Boa e Satisfatória) e impropria para água e areia de acordo com a Resolução CONAMA e Limite Proposto em Portugal respectivamente. Legenda: V(verão), O (outono), I (inverno), P (primavera); I (impróprio), P (próprio), E (excelente), S (satisfatório), MB (muito boa) Ponto 1A 1B 2A 2B 9A O 1 1 P 1 5 Candida I 1 P P P 5 P 3 2 P 1 4 Amostragens na praia de Camburi durante as estações do ano, em cinco semanas de monitoramento para a levedura do gênero Candida de acordo com o Limite Proposto em Portugal. Legenda: O (outono), I (inverno), P (primavera), P (próprio). Os números representam a frequencia em que o ponto amostrado ficou impróprio em cada estação do ano. Agradecimentos: • UFES (CT-DHS) • Laboratório de Saneamento CTDHS • Microbiologistas “tipo coliformes” • e... Sua paciência • M. Obrigado