2 Novembro / Dezembro 2010 Novembro / Dezembro 2010 3 Crea-RJ mais próximo do interior Emissores de gás e ordem no trânsito Por Agostinho Guerreiro Nova tentativa Em meio a 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas, que realizada em Cancun, no México, a China admitiu ser o principal emissor de gás carbônico do planeta, o que foi considerado por muitos um avanço. A questão, no entanto, é que o país se recusa a aceitar limites para as emissões usando a justificativa de ser um país em desenvolvimento que precisa continuar seu crescimento econômico, enquanto os países desenvolvidos foram muito mais poluidores ao longo de sua história. Um ano após o fracassso da Conferência de Copenhague, onde se esperava como resultado um grande acordo a respeito do tema, o evento em Cancun está impregnado de ceticismo. O fato é que a reunião de representantes de 190 países precisa superar a antecessora e ter como fruto um acordo que traga impactos políticos e metas a serem cumpridas. China e Estados Unidos, como maiores poluidores do planeta, têm um papel crucial no debate. Esperamos que seus representantes tenham a clareza de ver que o que está em jogo não são índices de desenvolvimento econômico, mas o futuro de todos nós – sejamos ricos ou pobres. Mudanças necessárias A tentativa de moralização do trânsito da cidade pelo prefeito Eduardo Paes pode ser o início da organização do caótico cotidiano carioca, mas apenas se for realizada de forma séria e ordenada. A implantação do Bilhete Único Carioca (BUC) e a mudança nas linhas de ônibus devem levar em consideração o interesse dos passageiros, e não das empresas do setor. A Zona Oeste é uma das regiões mais prejudicadas quando se trata de transporte público e um retrato da bagunça que impera na cidade. Vans irregulares e linhas de ônibus escassas já fazem parte da rotina. Por isso, é muito importante que os moradores desta região sejam servidos de forma mais efetiva. São constantes as reclamações de que a duração do bilhete não comporta o tempo que os moradores levam para retornar de certos destinos, como o Centro. Cabe ao prefeito abrir os olhos e ouvidos para a população e fazer o que todos esperam dele: atender às necessidades dos cariocas. Agostinho Guerreiro - Presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) Associado faça seu recadastramento ou então associe-se e tenha os benefícios dos convênios da ASAERLA Recadastre-se em nosso site ou em nossa sede e faça parte da nossa família Av. Nilo Peçanha, nº 73 - Sala 05, Centro – Cabo Frio. Tel: (22) 2645.6524 / 9968.4020 De segunda à sexta-feira das 09h às 17h30. www.asaerla.com As promessas de campanha do Crea-RJ, liderados pelo presidente Agostinho Guerreiro, no cargo há dois anos, estão se concretizando. É notório o crescimento da participação do Conselho no interior e a aproximação com as associações como a ASAERLA, uma das mais atuantes no estado. Para fortalecer o próprio Crea-RJ e as associações do interior, a entidade realiza cursos em várias cidades através do sistema de videoconferência. Os cursos são realizados em salas do próprio Crea. Uma forma de estimular o credenciamento dos profissionais junto às entidades representativas das classes é oferecer um desconto de 40% para os associados. - A gestão atual pensa nas entidades regionais como grande força do Crea. É essencial que as associações se unam em torno da profissão para que tenham voz ativa – disse o engenheiro Luiz Antônio Cosenza, vice-presidente do Crea-RJ. Cosenza disse ainda que as sedes regionais do Crea no interior estão sendo melhoradas, inclusive a de Cabo Frio, que tem previsão de instalações Os engenheiros Octávio Caetano, Cosenza, Camelo e Rogério na comemoração promovida pela ASAERLA ampliadas, além de outras melhorias. É possível que a inspetoria mude para um prédio maior. Quanto aos salários dos funcionários o vicepresidente ressaltou que agora está colocando tudo em ordem. - Já está em funcionamento um novo sistema corporativo, assinamos um acordo coletivo de salário e assim passamos a pagar o piso salarial aos profissionais. Vamos implantar um novo Plano de Cargos e Salários e em janeiro deve haver novo concurso público para todo o estado – disse. Uma outra promessa de campanha que tem sido cumprida é o repasse de parte do valor da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para as entidades de classe. - Esse dinheiro não é do Crea, é da entidade. Quando assumimos, o caixa estava com algo em torno de R$1 milhão de reais aplicados, gerando juros. Agora esse dinheiro é entregue à origem – disse o vicepresidente. Vice-Presidente do Crea-RJ aposta no crescimento da ASAERLA em toda a região “O crescimento da ASAERLA é inevitável e será de extrema importância para fortalecer a profissão”. Essa é a opinião do engenheiro Luiz Antônio Cosenza, vice-presidente do Crea-RJ. A união é o passo para o fortalecimento e a ASAERLA já está à frente de outras associações, além de ter um bom diálogo com o Crea. - É mais fácil disseminar e divulgar ideais que defendam a profissão quando se está dentro de uma entidade com história e força como é a ASAERLA – disse o vice-presidente que participou do churrasco de confraternização pelo Dia do Arquiteto e do Engenheiro. Cosenza elogiou os trabalhos da ASAERLA e incentiva a união dos engenheiros e arquitetos para reivindicar pelos direitos da profissão. Para ele, não adianta criar inúmeras entidades pequenas que não tenham força. - O sindicato dos Engenheiros está abrindo delegacias em Resende e em Macaé. Isso poderia ser acompanhado por outras entidades em torno da ASAERLA, que já tem 33 anos de existência. Quanto mais forte é uma entidade maior é seu peso dentro do sistema – disse. Os diretores da ASAERLA estavam felizes com a presença do vice-presidente do CREA-RJ e do coordenador da Regional Leste, o engenheiro Octávio José Caetano da Silva Júnior, que mesmo com as agenda apertadas fizeram questão de prestigiar a confraternização com os profissionais da Região dos Lagos. -A participação do Cosenza e do Octávio em um evento nosso, num dia importante como o Dia do Arquiteto e do Engenheiro nos mostra que estamos no caminho certo-, disse o engenheiro José Deguchi Júnior, vice-presidente da ASAERLA. -Como presente pela data ouvi do Cosenza para iniciarmos a procura de uma nova e mais ampla sede para a inspetoria do CREA-RJ em Cabo Frio-, completou Deguchi Jr. Novembro / Dezembro 2010 4 PALAVRA DA DIRETORIA A reestruturação da ASAERLA Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA) Centro - Cabo Frio - RJ Tel.: (22) 2645-6524 e-mail: [email protected] www.asaerla.com EXPEDIENTE Conselho Diretor biênio 2009-2010 PRESIDENTE: - eng° Humberto Sanchez Quintanilha VICE-PRESIDENTE: - eng° José Deguchi Junior DIRET OR SECRETÁRIO: DIRETOR - eng° Luis Sérgio dos Santos Souza DIRET OR TESOUREIR O: DIRETOR TESOUREIRO: - eng° Raimundo Neves Nogueira (Dokinha) DIRET OR TÉCNICO: DIRETOR - eng° Marco Aurélio dos Santos Abreu DIRET OR SOCIAL: DIRETOR - eng° Milton José Furtado Lima DIRET OR DE MEIO-AMBIENTE: DIRETOR - eng° Juarez Marques Lopes DIR. DE REL AÇÕES RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: - eng° Ricardo Valentim Azevedo DIRET ORES DE PUBLICAÇÕES: DIRETORES - eng° Fernando Luiz F. Caedoso - eng° Luis Carlos da Cunha Silveira COMISSÃO FISCAL: - eng° Luiz Césio Caetano Alves - arqa Maria Yara Coelho - eng° Aurenio Ribeiro - eng° Elídio Lopes Mesquita Neto - eng° Anísio Machado de Resende - eng° Raul Antonio Alberto L. Lazcano ASSESSORIA DE IMPRENSA: W2Imagens.com -Walmor Freitas - (22) 9214-3940 [email protected] IMPRESSÃO: Gráfica do Jornal do Commercio TIRA GEM: TIRAGEM: 6.000 EXEMPLARES EDIÇÃO N° 24 Novembro / Dezembro - 2010 L uis Sérgio dos SSantos antos SSouza ouza Eu era um dos que não acreditava na reestruturação da ASAERLA. Depois de vários convites de amigos para comparecer às reuniões semanais e o José Artur convidando para participar da diretoria, fui convencido e passei a dedicar algum tempo em prol da associação, inicialmente com o próprio José Artur e depois com Humberto Quintanilha. Logo nos primeiros dias percebi que a tarefa não seria nada fácil, mas a determinação da diretoria foi vencendo cada um dos vários obstáculos. Estaremos em janeiro iniciando mais um mandato à frente da ASAERLA e cremos que realizamos um bom trabalho no período que findou em 2010. Bons cursos foram realizados na cidade, não sendo necessário o deslocamento do associado aos grandes centros para obter o conhecimento, palestras com profissionais renomados fizeram parte do calendário e a promoção do Fórum de Tecnologia para Construção Sustentável, que além da participação de profissionais da cidade, houve um grande interesse de profissionais de cidades vizinhas e também do Rio de Janeiro e Niterói. Resgatamos as festas comemorativas e mantivemos os tradicionais Happy Hours. Precisamos de mais colegas juntos ao nosso grupo, para que possamos fortalecer ainda mais a nossa associação e irmos mais longe nos nossos objetivos. Convidamos os jovens profissionais a nos visitar e levar suas idéias para que possamos saber as necessidades dos que saem da faculdade atualmente. A ASAERLA existe para o profissional, sem vocês o nosso trabalho fica sem sentido. Um excelente 2011 a todos e lembrem-se, ao preencher sua ART escolha a ASAERLA como entidade de classe beneficiada, com esse pequeno ato poderemos trazer muito mais cursos e palestras para nossa região. L uis Sérgio dos SSantos antos SSouza ouza é engenheir o civil e dir etor engenheiro diretor secr etário da ASAERL A secretário ASAERLA Novembro / Dezembro 2010 5 É APENAS O COMEÇO Balanço de dois anos mostra que os assuntos abordados tecnicamente pela ASAERLA entraram na pauta da imprensa e da sociedade civil. Falta agora dar continuidade e pressionar os órgãos públicos e concessionárias para que agilizem a melhoria de serviços e dê soluções rápidas para melhor qualidade de vida do resto de nossos dias Assim que assumiu a diretoria da ASAERLA em janeiro de 2009, o engenheiro civil Humberto Sanchez Quintanilha, reuniu os diretores e traçou metas para a gestão que finda neste ano. Entre os objetivos de atrair novos sócios, parceiros e expandir a entidade em toda a região, Quintanilha reforçou a necessidade da discussão em tempo integral de assuntos que definem a cidade e a região que queremos para viver. -Precisamos defender o ambiente em que vivemos a começar pela recuperação imediata da Lagoa de Araruama-, disse para seus diretores-colaboradores. De lá para cá, muitas conquistas num curto espaço de tempo. A ASAERLA ganhou visibilidade, liderou discussões de interesse da sociedade e passou a ter assentos nas principais comissões municipais que definem o rumo do crescimento ordenado dos municípios da região. -Conseguimos muita coisa. Mas a o trabalho está apenas começando e precisamos cada vez mais de jovens profissionais para se integrarem à entidade-, avaliou o presidente. Para divulgar os questionamentos e alertar o poder público sobre possíveis irregularidades e chamar a atenção para os problemas que se multiplicam na região a entidade reformulou o informativo da ASAERLA. Aumentou a tiragem e conseguiu conexões imediatas com os principais órgãos de classe, associação, ongs e a sociedade civil. Deu certo. O número de parceiros fiéis também vem crescendo e o informativo ganhou fôlego e tem servido como orientação aos MPF e MPE por conta do olhar exclusivamente técnico da entidade. As prefeituras ainda relutam em aceitar as sugestões de mudanças, mas a sociedade já conta com um norte técnico para discutir diversos assuntos sem o peso do ranço político que aflige a maioria das cidades brasileiras. Na primeira Palavra do Presidente deste informativo, Quintanilha ressaltou que era preciso compartilhar a experiência de cada um para o fortalecimento do todo. -Afinal o futuro está em nossas mãos e só depende de nossa maior participação-, escreveu há dois anos. O apelo continua valendo. Nas próximas páginas uma retrospectiva dos pontos discutidos por cidadãos comuns que, felizmente, escolheram ser arquitetos ou engenheiros para garantir o dia de amanhã com mais qualidade de vida a todos nós. São alguns tópicos que despertaram a atenção da sociedade, mas merecem ainda ampla discussão com o poder público e concessionárias. Novembro / Dezembro 2010 6 É preciso uma reengenharia de tráfego, retirar o esgoto da Lagoa de Araruama e preservar o patrimônio histórico Temas já foram abordados pela ASAERLA em 2009 e pouco resultado prático pode ser percebido MOBILIDADE Veículos em alta velocidade, mal estacionados, excesso de passageiros e desrespeito ao CBT pertubam a vida do morador o ano inteiro. Muito se tem discutido sobre o aumento de veículos nas ruas de Cabo Frio e a consequente falta de vagas para estacionar. Sem uma fiscalização adequada os 56.187 veículos com placas de Cabo Frio diariamente dão um nó no trânsito. Deste total, 9.720 são motos. Os dados do IBGE são do ano passado. Além do grande número de veículos emplacados na cidade, soma-se as centenas de carros com placas de outros municípios que transitam na maior cidade da região. Na edição de março de 2009 a ASAERLA chamava a atenção do poder LAGOA Cenário de cartão postal, a maior lagoa hipersalina do mundo inspira cuidados. Em janeiro de 2009 sofreu com a mortandade de cerca de 30 toneladas de peixes. As imagens ganharam o mundo e ambientalistas e Ongs protestaram muito. Pouco adiantou. No final de 2010 a lagoa ainda continua recebendo esgoto "in natura" em diversos pontos que se somam ao grande volume de águas pluviais por conta da pavimentação da maioria das cidades. A água que antes era absorvida pelo solo agora é jogada na lagoa. A concessionária Prolagos se defende e garante que os pesados investimentos em tratamento de esgoto estão dentro do cronograma fiscalizado pela Agenersa, Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro. público que era preciso uma rigorosa fiscalização e nova engenharia de tráfego. -Falta um planejamento urgente para o trânsito-, diz o engenheiro e escritor Luiz Carlos da Cunha Silveira, diretor da entidade. A prefeitura anunciou que em breve a recém-criada Comissão de Mobilidade Urbana estará funcionando para definir estratégias que possam desafogar o trânsito e criar mecanismos para colocar Cabo Frio em sintonia com cidades de médio porte que pensam o crescimento de forma ordenada. Um dos pontos é ordenar e valorizar o transporte coletivo para que as pessoas usem menos automóveis. -É um grande desafio, mas já temos todos os estudosdisse o engenheiro Mauro Branco secretário de transportes. A ASAERLA enviou documento ao MPE para auxílio no processo investigatório sobre as causas do desastre ambiental de janeiro de 2009. A entidade também promoveu a discussão sobre o sistema de captação de esgoto a tempo seco que se mostra ineficaz como solução de engenharia para a região. O ideal seria a construção de redes separativas, uma só para águas pluviais e outra para esgoto. Atualmente tudo flui pela mesma tubulação e cai diretamente na lagoa quando o volume de chuva é maior do que os reservatórios suportam; o resultado é que todo esgoto é jogado na lagoa. -É única a forma de não inundar a cidade com esgoto e chuva-, alega a concessionária. ASAERLA, ONGs e sociedade ainda estão sem a resposta de quando afinal a lagoa deixará de receber esgoto. FAZENDA CAMPOS NOVOS Falta de manutenção. Este foi o primeiro diagnóstico que técnicos da ASAERLA fizeram ao visitar a Fazenda Campos Novos em maio de 2009. O conjunto arquitetônico do final do século XVII, composto por casa-grande, Igreja de Santo Inácio e cemitério forma uma quadra com claustro interno nos moldes da arquitetura jesuítica dos primeiros séculos e colonização. Entretanto, o que arquitetos e engenheiros presenciaram foi o total abandono das instalações históricas. Durante a visita promovida pela ASAERLA técnicos do IPHAN também estiveram presentes. Fotografaram, analisaram e percorreram todos os quatro cantos da fazenda acompanhados por técnicos e secretários da prefeitura de Cabo Frio. -Temos projetos para recuperação mas precisamos de empresas e parceiros porque a queda nos royalties estancou muitas obras e projetos-, disse o médico Beto Nogueira Secretário Municipal de Agricultura e sub-prefeito da zona rural de Cabo Frio. De lá para cá pouca coisa aconteceu. Em fevereiro, a prefeitura anunciou que faltava pouco para ter a Fundação Oswaldo Cruz como parceira na restauração e revitalização da Fazenda Campos Novos, sítio histórico remanescente da antiga fazenda de propriedade da Companhia de Jesus. Beto Nogueira,disse que a Fazenda faz parte do roteiro turístico-científicocultural Caminhos de Darwin. Ivo Barreto, chefe do escritório técnico do IPHAN de Cabo Frio, também faz parte do projeto e mostrou-se empolgado com a visita dos técnicos da Fundação Oswaldo Cruz: - Enxergamos a Fazenda Campos Novos como um patrimônio a ser preservado na região. Intencionamos integrar com pessoas que possam colocar as propostas que estão sendo levantadas na prática. A Fiocruz tem um histórico no trato do patrimônio cultural e será importante neste processo. Uma nova visita de técnicos da ASAERLA poderá acontecer ainda no primeiro semestre de 2011. -Precisamos estar vigilantes e acompanhar a evolução dos fatos-, disse o engenheiro José Deguchi, vicepresidente da ASAERLA. Novembro / Dezembro 2010 7 Novembro / Dezembro 2010 8 Direito de ir e vir, licenciamento de obras e Casa do Wolney Calçada do Charitas Um dos prédios mais bonitos de Cabo Frio dificilmente pode ser visitado por pessoas portadoras de necessidades especiais. Com mais de 1 metro acima do nível da calçada, é preciso vencer três grandes degraus de pedras antigas para adentrar ao recinto. Analisando a situação, o engenheiro civil e ex-presidente da ASAERLA, José Artur de Almeida Lima, expôs sua preocupação também com as pessoas que precisam transitar pela calçada do prédio histórico. -Os degraus ocupam boa parte da calçada obrigando os transeuntes a se espremerem entre os carros e o pequeno espaço restante. Isso sem falar nos portadores de necessidades especiais-, destacou o engenheiro. Para colaborar com a prefeitura, o arquiteto Eduardo Harguindeguy desenvolveu um estudo, através de softwares que projetava a calçada em mais um metro para ocupar exatamente o espaço onde hoje é reservado para estacionar os carros. - A idéia é muito simples, tira os carros e as pessoas transitam livremente, isso não atrapalha o trânsito porque aquele espaço era estacionamento-, disse José Artur. Mesmo com a recente reforma feita pela prefeitura a idéia para melhorar o trânsito de pedestres na calçada não saiu do papel e as pessoas continuam com muita dificuldade de passar em frente ao Charitas. Os tombos são inevitáveis entre crianças e pessoas idosas. Mães com carrinho de bebes também encontram sérias dificuldades para passar pelo local. Licenciamento de obras No dia 5 de maio de 2009 na sede da prefeitura, a arquiteta Rosane Vargas, então Secretária de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Cabo Frio, recebeu diretores da ASAERLA. Rosane e a arquiteta Márcia Cabral explicaram os problemas enfrentados pela secretaria como a escassez de mão-de-obra especializada para fiscalizar e visitar obras no município. Outro problema relatado foi a reduzida equipe técnica da prefeitura para análise de projetos. Durante a reunião a ASAERLA assumiu o compromisso de preparar e encaminhar um documento à prefeitura com as propostas para o licenciamento de obras. Diretores da ASAERLA, no dia 10 de junho do mesmo ano encaminharam a prefeitura propostas e sugestões para acelerar o processo de licenciamento de obras. Uma das sugestões foi a criação de um Protocolo Técnico composto por um profissional, Engenheiro ou Arquiteto, conhecedor da Lei de Uso do Solo municipal, um tecnólogo com formação em gestão ambiental e um advogado com conhecimento do Direito Ambiental. Houve ainda mais duas reuniões para tratar do mesmo assunto, uma em 2009 com o secretário Carlos Victor e outra em 2010 com o secretário Wilson Mendes Jr., porém mesmo após estas 3 reuniões o processo de licenciamento ainda é objeto de crítica de vários profissionais na cidade. Casa do Fotógrafo Wolney Teixeira Em maio de 2009 um dos assuntos mais discutidos em emissoras de rádio, TVs e jornais foi o descaso com a casa onde morou o fotógrafo cabofriense Wolney Teixeira que foi construída na Érica Coelho, hoje um dos locais mais movimentados da cidade. A discussão sempre foi em torno da recuperação do prédio onde Wolney morou por muitos anos. Para o engenheiro e escritor Luiz Carlos da Cunha Silveira a situação tem duas vertentes importantes. A preservação do último e único exemplar arquitetônico residencial sobrevivente da cidade do século XVIII e o acervo do ilustre fotógrafo. Entretanto, pouca coisa aconteceu. A prefeitura se limitou a colocar tapumes em volta do prédio que estava caindo. Hoje, dois anos depois, até os tapumes estão mostrando a total degradação do patrimônio arquitetônico e cultural de Cabo Frio. Pouco há para fazer. Engenheiro e fotógrafo avançado Marco Aurélio, diretor da ASAERLA, defende a preservação imediata dos negativos que aos poucos vão se estragando. -É preciso digitalizar todo o acervo que mostra a história e a evolução da cidade de Cabo Frio, disse. A prefeitura anunciou que fez propostas para a família do fotógrafo para adquirir o acervo. As conversas não evoluíram. Novembro / Dezembro 2010 9 Começo da cidade, Leis Complementares e descaso da AMPLA Fonte do Itajuru Ao assumir a presidência da ASAERLA, o engenheiro Humberto Quintanilha conversou com a diretoria e mostrou a programação de visitas técnicas que a entidade deveria fazer em diversos pontos da região. Em Agosto de 2009, Quintanilha e Deguchi visitaram a Fonte do Itajuru e constataram “in loco” o que todos assistem diariamente; a degradação do local e do monumento histórico. Passado mais de um ano, pouca coisa foi feita para manter o patrimônio histórico tão importante. Apenas a limpeza melhorou. Para o engenheiro e historiador Luiz Carlos da Cunha Silveira, Cabo Frio poderia até não existir se não fosse a Fonte do Itajuru. - Não constituiu exagero afirmar que, sem o poço do Itajuru, Cabo Frio não teria sobrevivido (o que teríamos hoje em seu lugar? Outra cidade? Um parque natural?, escreveu em seu artigo na pag 11 da edição 18 de setembro/outubro de 2009 no Informativo da ASAERLA. Outro ponto importante detectado pelos engenheiros durante a visita foi a falta de sinalização adequada que informassem aos visitantes a importância da fonte. Ná época, o secretário de Cultura, José Correia Baptista disse que não poderia se manifestar sobre o assunto por ainda não ter siso empossado oficialmente. Ernesto Galiotto/divulgação Leis Complementares ao Plano Diretor de Cabo Frio Repousa sobre a mesa do prefeito Marquinho Mendes o anteprojeto das Leis Complementares do Plano Diretor de Cabo Frio enviado pelo Conselho do Plano Diretor em novembro de 2009. Muita discussão e também muito mistério sobre a evolução do Plano Diretor e as Leis complementares que vão, na verdade, definir as regras para o crescimento sustentável e ordenado do município nos próximos dez anos. -Não podemos concordar com tudo sem antes fazer uma profunda análise e projeção da cidade que queremos e a cidade que políticos e a especulação imobiliária enxerga. É preciso cautela-, observou o engenheiro sanitarista Juarez Marques Lopes diretor da ASAERLA. A entidade que faz parte do Conselho do Plano Diretor enviou oficio em outubro de 2009 ao professor Paulo Cotias, então secretário executivo do CONSEPLA frisando que a ASAERLA não mais emitiria pareceres em processos de aprovação de pro- Novos padrões de entrada de energia elétrica da Ampla Aos poucos, os muros e fachadas de casas e prédios residenciais e comerciais na maioria das ruas apareceram com os cabos elétricos do padrão de entrada de energia instalados sem a proteção de eletrodutos, ao contrário do antigo modelo adotado. Técnicos da ASAERLA constataram ali uma situação de risco aos moradores. Um ofício foi enviado a concessionária AMPLA com cópia ao Ministério Público Estadual, ao Crea-RJ e a Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL alertando sobre o problema. A Ampla garantiu que o novo padrão de entrada de energia elétrica adotado estava dentro das normas. A ANEEL lavou as mãos informando que tal assunto era de responsabilidade exclusiva da concessionária. APAGÃO – Outro importante item de discussão que assola a região, agora não mais restrito a alta temporada, pois é constante a falta de energia durante todos os meses do ano. Os apagões que tantos prejuízos causam a comerciantes, consumidores e ao turismo regional foram justificados pela Ampla como alguns picos de energia devido a defeitos em transformadores que abastecem o município de Cabo Frio. A concessionária disse, em outubro de 2009, que estava investindo constantemente em obras de melhorias e manutenção com investimentos que incluíam a ampliação de duas substações em Búzios e Saquarema, substituição de novos condutores entre outras providências como a utilização de materiais e novas tecnologias para a modernização do sistema, porém a AGENERSA, Agencia Reguladora de Energia e Sanemaneto Básico do Estado do Rio de Janeiro, chegou a cogitar que a Ampla e a Light no Rio, colocassem geradores para enfrentar os apagões no verão. FALTA DE FISCALIZAÇÃO - Os técnicos da ASAERLA constataram mais 2 problemas em relação a AMPLA. Hoje em várias ruas da cidade é possível ver a distribuição da rede elétrica nas duas calçadas de cada via, são postes da companhia implantados sem critérios, desobedecendo a boa prática que visa comprometer apenas um dos passeios da rua. O outro problema, também com a rede elétrica, é a implantação de postes de modelos diferentes, normalmente nas cidades são adotados somente postes com seção circular, diferente do que vem acontecendo atualmente na região, onde a concessionária está implantando postes de diferentes perfis. jetos que viessem a ser examinados ao Conselho que não atendessem o que estabelece o Artigo 79 da Lei do Plano Diretor. Várias leis modificando os parâmetros construtivos de determinadas regiões tem sido criadas para atender a interesses particulares, deixando para o segundo plano a aprovação das Leis Complementares que irão regir a cidade como um todo. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 182 atribui aos municípios a responsabilidade na definição das políticas de desenvolvimento urbano, com a finalidade de ordenar o pleno incremento das funções sociais das cidades. A partir daí, surgiu o Estatuto das Cidades (Lei federal 10.257/2001) reforçando o papel do Plano Diretor como instrumento fundamental para o planejamento e desenvolvimento sustentável. Daí toda a importância das Leis Complementares que ainda nem foram encaminhadas pelo executivo municipal para votação na Câmara de Cabo Frio. Novembro / Dezembro 2010 10 Histórica Estação, puxadinhos chic e abandono do Parque Estação de São Pedro da Aldeia Até poucos meses atrás era quase impossível saber onde ficava a histórica Estação Ferroviária de São Pedro da Aldeia fundada em 1937 e que serviu como base para o desenvolvimento da região. Com o passar do tempo e inúmeras reformas sem qualquer critério técnico a Estação foi sumindo aos poucos dando lugar apenas a um prédio que abrigou bar, ponto de ônibus e rodoviária. Felizmente uma determinação federal de 2007 atribuiu ao IPHAN todos os bens da antiga Rede Ferroviária Federal que incluía a Estação de São Pedro da Aldeia. Na edição 20 de fev/mar de 2010 a ASAERLA dedicou a capa do Informativo para tratar do assunto como ele merece pois trata-se do patrimônio histórico da região e do país. Uma equipe de engenheiros, arquitetos e diretores da entidade visitaram o começo das obras de restauração da velha Estação. O arquiteto Ivo Barreto, chefe do escritório regional do IPHAN acompanhou a dire- toria da ASAERLA e explicou em detalhes o trabalho para a restauração do prédio. -As mudanças tem como objetivo centralizar as informações e permitir o acesso popular a história da ferrovia, além de tornar o local em novo ponto turístico da região-, explicou Barreto. Na primeira etapa o IPHAN recebeu R$ 220 mil de verba federal. Para o engenheiro Péricles Paim de Pádua, da Padova Engenharia, responsável pelas obras de restauração do prédio, a parte mais difícil foi ter que fazer toda a prospecção para saber como a estação foi construída. -Levamos dois meses nesta pesquisa-, disse Péricles. Agora, o escritório do IPHAN já está instalado na Estação que começa a surgir como grande modelo arquitetônico da história do progresso da região. O público e estudantes terão acesso ao acervo assim que todo o processo for concluído. Mais uma vitória do patrimônio que coloca a Região dos Lagos em sintonia com a história do mundo. Supercoberturas da Praia do Forte Entra ano e sai ano e por mais que tentem o contrário a paisagem da Praia Forte mantém a sua extrema beleza. Isso para quém olha para a generosa natureza. Já para quem focar na fileira de prédios vai se deparar com cenas cada vez mais tristes de abuso e desrespeito às leis e ao bom senso. O quadro é desolador ao ver as supercoberturas na Praia do Forte que insistem seguir fora do código de obras. São coberturas com mais de dois pavimentos, coberturas triplex e até mesmo quadriplex cravadas numa das áreas mais nobres de Cabo Frio. A ASAERLA há muito tempo vem alertando os órgãos públicos sobre as irregularidades, entretanto pouco foi feito. A prefeitura sempre alega a falta de fiscais, mas se defendeu dizendo na época que os proprietários das obras fora de controle são notificados, tem as obras fotografadas e o material é anexado ao processo administrativo aberto na prefeitura. Caso a obra continue, o procedimento municipal é encaminhar a documentação ao departamento jurídico da prefeitura-, explicou um dos fiscais ao informativo da ASAERLA. No começo deste ano, o então secretário de Desenvolvi- Parque Municipal Boca da Barra A questão ambiental nunca sai de pauta nas reuniões semanais da ASAERLA. Engenheiro e arquitetos sempre trazem relatos e denúncias sobre o desrespeito ambiental em toda a região. É um bom sinal que o olhar técnico está cada vez mais aguçado para o ambiente que vivemos e que queremos continuar vivendo com filhos e netos. O lado triste é saber que mesmo depois de tantas constatações de irregularidades a ação predadora parece não ter fim ou pelo menos ter perdido o fôlego. Na edição 21 do Informativo, a diretoria entendeu a necessidade de chamar a atenção para o total abandono de uma das mais valiosas áreas ainda intactas de Cabo Frio; a Boca da Barra, que fica em frente ao Forte São Mateus, mereceu a capa e uma seleção de fotos do estrago feito pelo homem. Como é de difícil acesso, ainda é possível recuperar o que aos poucos está sendo destruído pela ação dos visitantes. Uma equipe da ASAERLA acompanhada pelo ambientalista Antonio Angelo Marques visitou o local numa bela manhã. mento e Ambiente da Cidade, Carlos Victor da Rocha Mendes atribuiu a lentidão da justiça como entrave para impedir o avanço das obras ilegais. A justiça é muito lenta e a prefeitura tem que esperar a decisão judicial-, justificou. O IPHAN disse que o surgimento de “puxadinhos” nos prédios da Praia do Forte obrigou o órgão federal a reestruturar a legislação municipal. O arquiteto Ivo Barreto chefe do escritório do IPHAN na região explicou que a Duna Boa Vista, já cercada pela prefeitura há dois anos, passou a ser para o próprio IPHAN o marco referencial da paisagem tombada da Praia do Forte. O IPHAN disse ainda que já havia embargado obras de cobertura na Praia do Forte e constatou que diversas obras não receberam anuência do órgão federal, mas que foram licenciadas pela prefeitura. -Em alguns casos acionamos o MPF e a Policia Federal de Macaé para embargar a obra como já aconteceu na Praia do Forte, garantiu Barreto. Mesmo assim, um passeio pela Praia do Forte é recomendável que o olhar seja sempre focado na direção da esplêndida natureza que ainda resta no cartão postal. Os engenheiros Juarez Marques Lopes, diretor de meio-ambiente da entidade, Dokinha, Marco Aurélio Abreu, Luiz Carlos Silveira, José Deguchi Jr e o arquiteto Sérgio Nogueira enfrentaram uma caminhada que começou ao lado da Pousada Porto Veleiro e terminou no Farol de Cabo Frio. No percurso, centenas de fotos para registrar o total abandono da área. Os diretores constataram queimadas com churrasqueiras dos visitantes de final de semana que prejudicam a vegetação local. -Lembro que eu vinha aqui brincar com meus amigos, depois, adulto vinha passear com a família. Agora é triste ver este local degradado-,lamentou o engenheiro Marco Aurélio. Ex-secretário de meio ambiente de Cabo Frio, Juarez, lembrou que o IPHAN identificou oito sítios arqueológicos naquela área e outros renomados especialistas também defenderam a criação de um parque para preservar a história e a natureza que abriga espécies raras de vegetação. Infelizmente a degradação a cada final de semana aumenta em toda a área verde da Boca da Barra. Novembro / Dezembro 2010 11 Abusos em obras, a nova Orla do Forte e Aluga-se suítes Invasão das calçadas, pela terra e pelo ar Além das questões ambientais a diretoria da ASAERLA questiona frequentemente o avanço de obras irregulares em todas as cidades da região. Cabe ao poder público fiscalizar e agir com rigor para coibir as construções fora-da-lei. Não é o que se vê na região. Diariamente, técnicos da ASAERLA flagram os famosos “puxadinhos” se multiplicarem nas cidades. Em Cabo Frio virou rotina a prática entre os proprietários e construtores de utilizarem 120% de área construída. Ou seja, além de ocupar todo o terreno, as varandas são construídas em cima das marquises. Primeiro varanda, depois, fechadas com vidros e janelas passam a se tornar extensão da sala ou dependências do imóvel, mesmo que estejam sobre a calçada. São as invasões por terra e pelo ar. Na pagina 03 do Informativo 22 Junho/Julho a ASAERLA mostrou em foto que a prefeitura pode até alegar a falta de fiscais mas como a foto não deixa dúvidas da irregularidade sob a anuência do poder público que instalou uma divisão da Secretaria de Saúde no local. O que significa, na prática, que oficializou a irregularidade. No bairro do Braga a Pousada Comilão, cujo proprietário é o vereador Fernando do Comilão, também avança na calçada virando um bar com cobertura e entrada privada. O vereador se defendeu dizendo que o espaço na calçada não impedia a passagem de pessoas inclusive com carros de bêbes. -Se o Código de Postura definir o que devo fazer eu cumpro. Tenho quer dar bom exemplo-, disse na época. Alguns meses depois e o imóvel sobre a calçada permanece intacto. Obras de recuperação da orla da Praia do Forte Desde 2004 a ASAERLA vem propondo discutir com poder público, técnicos, especialistas e sociedade os rumos do nosso litoral aliando preservação, urbanização e crescimento. Poucos se preocuparam com o assunto. Em abril de 2010 a força da natureza se encarregou de chamar a atenção das autoridades. Uma forte ressaca destruiu cerca de 200 metros do calçadão da Praia do Forte em frente ao Hotel Malibu. O triste cenário ganhou espaço em sites de notícias, jornais, rádios e televisão. As fotos da destruição viajaram o mundo. Começou então outro drama; como recuperar a orla com agilidade e eficiência? A ASAERLA agiu rápido e trouxe o professor Paulo César Collona Rosman, Ph D em Engenharia Costeira para explicar a situação. -Cabo Frio tem dois exemplos da reação da natureza. A ressaca teve a mesma intensidade e só prejudicou pontos onde houve a intervenção do homem, com obras em locais visíveis de avanço sobre dunas e vegetação-, exemplificou o engenheiro que proferiu a palestra “Vulnerabilidade da Zona Costeira e Eventos Metereológicos Atuais e em Perspectiva de Mudanças Climáticas”. O ilustre professor também não poupou críticas aos políticos que apóiam discursos ambientais em épocas de eleições e depois de eleitos “esquecem”do que prometeram. -A culpa é nossa, da sociedade que não cobra ações mais efetivas do poder público-, disse enquanto caminhava pelos destroços provocados pela ressaca. A ASAERLA questionou a obra, que mereceu primeira página do Informativo e lembrou que a principal solução proposta pelo Prof. Rosman, a engorda da faixa de areia, não foi executada. A prefeitura justificou que a estrutura estava a cargo de técnicos da engenharia do governo do Estado que bancou 70% da obra. A prefeitura coube a urbanização e o paisagismo. Os resultados positivos da demorada obra de infra-esturura para conter só serão testados com nova ressaca. Aluguel de casas para ônibus de excursão Reclamações não faltam. Vai desde vizinhos que reclamam de barulho, hoteleiros que se queixam da desleal concorrência, até moradores que se sentem invadidos com excesso de pessoas ocupando o espaço projetado para uma pequena família e que chega a abrigar até 50 pessoas de uma só vez. Pelo lado técnico, a ASAERLA também vem alertando que as mais de cem casas que alugam espaço para excursão de finais de semana podem provocar o caos no sistema de esgoto e de energia. Primeiro porque dificilmente uma edificação residencial unifamiliar tem sistema adequado para suportar tanta gente em pouco espaço de tempo com a mesma tubulação antiga de água e esgoto. Os bombeiros também alertam que no horário de pico todas as pessoas usam uma ou duas tomadas o que pode provocar sobrecarga da rede elétrica e até mesmo iniciar um incêndio. A prefeitura informou apenas que em 2005 fez um levantamento das casas de aluguel da cidade para identificar a qualidade dos serviços prestados. -Os donos dos imóveis tem mais cuidado porque cobramos taxa assim que o ônibus é estacionado no espaço para ônibus de excursão-, justificou o então secretário de Turismo Gustavo Beranger. Para a ASAERLA a situação permanece a mesma, resta apenas assistir o excesso de lotação nas famosas “Aluga-se para ônibus de excursão, férias e finais de semana” e torcer para que nenhum sinistro marque a alta temporada. Ã Ç A Z I N R E T A R F ESPECIAL CON Novembro / Dezembro 2010 12 ALEGRIA, egria Al Mais uma festa de confraternização em alto astral, descontração e muita alegria. Para comemorar o Dia do Arquiteto e do Engenheiro a ASAERLA promove o já tradicional churrasco de fim de ano. Quem perdeu a festa pode apreciar pela galeria de fotos do evento realizado na sede da AFFEMG no bairro da Ogiva. ÃOESPECIAL CONFRATERNIZAÇÃO Dia do Arquiteto e do Engenheiro Novembro / Dezembro 2010 13 Novembro Novembro/ Dezembro / Dezembro2010 2010 14 As festas tem sido um sucesso? Não é que a gente gosta de festa, a gente procura confraternizar. É confraternização, é amizade. Ou você se abre e vai adquirindo conhecimento, trocar conhecimento, vai sempre somando coisas, conhecendo outros parceiros, indicação de serviços. Isso é essencial, se não fizermos isso vai ficar cada um no seu canto, aquela concorrência desleal, sem saber até quem está competindo com você. Com as reuniões, conversando a gente começa a levantar as lebres. Ali estão todos juntos, engenheiros da prefeitura dos municípios de Cabo Frio, São Pedro, Arraial, todos convidados, tem participado sempre, agora depende de cada um,a gente não pode obrigar ninguém a fazer as coisas. A ASAERLA é de vocês profissionais. Vocês tem que dizer o que querem da associação e a gente tenta atender. A FORÇA DA UNIÃO No fim do primeiro mandato à frente da ASAERLA o engenheiro Quintanilha faz um balanço da gestão de sua diretoria e diz que se for preciso se coloca à disposição da reeleição para o biênio 2011/2012. Mas reitera o convite para que os jovens engenheiros e arquitetos se aproximem e ajudem a levar adiante os projetos da entidade.”Precisamos estar unidos sempre”, diz ASAERL A - A associação vvem em ASAERLA ganhando confiabilidade a cada dia, da sociedade, dos empr esáempresários e da constr ução civil. Q ual o construção Qual segr edo? segredo? QUINTANILHA - Não tem segredo. Peguei a ASAERLA vindo do engenheiro José Artur de Almeida Lima e dei continuidade, mudei um pouco a diretriz. Eu tenho uma visão, ele tem outra, mas não são conflitantes. Aproveitei 90% da diretoria dele. M as sempr ofissão? sempree focado na pr profissão? É um trabalho que a gente acha que é bom para a comunidade e o que a engenharia deseja fazer. Fizemos as denúncias e esperamos que o poder público faça a parte dele, quando não faz a gente volta a se pronunciar sobre as matérias que temos feito, que é sobre meio ambiente, ecologia, preservação cultural, patrimônio, trânsito, quebramolas entre outras. Por exemplo, o Charitas tem problemas de acessibilidade, damos algumas sugestões da engenharia para o bem da população e até agora nada foi feito. O secr etário de transpor tes secretário transportes disse que vvai ai criar uma comissão de mobilidade urbana incluindo acessibilidade. SSerá erá o rresultado esultado do que a entidade vvem em apontando? Acho que se existe uma boa vontade da prefeitura. O problema das prefeituras é que elas não aceitam nossas opiniões. A dela é a certa e pega aquilo como diretriz e implanta e não aceita a opinião dos outros. A gente tem problemas em vários municípios, a gente vai conversa e o prefeito ou secretário diz que vai fazer do jeito dele. Algum ex emplo? exemplo? O quebra-molas, por exemplo, a gente já fez uma reportagem mostrando o padrão do Contran e as prefeituras continuam fazendo errado e do dia para noite. Eu acho que o Ministério Público (MP) tem que intervir para isso cessar e daqui em diante começar a fazer dentro do padrão e acertar o que foi feito errado, ou não fazer, acho que a boa educação é quem manda. OM inistério Público tem aneMinistério A como ASAERLA xado o jornal da ASAERL indicador técnico sobr oblesobree os pr problemas dos quiosques, meio ambiente. O senhor acha que foi encontrado um ponto de equilíbrio entr entree o olhar técnico para ajudar a lei? A gente faz o olhar técnico, noticia, manda correspondência para todos os órgãos competentes. Conversamos com o promotor do MP e ele disse que é preciso primeiro reclamar. Se no prazo de 30 a 60 dias não for resolvido, aí então se faz denúncia ao MP. A gente sabe que isso aí é a mesmice, se o MP realmente não quiser fazer, achar que outra coisa mais importante e vai tocando o barco. Eu acho que quando a ASAERLA faz uma coisa, as outras entidades deveriam apoiar e noticiar porque aí sim as prefeituras vendo que o povo está querendo vão fazer. A sociedade pode rresolv esolv er? esolver? O MP é o ponto final, mas aí demanda uma ação, não precisa chegar a esse ponto. Você vê por exemplo o Gallioto, ele apresenta várias denúncias, porém infelizmente nada é resolvido. A ASAERLA tem feito sua parte através do jornal. O Ministério Público tem que ser a última instância, não precisa chegar a esse ponto. O pr esidente da A CIA, JJosé osé presidente ACIA, M ar tins elogiou o pique da artins ASAERL A nesses últimos tempos ASAERLA e disse que não tem mais como as entidades ficar em sozinhas, ficarem tem que hav er uma união haver união.. Esse é o caminho? Remar sozinho é algo cansativo, se tiver 2, 4 remando junto você tem mais força e o poder público vai ter que ouvir. Porque é realmente a vontade do povo, a vontade da sociedade. É partir desse principio. Mas o poder público tem que ter consciência de que queremos ajudar e ninguém quer atrapalhar. Estamos todos no mesmo barco, todo mundo na mesma cidade, não depende se é um partido ou outro. É sempre para somar. O senhor agr egou outras enagregou cia, o R otar Acia, Rotar otaryy em tidades como A torno de um bem comum e está conseguindo rresultados esultados positiv os. positivos. Por que isso não foi feito há mais orque tempo? Cada entidade tem o seu ponto de vista e existem vários pontos de vista em comum. Eu não vou querer fazer o que o outro faz, que é doar comida, agasalhos como faz a Acia. O que queremos é para a cidade e o bem comum. É preciso chegar, agregar, fazer a soma dos esforços, acho que dando as mãos a gente se fortalece. As rreuniões euniões passaram a ser mais fr equentadas, os ev entos tem sido frequentadas, eventos um sucesso, o sr er sr.. conseguiu traz trazer as famílias dos pr ofissionais para profissionais A. Além da dentr dentroo da ASAERL ASAERLA. sede, o que falta para a entidade? A sede é junto com o Crea. Ter uma sede própria é muito oneroso, tem que ter empregados, segurança, começa a ficar muito empresarial e a ASAERLA não tem verba para isso. A nossa intenção é pela ética, conseguimos recursos através de cursos profissionalizantes para divulgar a entidade, pode crescer devagar mas precisa de uma base sólida. A nossa reunião de diretoria é semanal, quando deixamos de fazer nossas coisas para participar da reunião. O que a gente quer mesmo é que os jovens engenheiros e arquitetos tenham uma participação mais ativa, porque a gente está aqui para agregar, para somar. Depois de 32 anos a entidade oximar do C apro Crrea conseguiu se apr e estabelecer convênios? A finalidade do Crea é realmente fiscalizar. O que o profissional reclama muito é de pagar a anuidade muito cara. Se a anuidade é pesada, tem que buscar o porque. A parte do nosso repasse é mensal vindo da ART. Isso não pesa, quem paga isso normalmente é o proprietário, é até uma segurança para o profissional que passa a ter um contrato, se amanhã o cara não pagar pode comprovar que ele executou o serviço e pode ter essa visão. Precisamos é tirar do Crea o que a gente pode, parte do dinheiro que a gente paga o Crea retorna à entidade e Humberto Quintanilha Presidente da ASAERLA traz benefício ao associado. A ASAERLA está em dia, temos uma verba boa, esse ano já fizemos o curso de Gerenciamento de Empreiteiros, trouxemos vários arquitetos para palestras, promovemos o Fórum de Sustentabilidade, pioneiro aqui na região, entre outros. O sr sr.. pode adiantar alguma no vidade para 2011? novidade Ano que vem a gente vai continuar com tudo isso. A intenção é deixar a máquina estruturada para isso ou para nossa sequência de mandato ou para quem vier na eleição e tentar modernizar e agilizar. O que o Crea tem pedido a gente tem atendido dentro do possível, a máquina é pesada, é um lado muito burocrático. As vezes a gente agiliza as coisas aqui dentro do Crea em beneficio nosso porque se for depender deles, tem que tomar orçamento, cotação, demora muito. Então a gente tem recursos próprios. E a Mútua? Hoje todo associado da ASAERLA é sócio institucional da Mútua, isso sem pagar mais nada. São vários os benefícios a serem disfrutados graças a esta parceria. O sócio só não tem o direito ao empréstimo, por que tem que ser outro tipo de associado. É só entrar no site da Mútua e se informar dos inúmeros benefícios. Os patr ocinador es que par patrocinador ocinadores partiticipam do boletim, apoiando o happy-hour entenderam a mensagem, são par ceir os e cada vveez parceir ceiros estão chegando mais. IIsso sso mostra a seriedade do trabalho? Inspira confiança, o nosso serviço. O próprio informativo mostra a nossa diretriz, é ser uma entidade séria, não é ser partidário político. A gente não está aí para brigar nem para passar a mão na cabeça de ninguém. Eu quero levantar os temas e a sociedade decidir o que vai fazer. Eu não sou fiscalizador, eu não multo, a gente só pode levantar os temas. A entidade levanta os temas e a comunidade decide o que vai ser feito, até mesmo através de parcerias, como a da OAB, e outras entidades. Ninguém está aqui para bater de frente com o poder público e sim para colaborar e procurar o melhor jeito de fazer as coisas. E a rreeleição? eeleição? A chapa está aí. É a última porque só pode ter uma reeleição. Então caso seja reeleito é só mais esse mandato depois vou descansar. E nesse meio tempo vamos procurar esse pessoal mais novo para tocar o barco para a gente, que não é só pra mim, é pra todos eles, engenheiros e arquitetos, sem distinção, para toda a Região dos Lagos e a gente está aí, para agregar, somar valores, dar aos mãos um para o outro. É dando a mão que a gente vai em frente, trocando conhecimento, assimilando. A vida é essa, não adianta ficar no canto pensando só em si. Estamos juntos. Novembro / Dezembro 2010 15 Novembro / Dezembro 2010 16 PROFISSIONAL – FLÁVIO SCALI, ENGENHEIRO CIVIL Paixão pela engenharia Como tudo na vida, apenas um momento pode definir os rumos do resto de nossos dias. Com o engenheiro civil Flávio Scali não foi diferente. Uma oportunidade de trabalho, o primeiro emprego, e o passo decisivo para que o recém-formado engenheiro fincasse de vez suas raízes em Cabo Frio lá pelos anos 80. Flávio conta que foi muito bem recebido na cidade e nunca teve problemas de adaptação. -Até porque todo petropolitano adora essa cidade-, diz o engenheiro que na época foi convidado pelo também engenheiro José Deguchi (pai) para participar da ASAERLA. Mesmo em Cabo Frio o engenheiro conta que ficava dividido entre os trabalhos na cidade e tarefas na região serrana. Tanto que uma vez por semana estava em Petrópolis. -Fiquei algum tempo conciliando, ia uma vez por semana, a cada 15 dias, tinha uns contatos lá (serra) ainda. Aos poucos fui transferindo minha vida toda para Cabo Frio, onde fui muito bem recebido, graças a Deus-. Flávio lembra que participou da ASAERLA como associado, depois como diretor e vice-presidente. Durante um período Flávio também foi presidente. -O Deguchi, pai do José Deguchi também engenheiro e atual vice-presidente da ASAERLA, que é meu sobrinho me convidou a participar da entidade. Foi em 1985, 86, foi a época que cheguei a ser presidente interino, com a saída do José Geraldo, que renunciou e como eu era vice-presidente acabei assumindo-, conta. O engenheiro conta ainda que por conta de um momento conturbado na cidade ficava incompatível ser presidente da ASAERLA e trabalhar na prefeitura onde é concursado desde 1987. -Eu me senti meio impedido de continuar no cargo e acabei renunciando, mas continuei ainda na associação-, diz. Sobre o atual momento da entidade Flávio diz que a reformulação e as novas ações da Alunos de Engenharia de Produção da UVA criam produtos ecológicos Novos produtos foram apresentados a estudantes e professores ASAERLA deu maior visibilidade à entidade e colocou os assuntos de interesse coletivo na pauta. O mais importante, ressalta o engenheiro, é que esses assuntos como meio ambiente, acessibilidade, construções irregulares entre outros foram discutidos sempre com olhar técnico. - Acho que nesse ponto de vista o engenheiro tem muito a contribuir, principalmente na questão urbana, nas questões do conforto que as pessoas podem ter em sua vivência. Por isso tudo eu acho que é uma instituição importante e que tem que realmente participar e contribuir nesse sentido na vida da região- diz Flávio que é membro do Conselho de Meio Ambiente (Condema) e do Conselho de Habitação do município e também da comissão de elaboração de um plano local de habitação e interesse social PLHIS. Para tocar a vida, o engenheiro revela que está feliz com o título brasileiro com seu Fluminense depois de 26 anos. Com raízes italianas Flávio lembra que as cores da bandeira do Flu são as mesmas da Itália. -Sou espírita kardecista. Trabalho junto aos Trabalhadores de Jesus e quase todos os dias tem atividades, sejam trabalhos de evangelização, ou outros. Também sou diretor de patrimônio da instituição. É bom cuidar um pouco da gente e ajudar os outros-. Casado com a cabofriense Rita de Cássia, o engenheiro solta um leve sorriso de felicidade porque a filha Flávia,27 anos é arquiteta e trabalha junto com o pai e a mãe. “Tenho uma empresa de engenharia em casa” diverte-se. O publicitário Paulo e neurofiseoterapeuta Renata, enteados, e a neta Bianca de 14 anos completam a família. Os alunos de Engenharia de Produção da Universidade Veiga de Almeida em Cabo Frio criaram produtos ecologicamente corretos. Os trabalhos, que tiveram como tema a “Interdisciplinaridade Produtiva, foram produzidos durante as aulas das disciplinas de Projeto da Empresa, Projeto do Produto e Organização e Avaliação do Trabalho. Segundo Luciana Pinheiro, coordenadora do curso, o objetivo foi possibilitar a aplicação dos conhecimentos em conjunto. Desta forma, mostrando a capacidade de criatividade dos futuros engenheiros. Os trabalhos apresentados têm foco na sustentabilidade e no reaproveitamento de matérias, mostrando a preocupação da engenharia com o meio-ambiente. Os alunos e o novo produto Uma das criações foi a “Lixeira Compacta”, que chamou a atenção já que o produto tem ca- pacidade de reduzir dois terços do volume do lixo de forma ecológica, pois não utiliza eletricidade, além de economizar sacolas plásticas. A invenção funciona com o próprio peso do corpo e possibilita o isolamento total do lixo, seguindo as normas da vigilância sanitária. Outro trabalho interessante foi o da escova de dentes que já vem com pasta, fio dental e limpador de língua e bochechas. Segundo o projeto dos alunos, a escova será produzida com material reciclado e é destinada para hotéis e agências de turismo. Cada escova tem pasta para ser utilizada nove vezes. Os alunos vão patentear suas criações e pretendem que os produtos possam realmente ir para o mercado. Novembro / Dezembro 2010 17 Arquitetando tudo Cresce a procura por arquitetos em todos os setores de desenvolvimento do país A cada dia aumenta o número de pessoas que buscam um arquiteto para desenvolver um projeto de casa, escritório ou decoração. Já vai longe o tempo em que contratar um arquiteto era considerado coisa de quem tinha muito dinheiro. Aos poucos, o mito de que o trabalho do profissional de arquitetura é caro foi caindo e hoje esbarramos com arquitetos nas mais diversas áreas de atuação. De acordo com estimativas do setor, 80 mil arquitetos estão atuando no mercado. A maioria na região sudeste. Além da construção civil, obras pesadas, construção e reformas de imóveis e escritórios, o mercado absorve arquitetos para trabalhar em cenografia, projetos de decoração. O carnaval é um dos maiores empregadores de arquitetos que bolam desde a harmonia de cores e materiais até carros alegóricos. Com os pesados investimentos do governo em obras do PAC, que aqueceu a construção civil, os arquitetos passaram a trabalhar mais. Além disso, são os arquitetos que planejam as cidades e o desenvolvimento urbano. Para a arquiteta e urbanista Anne Kellen Apicelo, a arquitetura é muito mais do que um projeto voltado para a questão estética. Em sua opinião, um projeto bem feito deve levar em consideração aspectos que favoreçam a saúde do morador. Ventilação, iluminação, posição do sol em relação à casa são algumas das questões que o bom profissional analisa ao elaborar um projeto e que evitam problemas futuros. Ou às vezes no meio da obra. E o barato sai mais caro. - Muitas pessoas acham que contratar arquiteto é caro, mas não é verdade. O cliente só percebe que vale a pena ter um profissional qualificado na obra quando descobre diversos problemas na casa, que poderiam ser evitados com o planejamento e a mão-de-obra especializada – diz Anne. O desafio do mercado de trabalho, no entanto, nem sempre é a concorrência com outros arquitetos. Muitas vezes é o empreiteiro quem rouba a cena. - Geralmente é o empreiteiro que fica responsável pela obra. Eu já vi uma pessoa, em Cabo Frio, com a casa pronta, janela colocada, depois de tudo pronto, dis- As arquitetas Beth Peralta, Anne Kelen, Yara Coelho, Márcia Cabral, Aline Bonioli, Maria Cecília e Ana Carranza na festa da ASAERLA se que não gostou do trabalho e pediu que retirasse tudo. A cliente comprou outra para colocar no lugar. É a hora em que não podemos deixar de dizer “ta vendo, se contrata o profissional sairia mais barato, a casa funcionaria melhor e ficaria melhor arejada, planejada” - disse. Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1994 - mesmo ano em que ganhou o concurso de revitalização da Praça Porto Rocha – atu- almente Anne Kellen é mestranda em Gestão das Cidades pela Universidade Cândido Mendes, em Campos dos Goytacazes. Durante o encontro anual da ASAERLA Anne posou com as amigas e também arquitetas. Todas concordam que estão felizes e escolheram a profissão certa. -Adoro o meu trabalho-, diz a arquiteta Márcia Cabral, ex-presidente da ASAERLA e também encontra tempo para dar aulas num CIEP. O QUE É É a arte de projetar e organizar espaços internos e externos, de acordo com critérios de estética, conforto e funcionalidade. O arquiteto projeta e coordena a construção ou a reforma de prédios. Ele faz a planta e determina os materiais que serão utilizados na obra, levando em consideração o uso do imóvel, a disposição dos objetos, a ventilação e a iluminação. Ao lado do engenheiro, acompanha a construção e gerencia os custos e a mão de obra. Atua nas etapas finais da obra, que vão desde a escolha dos revestimentos até a decoração de interiores. Como urbanista, planeja o crescimento de cidades e bairros. Também desenha objetos, elabora placas de sinalização e logotipos. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ARQUITETURA E URBANISMO E ENGENHARIA CIVIL? As duas profissões intervêm no meio ambiente por meio de construções. O arquiteto projeta e or- ganiza espaços internos e externos de acordo com critérios de estética, conforto e funcionalidade. Já o engenheiro civil projeta e executa obras. Ambos atuam na construção de edifícios (comerciais e residenciais etc.), mas o arquiteto tem exclusividade para trabalhos relativos a planejamento urbano e regional, monumentos e patrimônio cultural, enquanto o engenheiro o tem para obras relacionadas à infraestrutura (estradas, pontes, portos etc.). O MERCADO DE TRABALHO Os próximos grandes eventos que o Brasil receberá - a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 - ajudam a manter aquecido o mercado imobiliário nacional, e aumentam a procura por arquitetos. Os profissionais são contratados por grandes escritórios de arquitetura para atuar no projeto e construção de edifícios e reformas de prédios comerciais e residenciais. Além disso, as obras de infraestrutura, como rodovias, pon- tes e portos, geram oportunidades para o especialista em projetos, urbanismo e paisagismo nas grandes construtoras e incorporadoras. Para o profissional autônomo, as melhores chances estão em projetos para residências. Esse mercado vem crescendo muito, porque os proprietários entendem que o planejamento adequado na construção valoriza o imóvel. Salário inicial: R$ 3.060,00 (6 horas diárias; fonte: Crea-SP). O CURSO O currículo mescla disciplinas das Ciências Humanas e de Exatas, como matemática, história da ar te, resistência de materiais e computação gráfica. O primeiro semestre é bastante teórico, mas, já a par tir do segundo, há maior carga de aulas práticas. A criatividade é fundamental na hora de o estudante fazer os esboços, mas é preciso estar pronto para mergulhar nos cálculos. Estágio e trabalho de conclusão de cursos são obrigatórios. Duração média: cinco anos. Outros nomes: Arquitetura; Arquitetura Rural e Urbana; Urbanismo O QUE VOCÊ PODE FAZER Arquitetura de interiores Organizar o espaço interno, definindo os materiais de acabamento e a distribuição de móveis, considerando a acústica, a ventilação, a iluminação e a estética. Arquitetura industrial Planejar projetos para instalação de indústrias, respeitando as normas e os padrões de técnicos e de segurança exigidos de acordo com a área de atuação do cliente. Arquitetura verde Desenvolver projetos residenciais e comerciais que respeitem o meio ambiente e que se integrem com as características naturais do local, a fim de causar o menor impacto ambiental possível. Comunicação visual Criar a identidade visual de empre- sas e produtos, com logotipos e material impresso ou digital. Paisagismo e ambiente Desenvolver espaços aber tos, como jardins, parques e praças, combinando plantas, pedras, madeiras, calçamento e iluminação. Edificação e construção Projetar, acompanhar e coordenar obras, definindo materiais e controlando prazos e custos. Luminotécnica Fazer o projeto de iluminação de grandes e pequenos espaços. Realizar a iluminação de eventos. Restauro de edifícios Recuperar casas e prédios antigos ou deteriorados, mantendo as características originais. Urbanismo Planejar uma região, cidade ou bairro, elaborando o plano diretor e o zoneamento que vão direcionar o crescimento. Novembro / Dezembro 2010 18 O Bulevard e a bomba Por L uiz Carlos da C ilv eira Luiz Cunha ilveira unha SSilv Desde o surgimento das cidades, há cinco mil anos atrás na Suméria (a mais antiga civilização), sua implantação e desenvolvimento, em todos os lugares e épocas, sempre se fez acompanhar pelo planejamento urbano, adequado ou não, gerando assim um anedotário por vezes surpreendente. Por exemplo, durante o reinado do imperador francês Napoleão III, na segunda metade do século 19, este resolveu promover uma completa reestruturação urbana de Paris, cidade que havia inchado populacionalmente, porém mantendo-se como uma colcha de retalhos urbanísticos acumulados desde a Idade Média, sem qualquer saneamento básico, repleta de vielas estreitas e cortiços imundos, ou seja, uma gigantesca favela varrida por epidemias, exatamente o oposto da esplêndida metrópole que conhecemos hoje. Ora, tendo em vista a secular tradição parisiense de frequentemente levantar-se contra o poder constituído (ao melhor estilo de “hay govierno, soy contra”), Napoleão (o Pequeno, sobrinho do Grande, golpista que traíra a república da qual era presidente, proclamando-se imperador) decidiu unir o útil ao agradável, instruindo o ar- quiteto escolhido para a gigantesca tarefa – o barão Eugène Haussmann, um alsaciano de etnia alemã, conterrâneo do Eiffel que construiu a torre – de planejar uma cidade na qual fosse difícil ou até impossível organizarem-se mobilizações de multidões, guerrilhas urbanas e assemelhados. Aconselhandose com os militares, Haussmann ficou ciente de que a recente invenção da metralhadora permitia dizimar hordas em avanço a longa distância, desde que houvesse caminho reto e livre à trajetória das balas. Em função disto, concebeu o conceito de “boulevard”, avenidas arborizadas retas, compridas e largas, ao longo das quais qualquer tentativa de concentração e avanço das massas ficaria exposta diretamente ao fogo da nova arma. Naturalmente, os bulevares – rasgados a ferro e fogo por sobre a cidade antiga, vindo a formar extensa malha interligada – uma vez arborizados e iluminados a gás (outra novidade), além de cercados de novos prédios modernos e elegantes, modificaram radicalmente o aspecto da cidade, além de facilitar o fluxo do tráfego de veículos, que era então mais congestionado que o atual (não de automóveis, que não haviam ainda sido inventados – havia apenas protótipos – mas de veículos de tração animal de todos os tipos). Surgiu assim a primeira metrópole moderna, idolatrada mundialmente por seu charme apenas urbanístico, já que pouco provida de atrativos paisagísticos ou históricos, sendo todo o projeto executado em apenas quinze anos. Ao final, a estratégia dos bulevares não conseguiu evitar nem a derrubada de Luis Napoleão nem a invasão alemã da cidade, nem ainda o chamado Levante da Comuna de Paris, tudo em função da guerra franco-prussiana de 1869 a 1871. Permaneceu vigente, contudo, este novo conceito urbanístico cujo reflexo, entre inúmeros outros casos ao longo do mundo, veio a ser sentido nos planos diretores para o novo Distrito Federal da jovem república brasileira (o anterior Município Neutro imperial contendo a cidade do Rio de Janeiro) ao longo da primeira metade do século 20, tanto no do engenheiro Pereira Passos quanto, posteriormente, do arquiteto (também francês como Haussmann) Alfredo Agache. No segundo caso, aliás, originou-se curiosamente o único bulevar oficial do Rio, o 28 de Setembro, em Vila Isabel, data de aniversário da princesa que aboliu a escravidão e denominou o então loteamento e hoje bairro (em Cabo Frio, por sua vez, temos nosso “Boulevard do Canal”). Outro destino curioso foi o de Belo Horizonte, cidade criada a partir do nada para substituir, como capital de Minas Gerais, a anacrônica Ouro Preto. Projetada pelo engenheiro Aarão Reis e inaugurada em 1897, na virada do novo século, com apenas dez mil habitantes, seu planejamento previa, para seu futuro e remoto centenário, apenas cem mil moradores no total, já que era destinada apenas aos funcionários públicos estaduais e suas famílias, além dos prestadores de bens e serviços aos mesmos. Seu traçado, basicamente, consistia num reticulado de ruas (tabuleiro de xadrez) recoberto por outro de avenidas em diagonal e mais espaçadas, com nódulos de oito direções convergentes nos pontos de superposição dos cruzamentos de ambos (duas ruas e duas avenidas). Ironicamente, à época da inauguração da cidade, projetada para a então era das carruagens (tanto que a largura de vinte metros para as avenidas foi considerada excessiva), iniciou-se simultaneamente a revolução não prevista do automóvel por Henry Ford e assim hoje, com dois milhões de cidadãos (vinte vezes a previsão inicial), a cidade planejada para ser o padrão do futuro vem a ostentar o tráfego mais congestionado e caótico entre todas as áreas metropolitanas brasileiras, sendo que o arco rodoviário original, projetado para circunscrevê-la a longa distância, hoje mal engloba o núcleo central. Podem ser citados ainda, entre outros, o caso da “grade” de avenidas longitudinais com ruas transversais, aplicada à área rural da Ilha de Manhattan, quando do plano diretor de Nova York em meados do século 19 (no qual, inovadoramente, incluiu-se o gigantesco Central Park) e de toda a novela de demandas judiciais, confrontos políticos e até crimes que daí re- sultaram, inclusive o assassinato de topógrafos e agrimensores por fazendeiros, latifundiários e posseiros durante as medições de campo (verdadeiro confronto rural do tipo MST no que é hoje a mais emblemática área urbana do mundo). Ou ainda o do potentado oriental que exauriu os recursos de seu reino ao longo da construção de uma nova e magnífica capital na Asia Central, que viria pretensamente a ser “a maior cidade de todos os tempos e lugares”), a qual jamais pôde ser habitada, permanecendo ali até hoje como um monumento à estupidez irresponsável, devido a um pequeno detalhe técnico: não havia na região quaisquer mananciais de água potável, fato não verificado previamente em vista de um pequeno descuido. Por último, temos o caso da cidade que, sendo movimentado porto asiático, nasceu e expandiu-se ao longo do delta de um rio caudaloso e sujeito a enchentes. No sentido de suprimir as freqüentes inundações e também a fragmentação do tecido urbano por parte das várias bocas do delta, estabeleceu-se um plano diretor, prestigiado internacionalmente por sua qualidade técnica, que deveria, se executado dentro do cronograma previsto, imprimir ao porto um aspecto totalmente modificado até o segundo semestre de 1945. Nome da cidade: Hiroshima. *L uiz Carlos da C unha SSilv *Luiz Cunha ilveira ilv eira é engenheir o, pesquisador e engenheiro, escritor o da escritor.. É membr membro dir etoria da ASAERL A diretoria ASAERLA Setembro / /Outubro 2010 Novembro Dezembro 2010 19 O dublê de Frade e engenheiro O franciscano Frei Agostinho da Conceição foi o engenheiro que projetou o complexo arquitetônico do convento *Luiz Carlos da Cunha Silveira Das inúmeras ordens religiosas européias à época dos descobrimentos, apenas quatro vieram estabelecer-se no Brasil colonial: jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas, das quais somente a última não foi implantada em Cabo Frio. Quanto aos franciscanos, chegaram literalmente na primeira hora, já que as duas primeiras missas no Brasil, em 26/04 (domingo de Pascuela) e 01/05/1500, foram rezadas por frei Henrique Soares de Coimbra, da Ordem dos Frades Menores franciscanos (que viria a ser o bispo de Ceuta), pois Cabral levava em sua frota, que tinha a missão de estabelecer uma feitoria completa em Calicute, na Índia, oito frades franciscanos. Paradoxalmente, porém, a expansão da ordem no Brasil só se verificou após 1584, quando foi criada, pelo Ministro Geral dos Franciscanos, em 13/03, a chamada Custódia do Brasil, sendo que, entre 1639 e 1655, foram fundados seis conventos na colônia. Aproveitando este impulso tardio, os habitantes de Cabo Frio, em 01/04/ 1617, pouco mais de um ano após a fundação da cidade, encaminharam ao primeiro capitão-mor da capitania real secundária de Cabo Frio, Estevão Gomes, petição solicitando a implantação de um convento franciscano na cidade, o qual atendeu-a no mesmo dia (!) – o que demonstra ser a petição apenas a formalização de um interesse comum a ambas as partes – doando à Ordem o “Monte do Tairú” e seu entorno. Ora, levando-se em conta que a cidade de então resumia-se ao núcleo da Passagem, a boa distância do Itajurú pelos padrões da época, não deixa de constituir interessante coincidência este aparente reconhecimento e revalidação do Morro da Guia enquanto um “chão santo” da região, à semelhança dos tupinambás, cujas tradições os europeus conheceram e detalhadamente reportaram, ainda hoje materialmente atestadas pelos “petróglifos” (as pedras artificialmente sulcadas no topo do morro) e pelo trono sagrado ou “ushnu” ao lado da capela-mirante que rebatizou a colina pagã (mas isto já é outra história). Assim sendo, os frades franciscanos passaram a ser, até certo ponto, os novos “xamãs” católicos sucessores dos pagés animistas, procedi- mento alias utilizado pela Igreja Católica em todas as áreas onde veio a se impor através de seus missionários, inclusive na Europa Medieval (as árvores sagradas dos celtas nas quais os padres instalavam nichos com estátuas de santos), desta forma convertendo e adotando os santuários pagãos.. A construção do solicitado convento, porém, ficou técnica e financeiramente por conta da ordem, que somente dois terços de século após, em abril de 1684, encarregaria o provincial frei AGOSTINHO DA CONCEIÇÃO (isto é, ministro provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, correspondente à área da então Capitania Geral do Rio de Janeiro, cargo que exerceu de 1684 a 1687, o mesmo período de projeto e início da construção do convento cabofriense) dos estudos necessários, o qual, ao detalhar o projeto do novo complexo franciscano (que também executaria, auxiliado por dois outros frades mestres de obras), torna-se pois o arquiteto e engenheiro do mesmo e mais um profissional da classe identificável nos longínquos e nebulosos tempos coloniais. O bem elaborado projeto foi então aprovado em 09/12/ 1685 por Dom José Alarcão, o primeiro bispo do recém-criado bispado do Rio de janeiro desmembrado do da Bahia em 26/11/1676, o qual também visitou Cabo Frio e consagrou, em 1686, a então nova Matriz da hoje Praça Porto Rocha, cujo vigário era então Bento de Figueiredo, em substituição à primeira na Passagem. PARÊNTESIS: uma plaqueta, afixada no lado externo da Matriz, insiste errôneamente que seu prédio é de 1616 (ano daquela primeira Matriz), quando de fato é de 1666: ver o capítulo “A placa da Matriz: o presidente cabo-friense” em meu livro “O outro Cabo Frio”. A partir daí, tudo agilizou-se: pedra fundamental em 02/08/1686, dia de Nossa Senhora dos Anjos, que por isso nomeou o novo convento; inauguração uma década depois, em 13/01/1696, com cerimônia conduzida pelo provincial frei Cristóvão de Madre de Deus da Luz (ocupou o cargo por duas vezes, 1681-4 e 1694-7), que então nomeou, como primeiro guardião do Convento, FREI SERAFINO DE SANTA ROSA (que seria guardião do convento franciscano do Largo da Carioca, no Rio, de 1707 a 1710 e provincial entre 1710 e 1713); por fim, instalação do Santíssimo Sacramento no Convento em 08/04/1698. Frei Serafino, aliás, era um dos oito filhos do capitão Antônio Bicudo Leme (cognominado “o Via Sacra” e fundador de Guaratinguetá em 1705, desmembrada de Taubaté) e da primeira de suas tres esposas, Francisca Romeiro Velho Cabral, dois dos 512 octavós de ANTONIO CARLOS JOBIM (cuja árvore genealógica ocupa 79 páginas), o que o torna parente afastado de um dos maiores expoentes da Bossa Nova. Aquela súbita agilização citada, após sete décadas de espera, foi catalizada pelo traslado (do qual falarei logo a seguir) da cidade, lá da Passagem para a área do Itajurú, o qual posicionou o terreno do convento, até então roça baldia e remota, em pleno núcleo da nova cidade. O complexo do Convento, em seu apogeu, incluía o próprio Convento, duas igrejas, capela, claustro, páteos internos, muros, a capela-mirante no topo do Morro da Guia (que, por sua importância, merecerá um outro texto específico), o cemitério da Ordem Terceira (no qual, aliás, desde 1839 repousam os ossos do engenheiro MAJOR BELLEGARDE, patrono da ASAERLA), sacristia e celas, além do cruzeiro no centro de seu rossio (que era então a área livre deixada em frente aos prédios religiosos, no caso o atual Largo de Santo Antônio). Quando, meio século após sua fundação, a cidade trasladou-se da Passagem para o Itajurú, por vários motivos (um dos quais a disponibilidade da água da Fonte do Itajurú), esta ficou polarizada pela nova Matriz com seu largo e pelo Convento com seu rossio, interligados por quatro ruas, as únicas então da cidade: da Praia, hoje Jonas Garcia; Direita, atual Erico Coelho; do Estrepe, agora José Bento Ribeiro; do Fogo, mudada para Silva Jardim. Adicionalmente, o Convento ficava em frente ao melhor ponto de travessia do O primeiro guardião do convento era parente de Tom Jobim canal (por sua estreiteza e corrente segura), a Garganta de Pedra ou “itaiurú” dos tupinambás (outro motivo para o traslado da cidade para mais longe da praia). Durante mais de dois séculos, essa travessia veio a ser efetuada por embarcações e barqueiros de todos os tipos, de modo improvisado e amadorístico, já que não existia uma empresa comercial privada ou estatal que assumisse tal serviço, mas apenas biscateiros que, por dinheiro ou até por cortesia, se dispusessem no momento a fazer a travessia. O viajante francês Auguste de Saint-Hilaire, (que visitou Cabo Frio em 1818 e redigiu em seu livro a até hoje mais acurada descrição da cidade e de seus habitantes), descreve tal serviço, as altercações que teve com os barqueiros e até o preço pago, de vinte réis por pessoa ou animal. Aliás, o francês devia estar particularmente mal-humorado nesse dia, pois, tão logo desembarcou no Largo de Santo Antônio, bateu boca novamente, desta vez com os franciscanos do Convento, a respeito do pagamento do pasto de seus cavalos no local. A decadência do Convento cabofriense acompanhou a generalizada da Ordem no Brasil, depois que o imperador D. Pedro II, em 1845, baixou decreto proibindo a admissão de noviços nas ordens religiosas, sendo que, no início da República, que o revogou, só restavam nove frades franciscanos no Brasil (em Cabo Frio, o último e solitário guardião, Vitorino da Santa Felicidade, faleceu em 07/08/1872, deixando o complexo vazio e abandonado à degradação, o qual, ainda por cima, foi parcialmente destruído pela detonação acidental dos explosivos nele estocados durante a construção, a seu lado, da primeira ponte sobre o Itajurú, em 1890. Quando conheci Cabo Frio e o Convento no início de 1956, suas impressionantes ruínas saqueadas eram habitadas por vultos que viriam depois a habitar o imaginário cabofriense (Otília, Zé Pombinha e outros). Felizmente, logo após, foi o conjunto completo quase integralmente tombado pelo IPHAN (processo 477 de 17/01/ 1957, em adição ao decreto-lei no. 25 de 30/11/1937), seguindo-se a recuperação parcial do mesmo e a inauguração, em 15/12/1982, do Museu de Arte Sacra em suas dependências (mas há muito ainda por se fazer, não apenas no complexo arquitetônico, mas também em seu entorno, incluindo bom número de desapropriações). *L uiz Carlos da C unha SSilv ilv *Luiz Cunha ilveira eira é engenheir o, pesquisador e escritor engenheiro, escritor.. É membr o da dir etoria da ASAERL A membro diretoria ASAERLA Novembro / Dezembro 2010 20 JOSÉ MARTINS presidente da ACIA “Se as pequenas lojas e o comércio daqui não se especializarem rápido, vão ter grandes problemas no futuro” ASAERL A–P ASAERLA Prresidente, o sr sr.. pode fazer um balanço de sua primeira gestão? José Martins - Nós mudamos o trabalho da ACIA, fazemos um trabalho em prol do empresariado, procuramos dar cursos para melhorar o atendimento, porque a reclamação da população é muito grande. Todo o comércio está passando por dificuldade até de mão de obra especializada na cidade. Qual a principal rreclamação eclamação ? Atendimento. Todas as pesquisas feitas pela ACIA nesse período mostram o mau atendimento no comércio, tanto para o turista quanto para o restante da população. Estão vindo muitas empresas para Cabo Frio, o trabalho tem que ser realmente profissional. E se as pequenas lojas e o comércio daqui não se especializarem rápido, vão ter grandes problemas no futuro. Os pequenos empr esários da cidade esempresários tância do tr einamenimportância treinamentão cientes da impor to? Por parte dos empregados, muitas pessoas não querem se especializar, vejo uma má vontade do próprio funcionário. E isso a gente tenta quebrar, o povo está desacreditado em tudo, há uma falta de credibilidade coletiva. Eu percebo muitas dificuldades nesse sentido. São quantos associados? Cadastrados 800 sócios. Mas que pagam mensalidade são cerca de 300 ou 400, não mais do que isso. O empresário vê a associação como um defensor, mas não quer participar. Cabo F rio tem mais de cinco mil emFrio pr esas. O que falta para os empr esários se presas. empresários apr oximar em da A CIA? apro ximarem ACIA? Acredito que eles só vão realmente buscar o apoio e suporte da ACIA quando grandes empresas começarem a chegar à Cabo Frio. Porque as grandes empresas são todas associadas e procuram ter um suporte. A mentalidade é outra. Cabo Frio está precisando um pouco disso, não adianta prometer, o empresário da cidade nunca tem tempo para nada, nem para conversar. Na maioria é isso que acontece. E no total de empresários legalizados você vê nós temos uma informalidade também muito grande. O secr etário de F az enda disse que em secretário Faz azenda dois anos, conseguiu tirar mais de 300 empr esas da informalidade. Não tem empresas como faz er uma par ceria? fazer parceria? O próprio Clésio trabalhava campanhas para os empresários saírem da informalidade, mostrava os direitos de cada um. Acredito que a partir do ano que vem a tendência seja melhorar, inclusive porque até o camelô hoje Buscar o diálogo sempre. Unir esforços para defender o crescimento ordenado da cidade. Estes são alguns dos objetivos que o empresário José Martins defende na presidência da Associação Comercial de Cabo Frio, ACIA olhando para o inevitável rápido crescimento da cidade. Mesmo assim, o presidente conta nesta entrevista que encontra barreiras entre os comerciantes que relutam em se associar para defender os interesses comuns. -Abri as portas para todas as entidades. Precisamos estar juntos cada vez mais-, diz o presidente. pode ser legalizado, eles estão se unindo. Já tem uma comissão de vendedores da praia que querem se associar. Isso é até tema da nossa diretoria, para enquadrá-los no estatuto da ACIA. Fizemos um novo estatuto agora pouco e não incluímos esse segmento. Esse é um dado no novvo? Novo e positivo. A carrocinha de cachorro-quente hoje está sendo legalizada, é uma trabalho que esta sendo feito pelo próprio Sebrae, pela prefeitura e todo mundo está saindo da informalidade. Isso dá um suporte ao comércio. Hoje não podemos ver o camelô como concorrente de uma loja e sim o melhor caminho para o camelô vender. olpode diz er que é uma administração vvoldizer tada para o comér cio sem conotação pocomércio lítica? Eu acredito que sim e na cabeça da maioria sim. Mas existem alguns que ficam receosos. O grupo político é um mito em Cabo Frio. Se você é amigo de um lado, logo é inimigo do outro. Eu sou amigo de todos os políticos de Cabo Frio. São todos meus clientes. E isso não pode inter ferir na associação? interferir Não. Eu vejo que a administração da ACIA tem que ser conduzida tem que estar junto com eles, (os políticos) pedindo apoio, suporte, não importa quem seja o político ou o partido. Mas a minha visão é em prol do comércio porque toda vez que eu tive que ir a delegacia para ver problemas de carros presos e problemas com notas fiscais, eu fui em defesa do meu empresariado. Reeleição elutou e agora que eeleição.. O senhor rrelutou to as eleições, tudo indica que perto estamos per a sua candidatura seja uma coisa natural? Eu sempre falei que penso só em um mandato porque uma associação tem que ter sempre cabeça nova, diretoria nova, conversei com alguns que foram candidatos para ver se queriam concorrer até para evitar esse confronto, uma guerra sem necessidade. O empresariado não pode passar por aquilo, ninguém pode passar por uma eleição como foi a última muito tumultuada, e ninguém deve ficar dono da cadeira de presidente a vida toda. Isso aqui é do associado e acho que cada um tem o direito de sentar nela para fazer o trabalho, ter a visão própria. Eu, só vou concorrer se realmente não tiver outro candidato. cia. É mais um na luta da sobrevivência. Ganha quem tem o melhor atendimento. Barracas de praia que estão lá há 20 anos, conta quem atende bem, quem vai procurar atender os clientes que estão sentados. Imagina o trabalho de cada um para montar barracas há 20 anos? Todo dia monta e desmonta. Acho que tem que haver respeito entre os comerciantes da informalidade. Eles estão informais porque não tem nenhuma campanha para incentivar a legalização. Ninguém quer ficar irregular. Além disso, existe dificuldade de crédito para comerciantes informais, que não tem como comprovar renda, entre outras coisas. Vamos supor, esses trabalhadores há 20 anos se estivessem documentados já teriam direito já estariam aposentados, não seria mais uma pessoa na informalidade. O senhor tocou em um ponto extr extreeel. O pipoqueir o é um sensível. pipoqueiro mamente sensív ex emplo de economia, alguns estão há 20 exemplo anos trabalhando e assim fiz eram a vida. fizeram O sr vê da mesma forma? Eu sou comerciante porque tenho o restaurante. Por exemplo, o Adão da Cocada na praça (Porto Rocha) ninguém consegue tirá-lo dali, porque já é comerciante nato. No passado, a ACIA foi criada para combater esse tipo de comércio. Hoje em dia não se pode mais combater este tipo de comerciante, é uma nova realidade. O novo projeto tenta colocar na cabeça dos empresários locais que nós temos que estar juntos em tudo. Se todos fossem legalizados for talecefortaleceria o comer cio e com isso impediria a checomercio gada de ambulantes opor tunistas? oportunistas? Na realidade, todo mundo precisa da documentação da prefeitura. Quando chega o verão o de fora não entra, porque aqui teremos um comércio forte em vários segmentos. E também esse comércio legalizado passa por um próprio fiscal da prefeitura. Se não legalizar esses comerciantes, a cidade passa a ser mais um lugar que tem de tudo. Aí não dá certo. Esse setor seria uma concorrência ao cio? comércio? comér Eu não tenho uma visão de concorrên- Na sua campanha para pr esidente apapresidente receram vvarias arias chapas com cer to ranço pocerto lítico assado esses dois anos, o senhor lítico.. P Passado Com o livr o “D irigentes E mpr esariais livro “Dirigentes Empr mpresariais esariais”” do jornalista Ralph B rav o nós descobriBrav ravo esidente que se elegeu mos que tev presidente tevee um pr por que ninguém queria o cargo, hoje todo porque mundo quer quer.. O que mudou? Eu lembro. No passado a associação teve uma fase de esquecimento. Mas outros presidentes, como o sr. Warner Pires Neves , que hoje é meu braço direito, trouxe uma experiência do passado para administrar a ACIA do futuro. A idéia é aproveitar toda a capacidade e conhecimento das pessoas, com a federação, com os órgãos públicos, até para a defesa do próprio empresário. Fica mais for te com conhecimento? forte Sim. O empresário e o presidente pode conviver com um ex-presidente dentro da ACIA sem problemas. Acho que o futuro pode até ter uma eleição não conturbada, quero faze-la o mais transparente possível. No passado, nas eleições ninguém sabia nem em quem podia votar. Agora a lista de todos os associados está em todas edições da revista, há dois anos. É a transparência? Claro. São eles que são associados. Então você vê que não tem nada escondido mais. Cada um pode chegar ali montar um grupo e decidir que quer mudar, simples. Sem precisar ter muita guerra, muito disse-me-disse, sem fofocas, não tem nada de mais. O senhor foi o primeir o pr esidente que primeiro presidente A, outras entidades e ASAERLA, chamou a ASAERL Novembro / Dezembro 2010 começou a discutir Cabo F rio Frio rio.. O senhor entende que a união é o caminho? Eu acho que só assim teremos uma Cabo Frio melhor, todo mundo fala que Cabo Frio é qualidade de vida. Mas tem que estar com todas as associações, juntas, unidas, cada um tem a sua área, o engenheiro, o arquiteto, a parte do turismo, mas é tudo a mesma cidade. Então ninguém pode ter sapato alto, ninguém é nada, estamos juntos em prol da mesma cidade para viver bem. Por isso, que eu convidei todas as entidades, estamos juntos até agora, não tivemos nenhuma dificuldade e todos tem que se sentar à mesa e discutir a cidade. Como o senhor vê a atuação da A, que tem combatido e aponASAERLA, ASAERL tado os err os da administração pública em erros toda a rregião egião ? A diretoria da ASAERLA está de parabéns, porque este é o trabalho das associações. Não somos patinho feio. Se você analisar, por exemplo, nós fazemos o trabalho do cliente mau atendido em qualquer loja. A obra está irregular, ela está sendo o prefeito que está no gabinete e tem um caminhão de coisas para fazer. Está sendo fiscal do prefeito de graça e com capacidade técnica. Então eu acho que é o trabalho correto, está certo, realmente a posição é a união e nós temos que mostrar como juntos podemos resolver esse tipo de comportamento. Shopping com 200 lojas, com seis lojas âncoras, rredes edes de rrestaurantes. estaurantes. Tem uma corr ente de comer ciantes na cidade corrente comerciantes que diz que não pr ecisa de shopping e precisa que vvai ai ser uma quebradeira do pequeno comer ciante. Como o senhor vê isso? comerciante. É interessante, eu tenho uma pesquisa feita na ACIA e em segundo lugar a população quer um shopping em Cabo Frio. Em primeiro é o bom atendimento no comércio, para você ver o contra-senso da coisa. Isso foi feito em pesquisa para saber realmente o comportamento. Eu não vejo como quebradeira. É sempre assim em Cabo Frio. Diziam que as Casas Bahia ia quebrar o comercio, Casa & Vídeo também, o Mercado ABC, agora Hiper Extra, Lojas Americanas e até agora ninguém quebrou. Mas tem comer ciante rreclamando? eclamando? comerciante Realmente existem as lojas com dificuldades. Mas tem que analisar a administração própria, eu não posso dizer que a loja quebrou porque tem concorrência. Não. Acho que tem que ver a administração do dono. Se eu não souber administrar eu quebro, é uma coisa natural. Você vê , a próprio governo americano esta passando por dificuldades financeiras e era para ser no Brasil a crise. E não foi. Cada um tem a sua maneira de administrar. A chegada de 200 lojas vvai ai ajudar a rreegião? Na região não tem um atrativo em volta seja em Arraial, São Pedro, Búzios. O que Cabo Frio está fazendo para atrair o nosso povo que já visita a cidade? Tem que ter algo para pessoa visitar, mais cinemas, mais oferta. Não tem jeito, ninguém tem como impedir o futuro. Estamos em uma cidade que não é mais com visão de cidade de bairro, turística, pequena cidade de 30 mil habitan- 21 tes. Nós temos quase 200 mil habitantes, não é mais tão pequena. Durante anos a rregião egião viv vivee com as picuinhas políticas. E os empr esários empresários paulistas diz em que a rregião egião aqui é o padizem raíso e só falta os políticos deixar em de deixarem ser birr entos para que nossa rregião egião se transbirrentos forme num grande pr oduto turístico produto turístico.. O senhor acr edita na união como força do acredita cr escimento do comér cio? crescimento comércio? Cabo Frio está 20 anos atrasada devido a esse comportamento de brigas políticas. Se você visita qualquer cidade do nordeste você consegue ver grandes hotéis construídos em cima de dunas e autorizados. O Ibama é o mesmo,o Iphan é o mesmo, só que em Cabo Frio não pode nada. Tudo é demorado? Há vinte anos que ouço a história da construção de um hotel 5 estrelas, de primeiro mundo. Como? E se não temos um hotel que na beira da praia, que possa atender melhor, não tem como trazer esse turismo mundial para cá. É essa dificuldade que os nossos políticos não souberam trabalhar. E aí afasta os inv estidor es? investidor estidores? Porque empresário tem, investidor tem. É só a maneira de abrir as portas, porque queremos um turismo de qualidade. Então vamos começar a criar. Como chegar ao aeroporto. Como vamos atender o turismo, onde vamos colocar o hotel, temos que estar preparados para isso, mas primeiro os políticos tem que sentar na cadeira e começar a pensar em Cabo Frio. Não podem sentar na cadeira e pensar na reeleição deles. Precisamos de um projeto da cidade e um projeto a longo prazo. A expectativ erão? expectativaa para o vverão? Cabo Frio hoje não está mais só com aquela superlotação no verão, virada de ano e janeiro. Cabo Frio já é uma cidade movimentada o ano inteiro. Não tem mais aquela dificuldade de ficar parada 11 meses. Todo fim de semana a cidade está com movimento. Eu acho que no verão vai ficar insuportável pela quantidade de gente que deve frequentar Cabo Frio. AA CIA durante muitos anos pr omoACIA promoveu o N atal, esse ano não tem? Natal, Nós buscamos uma parceria com a prefeitura, porque a coisa se tornou muito grande na cidade. Muitos comerciantes esperam que a prefeitura participe também, e não há uma união. Sentamos com a Intertv e com a Prefeitura. Só que um projeto como este tem que começar com antecedência e o sinal verde da prefeitura foi muito atrasado, então não houve tempo. Só acho que vai dar pra fazer o ano que vem . Precisamos trabalhar para ver se no ano que vem a gente recebe um projeto bom. Fazer uma campanha simples, em prol do próprio comércio nas televisões locais de Cabo Frio. Também tem uma dificuldade muito grande. Eu estava vendo a planilha da Intertv em Friburgo é bem mais barato do que em Cabo Frio. Se fechar o pacote com Friburgo você vai atender Friburgo e também Campos e é muito mais barato. Então a situação em Cabo Frio fica difícil até de fazer comercial. Vamos continuar lutando. Livros de autores locais sobre a Região dos Lagos no dia do Arquiteto e do Engenheiro Este ano o destaque da confraternização promovida pela ASAERLA para comemorar o Dia do Arquiteto e do Engenheiro foi a iniciativa da associação em divulgar a cultura local. Foram adquiridos 60 exemplares de 9 livros de autores da região para serem sorteados. A diretoria da associação falou sobre a dificuldade em conseguir publicações, pois muitos livros já estão com suas edições esgotadas. -É lamentável que não haja interesse dos municípios em divulgarem a cultura local, muitos bons livros já esgotados deveriam ter novas edições e creio que a verba pública poderia ajudar. Toda a região é dotada de uma rica história, principalmente Cabo Frio que podemos chamar de cidade mãe, devido às outras terem surgido das várias fragmentações que o município sofreu ao longo dos anos.- disse o Engenheiro Civil José Deguchi Júnior, vice-presidente da ASAERLA. A inovação da entidade foi um sucesso entre os profissionais presentes. -Interessante essa idéia, fui sorteado com um livro que além de contar parte da história de Cabo Frio tem trechos que contam a história da minha família. Fiquei muito feliz-, disse o engenheiro Fernando Luiz Cardoso, ex-presidente da ASAERLA. Para o engenheiro e escritor Luiz Carlos da Cunha Silveira, a iniciativa deve ser seguida por outras entidades, ONGs e empresas do setor privado. -Se todos focassem essa forma de sortear brindes, seria muito interessante, custa barato, mas o ganho cultural é enorme-, disse Luiz Carlos autor de “O outro Cabo Frio” que viu sete exemplares de sua obra serem muito bem recebidos. A ASAERLA ficou com um exemplar de cada livro adquirido, dando início em sua sede a uma pequena biblioteca de autores locais com temas sobre os municípios da Região dos Lagos. O presidente Humberto Quintanilha destacou sobre a importância da divulgação da história regional para as novas gerações e lembrou que a associação já vem fazendo a sua parte há alguns anos, através do Informe ASAERLA. Livros sorteados 01 - Dirigentes Empresariais Cabo-frienses – Autor: Ralph Bravo. Qtde 09 02 - A Longa Marcha – Autor: José Correia Baptista. Qtde 03 03 - América de Américo – Autor: Marcio Werneck da Cunha. Qtde 02 04 - Água e seu curso na História – Autora: Meri Damasceno. Qtde 04 05 – O Outro Cabo Frio – Autor: Luiz Carlos da Cunha Silveira. Qtde 07 06 – Dados Históricos de Cabo Frio – Autor: Abel Beranger. Qtde 09 07 – Fatos e Costumes da região – Autor: José Casimiro. Qtde 09 08 – O Amanhecer na Minha Cidade – Autor: Cláudio de Azevedo Machado. Qtde 09 09 – Trajetória da Sociedade Musical Santa Helena – Autor: Célio Mendes Guimarães. Qtde 01 10 – Cabo Frio Contando sua História - Autor: Célio Mendes Guimarães. Qtde 07 Novembro / Dezembro 2010 22 Pontualidade conquista clientes Lumafer lidera o mercado de ferros e aço na região Há mais de 15 anos quando o carioca Gratiniano Pardo Lucas decidiu instalar a Lumafer, estava confiante nas pesquisas que apontavam o rápido crescimento da Região dos Lagos. Bingo! Nos últimos dez anos a região foi uma das que mais cresceu no estado. A construção civil acompanhou e o consumo de ferro e aço também. Este ano a venda dos insumos típicos para construção civil cresceram 5,2% segundo dados do IBGE. -Começamos vendendo cimento e ferro, e aos poucos fomos crescendo sempre atento à economia do país-, avalia Gratiniano que administra uma carteira de mais de dois mil clientes e 22 funcionários. A Lumafer atende toda a região. O empresário conta que confia muito na equipe da empresa que trabalha direto com o cliente. - O atendimento faz muita diferença. Por isso, nosso esforço para um atendimento especial. Assim ficamos sabendo as necessidades de nosso cliente. E aí vamos Gratiniano Lucas presidente da Lumafer atendê-lo cada vez melhor-, diz o empresário que acredita que só preço mais baixo não atrai tanto o cliente. -É um conjunto de coisas, bom preço, atendimento, entrega e a confiança entre cliente/empresa-, diz. Mesmo as empresas de fora que tentar encantar clientes com preços mais baixo por conta da redução de impostos como os praticados no Espírito Santo não assustam a Lumafer. A empresa continua apostando no atendimento e na entrega rápida e por isso se tornou líder em vendas de ferro e aço na região. Gratiniano ressalta a importância do trabalho da ASAERLA na região como forma de valorizar o profissional mas também de dis- cutir e mostrar à sociedade problemas comuns a todos. -É importante mostrar as irregularidades e alertar sobre questões ambientais até para que o poder público tome providências. E esse alerta a ASAERLA faz sempre com olhar muito técnico. A diretoria está de parabéns-, diz. Gratiniano, 44 anos se diz otimista com os próximos anos e o olhar do mundo para o Rio de Janeiro com Olimpíadas e Copa do Mundo. Tudo junto vai impulsionar o turismo e o mercado da construção. -Estamos prontos para crescer com o mesmo atendimento e respeito ao cliente. Na nossa empresa é assim que trabalhamos-, orgulha-se. Firjan forma profissionais para construção civil Maria Aparecida Dias ficou muito feliz ao receber o certificado de conclusão do curso de qualificação de Ladrilheiros, ministrado na Cidade de Deus. Maria faz parte da turma de 25 alunos formados pelo Sistema Firjan. Essa é a primeira turma do projeto Canteiro Escola do programa Sesi Cidadania e teve início em março deste ano. A cerimônia aconteceu na Associação de Moradores da comunidade com a presença de representantes do Sistema Firjan e dos parceiros Sinduscon-RJ, Governo do Estado e Prefeitura. Alunos prontos para o mercado de trabalho Os novos profissionais que vão concorrer a vagas na área de construção civil tiveram aulas de Segurança do Trabalho, Leitura de Projeto de Arquitetura, Matemática aplicada à construção, Técnicas de Execução de Revestimento em Argamassa (emboço) e Técnicas de Aplicação de Revestimentos Cerâmicos. Novembro / Dezembro 2010 23