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Novembro / Dezembro 2010
Novembro / Dezembro 2010
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Crea-RJ mais próximo do interior
Emissores de
gás e ordem
no trânsito
Por Agostinho Guerreiro
Nova tentativa
Em meio a 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas, que
realizada em Cancun, no México,
a China admitiu ser o principal
emissor de gás carbônico do planeta, o que foi considerado por
muitos um avanço. A questão, no
entanto, é que o país se recusa a
aceitar limites para as emissões
usando a justificativa de ser um
país em desenvolvimento que
precisa continuar seu crescimento econômico, enquanto os países desenvolvidos foram muito
mais poluidores ao longo de sua
história.
Um ano após o fracassso da
Conferência de Copenhague, onde se esperava como resultado
um grande acordo a respeito do
tema, o evento em Cancun está
impregnado de ceticismo. O fato
é que a reunião de representantes
de 190 países precisa superar a
antecessora e ter como fruto um
acordo que traga impactos políticos e metas a serem cumpridas.
China e Estados Unidos, como
maiores poluidores do planeta,
têm um papel crucial no debate.
Esperamos que seus representantes tenham a clareza de ver
que o que está em jogo não são
índices de desenvolvimento econômico, mas o futuro de todos
nós – sejamos ricos ou pobres.
Mudanças necessárias
A tentativa de moralização do
trânsito da cidade pelo prefeito
Eduardo Paes pode ser o início
da organização do caótico cotidiano carioca, mas apenas se for
realizada de forma séria e ordenada. A implantação do Bilhete
Único Carioca (BUC) e a mudança nas linhas de ônibus devem
levar em consideração o interesse dos passageiros, e não das
empresas do setor.
A Zona Oeste é uma das regiões
mais prejudicadas quando se trata de transporte público e um retrato da bagunça que impera na
cidade. Vans irregulares e linhas
de ônibus escassas já fazem parte da rotina. Por isso, é muito importante que os moradores desta região sejam servidos de forma mais efetiva. São constantes
as reclamações de que a duração do bilhete não comporta o
tempo que os moradores levam
para retornar de certos destinos,
como o Centro.
Cabe ao prefeito abrir os olhos e
ouvidos para a população e fazer o que todos esperam dele:
atender às necessidades dos cariocas.
Agostinho Guerreiro - Presidente do
Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro
(CREA-RJ)
Associado faça seu recadastramento ou
então associe-se e tenha os benefícios
dos convênios da ASAERLA
Recadastre-se em nosso site ou em
nossa sede e faça parte da nossa família
Av. Nilo Peçanha, nº 73 - Sala 05, Centro – Cabo Frio.
Tel: (22) 2645.6524 / 9968.4020
De segunda à sexta-feira das 09h às 17h30.
www.asaerla.com
As promessas de campanha
do Crea-RJ, liderados pelo presidente Agostinho Guerreiro,
no cargo há dois anos, estão se
concretizando. É notório o
crescimento da participação do
Conselho no interior e a aproximação com as associações
como a ASAERLA, uma das
mais atuantes no estado.
Para fortalecer o próprio
Crea-RJ e as associações do interior, a entidade realiza cursos em várias cidades através do
sistema de videoconferência.
Os cursos são realizados em
salas do próprio Crea. Uma
forma de estimular o credenciamento dos profissionais junto às entidades representativas
das classes é oferecer um desconto de 40% para os associados.
- A gestão atual pensa nas
entidades regionais como
grande força do Crea. É essencial que as associações se unam
em torno da profissão para
que tenham voz ativa – disse
o engenheiro Luiz Antônio
Cosenza, vice-presidente do
Crea-RJ.
Cosenza disse ainda que as
sedes regionais do Crea no interior estão sendo melhoradas,
inclusive a de Cabo Frio, que
tem previsão de instalações
Os engenheiros Octávio Caetano, Cosenza, Camelo e
Rogério na comemoração promovida pela ASAERLA
ampliadas, além de outras
melhorias. É possível que a
inspetoria mude para um prédio maior. Quanto aos salários dos funcionários o vicepresidente ressaltou que agora está colocando tudo em
ordem.
- Já está em funcionamento
um novo sistema corporativo,
assinamos um acordo coletivo
de salário e assim passamos a
pagar o piso salarial aos profissionais. Vamos implantar
um novo Plano de Cargos e Salários e em janeiro deve haver
novo concurso público para
todo o estado – disse.
Uma outra promessa de
campanha que tem sido cumprida é o repasse de parte do
valor da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para
as entidades de classe.
- Esse dinheiro não é do
Crea, é da entidade. Quando
assumimos, o caixa estava com
algo em torno de R$1 milhão
de reais aplicados, gerando juros. Agora esse dinheiro é entregue à origem – disse o vicepresidente.
Vice-Presidente do Crea-RJ aposta no
crescimento da ASAERLA em toda a região
“O crescimento da ASAERLA
é inevitável e será de extrema importância para fortalecer a profissão”. Essa é a opinião do engenheiro Luiz Antônio Cosenza,
vice-presidente do Crea-RJ. A
união é o passo para o fortalecimento e a ASAERLA já está à
frente de outras associações,
além de ter um bom diálogo
com o Crea.
- É mais fácil disseminar e divulgar ideais que defendam a
profissão quando se está dentro
de uma entidade com história e
força como é a ASAERLA – disse o vice-presidente que participou do churrasco de confraternização pelo Dia do Arquiteto e
do Engenheiro.
Cosenza elogiou os trabalhos
da ASAERLA e incentiva a união
dos engenheiros e arquitetos para
reivindicar pelos direitos da profissão. Para ele, não adianta criar
inúmeras entidades pequenas que
não tenham força.
- O sindicato dos Engenheiros
está abrindo delegacias em
Resende e em Macaé. Isso poderia ser acompanhado por outras
entidades em torno da ASAERLA,
que já tem 33 anos de existência.
Quanto mais forte é uma entidade maior é seu peso dentro do
sistema – disse.
Os diretores da ASAERLA estavam felizes com a presença do
vice-presidente do CREA-RJ e do
coordenador da Regional Leste, o
engenheiro Octávio José Caetano da Silva Júnior, que mesmo
com as agenda apertadas fizeram
questão de prestigiar a confraternização com os profissionais
da Região dos Lagos.
-A participação do Cosenza
e do Octávio em um evento nosso, num dia importante como o
Dia do Arquiteto e do Engenheiro nos mostra que estamos
no caminho certo-, disse o engenheiro José Deguchi Júnior,
vice-presidente da ASAERLA.
-Como presente pela data
ouvi do Cosenza para iniciarmos
a procura de uma nova e mais
ampla sede para a inspetoria do
CREA-RJ em Cabo Frio-, completou Deguchi Jr.
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PALAVRA DA DIRETORIA
A reestruturação da ASAERLA
Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA)
Centro - Cabo Frio - RJ
Tel.: (22) 2645-6524
e-mail: [email protected]
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EXPEDIENTE
Conselho Diretor biênio 2009-2010
PRESIDENTE:
- eng° Humberto Sanchez Quintanilha
VICE-PRESIDENTE:
- eng° José Deguchi Junior
DIRET
OR SECRETÁRIO:
DIRETOR
- eng° Luis Sérgio dos Santos Souza
DIRET
OR TESOUREIR
O:
DIRETOR
TESOUREIRO:
- eng° Raimundo Neves Nogueira
(Dokinha)
DIRET
OR TÉCNICO:
DIRETOR
- eng° Marco Aurélio dos Santos Abreu
DIRET
OR SOCIAL:
DIRETOR
- eng° Milton José Furtado Lima
DIRET
OR DE MEIO-AMBIENTE:
DIRETOR
- eng° Juarez Marques Lopes
DIR. DE REL
AÇÕES
RELAÇÕES
INSTITUCIONAIS:
- eng° Ricardo Valentim Azevedo
DIRET
ORES DE PUBLICAÇÕES:
DIRETORES
- eng° Fernando Luiz F. Caedoso
- eng° Luis Carlos da Cunha Silveira
COMISSÃO FISCAL:
- eng° Luiz Césio Caetano Alves
- arqa Maria Yara Coelho
- eng° Aurenio Ribeiro
- eng° Elídio Lopes Mesquita Neto
- eng° Anísio Machado de Resende
- eng° Raul Antonio Alberto L. Lazcano
ASSESSORIA DE IMPRENSA:
W2Imagens.com
-Walmor Freitas - (22) 9214-3940
[email protected]
IMPRESSÃO:
Gráfica do Jornal do Commercio
TIRA
GEM:
TIRAGEM:
6.000 EXEMPLARES
EDIÇÃO N° 24
Novembro / Dezembro - 2010
L uis Sérgio dos SSantos
antos SSouza
ouza
Eu era um dos que não acreditava na reestruturação da ASAERLA.
Depois de vários convites de
amigos para comparecer às reuniões semanais e o José Artur convidando para participar da diretoria,
fui convencido e passei a dedicar
algum tempo em prol da associação, inicialmente com o próprio
José Artur e depois com Humberto
Quintanilha. Logo nos primeiros
dias percebi que a tarefa não seria
nada fácil, mas a determinação da
diretoria foi vencendo cada um dos
vários obstáculos.
Estaremos em janeiro iniciando
mais um mandato à frente da
ASAERLA e cremos que realizamos
um bom trabalho no período que
findou em 2010.
Bons cursos foram realizados na
cidade, não sendo necessário o
deslocamento do associado aos
grandes centros para obter o conhecimento, palestras com profissionais
renomados fizeram parte do calendário e a promoção do Fórum de
Tecnologia para Construção Sustentável, que além da participação de
profissionais da cidade, houve um
grande interesse de profissionais de
cidades vizinhas e também do Rio de
Janeiro e Niterói.
Resgatamos as festas comemorativas e mantivemos os tradicionais
Happy Hours.
Precisamos de mais colegas juntos ao nosso grupo, para que possamos fortalecer ainda mais a nossa
associação e irmos mais longe nos
nossos objetivos.
Convidamos os jovens profissionais a nos visitar e levar suas idéias
para que possamos saber as necessidades dos que saem da faculdade
atualmente.
A ASAERLA existe para o profissional, sem vocês o nosso trabalho fica
sem sentido.
Um excelente 2011 a todos e
lembrem-se, ao preencher sua ART
escolha a ASAERLA como entidade de classe beneficiada, com esse
pequeno ato poderemos trazer
muito mais cursos e palestras para
nossa região.
L uis Sérgio dos SSantos
antos SSouza
ouza
é engenheir
o civil e dir
etor
engenheiro
diretor
secr
etário da ASAERL
A
secretário
ASAERLA
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É APENAS O COMEÇO
Balanço de dois anos mostra que os assuntos abordados tecnicamente pela ASAERLA entraram na pauta da imprensa
e da sociedade civil. Falta agora dar continuidade e pressionar os órgãos públicos e concessionárias para que agilizem
a melhoria de serviços e dê soluções rápidas para melhor qualidade de vida do resto de nossos dias
Assim que assumiu a diretoria da ASAERLA em janeiro de 2009,
o engenheiro civil Humberto Sanchez Quintanilha, reuniu os diretores e traçou metas para a gestão que finda neste ano. Entre os objetivos de atrair novos sócios, parceiros e expandir a entidade em toda
a região, Quintanilha reforçou a necessidade da discussão em tempo
integral de assuntos que definem a cidade e a região que queremos
para viver.
-Precisamos defender o ambiente em que vivemos a começar pela
recuperação imediata da Lagoa de Araruama-, disse para seus diretores-colaboradores. De lá para cá, muitas conquistas num curto espaço de tempo. A ASAERLA ganhou visibilidade, liderou discussões
de interesse da sociedade e passou a ter assentos nas principais
comissões municipais que definem o rumo do crescimento ordenado dos municípios da região.
-Conseguimos muita coisa. Mas a o trabalho está apenas começando e precisamos cada vez mais de jovens profissionais para
se integrarem à entidade-, avaliou o presidente.
Para divulgar os questionamentos e alertar o poder público sobre possíveis irregularidades e chamar a atenção para os problemas
que se multiplicam na região a entidade reformulou o informativo
da ASAERLA. Aumentou a tiragem e conseguiu conexões imediatas
com os principais órgãos de classe, associação, ongs e a sociedade
civil. Deu certo. O número de parceiros fiéis também vem crescendo
e o informativo ganhou fôlego e tem servido como orientação aos
MPF e MPE por conta do olhar exclusivamente técnico da entidade.
As prefeituras ainda relutam em aceitar as sugestões de mudanças,
mas a sociedade já conta com um norte técnico para discutir diversos
assuntos sem o peso do ranço político que aflige a maioria das cidades brasileiras.
Na primeira Palavra do Presidente deste informativo, Quintanilha
ressaltou que era preciso compartilhar a experiência de cada um para
o fortalecimento do todo.
-Afinal o futuro está em nossas mãos e só depende de nossa maior
participação-, escreveu há dois anos. O apelo continua valendo. Nas
próximas páginas uma retrospectiva dos pontos discutidos por cidadãos comuns que, felizmente, escolheram ser arquitetos ou engenheiros para garantir o dia de amanhã com mais qualidade de vida a
todos nós. São alguns tópicos que despertaram a atenção da sociedade, mas merecem ainda ampla discussão com o poder público e concessionárias.
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É preciso uma reengenharia de tráfego, retirar o esgoto da
Lagoa de Araruama e preservar o patrimônio histórico
Temas já foram abordados pela ASAERLA em 2009 e pouco resultado prático pode ser percebido
MOBILIDADE
Veículos em alta velocidade, mal estacionados, excesso
de passageiros e desrespeito ao CBT pertubam a vida do
morador o ano inteiro.
Muito se tem discutido sobre o aumento de veículos nas
ruas de Cabo Frio e a consequente falta de vagas para estacionar. Sem uma fiscalização adequada os 56.187 veículos com
placas de Cabo Frio diariamente dão um nó no trânsito.
Deste total, 9.720 são motos. Os dados do IBGE são do ano
passado.
Além do grande número de veículos emplacados na cidade, soma-se as centenas de carros com placas de outros municípios que transitam na maior cidade da região. Na edição
de março de 2009 a ASAERLA chamava a atenção do poder
LAGOA
Cenário de cartão postal, a maior lagoa hipersalina
do mundo inspira cuidados. Em janeiro de 2009
sofreu com a mortandade de cerca de 30 toneladas
de peixes. As imagens ganharam o mundo e
ambientalistas e Ongs protestaram muito. Pouco
adiantou. No final de 2010 a lagoa ainda continua
recebendo esgoto "in natura" em diversos pontos que
se somam ao grande volume de águas pluviais por
conta da pavimentação da maioria das cidades. A
água que antes era absorvida pelo solo agora é jogada na lagoa. A concessionária Prolagos se defende e
garante que os pesados investimentos em tratamento de esgoto estão dentro do cronograma fiscalizado
pela Agenersa, Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro.
público que era preciso uma rigorosa fiscalização e nova
engenharia de tráfego.
-Falta um planejamento urgente para o trânsito-, diz o
engenheiro e escritor Luiz Carlos da Cunha Silveira, diretor da entidade.
A prefeitura anunciou que em breve a recém-criada
Comissão de Mobilidade Urbana estará funcionando para
definir estratégias que possam desafogar o trânsito e criar
mecanismos para colocar Cabo Frio em sintonia com cidades de médio porte que pensam o crescimento de forma
ordenada. Um dos pontos é ordenar e valorizar o transporte coletivo para que as pessoas usem menos automóveis.
-É um grande desafio, mas já temos todos os estudosdisse o engenheiro Mauro Branco secretário de transportes.
A ASAERLA enviou documento ao MPE para
auxílio no processo investigatório sobre as causas
do desastre ambiental de janeiro de 2009.
A entidade também promoveu a discussão sobre o sistema de captação de esgoto a tempo seco
que se mostra ineficaz como solução de engenharia para a região. O ideal seria a construção de redes separativas, uma só para águas pluviais e outra
para esgoto. Atualmente tudo flui pela mesma tubulação e cai diretamente na lagoa quando o volume de chuva é maior do que os reservatórios suportam; o resultado é que todo esgoto é jogado na
lagoa.
-É única a forma de não inundar a cidade com
esgoto e chuva-, alega a concessionária. ASAERLA,
ONGs e sociedade ainda estão sem a resposta de
quando afinal a lagoa deixará de receber esgoto.
FAZENDA CAMPOS NOVOS
Falta de manutenção. Este foi o primeiro diagnóstico
que técnicos da ASAERLA fizeram ao visitar a Fazenda
Campos Novos em maio de 2009. O conjunto arquitetônico
do final do século XVII, composto por casa-grande, Igreja
de Santo Inácio e cemitério forma uma quadra com claustro interno nos moldes da arquitetura jesuítica dos primeiros séculos e colonização. Entretanto, o que arquitetos e
engenheiros presenciaram foi o total abandono das instalações históricas.
Durante a visita promovida pela ASAERLA técnicos do
IPHAN também estiveram presentes. Fotografaram, analisaram e percorreram todos os quatro cantos da fazenda
acompanhados por técnicos e secretários da prefeitura de
Cabo Frio.
-Temos projetos para recuperação mas precisamos de empresas e parceiros porque a queda nos royalties estancou
muitas obras e projetos-, disse o médico Beto Nogueira
Secretário Municipal de Agricultura e sub-prefeito da zona
rural de Cabo Frio. De lá para cá pouca coisa aconteceu.
Em fevereiro, a prefeitura anunciou que faltava pouco
para ter a Fundação Oswaldo Cruz como parceira na
restauração e revitalização da Fazenda Campos Novos,
sítio histórico remanescente da antiga fazenda de propriedade da Companhia de Jesus. Beto Nogueira,disse
que a Fazenda faz parte do roteiro turístico-científicocultural Caminhos de Darwin. Ivo Barreto, chefe do
escritório técnico do IPHAN de Cabo Frio, também
faz parte do projeto e mostrou-se empolgado com a
visita dos técnicos da Fundação Oswaldo Cruz:
- Enxergamos a Fazenda Campos Novos como um
patrimônio a ser preservado na região. Intencionamos
integrar com pessoas que possam colocar as propostas
que estão sendo levantadas na prática. A Fiocruz tem
um histórico no trato do patrimônio cultural e será
importante neste processo.
Uma nova visita de técnicos da ASAERLA poderá
acontecer ainda no primeiro semestre de 2011.
-Precisamos estar vigilantes e acompanhar a evolução dos fatos-, disse o engenheiro José Deguchi, vicepresidente da ASAERLA.
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Direito de ir e vir, licenciamento
de obras e Casa do Wolney
Calçada do Charitas
Um dos prédios mais bonitos de Cabo Frio dificilmente pode ser visitado por pessoas portadoras de necessidades especiais. Com mais de 1 metro acima do nível da calçada, é preciso vencer três
grandes degraus de pedras antigas para adentrar ao recinto. Analisando a situação, o engenheiro
civil e ex-presidente da ASAERLA, José Artur de Almeida Lima, expôs sua preocupação também
com as pessoas que precisam transitar pela calçada do prédio histórico.
-Os degraus ocupam boa parte da calçada obrigando os transeuntes a se espremerem entre os
carros e o pequeno espaço restante. Isso sem falar nos portadores de necessidades especiais-, destacou o engenheiro. Para colaborar com a prefeitura, o arquiteto Eduardo Harguindeguy desenvolveu um estudo, através de softwares que projetava a calçada em mais um metro para ocupar exatamente o espaço onde hoje é reservado para estacionar os carros.
- A idéia é muito simples, tira os carros e as pessoas transitam livremente, isso não atrapalha o
trânsito porque aquele espaço era estacionamento-, disse José Artur. Mesmo com a recente reforma
feita pela prefeitura a idéia para melhorar o trânsito de pedestres na calçada não saiu do papel e as
pessoas continuam com muita dificuldade de passar em frente ao Charitas. Os tombos são inevitáveis entre crianças e pessoas idosas. Mães com carrinho de bebes também encontram sérias dificuldades para passar pelo local.
Licenciamento de obras
No dia 5 de maio de 2009 na sede da prefeitura, a arquiteta Rosane Vargas, então Secretária de
Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Cabo Frio, recebeu diretores da ASAERLA. Rosane e
a arquiteta Márcia Cabral explicaram os problemas enfrentados pela secretaria como a escassez de
mão-de-obra especializada para fiscalizar e visitar obras no município.
Outro problema relatado foi a reduzida equipe técnica da prefeitura para análise de projetos.
Durante a reunião a ASAERLA assumiu o compromisso de preparar e encaminhar um documento
à prefeitura com as propostas para o licenciamento de obras.
Diretores da ASAERLA, no dia 10 de junho do mesmo ano encaminharam a prefeitura propostas e sugestões para acelerar o processo de licenciamento de obras. Uma das sugestões foi a criação
de um Protocolo Técnico composto por um profissional, Engenheiro ou Arquiteto, conhecedor da
Lei de Uso do Solo municipal, um tecnólogo com formação em gestão ambiental e um advogado
com conhecimento do Direito Ambiental.
Houve ainda mais duas reuniões para tratar do mesmo assunto, uma em 2009 com o secretário
Carlos Victor e outra em 2010 com o secretário Wilson Mendes Jr., porém mesmo após estas 3
reuniões o processo de licenciamento ainda é objeto de crítica de vários profissionais na cidade.
Casa do Fotógrafo Wolney Teixeira
Em maio de 2009 um dos assuntos mais discutidos em emissoras de rádio, TVs e jornais foi o
descaso com a casa onde morou o fotógrafo cabofriense Wolney Teixeira que foi construída na
Érica Coelho, hoje um dos locais mais movimentados da cidade. A discussão sempre foi em torno
da recuperação do prédio onde Wolney morou por muitos anos.
Para o engenheiro e escritor Luiz Carlos da Cunha Silveira a situação tem duas vertentes importantes. A preservação do último e único exemplar arquitetônico residencial sobrevivente da cidade
do século XVIII e o acervo do ilustre fotógrafo. Entretanto, pouca coisa aconteceu. A prefeitura se
limitou a colocar tapumes em volta do prédio que estava caindo.
Hoje, dois anos depois, até os tapumes estão mostrando a total degradação do patrimônio
arquitetônico e cultural de Cabo Frio. Pouco há para fazer.
Engenheiro e fotógrafo avançado Marco Aurélio, diretor da ASAERLA, defende a preservação
imediata dos negativos que aos poucos vão se estragando.
-É preciso digitalizar todo o acervo que mostra a história e a evolução da cidade de Cabo Frio, disse.
A prefeitura anunciou que fez propostas para a família do fotógrafo para adquirir o acervo. As
conversas não evoluíram.
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Começo da cidade, Leis Complementares e descaso da AMPLA
Fonte do Itajuru
Ao assumir a presidência da ASAERLA, o engenheiro Humberto Quintanilha conversou com a diretoria e mostrou a programação de visitas técnicas que a entidade deveria fazer em diversos pontos da região.
Em Agosto de 2009, Quintanilha e Deguchi visitaram a Fonte do Itajuru e constataram “in loco” o que
todos assistem diariamente; a degradação do local e do monumento histórico. Passado mais de um ano,
pouca coisa foi feita para manter o patrimônio histórico tão importante. Apenas a limpeza melhorou.
Para o engenheiro e historiador Luiz Carlos da Cunha Silveira, Cabo Frio poderia até não existir se não
fosse a Fonte do Itajuru.
- Não constituiu exagero afirmar que, sem o poço do Itajuru, Cabo Frio não teria sobrevivido (o que
teríamos hoje em seu lugar? Outra cidade?
Um parque natural?, escreveu em seu artigo na pag 11 da edição 18 de setembro/outubro de 2009 no
Informativo da ASAERLA. Outro ponto importante detectado pelos engenheiros durante a visita foi a
falta de sinalização adequada que informassem aos visitantes a importância da fonte. Ná época, o secretário
de Cultura, José Correia Baptista disse que não poderia se manifestar sobre o assunto por ainda não ter siso
empossado oficialmente.
Ernesto Galiotto/divulgação
Leis Complementares ao Plano Diretor de Cabo Frio
Repousa sobre a mesa do prefeito Marquinho
Mendes o anteprojeto das Leis Complementares do
Plano Diretor de Cabo Frio enviado pelo Conselho
do Plano Diretor em novembro de 2009. Muita discussão e também muito mistério sobre a evolução do
Plano Diretor e as Leis complementares que vão, na
verdade, definir as regras para o crescimento sustentável e ordenado do município nos próximos dez anos.
-Não podemos concordar com tudo sem antes
fazer uma profunda análise e projeção da cidade que
queremos e a cidade que políticos e a especulação
imobiliária enxerga. É preciso cautela-, observou o
engenheiro sanitarista Juarez Marques Lopes diretor
da ASAERLA.
A entidade que faz parte do Conselho do Plano
Diretor enviou oficio em outubro de 2009 ao professor Paulo Cotias, então secretário executivo do
CONSEPLA frisando que a ASAERLA não mais
emitiria pareceres em processos de aprovação de pro-
Novos padrões de entrada de energia elétrica da Ampla
Aos poucos, os muros e fachadas de casas e prédios
residenciais e comerciais na maioria das ruas apareceram com os cabos elétricos do padrão de entrada de
energia instalados sem a proteção de eletrodutos, ao contrário do antigo modelo adotado. Técnicos da ASAERLA
constataram ali uma situação de risco aos moradores.
Um ofício foi enviado a concessionária AMPLA com
cópia ao Ministério Público Estadual, ao Crea-RJ e a
Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL alertando
sobre o problema.
A Ampla garantiu que o novo padrão de entrada de
energia elétrica adotado estava dentro das normas. A
ANEEL lavou as mãos informando que tal assunto era
de responsabilidade exclusiva da concessionária.
APAGÃO – Outro importante item de discussão
que assola a região, agora não mais restrito a alta temporada, pois é constante a falta de energia durante todos os meses do ano. Os apagões que tantos prejuízos
causam a comerciantes, consumidores e ao turismo regional foram justificados pela Ampla como alguns picos
de energia devido a defeitos em transformadores que
abastecem o município de Cabo Frio. A concessionária
disse, em outubro de 2009, que estava investindo constantemente em obras de melhorias e manutenção com
investimentos que incluíam a ampliação de duas
substações em Búzios e Saquarema, substituição de novos condutores entre outras providências como a utilização de materiais e novas tecnologias para a modernização do sistema, porém a AGENERSA, Agencia Reguladora de Energia e Sanemaneto Básico do Estado do Rio de
Janeiro, chegou a cogitar que a Ampla e a Light no Rio,
colocassem geradores para enfrentar os apagões no verão.
FALTA DE FISCALIZAÇÃO - Os técnicos da
ASAERLA constataram mais 2 problemas em relação a
AMPLA. Hoje em várias ruas da cidade é possível ver a
distribuição da rede elétrica nas duas calçadas de cada
via, são postes da companhia implantados sem critérios,
desobedecendo a boa prática que visa comprometer apenas um dos passeios da rua. O outro problema, também
com a rede elétrica, é a implantação de postes de modelos diferentes, normalmente nas cidades são adotados
somente postes com seção circular, diferente do que vem
acontecendo atualmente na região, onde a concessionária está implantando postes de diferentes perfis.
jetos que viessem a ser examinados ao Conselho que
não atendessem o que estabelece o Artigo 79 da Lei
do Plano Diretor. Várias leis modificando os parâmetros construtivos de determinadas regiões tem sido
criadas para atender a interesses particulares, deixando para o segundo plano a aprovação das Leis Complementares que irão regir a cidade como um todo.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 182
atribui aos municípios a responsabilidade na definição das políticas de desenvolvimento urbano, com a
finalidade de ordenar o pleno incremento das funções sociais das cidades. A partir daí, surgiu o Estatuto das Cidades (Lei federal 10.257/2001) reforçando o papel do Plano Diretor como instrumento
fundamental para o planejamento e desenvolvimento
sustentável. Daí toda a importância das Leis Complementares que ainda nem foram encaminhadas pelo
executivo municipal para votação na Câmara de Cabo
Frio.
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Histórica Estação, puxadinhos chic
e abandono do Parque
Estação de São Pedro da Aldeia
Até poucos meses atrás era quase impossível saber onde
ficava a histórica Estação Ferroviária de São Pedro da
Aldeia fundada em 1937 e que serviu como base para o
desenvolvimento da região. Com o passar do tempo e
inúmeras reformas sem qualquer critério técnico a Estação foi sumindo aos poucos dando lugar apenas a um
prédio que abrigou bar, ponto de ônibus e rodoviária.
Felizmente uma determinação federal de 2007 atribuiu
ao IPHAN todos os bens da antiga Rede Ferroviária Federal que incluía a Estação de São Pedro da Aldeia. Na
edição 20 de fev/mar de 2010 a ASAERLA dedicou a
capa do Informativo para tratar do assunto como ele
merece pois trata-se do patrimônio histórico da região e
do país. Uma equipe de engenheiros, arquitetos e diretores da entidade visitaram o começo das obras de restauração da velha Estação. O arquiteto Ivo Barreto, chefe do escritório regional do IPHAN acompanhou a dire-
toria da ASAERLA e explicou em detalhes o trabalho para a
restauração do prédio.
-As mudanças tem como objetivo centralizar as informações e permitir o acesso popular a história da ferrovia, além
de tornar o local em novo ponto turístico da região-, explicou Barreto. Na primeira etapa o IPHAN recebeu R$ 220
mil de verba federal.
Para o engenheiro Péricles Paim de Pádua, da Padova
Engenharia, responsável pelas obras de restauração do prédio, a parte mais difícil foi ter que fazer toda a prospecção
para saber como a estação foi construída.
-Levamos dois meses nesta pesquisa-, disse Péricles.
Agora, o escritório do IPHAN já está instalado na Estação que começa a surgir como grande modelo arquitetônico
da história do progresso da região. O público e estudantes
terão acesso ao acervo assim que todo o processo for concluído. Mais uma vitória do patrimônio que coloca a Região
dos Lagos em sintonia com a história do mundo.
Supercoberturas da Praia do Forte
Entra ano e sai ano e por mais que tentem o contrário a
paisagem da Praia Forte mantém a sua extrema beleza. Isso
para quém olha para a generosa natureza. Já para quem focar
na fileira de prédios vai se deparar com cenas cada vez mais
tristes de abuso e desrespeito às leis e ao bom senso. O quadro é desolador ao ver as supercoberturas na Praia do Forte
que insistem seguir fora do código de obras. São coberturas
com mais de dois pavimentos, coberturas triplex e até mesmo quadriplex cravadas numa das áreas mais nobres de Cabo
Frio. A ASAERLA há muito tempo vem alertando os órgãos
públicos sobre as irregularidades, entretanto pouco foi feito.
A prefeitura sempre alega a falta de fiscais, mas se defendeu dizendo na época que os proprietários das obras fora de
controle são notificados, tem as obras fotografadas e o material é anexado ao processo administrativo aberto na prefeitura. Caso a obra continue, o procedimento municipal é
encaminhar a documentação ao departamento jurídico da
prefeitura-, explicou um dos fiscais ao informativo da
ASAERLA.
No começo deste ano, o então secretário de Desenvolvi-
Parque Municipal Boca da Barra
A questão ambiental nunca sai de pauta nas reuniões semanais da ASAERLA. Engenheiro e arquitetos sempre trazem relatos e denúncias sobre o desrespeito ambiental em toda a região. É um bom sinal que o olhar técnico está cada vez mais
aguçado para o ambiente que vivemos e que queremos continuar vivendo com filhos e netos. O lado triste é saber que mesmo
depois de tantas constatações de irregularidades a ação predadora
parece não ter fim ou pelo menos ter perdido o fôlego.
Na edição 21 do Informativo, a diretoria entendeu a necessidade de chamar a atenção para o total abandono de uma das
mais valiosas áreas ainda intactas de Cabo Frio; a Boca da Barra,
que fica em frente ao Forte São Mateus, mereceu a capa e uma
seleção de fotos do estrago feito pelo homem. Como é de difícil
acesso, ainda é possível recuperar o que aos poucos está sendo
destruído pela ação dos visitantes.
Uma equipe da ASAERLA acompanhada pelo ambientalista
Antonio Angelo Marques visitou o local numa bela manhã.
mento e Ambiente da Cidade, Carlos Victor da Rocha
Mendes atribuiu a lentidão da justiça como entrave para
impedir o avanço das obras ilegais.
A justiça é muito lenta e a prefeitura tem que esperar
a decisão judicial-, justificou.
O IPHAN disse que o surgimento de “puxadinhos”
nos prédios da Praia do Forte obrigou o órgão federal a
reestruturar a legislação municipal. O arquiteto Ivo
Barreto chefe do escritório do IPHAN na região explicou que a Duna Boa Vista, já cercada pela prefeitura há
dois anos, passou a ser para o próprio IPHAN o marco
referencial da paisagem tombada da Praia do Forte. O
IPHAN disse ainda que já havia embargado obras de
cobertura na Praia do Forte e constatou que diversas
obras não receberam anuência do órgão federal, mas
que foram licenciadas pela prefeitura.
-Em alguns casos acionamos o MPF e a Policia Federal de Macaé para embargar a obra como já aconteceu na Praia do Forte, garantiu Barreto.
Mesmo assim, um passeio pela Praia do Forte é recomendável que o olhar seja sempre focado na direção da
esplêndida natureza que ainda resta no cartão postal.
Os engenheiros Juarez Marques Lopes, diretor de meio-ambiente da entidade, Dokinha, Marco Aurélio Abreu, Luiz Carlos
Silveira, José Deguchi Jr e o arquiteto Sérgio Nogueira enfrentaram uma caminhada que começou ao lado da Pousada Porto Veleiro e terminou no Farol de Cabo Frio. No percurso, centenas
de fotos para registrar o total abandono da área. Os diretores
constataram queimadas com churrasqueiras dos visitantes de final de semana que prejudicam a vegetação local.
-Lembro que eu vinha aqui brincar com meus amigos, depois, adulto vinha passear com a família. Agora é triste ver
este local degradado-,lamentou o engenheiro Marco Aurélio.
Ex-secretário de meio ambiente de Cabo Frio, Juarez, lembrou que o IPHAN identificou oito sítios arqueológicos naquela área e outros renomados especialistas também defenderam a criação de um parque para preservar a história e a natureza que abriga espécies raras de vegetação. Infelizmente a
degradação a cada final de semana aumenta em toda a área
verde da Boca da Barra.
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Abusos em obras, a nova Orla do Forte e Aluga-se suítes
Invasão das calçadas, pela terra e pelo ar
Além das questões ambientais a diretoria da ASAERLA questiona frequentemente o avanço de
obras irregulares em todas as cidades da região. Cabe ao poder público fiscalizar e agir com rigor para
coibir as construções fora-da-lei. Não é o que se vê na região. Diariamente, técnicos da ASAERLA
flagram os famosos “puxadinhos” se multiplicarem nas cidades. Em Cabo Frio virou rotina a prática
entre os proprietários e construtores de utilizarem 120% de área construída. Ou seja, além de ocupar todo o terreno, as varandas são construídas em cima das marquises. Primeiro varanda, depois,
fechadas com vidros e janelas passam a se tornar extensão da sala ou dependências do imóvel, mesmo
que estejam sobre a calçada. São as invasões por terra e pelo ar. Na pagina 03 do Informativo 22
Junho/Julho a ASAERLA mostrou em foto que a prefeitura pode até alegar a falta de fiscais mas
como a foto não deixa dúvidas da irregularidade sob a anuência do poder público que instalou uma
divisão da Secretaria de Saúde no local. O que significa, na prática, que oficializou a irregularidade.
No bairro do Braga a Pousada Comilão, cujo proprietário é o vereador Fernando do Comilão, também avança na calçada virando um bar com cobertura e entrada privada. O vereador se defendeu
dizendo que o espaço na calçada não impedia a passagem de pessoas inclusive com carros de bêbes.
-Se o Código de Postura definir o que devo fazer eu cumpro. Tenho quer dar bom exemplo-, disse
na época. Alguns meses depois e o imóvel sobre a calçada permanece intacto.
Obras de recuperação da orla da Praia do Forte
Desde 2004 a ASAERLA vem propondo discutir com poder público, técnicos, especialistas e sociedade os rumos do nosso litoral aliando preservação, urbanização e crescimento. Poucos se preocuparam
com o assunto. Em abril de 2010 a força da natureza se encarregou de chamar a atenção das autoridades. Uma forte ressaca destruiu cerca de 200 metros do calçadão da Praia do Forte em frente ao Hotel
Malibu. O triste cenário ganhou espaço em sites de notícias, jornais, rádios e televisão. As fotos da
destruição viajaram o mundo.
Começou então outro drama; como recuperar a orla com agilidade e eficiência? A ASAERLA agiu
rápido e trouxe o professor Paulo César Collona Rosman, Ph D em Engenharia Costeira para explicar
a situação.
-Cabo Frio tem dois exemplos da reação da natureza. A ressaca teve a mesma intensidade e só
prejudicou pontos onde houve a intervenção do homem, com obras em locais visíveis de avanço sobre
dunas e vegetação-, exemplificou o engenheiro que proferiu a palestra “Vulnerabilidade da Zona Costeira e Eventos Metereológicos Atuais e em Perspectiva de Mudanças Climáticas”. O ilustre professor
também não poupou críticas aos políticos que apóiam discursos ambientais em épocas de eleições e
depois de eleitos “esquecem”do que prometeram.
-A culpa é nossa, da sociedade que não cobra ações mais efetivas do poder público-, disse enquanto
caminhava pelos destroços provocados pela ressaca.
A ASAERLA questionou a obra, que mereceu primeira página do Informativo e lembrou que a
principal solução proposta pelo Prof. Rosman, a engorda da faixa de areia, não foi executada. A prefeitura justificou que a estrutura estava a cargo de técnicos da engenharia do governo do Estado que
bancou 70% da obra. A prefeitura coube a urbanização e o paisagismo. Os resultados positivos da
demorada obra de infra-esturura para conter só serão testados com nova ressaca.
Aluguel de casas para ônibus de excursão
Reclamações não faltam. Vai desde vizinhos que reclamam de barulho, hoteleiros que se queixam da desleal concorrência, até moradores que se sentem invadidos com excesso de pessoas ocupando o espaço projetado para uma pequena família e que chega a abrigar até 50 pessoas de uma só
vez.
Pelo lado técnico, a ASAERLA também vem alertando que as mais de cem casas que alugam
espaço para excursão de finais de semana podem provocar o caos no sistema de esgoto e de energia.
Primeiro porque dificilmente uma edificação residencial unifamiliar tem sistema adequado para
suportar tanta gente em pouco espaço de tempo com a mesma tubulação antiga de água e esgoto.
Os bombeiros também alertam que no horário de pico todas as pessoas usam uma ou duas tomadas
o que pode provocar sobrecarga da rede elétrica e até mesmo iniciar um incêndio.
A prefeitura informou apenas que em 2005 fez um levantamento das casas de aluguel da cidade
para identificar a qualidade dos serviços prestados.
-Os donos dos imóveis tem mais cuidado porque cobramos taxa assim que o ônibus é estacionado no espaço para ônibus de excursão-, justificou o então secretário de Turismo Gustavo Beranger.
Para a ASAERLA a situação permanece a mesma, resta apenas assistir o excesso de lotação nas
famosas “Aluga-se para ônibus de excursão, férias e finais de semana” e torcer para que nenhum
sinistro marque a alta temporada.
Ã
Ç
A
Z
I
N
R
E
T
A
R
F
ESPECIAL CON
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ALEGRIA,
egria
Al
Mais uma festa de confraternização em
alto astral, descontração e muita alegria.
Para comemorar o Dia do Arquiteto e do
Engenheiro a ASAERLA promove o já
tradicional churrasco de fim de ano.
Quem perdeu a festa pode apreciar pela
galeria de fotos do evento realizado na
sede da AFFEMG no bairro da Ogiva.
ÃOESPECIAL CONFRATERNIZAÇÃO
Dia do Arquiteto e do Engenheiro
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Novembro
Novembro/ Dezembro
/ Dezembro2010
2010
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As festas tem sido um sucesso?
Não é que a gente gosta de festa, a gente procura confraternizar.
É confraternização, é amizade. Ou
você se abre e vai adquirindo conhecimento, trocar conhecimento,
vai sempre somando coisas, conhecendo outros parceiros, indicação
de serviços. Isso é essencial, se não
fizermos isso vai ficar cada um no
seu canto, aquela concorrência desleal, sem saber até quem está competindo com você. Com as reuniões, conversando a gente começa a
levantar as lebres. Ali estão todos
juntos, engenheiros da prefeitura
dos municípios de Cabo Frio, São
Pedro, Arraial, todos convidados,
tem participado sempre, agora depende de cada um,a gente não pode
obrigar ninguém a fazer as coisas.
A ASAERLA é de vocês profissionais. Vocês tem que dizer o que
querem da associação e a gente tenta
atender.
A FORÇA DA UNIÃO
No fim do primeiro mandato à frente da ASAERLA o engenheiro Quintanilha faz um balanço da gestão de sua
diretoria e diz que se for preciso se coloca à disposição da reeleição para o biênio 2011/2012. Mas reitera o
convite para que os jovens engenheiros e arquitetos se aproximem e ajudem a levar adiante os projetos da
entidade.”Precisamos estar unidos sempre”, diz
ASAERL
A - A associação vvem
em
ASAERLA
ganhando confiabilidade a cada
dia, da sociedade, dos empr
esáempresários e da constr
ução civil. Q
ual o
construção
Qual
segr
edo?
segredo?
QUINTANILHA - Não tem
segredo. Peguei a ASAERLA vindo
do engenheiro José Artur de Almeida Lima e dei continuidade,
mudei um pouco a diretriz. Eu tenho uma visão, ele tem outra, mas
não são conflitantes. Aproveitei
90% da diretoria dele.
M as sempr
ofissão?
sempree focado na pr
profissão?
É um trabalho que a gente acha
que é bom para a comunidade e o
que a engenharia deseja fazer. Fizemos as denúncias e esperamos que
o poder público faça a parte dele,
quando não faz a gente volta a se
pronunciar sobre as matérias que
temos feito, que é sobre meio ambiente, ecologia, preservação cultural, patrimônio, trânsito, quebramolas entre outras. Por exemplo, o
Charitas tem problemas de acessibilidade, damos algumas sugestões
da engenharia para o bem da população e até agora nada foi feito.
O secr
etário de transpor
tes
secretário
transportes
disse que vvai
ai criar uma comissão
de mobilidade urbana incluindo
acessibilidade. SSerá
erá o rresultado
esultado do
que a entidade vvem
em apontando?
Acho que se existe uma boa vontade da prefeitura. O problema das
prefeituras é que elas não aceitam
nossas opiniões. A dela é a certa e
pega aquilo como diretriz e implanta e não aceita a opinião dos outros. A gente tem problemas em
vários municípios, a gente vai conversa e o prefeito ou secretário diz
que vai fazer do jeito dele.
Algum ex
emplo?
exemplo?
O quebra-molas, por exemplo,
a gente já fez uma reportagem mostrando o padrão do Contran e as
prefeituras continuam fazendo errado e do dia para noite. Eu acho
que o Ministério Público (MP) tem
que intervir para isso cessar e daqui em diante começar a fazer dentro do padrão e acertar o que foi
feito errado, ou não fazer, acho que
a boa educação é quem manda.
OM
inistério Público tem aneMinistério
A como
ASAERLA
xado o jornal da ASAERL
indicador técnico sobr
oblesobree os pr
problemas dos quiosques, meio ambiente. O senhor acha que foi encontrado um ponto de equilíbrio entr
entree
o olhar técnico para ajudar a lei?
A gente faz o olhar técnico, noticia, manda correspondência para
todos os órgãos competentes. Conversamos com o promotor do MP
e ele disse que é preciso primeiro
reclamar. Se no prazo de 30 a 60
dias não for resolvido, aí então se
faz denúncia ao MP. A gente sabe
que isso aí é a mesmice, se o MP
realmente não quiser fazer, achar
que outra coisa mais importante e
vai tocando o barco. Eu acho que
quando a ASAERLA faz uma coisa, as outras entidades deveriam
apoiar e noticiar porque aí sim as
prefeituras vendo que o povo está
querendo vão fazer.
A sociedade pode rresolv
esolv
er?
esolver?
O MP é o ponto final, mas aí
demanda uma ação, não precisa
chegar a esse ponto. Você vê por
exemplo o Gallioto, ele apresenta
várias denúncias, porém infelizmente nada é resolvido. A
ASAERLA tem feito sua parte através do jornal. O Ministério Público tem que ser a última instância,
não precisa chegar a esse ponto.
O pr
esidente da A
CIA, JJosé
osé
presidente
ACIA,
M ar
tins elogiou o pique da
artins
ASAERL
A nesses últimos tempos
ASAERLA
e disse que não tem mais como
as entidades ficar
em sozinhas,
ficarem
tem que hav
er uma união
haver
união.. Esse é
o caminho?
Remar sozinho é algo cansativo, se
tiver 2, 4 remando junto você tem
mais força e o poder público vai ter
que ouvir. Porque é realmente a vontade do povo, a vontade da sociedade. É partir desse principio. Mas o
poder público tem que ter consciência de que queremos ajudar e ninguém
quer atrapalhar. Estamos todos no
mesmo barco, todo mundo na mesma cidade, não depende se é um partido ou outro. É sempre para somar.
O senhor agr
egou outras enagregou
cia, o R
otar
Acia,
Rotar
otaryy em
tidades como A
torno de um bem comum e está
conseguindo rresultados
esultados positiv
os.
positivos.
Por
que isso não foi feito há mais
orque
tempo?
Cada entidade tem o seu ponto
de vista e existem vários pontos de
vista em comum. Eu não vou querer fazer o que o outro faz, que é
doar comida, agasalhos como faz a
Acia. O que queremos é para a cidade e o bem comum. É preciso
chegar, agregar, fazer a soma dos
esforços, acho que dando as mãos a
gente se fortalece.
As rreuniões
euniões passaram a ser mais
fr
equentadas, os ev
entos tem sido
frequentadas,
eventos
um sucesso, o sr
er
sr.. conseguiu traz
trazer
as famílias dos pr
ofissionais para
profissionais
A. Além da
dentr
dentroo da ASAERL
ASAERLA.
sede, o que falta para a entidade?
A sede é junto com o Crea. Ter
uma sede própria é muito oneroso,
tem que ter empregados, segurança, começa a ficar muito empresarial e a ASAERLA não tem verba
para isso. A nossa intenção é pela
ética, conseguimos recursos através
de cursos profissionalizantes para
divulgar a entidade, pode crescer
devagar mas precisa de uma base
sólida. A nossa reunião de diretoria
é semanal, quando deixamos de fazer nossas coisas para participar da
reunião. O que a gente quer mesmo é que os jovens engenheiros e
arquitetos tenham uma participação mais ativa, porque a gente está
aqui para agregar, para somar.
Depois de 32 anos a entidade
oximar do C
apro
Crrea
conseguiu se apr
e estabelecer convênios?
A finalidade do Crea é realmente fiscalizar. O que o profissional
reclama muito é de pagar a anuidade muito cara. Se a anuidade é pesada, tem que buscar o porque. A
parte do nosso repasse é mensal vindo da ART. Isso não pesa, quem
paga isso normalmente é o proprietário, é até uma segurança para o
profissional que passa a ter um contrato, se amanhã o cara não pagar
pode comprovar que ele executou
o serviço e pode ter essa visão. Precisamos é tirar do Crea o que a gente
pode, parte do dinheiro que a gente paga o Crea retorna à entidade e
Humberto Quintanilha
Presidente da ASAERLA
traz benefício ao associado. A
ASAERLA está em dia, temos uma
verba boa, esse ano já fizemos o
curso de Gerenciamento de Empreiteiros, trouxemos vários arquitetos para palestras, promovemos o
Fórum de Sustentabilidade, pioneiro aqui na região, entre outros.
O sr
sr.. pode adiantar alguma
no
vidade para 2011?
novidade
Ano que vem a gente vai continuar com tudo isso. A intenção é
deixar a máquina estruturada para
isso ou para nossa sequência de
mandato ou para quem vier na eleição e tentar modernizar e agilizar.
O que o Crea tem pedido a gente
tem atendido dentro do possível, a
máquina é pesada, é um lado muito burocrático. As vezes a gente agiliza as coisas aqui dentro do Crea
em beneficio nosso porque se for depender deles, tem que tomar orçamento, cotação, demora muito. Então a gente tem recursos próprios.
E a Mútua?
Hoje todo associado da
ASAERLA é sócio institucional da
Mútua, isso sem pagar mais nada.
São vários os benefícios a serem
disfrutados graças a esta parceria.
O sócio só não tem o direito ao
empréstimo, por que tem que ser
outro tipo de associado. É só entrar no site da Mútua e se informar dos inúmeros benefícios.
Os patr
ocinador
es que par
patrocinador
ocinadores
partiticipam do boletim, apoiando o
happy-hour entenderam a mensagem, são par
ceir
os e cada vveez
parceir
ceiros
estão chegando mais. IIsso
sso mostra a seriedade do trabalho?
Inspira confiança, o nosso serviço. O próprio informativo mostra
a nossa diretriz, é ser uma entidade
séria, não é ser partidário político.
A gente não está aí para brigar nem
para passar a mão na cabeça de ninguém. Eu quero levantar os temas
e a sociedade decidir o que vai fazer. Eu não sou fiscalizador, eu não
multo, a gente só pode levantar os
temas. A entidade levanta os temas
e a comunidade decide o que vai
ser feito, até mesmo através de parcerias, como a da OAB, e outras
entidades. Ninguém está aqui para
bater de frente com o poder público e sim para colaborar e procurar
o melhor jeito de fazer as coisas.
E a rreeleição?
eeleição?
A chapa está aí. É a última porque só pode ter uma reeleição.
Então caso seja reeleito é só mais
esse mandato depois vou descansar.
E nesse meio tempo vamos procurar esse pessoal mais novo para tocar o barco para a gente, que não é
só pra mim, é pra todos eles, engenheiros e arquitetos, sem distinção,
para toda a Região dos Lagos e a
gente está aí, para agregar, somar
valores, dar aos mãos um para o
outro. É dando a mão que a gente
vai em frente, trocando conhecimento, assimilando. A vida é essa,
não adianta ficar no canto pensando só em si. Estamos juntos.
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PROFISSIONAL – FLÁVIO SCALI, ENGENHEIRO CIVIL
Paixão pela
engenharia
Como tudo na vida, apenas um
momento pode definir os rumos
do resto de nossos dias. Com o
engenheiro civil Flávio Scali não
foi diferente. Uma oportunidade
de trabalho, o primeiro emprego,
e o passo decisivo para que o recém-formado engenheiro fincasse de vez suas raízes em Cabo Frio
lá pelos anos 80.
Flávio conta que foi muito bem
recebido na cidade e nunca teve
problemas de adaptação.
-Até porque todo petropolitano
adora essa cidade-, diz o engenheiro que na época foi convidado pelo também engenheiro José
Deguchi (pai) para participar da
ASAERLA. Mesmo em Cabo Frio
o engenheiro conta que ficava dividido entre os trabalhos na cidade e tarefas na região serrana.
Tanto que uma vez por semana
estava em Petrópolis.
-Fiquei algum tempo conciliando, ia uma vez por semana, a
cada 15 dias, tinha uns contatos
lá (serra) ainda. Aos poucos fui
transferindo minha vida toda para
Cabo Frio, onde fui muito bem recebido, graças a Deus-.
Flávio lembra que participou
da ASAERLA como associado,
depois como diretor e vice-presidente. Durante um período Flávio
também foi presidente.
-O Deguchi, pai do José Deguchi também engenheiro e atual
vice-presidente da ASAERLA, que
é meu sobrinho me convidou a
participar da entidade. Foi em
1985, 86, foi a época que cheguei a ser presidente interino, com
a saída do José Geraldo, que renunciou e como eu era vice-presidente acabei assumindo-, conta.
O engenheiro conta ainda que
por conta de um momento conturbado na cidade ficava incompatível ser presidente da
ASAERLA e trabalhar na prefeitura onde é concursado desde
1987.
-Eu me senti meio impedido de
continuar no cargo e acabei renunciando, mas continuei ainda
na associação-, diz.
Sobre o atual momento da entidade Flávio diz que a reformulação e as novas ações da
Alunos de Engenharia de Produção
da UVA criam produtos ecológicos
Novos produtos foram apresentados a estudantes e professores
ASAERLA deu maior visibilidade
à entidade e colocou os assuntos
de interesse coletivo na pauta. O
mais importante, ressalta o engenheiro, é que esses assuntos
como meio ambiente, acessibilidade, construções irregulares
entre outros foram discutidos
sempre com olhar técnico.
- Acho que nesse ponto de vista o engenheiro tem muito a contribuir, principalmente na questão
urbana, nas questões do conforto que as pessoas podem ter em
sua vivência. Por isso tudo eu
acho que é uma instituição importante e que tem que realmente participar e contribuir nesse sentido
na vida da região- diz Flávio que
é membro do Conselho de Meio
Ambiente (Condema) e do Conselho de Habitação do município
e também da comissão de elaboração de um plano local de habitação e interesse social PLHIS.
Para tocar a vida, o engenheiro revela que está feliz com o título brasileiro com seu Fluminense
depois de 26 anos. Com raízes italianas Flávio lembra que as cores
da bandeira do Flu são as mesmas da Itália.
-Sou espírita kardecista. Trabalho junto aos Trabalhadores de Jesus e quase todos os dias tem
atividades, sejam trabalhos de
evangelização, ou outros. Também sou diretor de patrimônio da
instituição. É bom cuidar um pouco da gente e ajudar os outros-.
Casado com a cabofriense Rita
de Cássia, o engenheiro solta um
leve sorriso de felicidade porque
a filha Flávia,27 anos é arquiteta
e trabalha junto com o pai e a
mãe.
“Tenho uma empresa de engenharia em casa” diverte-se.
O publicitário Paulo e neurofiseoterapeuta Renata, enteados, e
a neta Bianca de 14 anos completam a família.
Os alunos de Engenharia de
Produção da Universidade Veiga
de Almeida em Cabo Frio criaram produtos ecologicamente
corretos. Os trabalhos, que tiveram como tema a “Interdisciplinaridade Produtiva, foram
produzidos durante as aulas das
disciplinas de Projeto da Empresa, Projeto do Produto e Organização e Avaliação do Trabalho.
Segundo Luciana Pinheiro,
coordenadora do curso, o objetivo foi possibilitar a aplicação
dos conhecimentos em conjunto. Desta forma, mostrando a capacidade de criatividade dos futuros engenheiros. Os trabalhos
apresentados têm foco na sustentabilidade e no reaproveitamento de matérias, mostrando
a preocupação da engenharia
com o meio-ambiente.
Os alunos e o novo produto
Uma das criações foi a “Lixeira Compacta”, que chamou a
atenção já que o produto tem ca-
pacidade de reduzir dois terços
do volume do lixo de forma ecológica, pois não utiliza eletricidade, além de economizar sacolas plásticas. A invenção funciona com o próprio peso do corpo
e possibilita o isolamento total
do lixo, seguindo as normas da
vigilância sanitária.
Outro trabalho interessante
foi o da escova de dentes que já
vem com pasta, fio dental e limpador de língua e bochechas. Segundo o projeto dos alunos, a escova será produzida com material reciclado e é destinada para
hotéis e agências de turismo.
Cada escova tem pasta para ser
utilizada nove vezes.
Os alunos vão patentear suas
criações e pretendem que os produtos possam realmente ir para
o mercado.
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Arquitetando tudo
Cresce a procura por arquitetos em todos
os setores de desenvolvimento do país
A cada dia aumenta o número de pessoas que buscam um arquiteto para desenvolver um projeto de casa, escritório ou
decoração. Já vai longe o tempo em que
contratar um arquiteto era considerado
coisa de quem tinha muito dinheiro. Aos
poucos, o mito de que o trabalho do profissional de arquitetura é caro foi caindo e
hoje esbarramos com arquitetos nas mais
diversas áreas de atuação. De acordo com
estimativas do setor, 80 mil arquitetos estão atuando no mercado. A maioria na região sudeste. Além da construção civil,
obras pesadas, construção e reformas de
imóveis e escritórios, o mercado absorve
arquitetos para trabalhar em cenografia,
projetos de decoração. O carnaval é um
dos maiores empregadores de arquitetos
que bolam desde a harmonia de cores e
materiais até carros alegóricos.
Com os pesados investimentos do governo em obras do PAC, que aqueceu a
construção civil, os arquitetos passaram a
trabalhar mais. Além disso, são os arquitetos que planejam as cidades e o desenvolvimento urbano.
Para a arquiteta e urbanista Anne Kellen
Apicelo, a arquitetura é muito mais do que
um projeto voltado para a questão estética. Em sua opinião, um projeto bem feito
deve levar em consideração aspectos que
favoreçam a saúde do morador.
Ventilação, iluminação, posição do sol
em relação à casa são algumas das questões que o bom profissional analisa ao elaborar um projeto e que evitam problemas
futuros. Ou às vezes no meio da obra. E o
barato sai mais caro.
- Muitas pessoas acham que contratar
arquiteto é caro, mas não é verdade. O cliente só percebe que vale a pena ter um
profissional qualificado na obra quando
descobre diversos problemas na casa, que
poderiam ser evitados com o planejamento e a mão-de-obra especializada – diz
Anne.
O desafio do mercado de trabalho, no
entanto, nem sempre é a concorrência com
outros arquitetos. Muitas vezes é o empreiteiro quem rouba a cena.
- Geralmente é o empreiteiro que fica
responsável pela obra. Eu já vi uma pessoa, em Cabo Frio, com a casa pronta, janela colocada, depois de tudo pronto, dis-
As arquitetas Beth Peralta, Anne Kelen, Yara Coelho, Márcia Cabral,
Aline Bonioli, Maria Cecília e Ana Carranza na festa da ASAERLA
se que não gostou do trabalho e pediu que
retirasse tudo. A cliente comprou outra
para colocar no lugar. É a hora em que
não podemos deixar de dizer “ta vendo, se
contrata o profissional sairia mais barato,
a casa funcionaria melhor e ficaria melhor
arejada, planejada” - disse.
Formada pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), em 1994 - mesmo
ano em que ganhou o concurso de
revitalização da Praça Porto Rocha – atu-
almente Anne Kellen é mestranda em Gestão das Cidades pela Universidade Cândido Mendes, em Campos dos Goytacazes.
Durante o encontro anual da ASAERLA
Anne posou com as amigas e também arquitetas. Todas concordam que estão felizes e escolheram a profissão certa.
-Adoro o meu trabalho-, diz a arquiteta
Márcia Cabral, ex-presidente da ASAERLA
e também encontra tempo para dar aulas
num CIEP.
O QUE É
É a arte de projetar e organizar
espaços internos e externos, de
acordo com critérios de estética,
conforto e funcionalidade. O arquiteto projeta e coordena a construção ou a reforma de prédios.
Ele faz a planta e determina os
materiais que serão utilizados na
obra, levando em consideração o
uso do imóvel, a disposição dos
objetos, a ventilação e a iluminação. Ao lado do engenheiro,
acompanha a construção e gerencia os custos e a mão de obra.
Atua nas etapas finais da obra,
que vão desde a escolha dos revestimentos até a decoração de
interiores. Como urbanista, planeja o crescimento de cidades e
bairros. Também desenha objetos, elabora placas de sinalização
e logotipos.
QUAL É A DIFERENÇA ENTRE
ARQUITETURA E URBANISMO E
ENGENHARIA CIVIL?
As duas profissões intervêm no
meio ambiente por meio de construções. O arquiteto projeta e or-
ganiza espaços internos e externos
de acordo com critérios de estética, conforto e funcionalidade. Já o
engenheiro civil projeta e executa
obras. Ambos atuam na construção de edifícios (comerciais e
residenciais etc.), mas o arquiteto
tem exclusividade para trabalhos
relativos a planejamento urbano e
regional, monumentos e patrimônio
cultural, enquanto o engenheiro o
tem para obras relacionadas à
infraestrutura (estradas, pontes,
portos etc.).
O MERCADO DE TRABALHO
Os próximos grandes eventos que
o Brasil receberá - a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos
em 2016 - ajudam a manter aquecido o mercado imobiliário nacional, e aumentam a procura por arquitetos. Os profissionais são contratados por grandes escritórios de
arquitetura para atuar no projeto e
construção de edifícios e reformas
de prédios comerciais e residenciais. Além disso, as obras de
infraestrutura, como rodovias, pon-
tes e portos, geram oportunidades
para o especialista em projetos, urbanismo e paisagismo nas grandes construtoras e incorporadoras.
Para o profissional autônomo, as
melhores chances estão em projetos para residências. Esse mercado vem crescendo muito, porque
os proprietários entendem que o
planejamento adequado na construção valoriza o imóvel.
Salário inicial: R$ 3.060,00 (6 horas diárias; fonte: Crea-SP).
O CURSO
O currículo mescla disciplinas
das Ciências Humanas e de Exatas, como matemática, história
da ar te, resistência de materiais
e computação gráfica. O primeiro semestre é bastante teórico,
mas, já a par tir do segundo, há
maior carga de aulas práticas. A
criatividade é fundamental na
hora de o estudante fazer os esboços, mas é preciso estar pronto para mergulhar nos cálculos.
Estágio e trabalho de conclusão
de cursos são obrigatórios.
Duração média: cinco anos.
Outros nomes: Arquitetura; Arquitetura Rural e Urbana; Urbanismo
O QUE VOCÊ PODE FAZER
Arquitetura de interiores
Organizar o espaço interno, definindo os materiais de acabamento e a
distribuição de móveis, considerando a acústica, a ventilação, a iluminação e a estética.
Arquitetura industrial
Planejar projetos para instalação de
indústrias, respeitando as normas
e os padrões de técnicos e de segurança exigidos de acordo com a
área de atuação do cliente.
Arquitetura verde
Desenvolver projetos residenciais e
comerciais que respeitem o meio
ambiente e que se integrem com
as características naturais do local,
a fim de causar o menor impacto
ambiental possível.
Comunicação visual
Criar a identidade visual de empre-
sas e produtos, com logotipos e
material impresso ou digital.
Paisagismo e ambiente
Desenvolver espaços aber tos,
como jardins, parques e praças, combinando plantas, pedras, madeiras, calçamento e
iluminação.
Edificação e construção
Projetar, acompanhar e coordenar
obras, definindo materiais e controlando prazos e custos.
Luminotécnica
Fazer o projeto de iluminação de
grandes e pequenos espaços. Realizar a iluminação de eventos.
Restauro de edifícios
Recuperar casas e prédios antigos ou deteriorados, mantendo as
características originais.
Urbanismo
Planejar uma região, cidade ou
bairro, elaborando o plano diretor e o zoneamento que vão
direcionar o crescimento.
Novembro / Dezembro 2010
18
O Bulevard e a bomba
Por L
uiz Carlos da C
ilv
eira
Luiz
Cunha
ilveira
unha SSilv
Desde o surgimento das cidades, há cinco mil anos atrás
na Suméria (a mais antiga civilização), sua implantação e
desenvolvimento, em todos os
lugares e épocas, sempre se
fez acompanhar pelo planejamento urbano, adequado ou
não, gerando assim um anedotário por vezes surpreendente.
Por exemplo, durante o reinado do imperador francês
Napoleão III, na segunda metade do século 19, este resolveu promover uma completa
reestruturação urbana de Paris, cidade que havia inchado
populacionalmente, porém
mantendo-se como uma colcha de retalhos urbanísticos
acumulados desde a Idade
Média, sem qualquer saneamento básico, repleta de vielas estreitas e cortiços imundos, ou seja, uma gigantesca
favela varrida por epidemias,
exatamente o oposto da esplêndida metrópole que conhecemos hoje. Ora, tendo
em vista a secular tradição
parisiense de frequentemente
levantar-se contra o poder
constituído (ao melhor estilo
de “hay govierno, soy contra”),
Napoleão (o Pequeno, sobrinho do Grande, golpista que
traíra a república da qual era
presidente, proclamando-se
imperador) decidiu unir o útil
ao agradável, instruindo o ar-
quiteto escolhido para a gigantesca tarefa – o barão Eugène
Haussmann, um alsaciano de
etnia alemã, conterrâneo do
Eiffel que construiu a torre – de
planejar uma cidade na qual
fosse difícil ou até impossível organizarem-se mobilizações de
multidões, guerrilhas urbanas e
assemelhados. Aconselhandose com os militares, Haussmann ficou ciente de que a
recente invenção da metralhadora permitia dizimar hordas em
avanço a longa distância, desde que houvesse caminho reto
e livre à trajetória das balas. Em
função disto, concebeu o conceito de “boulevard”, avenidas
arborizadas retas, compridas e
largas, ao longo das quais qualquer tentativa de concentração
e avanço das massas ficaria exposta diretamente ao fogo da
nova arma. Naturalmente, os
bulevares – rasgados a ferro e
fogo por sobre a cidade antiga,
vindo a formar extensa malha interligada – uma vez arborizados
e iluminados a gás (outra novidade), além de cercados de
novos prédios modernos e elegantes, modificaram radicalmente o aspecto da cidade,
além de facilitar o fluxo do tráfego de veículos, que era então
mais congestionado que o atual (não de automóveis, que não
haviam ainda sido inventados –
havia apenas protótipos – mas
de veículos de tração animal de
todos os tipos). Surgiu assim a
primeira metrópole moderna,
idolatrada mundialmente por
seu charme apenas urbanístico,
já que pouco provida de atrativos paisagísticos ou históricos,
sendo todo o projeto executado em apenas quinze anos. Ao
final, a estratégia dos bulevares
não conseguiu evitar nem a derrubada de Luis Napoleão nem
a invasão alemã da cidade, nem
ainda o chamado Levante da
Comuna de Paris, tudo em função da guerra franco-prussiana
de 1869 a 1871. Permaneceu vigente, contudo, este novo conceito urbanístico cujo reflexo,
entre inúmeros outros casos ao
longo do mundo, veio a ser sentido nos planos diretores para
o novo Distrito Federal da jovem
república brasileira (o anterior
Município Neutro imperial contendo a cidade do Rio de Janeiro) ao longo da primeira metade do século 20, tanto no do
engenheiro Pereira Passos
quanto, posteriormente, do arquiteto (também francês como
Haussmann) Alfredo Agache.
No segundo caso, aliás, originou-se curiosamente o único
bulevar oficial do Rio, o 28 de
Setembro, em Vila Isabel, data
de aniversário da princesa que
aboliu a escravidão e denominou o então loteamento e hoje
bairro (em Cabo Frio, por sua
vez, temos nosso “Boulevard do
Canal”).
Outro destino curioso foi o de
Belo Horizonte, cidade criada a
partir do nada para substituir,
como capital de Minas Gerais,
a anacrônica Ouro Preto. Projetada pelo engenheiro Aarão
Reis e inaugurada em 1897, na
virada do novo século, com
apenas dez mil habitantes, seu
planejamento previa, para seu
futuro e remoto centenário, apenas cem mil moradores no total, já que era destinada apenas
aos funcionários públicos estaduais e suas famílias, além dos
prestadores de bens e serviços
aos mesmos. Seu traçado, basicamente, consistia num reticulado de ruas (tabuleiro de xadrez) recoberto por outro de
avenidas em diagonal e mais
espaçadas, com nódulos de
oito direções convergentes nos
pontos de superposição dos
cruzamentos de ambos (duas
ruas e duas avenidas). Ironicamente, à época da inauguração
da cidade, projetada para a então era das carruagens (tanto
que a largura de vinte metros
para as avenidas foi considerada excessiva), iniciou-se simultaneamente a revolução não
prevista do automóvel por
Henry Ford e assim hoje, com
dois milhões de cidadãos (vinte vezes a previsão inicial), a cidade planejada para ser o padrão do futuro vem a ostentar o
tráfego mais congestionado e
caótico entre todas as áreas
metropolitanas brasileiras, sendo que o arco rodoviário original, projetado para circunscrevê-la a longa distância, hoje
mal engloba o núcleo central.
Podem ser citados ainda, entre outros, o caso da “grade” de
avenidas longitudinais com ruas
transversais, aplicada à área rural da Ilha de Manhattan, quando do plano diretor de Nova
York em meados do século 19
(no qual, inovadoramente, incluiu-se o gigantesco Central
Park) e de toda a novela de demandas judiciais, confrontos
políticos e até crimes que daí re-
sultaram, inclusive o assassinato de topógrafos e agrimensores por fazendeiros, latifundiários e posseiros durante as
medições de campo (verdadeiro confronto rural do tipo
MST no que é hoje a mais
emblemática área urbana do
mundo). Ou ainda o do potentado oriental que exauriu os recursos de seu reino ao longo
da construção de uma nova e
magnífica capital na Asia Central, que viria pretensamente a
ser “a maior cidade de todos
os tempos e lugares”), a qual
jamais pôde ser habitada, permanecendo ali até hoje como
um monumento à estupidez irresponsável, devido a um pequeno detalhe técnico: não
havia na região quaisquer mananciais de água potável, fato
não verificado previamente em
vista de um pequeno descuido.
Por último, temos o caso da
cidade que, sendo movimentado porto asiático, nasceu e
expandiu-se ao longo do delta de um rio caudaloso e sujeito a enchentes. No sentido
de suprimir as freqüentes inundações e também a fragmentação do tecido urbano por
parte das várias bocas do delta, estabeleceu-se um plano
diretor, prestigiado internacionalmente por sua qualidade
técnica, que deveria, se executado dentro do cronograma
previsto, imprimir ao porto um
aspecto totalmente modificado até o segundo semestre de
1945. Nome da cidade: Hiroshima.
*L
uiz Carlos da C
unha SSilv
*Luiz
Cunha
ilveira
ilv
eira
é engenheir
o, pesquisador e
engenheiro,
escritor
o da
escritor.. É membr
membro
dir
etoria da ASAERL
A
diretoria
ASAERLA
Setembro / /Outubro
2010
Novembro
Dezembro
2010
19
O dublê de Frade e engenheiro
O franciscano Frei Agostinho da Conceição foi o engenheiro que
projetou o complexo arquitetônico do convento
*Luiz Carlos da Cunha Silveira
Das inúmeras ordens religiosas européias à época dos descobrimentos,
apenas quatro vieram estabelecer-se
no Brasil colonial: jesuítas, beneditinos,
franciscanos e carmelitas, das quais somente a última não foi implantada em
Cabo Frio. Quanto aos franciscanos,
chegaram literalmente na primeira hora,
já que as duas primeiras missas no Brasil, em 26/04 (domingo de Pascuela) e
01/05/1500, foram rezadas por frei
Henrique Soares de Coimbra, da Ordem dos Frades Menores franciscanos
(que viria a ser o bispo de Ceuta), pois
Cabral levava em sua frota, que tinha a
missão de estabelecer uma feitoria
completa em Calicute, na Índia, oito frades franciscanos. Paradoxalmente, porém, a expansão da ordem no Brasil só
se verificou após 1584, quando foi criada, pelo Ministro Geral dos Franciscanos, em 13/03, a chamada Custódia do Brasil, sendo que, entre 1639
e 1655, foram fundados seis conventos na colônia.
Aproveitando este impulso tardio, os
habitantes de Cabo Frio, em 01/04/
1617, pouco mais de um ano após a
fundação da cidade, encaminharam ao
primeiro capitão-mor da capitania real
secundária de Cabo Frio, Estevão Gomes, petição solicitando a implantação
de um convento franciscano na cidade, o qual atendeu-a no mesmo dia (!)
– o que demonstra ser a petição apenas a formalização de um interesse comum a ambas as partes – doando à
Ordem o “Monte do Tairú” e seu entorno. Ora, levando-se em conta que a cidade de então resumia-se ao núcleo da
Passagem, a boa distância do Itajurú
pelos padrões da época, não deixa de
constituir interessante coincidência este
aparente reconhecimento e revalidação
do Morro da Guia enquanto um “chão
santo” da região, à semelhança dos
tupinambás, cujas tradições os europeus conheceram e detalhadamente
reportaram, ainda hoje materialmente
atestadas pelos “petróglifos” (as pedras
artificialmente sulcadas no topo do
morro) e pelo trono sagrado ou “ushnu”
ao lado da capela-mirante que rebatizou a colina pagã (mas isto já é outra
história). Assim sendo, os frades franciscanos passaram a ser, até certo ponto, os novos “xamãs” católicos sucessores dos pagés animistas, procedi-
mento alias utilizado pela Igreja Católica em todas as áreas onde veio a se
impor através de seus missionários, inclusive na Europa Medieval (as árvores sagradas dos celtas nas quais os
padres instalavam nichos com estátuas de santos), desta forma convertendo e adotando os santuários pagãos..
A construção do solicitado convento, porém, ficou técnica e financeiramente por conta da ordem, que somente dois terços de século após, em abril
de 1684, encarregaria o provincial frei
AGOSTINHO DA CONCEIÇÃO (isto é,
ministro provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, correspondente à área da
então Capitania Geral
do Rio de Janeiro, cargo que exerceu de
1684 a 1687, o mesmo
período de projeto e
início da construção
do convento cabofriense) dos estudos
necessários, o qual, ao
detalhar o projeto do
novo complexo franciscano (que também
executaria, auxiliado por dois outros frades mestres de obras), torna-se pois o
arquiteto e engenheiro do mesmo e
mais um profissional da classe identificável nos longínquos e nebulosos
tempos coloniais. O bem elaborado
projeto foi então aprovado em 09/12/
1685 por Dom José Alarcão, o primeiro
bispo do recém-criado bispado do Rio
de janeiro desmembrado do da Bahia
em 26/11/1676, o qual também visitou
Cabo Frio e consagrou, em 1686, a
então nova Matriz da hoje Praça Porto
Rocha, cujo vigário era então Bento de
Figueiredo, em substituição à primeira
na Passagem. PARÊNTESIS: uma plaqueta, afixada no lado externo da Matriz, insiste errôneamente que seu prédio é de 1616 (ano daquela primeira
Matriz), quando de fato é de 1666: ver
o capítulo “A placa da Matriz: o presidente cabo-friense” em meu livro “O
outro Cabo Frio”.
A partir daí, tudo agilizou-se: pedra
fundamental em 02/08/1686, dia de
Nossa Senhora dos Anjos, que por isso
nomeou o novo convento; inauguração
uma década depois, em 13/01/1696,
com cerimônia conduzida pelo provincial frei Cristóvão de Madre de Deus da
Luz (ocupou o cargo por duas vezes,
1681-4 e 1694-7), que então nomeou,
como primeiro guardião do Convento,
FREI SERAFINO DE SANTA ROSA
(que seria guardião do convento
franciscano do Largo da Carioca, no
Rio, de 1707 a 1710 e provincial entre
1710 e 1713); por fim, instalação do
Santíssimo Sacramento no Convento
em 08/04/1698. Frei Serafino, aliás, era
um dos oito filhos do capitão Antônio
Bicudo Leme (cognominado “o Via Sacra” e fundador de Guaratinguetá em
1705, desmembrada de Taubaté) e da
primeira de suas tres esposas,
Francisca Romeiro Velho Cabral, dois
dos 512 octavós de ANTONIO CARLOS
JOBIM (cuja árvore genealógica ocupa 79 páginas), o que
o torna parente afastado de um dos maiores expoentes da Bossa Nova.
Aquela súbita agilização citada, após sete décadas de espera, foi catalizada pelo
traslado (do qual falarei logo a seguir) da cidade, lá da Passagem
para a área do Itajurú,
o qual posicionou o terreno do convento, até então roça baldia e remota, em
pleno núcleo da nova cidade. O complexo do Convento, em seu apogeu,
incluía o próprio Convento, duas igrejas, capela, claustro, páteos internos,
muros, a capela-mirante no topo do
Morro da Guia (que, por sua importância, merecerá um outro texto específico), o cemitério da Ordem Terceira (no
qual, aliás, desde 1839 repousam os
ossos do engenheiro MAJOR BELLEGARDE, patrono da ASAERLA), sacristia e celas, além do cruzeiro no centro
de seu rossio (que era então a área
livre deixada em frente aos prédios religiosos, no caso o atual Largo de Santo Antônio).
Quando, meio século após sua fundação, a cidade trasladou-se da Passagem para o Itajurú, por vários motivos (um dos quais a disponibilidade da
água da Fonte do Itajurú), esta ficou
polarizada pela nova Matriz com seu
largo e pelo Convento com seu rossio,
interligados por quatro ruas, as únicas
então da cidade: da Praia, hoje Jonas
Garcia; Direita, atual Erico Coelho; do
Estrepe, agora José Bento Ribeiro; do
Fogo, mudada para Silva Jardim. Adicionalmente, o Convento ficava em
frente ao melhor ponto de travessia do
O primeiro
guardião do
convento era
parente de
Tom Jobim
canal (por sua estreiteza e corrente
segura), a Garganta de Pedra ou “itaiurú” dos tupinambás (outro motivo
para o traslado da cidade para mais
longe da praia). Durante mais de dois
séculos, essa travessia veio a ser efetuada por embarcações e barqueiros
de todos os tipos, de modo improvisado e amadorístico, já que não existia uma empresa comercial privada ou
estatal que assumisse tal serviço, mas
apenas biscateiros que, por dinheiro ou
até por cortesia, se dispusessem no
momento a fazer a travessia. O viajante francês Auguste de Saint-Hilaire,
(que visitou Cabo Frio em 1818 e redigiu em seu livro a até hoje mais acurada descrição da cidade e de seus habitantes), descreve tal serviço, as altercações que teve com os barqueiros e
até o preço pago, de vinte réis por pessoa ou animal. Aliás, o francês devia
estar particularmente mal-humorado
nesse dia, pois, tão logo desembarcou
no Largo de Santo Antônio, bateu boca
novamente, desta vez com os franciscanos do Convento, a respeito do pagamento do pasto de seus cavalos no
local.
A decadência do Convento cabofriense acompanhou a generalizada da
Ordem no Brasil, depois que o imperador D. Pedro II, em 1845, baixou decreto proibindo a admissão de noviços
nas ordens religiosas, sendo que, no
início da República, que o revogou, só
restavam nove frades franciscanos no
Brasil (em Cabo Frio, o último e solitário guardião, Vitorino da Santa Felicidade, faleceu em 07/08/1872, deixando o complexo vazio e abandonado à
degradação, o qual, ainda por cima,
foi parcialmente destruído pela detonação acidental dos explosivos nele estocados durante a construção, a seu
lado, da primeira ponte sobre o Itajurú,
em 1890. Quando conheci Cabo Frio e
o Convento no início de 1956, suas impressionantes ruínas saqueadas eram
habitadas por vultos que viriam depois
a habitar o imaginário cabofriense
(Otília, Zé Pombinha e outros). Felizmente, logo após, foi o conjunto completo quase integralmente tombado
pelo IPHAN (processo 477 de 17/01/
1957, em adição ao decreto-lei no. 25
de 30/11/1937), seguindo-se a recuperação parcial do mesmo e a inauguração, em 15/12/1982, do Museu de Arte
Sacra em suas dependências (mas há
muito ainda por se fazer, não apenas
no complexo arquitetônico, mas também em seu entorno, incluindo bom
número de desapropriações).
*L
uiz Carlos da C
unha SSilv
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*Luiz
Cunha
ilveira
eira
é engenheir
o, pesquisador e escritor
engenheiro,
escritor..
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etoria da ASAERL
A
membro
diretoria
ASAERLA
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JOSÉ MARTINS presidente da ACIA
“Se as pequenas lojas e o comércio daqui não
se especializarem rápido, vão ter grandes
problemas no futuro”
ASAERL
A–P
ASAERLA
Prresidente, o sr
sr.. pode fazer um balanço de sua primeira gestão?
José Martins - Nós mudamos o trabalho
da ACIA, fazemos um trabalho em prol do
empresariado, procuramos dar cursos para
melhorar o atendimento, porque a reclamação da população é muito grande. Todo o
comércio está passando por dificuldade até
de mão de obra especializada na cidade.
Qual a principal rreclamação
eclamação ?
Atendimento. Todas as pesquisas feitas
pela ACIA nesse período mostram o mau
atendimento no comércio, tanto para o turista quanto para o restante da população.
Estão vindo muitas empresas para Cabo Frio,
o trabalho tem que ser realmente profissional. E se as pequenas lojas e o comércio daqui não se especializarem rápido, vão ter grandes problemas no futuro.
Os pequenos empr
esários da cidade esempresários
tância do tr
einamenimportância
treinamentão cientes da impor
to?
Por parte dos empregados, muitas pessoas não querem se especializar, vejo uma má
vontade do próprio funcionário. E isso a gente tenta quebrar, o povo está desacreditado
em tudo, há uma falta de credibilidade coletiva. Eu percebo muitas dificuldades nesse
sentido.
São quantos associados?
Cadastrados 800 sócios. Mas que pagam
mensalidade são cerca de 300 ou 400, não
mais do que isso. O empresário vê a associação como um defensor, mas não quer participar.
Cabo F
rio tem mais de cinco mil emFrio
pr
esas. O que falta para os empr
esários se
presas.
empresários
apr
oximar
em da A
CIA?
apro
ximarem
ACIA?
Acredito que eles só vão realmente buscar o apoio e suporte da ACIA quando grandes empresas começarem a chegar à Cabo
Frio. Porque as grandes empresas são todas
associadas e procuram ter um suporte. A
mentalidade é outra. Cabo Frio está precisando um pouco disso, não adianta prometer, o empresário da cidade nunca tem tempo para nada, nem para conversar. Na maioria é isso que acontece. E no total de empresários legalizados você vê nós temos uma
informalidade também muito grande.
O secr
etário de F
az
enda disse que em
secretário
Faz
azenda
dois anos, conseguiu tirar mais de 300
empr
esas da informalidade. Não tem
empresas
como faz
er uma par
ceria?
fazer
parceria?
O próprio Clésio trabalhava campanhas
para os empresários saírem da informalidade,
mostrava os direitos de cada um. Acredito
que a partir do ano que vem a tendência seja
melhorar, inclusive porque até o camelô hoje
Buscar o diálogo sempre.
Unir esforços para defender
o crescimento ordenado da
cidade. Estes são alguns dos
objetivos que o empresário
José Martins defende na presidência da Associação Comercial de Cabo Frio, ACIA
olhando para o inevitável rápido crescimento da cidade.
Mesmo assim, o presidente
conta nesta entrevista que
encontra barreiras entre os
comerciantes que relutam
em se associar para defender os interesses comuns.
-Abri as portas para todas
as entidades. Precisamos
estar juntos cada vez mais-,
diz o presidente.
pode ser legalizado, eles estão se unindo. Já
tem uma comissão de vendedores da praia
que querem se associar. Isso é até tema da
nossa diretoria, para enquadrá-los no estatuto da ACIA. Fizemos um novo estatuto agora pouco e não incluímos esse segmento.
Esse é um dado no
novvo?
Novo e positivo. A carrocinha de cachorro-quente hoje está sendo legalizada, é uma
trabalho que esta sendo feito pelo próprio
Sebrae, pela prefeitura e todo mundo está
saindo da informalidade. Isso dá um suporte ao comércio. Hoje não podemos ver o camelô como concorrente de uma loja e sim o
melhor caminho para o camelô vender.
olpode diz
er que é uma administração vvoldizer
tada para o comér
cio sem conotação pocomércio
lítica?
Eu acredito que sim e na cabeça da maioria sim. Mas existem alguns que ficam receosos. O grupo político é um mito em Cabo
Frio. Se você é amigo de um lado, logo é
inimigo do outro. Eu sou amigo de todos os
políticos de Cabo Frio. São todos meus clientes.
E isso não pode inter
ferir na associação?
interferir
Não. Eu vejo que a administração da
ACIA tem que ser conduzida tem que estar
junto com eles, (os políticos) pedindo apoio,
suporte, não importa quem seja o político
ou o partido. Mas a minha visão é em prol
do comércio porque toda vez que eu tive que
ir a delegacia para ver problemas de carros
presos e problemas com notas fiscais, eu fui
em defesa do meu empresariado.
Reeleição
elutou e agora que
eeleição.. O senhor rrelutou
to as eleições, tudo indica que
perto
estamos per
a sua candidatura seja uma coisa natural?
Eu sempre falei que penso só em um mandato porque uma associação tem que ter sempre cabeça nova, diretoria nova, conversei
com alguns que foram candidatos para ver
se queriam concorrer até para evitar esse confronto, uma guerra sem necessidade. O
empresariado não pode passar por aquilo,
ninguém pode passar por uma eleição como
foi a última muito tumultuada, e ninguém
deve ficar dono da cadeira de presidente a
vida toda. Isso aqui é do associado e acho
que cada um tem o direito de sentar nela
para fazer o trabalho, ter a visão própria. Eu,
só vou concorrer se realmente não tiver outro candidato.
cia. É mais um na luta da sobrevivência. Ganha quem tem o melhor atendimento. Barracas de praia que estão lá há 20 anos, conta
quem atende bem, quem vai procurar atender os clientes que estão sentados. Imagina
o trabalho de cada um para montar barracas
há 20 anos? Todo dia monta e desmonta.
Acho que tem que haver respeito entre os
comerciantes da informalidade. Eles estão
informais porque não tem nenhuma campanha para incentivar a legalização. Ninguém
quer ficar irregular. Além disso, existe dificuldade de crédito para comerciantes informais, que não tem como comprovar renda,
entre outras coisas. Vamos supor, esses trabalhadores há 20 anos se estivessem documentados já teriam direito já estariam aposentados, não seria mais uma pessoa na
informalidade.
O senhor tocou em um ponto extr
extreeel. O pipoqueir
o é um
sensível.
pipoqueiro
mamente sensív
ex
emplo de economia, alguns estão há 20
exemplo
anos trabalhando e assim fiz
eram a vida.
fizeram
O sr vê da mesma forma?
Eu sou comerciante porque tenho o restaurante. Por exemplo, o Adão da Cocada
na praça (Porto Rocha) ninguém consegue
tirá-lo dali, porque já é comerciante nato.
No passado, a ACIA foi criada para combater esse tipo de comércio. Hoje em dia não
se pode mais combater este tipo de comerciante, é uma nova realidade. O novo projeto
tenta colocar na cabeça dos empresários locais que nós temos que estar juntos em tudo.
Se todos fossem legalizados for
talecefortaleceria o comer
cio e com isso impediria a checomercio
gada de ambulantes opor
tunistas?
oportunistas?
Na realidade, todo mundo precisa da documentação da prefeitura. Quando
chega o verão o de fora não entra, porque
aqui teremos um comércio forte em vários
segmentos. E também esse comércio legalizado passa por um próprio fiscal da prefeitura. Se não legalizar esses comerciantes,
a cidade passa a ser mais um lugar que tem
de tudo. Aí não dá certo.
Esse setor seria uma concorrência ao
cio?
comércio?
comér
Eu não tenho uma visão de concorrên-
Na sua campanha para pr
esidente apapresidente
receram vvarias
arias chapas com cer
to ranço pocerto
lítico
assado esses dois anos, o senhor
lítico.. P
Passado
Com o livr
o “D
irigentes E
mpr
esariais
livro
“Dirigentes
Empr
mpresariais
esariais””
do jornalista Ralph B
rav
o nós descobriBrav
ravo
esidente que se elegeu
mos que tev
presidente
tevee um pr
por
que ninguém queria o cargo, hoje todo
porque
mundo quer
quer.. O que mudou?
Eu lembro. No passado a associação teve
uma fase de esquecimento. Mas outros presidentes, como o sr. Warner Pires Neves ,
que hoje é meu braço direito, trouxe uma
experiência do passado para administrar a
ACIA do futuro. A idéia é aproveitar toda a
capacidade e conhecimento das pessoas, com
a federação, com os órgãos públicos, até para
a defesa do próprio empresário.
Fica mais for
te com conhecimento?
forte
Sim. O empresário e o presidente pode
conviver com um ex-presidente dentro da
ACIA sem problemas. Acho que o futuro
pode até ter uma eleição não conturbada,
quero faze-la o mais transparente possível.
No passado, nas eleições ninguém sabia nem
em quem podia votar. Agora a lista de todos
os associados está em todas edições da revista, há dois anos.
É a transparência?
Claro. São eles que são associados. Então
você vê que não tem nada escondido mais.
Cada um pode chegar ali montar um grupo
e decidir que quer mudar, simples. Sem precisar ter muita guerra, muito disse-me-disse, sem fofocas, não tem nada de mais.
O senhor foi o primeir
o pr
esidente que
primeiro
presidente
A, outras entidades e
ASAERLA,
chamou a ASAERL
Novembro / Dezembro 2010
começou a discutir Cabo F
rio
Frio
rio.. O senhor
entende que a união é o caminho?
Eu acho que só assim teremos uma Cabo
Frio melhor, todo mundo fala que Cabo Frio
é qualidade de vida. Mas tem que estar com
todas as associações, juntas, unidas, cada um
tem a sua área, o engenheiro, o arquiteto, a
parte do turismo, mas é tudo a mesma cidade. Então ninguém pode ter sapato alto, ninguém é nada, estamos juntos em prol da
mesma cidade para viver bem. Por isso, que
eu convidei todas as entidades, estamos juntos até agora, não tivemos nenhuma dificuldade e todos tem que se sentar à mesa e discutir a cidade.
Como o senhor vê a atuação da
A, que tem combatido e aponASAERLA,
ASAERL
tado os err
os da administração pública em
erros
toda a rregião
egião ?
A diretoria da ASAERLA está de parabéns, porque este é o trabalho das associações. Não somos patinho feio. Se você analisar, por exemplo, nós fazemos o trabalho do
cliente mau atendido em qualquer loja. A
obra está irregular, ela está sendo o prefeito
que está no gabinete e tem um caminhão de
coisas para fazer. Está sendo fiscal do prefeito de graça e com capacidade técnica. Então
eu acho que é o trabalho correto, está certo,
realmente a posição é a união e nós temos
que mostrar como juntos podemos resolver
esse tipo de comportamento.
Shopping com 200 lojas, com seis lojas âncoras, rredes
edes de rrestaurantes.
estaurantes. Tem
uma corr
ente de comer
ciantes na cidade
corrente
comerciantes
que diz que não pr
ecisa de shopping e
precisa
que vvai
ai ser uma quebradeira do pequeno
comer
ciante. Como o senhor vê isso?
comerciante.
É interessante, eu tenho uma pesquisa feita na ACIA e em segundo lugar a população
quer um shopping em Cabo Frio. Em primeiro é o bom atendimento no comércio,
para você ver o contra-senso da coisa. Isso
foi feito em pesquisa para saber realmente o
comportamento. Eu não vejo como quebradeira. É sempre assim em Cabo Frio. Diziam que as Casas Bahia ia quebrar o comercio, Casa & Vídeo também, o Mercado ABC,
agora Hiper Extra, Lojas Americanas e até
agora ninguém quebrou.
Mas tem comer
ciante rreclamando?
eclamando?
comerciante
Realmente existem as lojas com dificuldades. Mas tem que analisar a administração própria, eu não posso dizer que a loja
quebrou porque tem concorrência. Não.
Acho que tem que ver a administração do
dono. Se eu não souber administrar eu quebro, é uma coisa natural. Você vê , a próprio
governo americano esta passando por dificuldades financeiras e era para ser no Brasil
a crise. E não foi. Cada um tem a sua maneira de administrar.
A chegada de 200 lojas vvai
ai ajudar a rreegião?
Na região não tem um atrativo em volta
seja em Arraial, São Pedro, Búzios. O que
Cabo Frio está fazendo para atrair o nosso
povo que já visita a cidade? Tem que ter algo
para pessoa visitar, mais cinemas, mais oferta. Não tem jeito, ninguém tem como impedir o futuro. Estamos em uma cidade que
não é mais com visão de cidade de bairro,
turística, pequena cidade de 30 mil habitan-
21
tes. Nós temos quase 200 mil habitantes,
não é mais tão pequena.
Durante anos a rregião
egião viv
vivee com as
picuinhas políticas. E os empr
esários
empresários
paulistas diz
em que a rregião
egião aqui é o padizem
raíso e só falta os políticos deixar
em de
deixarem
ser birr
entos para que nossa rregião
egião se transbirrentos
forme num grande pr
oduto turístico
produto
turístico.. O
senhor acr
edita na união como força do
acredita
cr
escimento do comér
cio?
crescimento
comércio?
Cabo Frio está 20 anos atrasada devido a
esse comportamento de brigas políticas. Se
você visita qualquer cidade do nordeste você
consegue ver grandes hotéis construídos em
cima de dunas e autorizados. O Ibama é o
mesmo,o Iphan é o mesmo, só que em Cabo
Frio não pode nada.
Tudo é demorado?
Há vinte anos que ouço a história da construção de um hotel 5 estrelas, de primeiro
mundo. Como? E se não temos um hotel
que na beira da praia, que possa atender
melhor, não tem como trazer esse turismo
mundial para cá. É essa dificuldade que os
nossos políticos não souberam trabalhar.
E aí afasta os inv
estidor
es?
investidor
estidores?
Porque empresário tem, investidor tem.
É só a maneira de abrir as portas, porque
queremos um turismo de qualidade. Então
vamos começar a criar. Como chegar ao aeroporto. Como vamos atender o turismo,
onde vamos colocar o hotel, temos que estar
preparados para isso, mas primeiro os políticos tem que sentar na cadeira e começar a
pensar em Cabo Frio. Não podem sentar na
cadeira e pensar na reeleição deles. Precisamos de um projeto da cidade e um projeto a
longo prazo.
A expectativ
erão?
expectativaa para o vverão?
Cabo Frio hoje não está mais só com aquela superlotação no verão, virada de ano e janeiro. Cabo Frio já é uma cidade movimentada o ano inteiro. Não tem mais aquela dificuldade de ficar parada 11 meses. Todo fim
de semana a cidade está com movimento.
Eu acho que no verão vai ficar insuportável
pela quantidade de gente que deve frequentar Cabo Frio.
AA
CIA durante muitos anos pr
omoACIA
promoveu o N
atal, esse ano não tem?
Natal,
Nós buscamos uma parceria com a prefeitura, porque a coisa se tornou muito grande na cidade. Muitos comerciantes esperam
que a prefeitura participe também, e não há
uma união. Sentamos com a Intertv e com a
Prefeitura. Só que um projeto como este
tem que começar com antecedência e o
sinal verde da prefeitura foi muito atrasado,
então não houve tempo. Só acho que vai
dar pra fazer o ano que vem . Precisamos
trabalhar para ver se no ano que vem a gente
recebe um projeto bom. Fazer uma campanha simples, em prol do próprio comércio
nas televisões locais de Cabo Frio.
Também tem uma dificuldade muito
grande. Eu estava vendo a planilha da Intertv
em Friburgo é bem mais barato do que em
Cabo Frio. Se fechar o pacote com Friburgo
você vai atender Friburgo e também Campos e é muito mais barato. Então a situação
em Cabo Frio fica difícil até de fazer comercial. Vamos continuar lutando.
Livros de autores locais sobre a Região dos
Lagos no dia do Arquiteto e do Engenheiro
Este ano o destaque da confraternização promovida pela ASAERLA para comemorar o Dia do Arquiteto e do Engenheiro foi a iniciativa da associação em divulgar a cultura local. Foram adquiridos 60
exemplares de 9 livros de autores da região para serem sorteados. A diretoria da
associação falou sobre a dificuldade em
conseguir publicações, pois muitos livros
já estão com suas edições esgotadas. -É lamentável que não haja interesse dos municípios em divulgarem a cultura local,
muitos bons livros já esgotados deveriam
ter novas edições e creio que a verba pública poderia ajudar. Toda a região é dotada de uma rica história, principalmente
Cabo Frio que podemos chamar de cidade mãe, devido às outras terem surgido das
várias fragmentações que o município sofreu ao longo dos anos.- disse o Engenheiro Civil José Deguchi Júnior, vice-presidente da ASAERLA.
A inovação da entidade foi um sucesso
entre os profissionais presentes.
-Interessante essa idéia, fui sorteado
com um livro que além de contar parte da
história de Cabo Frio tem trechos que contam a história da minha família. Fiquei
muito feliz-, disse o engenheiro Fernando
Luiz Cardoso, ex-presidente da ASAERLA.
Para o engenheiro e escritor Luiz Carlos
da Cunha Silveira, a iniciativa deve ser
seguida por outras entidades, ONGs e
empresas do setor privado.
-Se todos focassem essa forma de sortear brindes, seria muito interessante, custa
barato, mas o ganho cultural é enorme-,
disse Luiz Carlos autor de “O outro Cabo
Frio” que viu sete exemplares de sua obra
serem muito bem recebidos.
A ASAERLA ficou com um exemplar
de cada livro adquirido, dando início em
sua sede a uma pequena biblioteca de autores locais com temas sobre os municípios da Região dos Lagos. O presidente
Humberto Quintanilha destacou sobre a
importância da divulgação da história regional para as novas gerações e lembrou
que a associação já vem fazendo a sua parte há alguns anos, através do Informe
ASAERLA.
Livros sorteados
01 - Dirigentes Empresariais Cabo-frienses – Autor: Ralph Bravo. Qtde 09
02 - A Longa Marcha – Autor: José Correia Baptista. Qtde 03
03 - América de Américo – Autor: Marcio Werneck da Cunha. Qtde 02
04 - Água e seu curso na História – Autora: Meri Damasceno. Qtde 04
05 – O Outro Cabo Frio – Autor: Luiz Carlos da Cunha Silveira. Qtde 07
06 – Dados Históricos de Cabo Frio – Autor: Abel Beranger. Qtde 09
07 – Fatos e Costumes da região – Autor: José Casimiro. Qtde 09
08 – O Amanhecer na Minha Cidade – Autor: Cláudio de Azevedo Machado. Qtde 09
09 – Trajetória da Sociedade Musical Santa Helena – Autor: Célio Mendes Guimarães. Qtde 01
10 – Cabo Frio Contando sua História - Autor: Célio Mendes Guimarães. Qtde 07
Novembro / Dezembro 2010
22
Pontualidade conquista clientes
Lumafer lidera o
mercado de ferros
e aço na região
Há mais de 15 anos
quando o carioca Gratiniano Pardo Lucas decidiu instalar a Lumafer, estava confiante nas pesquisas que
apontavam o rápido crescimento da Região dos Lagos.
Bingo! Nos últimos dez
anos a região foi uma das
que mais cresceu no estado. A construção civil acompanhou e o consumo
de ferro e aço também. Este
ano a venda dos insumos
típicos para construção civil cresceram 5,2% segundo dados do IBGE.
-Começamos vendendo
cimento e ferro, e aos poucos fomos crescendo sempre atento à economia do
país-, avalia Gratiniano que
administra uma carteira de
mais de dois mil clientes e
22 funcionários. A Lumafer
atende toda a região.
O empresário conta que
confia muito na equipe da
empresa que trabalha direto com o cliente.
- O atendimento faz muita diferença. Por isso, nosso
esforço para um atendimento especial. Assim ficamos
sabendo as necessidades de
nosso cliente. E aí vamos
Gratiniano Lucas presidente da Lumafer
atendê-lo cada vez melhor-,
diz o empresário que acredita que só preço mais baixo
não atrai tanto o cliente.
-É um conjunto de coisas, bom preço, atendimento, entrega e a confiança
entre cliente/empresa-, diz.
Mesmo as empresas de
fora que tentar encantar clientes com preços mais baixo por conta da redução de
impostos como os praticados no Espírito Santo não
assustam a Lumafer.
A empresa continua
apostando no atendimento
e na entrega rápida e por
isso se tornou líder em vendas de ferro e aço na região.
Gratiniano ressalta a importância do trabalho da
ASAERLA na região como
forma de valorizar o profissional mas também de dis-
cutir e mostrar à sociedade
problemas comuns a todos.
-É importante mostrar as
irregularidades e alertar sobre questões ambientais até
para que o poder público
tome providências. E esse
alerta a ASAERLA faz sempre com olhar muito técnico. A diretoria está de parabéns-, diz.
Gratiniano, 44 anos se
diz otimista com os próximos anos e o olhar do mundo para o Rio de Janeiro
com Olimpíadas e Copa do
Mundo. Tudo junto vai impulsionar o turismo e o
mercado da construção.
-Estamos prontos para
crescer com o mesmo atendimento e respeito ao cliente. Na nossa empresa é
assim que trabalhamos-, orgulha-se.
Firjan forma profissionais para construção civil
Maria Aparecida Dias ficou muito feliz ao receber
o certificado de conclusão
do curso de qualificação de
Ladrilheiros, ministrado na
Cidade de Deus. Maria faz
parte da turma de 25 alunos formados pelo Sistema
Firjan. Essa é a primeira
turma do projeto Canteiro
Escola do programa Sesi
Cidadania e teve início em
março deste ano. A cerimônia aconteceu na Associação de Moradores da comunidade com a presença de
representantes do Sistema
Firjan e dos parceiros
Sinduscon-RJ, Governo do
Estado e Prefeitura.
Alunos prontos para o mercado de trabalho
Os novos profissionais
que vão concorrer a vagas
na área de construção civil
tiveram aulas de Segurança
do Trabalho, Leitura de
Projeto de Arquitetura,
Matemática aplicada à
construção, Técnicas de
Execução de Revestimento
em Argamassa (emboço) e
Técnicas de Aplicação de
Revestimentos Cerâmicos.
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