Fundação Casa de Rui Barbosa Ivana Stolze Lima 2015 - Programa de Iniciação Científica Projeto de pesquisa: Africanos, descendentes e comunidades linguísticas no Brasil e no mundo atlântico1 O projeto de pesquisa Africanos, descendentes e comunidades linguísticas no Brasil e no mundo atlântico propõe um desdobramento e ampliação da pesquisa desenvolvida nos últimos anos, a partir do núcleo original formulado no projeto Língua nacional e voz escrava: conflitos sociais e simbólicos no Império do Brasil. O conjunto de questões com que temos trabalhado pode ser sintetizado a partir de uma dupla constatação sobre a primeira metade do século XIX. Por um lado, este foi um momento chave na expansão e naturalização da língua portuguesa no Brasil — pensemos na rápida difusão da imprensa, na criação das escolas de instrução primária, na expansão da cultura escrita (cuja importância ainda está por ser devidamente redimensionada) na dimensão administrativa envolvida na construção do Estado nacional, e afinal em toda a mobilização simbólica dos novos sentidos do ser brasileiro que se manifestou em diferentes campos da vida social e política 2. Por outro lado, esse foi um momento chave do tráfico, com a entrada de quase dois milhões de africanos, falantes de quimbundo, quicongo, iorubá, fon, haussá, macua e centenas de línguas. Minha intenção tem sido procurar formas de reflexão e entendimento da articulação dessas duas forças. Até o momento, mantive como foco o Rio de Janeiro, capital do Império, maior cidade escravista das Américas, e palco privilegiado dessas duas correntes. O foco em um determinado espaço e contexto histórico tem sido fundamental para evitar generalizações e estereótipos. 1 Essa é uma versão resumida de projeto aprovado pelo CNPq para obtenção da bolsa de produtividade no período 2013-2016. Nessa versão procuramos sobretudo adequar o projeto à seleção de bolsistas do Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento da FCRB. 2 LIMA, Ivana Stolze (2008). Língua nacional, histórias de um velho surrão. In: Laura do Carmo; Ivana Stolze Lima (org). História social da língua nacional. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa. pp. 215-45. 2 No entanto, mantendo o cuidado com as especificidades, e inclusive contribuindo para melhor entendê-las, faz-se agora necessário um exame mais cuidadoso de outras situações. A própria identificação das línguas africanas trazidas ao Brasil constitui um campo ainda em aberto, com problemas metodológicos ligados à nomenclatura e ao entendimento detalhado do tráfico3. A questão da comunicação entre e com africanos no contexto do tráfico poderá elucidar algumas dinâmicas linguísticas no Brasil, a partir da interrogação sobre experiências de agentes ligados ao tráfico. No período colonial, duas línguas africanas são particularmente interessantes de serem retomadas pela historiografia a partir de registros importantes: o quimbundo, objeto da Arte da língua de Angola, considerada a primeira gramática dessa língua, e que significativamente foi elaborada na cidade de Salvador no final do século XVII; e o fon, do grupo linguístico gbe, base da Obra Nova da língua geral de mina, vocabulário elaborado em Ouro Preto em meados do século XVIII4. Nos últimos anos de pesquisa, para procurar atender à questão enunciada acima, tivemos como ponto de partida algumas interrogações, com as quais exploramos os anúncios de jornal relativos a fuga de escravos, como: que relação os escravos mantinham com a língua portuguesa? Seria possível quantificar ou elaborar séries que indicassem uma boa ou uma fraca habilidade nessa língua? Como entender as categorias acionadas nas descrições que proprietários faziam de seus escravos e que seriam compartilhadas pelos demais agentes sociais? 5 Tais questões apontaram para algumas outras, de ordem mais geral: qual o peso da linguagem nas relações entre senhores e escravos, indagação ainda mais pertinente quando levamos em conta o 3 BONVINI, Emilio. Línguas africanas e português falado no Brasil. In: FIORIN, Jose Luis e PETTER, Margarida (org). África no Brasil: a formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2008. 4 DIAS, Pedro. Arte da Lingua de Angola. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1697. Edição fac- similar. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, 2006; PEIXOTO, Antonio da Costa. Obra nova da língua geral de mina. Lisboa: Agência Geral das Colônias, 1945. 5 Esses resultados estão em vias de serem publicados em artigos de minha autoria. O mais recente é “Escravos bem falantes e nacionalização linguística no Brasil – uma perspectiva histórica”. Estudos Históricos, nº 50, Países de Língua Portuguesa, 2012.2, p. 352-369. 3 refinamento e detalhismo nas representações sobre a fala dos escravos? Que práticas ou estratégias de comunicação foram utilizadas pelos escravos? Trabalhamos com a hipótese central de que o aprendizado da língua servia à ordem senhorial, por um lado, mas era movido por lógicas de autonomia e comunidade entre os escravos. Assim, considerando que a linguagem é um campo onde afloram e se manifestam sentimentos de comunidade e diferença, acionando um certo jogo entre o que se entende como “nós” e o que se define como “outros”, essas questões ajudam a refletir sobre a experiência dos africanos e descendentes no Brasil e seus movimentos de construção e reconstrução de vínculos sociais e identitários. A comunicação entre os africanos e a identificação das línguas africanas No encaminhamento da pesquisa até aqui, nosso foco foi deliberadamente a língua portuguesa no Brasil, ou a língua nacional, em uma formulação conceitual mais pertinente para o nosso enfoque6. Entretanto já havia sido definida a exploração dos indícios de uso de línguas maternas e línguas gerais africanas, em formas de comunidade que ocorriam em paralelo à incorporação à língua corrente. Nos anúncios de jornal, dentre os africanos, coletei informações sobre as seguintes “nações”: Moçambique (68), Mina (44) Congo (40), Angola (37), Benguela (35), Cabinda (32), Caçanje (12), Monjolo (12), Rebolo, Libolo ou Rebola (11), Quilimane (10), Inhambane (7), Ganguela (5), Cabunda (4) e algumas outras. Trata-se apenas de um pequeno recorte sobre as nações africanas que faziam parte da vida na cidade7. Sabemos também que 6 Trabalhamos com esse conceito em dois seminários organizados na Fundação Casa de Rui Barbosa – História Social da Língua Nacional (2008) e o 2º. Seminário História Social da Língua Nacional: Diáspora Africana (2010) e nos livros correspondentes e no artigo “Por uma história social da língua nacional: algumas questões teóricas e metodológicas”. Revista do Instituto Histórico e Geographico Brazileiro. jan-mar 2012, nº 454. 7 O trabalho de Mary Karasch é pioneiro nessa identificação das nações africanas do Rio. Mais recentemente, Flavio Gomes tornou-se também um referencial nessa dimensão. KARASCH, Mary. Vida dos escravos no Rio de Janeiro. 1808-1850. Sao Paulo, Companhia das Letras, 2000. GOMES, Flavio et alli. No labirinto das nações. Africanos e identidades no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2005. 4 essas nações não indicavam exatamente o local de nascimento ou pertencimentos étnicos originais, e que o conceito de “grupo de procedência”, desenvolvido por Mariza Soares, é bastante pertinente para entendermos essas categorias, o que demonstra o quanto a história da longa trajetória de cativeiro – sua origem, as rotas do tráfico, a vivência na América – era significativa para cada um desses africanos. 8 Essa é uma perspectiva teórica importante, por manter sempre em tela que as línguas africanas estavam ali em permanente contato e concorrência com o português brasileiro nas diversas formas de comunicação entre os habitantes da cidade e outros contextos. Constitui um lugar comum na memória social9 e na historiografia apontar a diversidade de línguas faladas pelos africanos trazidos para o Brasil como um empecilho para sua comunicação. José Honório Rodrigues, por exemplo, aponta uma política colonial que estimularia a diversidade de línguas, embora não apresente referências mais específicas para o que afirma, e nem questione a eficácia dessa política: “Foi política colonial portuguesa variar o mais que pudesse a composição da gente africana que trazia para o Brasil. Assim evitavam sua unidade, pela diversidade de língua e os mantinham submissos”.10 Antonio Houaiss, apesar de atentar para as formas de comunicação travadas pelos africanos, para a convivência de códigos e para as línguas gerais, também reproduz o tópos da separação, afirmando que a “mistura de línguas africanas, que as enfraquecia relativamente, começava nos portos e postos negreiros da 8 SOARES, Mariza de Carvalho. Mina, Angola e Guiné: Nomes d'África no Rio de Janeiro setecentista. Tempo 3 6 (1998). Idem (org). Rotas atlânticas da diáspora Africana: da Baía do Benim ao Rio de Janeiro. Niterói, EDUFF, 2007. Idem. From Gbe to Yoruba: Ethnic Change and the Mina Nation in Rio de Janeiro. In: FALOLA, Toyin e CHILDS, Matt D. (org). The Yoruba Diaspora in the Atlantic World. Bloomington: Indiana University Press, 2004. 231-247. 9 Por exemplo, em visita guiada a uma fazenda particular na região do Vale do Paraíba, em novembro de 2011, uma apresentação de “descendentes de escravos” começava sua argumentação com essa afirmação. Essa suposta falta de comunicação teria moldado uma forma de resistência escrava, dando lugar à criação de uma forma independente de comunicação, o jongo. 10 RODRIGUES, José Honório. A vitória da língua portuguesa no Brasil colonial. Humanidades vol I, n. 4, julho/setembro de 1983, p.29. 5 África”. E continua: “O fato é que aqui chegados, eram separados, de modo que não ficassem juntos nem por línguas, nem por etnias, nem mesmo por famílias, a fim de serem quebrados nos seus eventuais ímpetos de rebeldia.”11 Houaiss também não apresenta uma referência específica para essa afirmação. Para reavaliar a diversidade de língua dos africanos como um empecilho para a comunicação, alguns questionamentos se impõem. Primeiro, em termos dos projetos: os diferentes agentes do tráfico, percorrendo toda a gradação de europeus e africanos envolvidos no processo, de fato levaram em conta determinadas características linguísticas dos povos que eram alvo das capturas, guerras ou outras formas de abastecimento do tráfico? Havia mesmo uma política lingüística nos navios? Pode-se localizar uma política colonial em relação a esse tema?12 Não seria essencial evitar generalizações e levar em conta determinadas situações específicas, de acordo com as origens étnicas dos escravos, as rotas e diferentes fases do tráfico? Segundo, em termos da eficácia desses projetos: para além da suposta divisão estimulada por autoridades, traficantes, senhores, teria essa condição levado a uma dificuldade na comunicação entre os mesmos? Como os diferentes povos e agentes africanos se colocaram diante disso? Como se dava a intercomunicação entre esses envolvidos e qual o papel dos intérpretes? Essas questões estão sendo encaminhadas a partir dois eixos, um relacionado ao tráfico e um segundo eixo relacionado à experiência dos africanos no Brasil, distintos apenas para melhor operacionalizar a pesquisa. Para melhor articular as práticas de traficantes em relação à língua e às formas de vivência e comunicação específica entre os diferentes grupos linguísticos, iremos analisar algumas narrativas produzidas por europeus envolvidos com o tráfico, em distintas 11 HOUAISS, Antonio. O Português no Brasil. Pequena enciclopédia de cultura brasileira. Rio de Janeiro: Unibrade, 1985, p. 71-72. 12 Sobre ações coloniais para separação de africanos por línguas, ver LARA, Silvia. Linguagem, domínio senhorial e identidade étnica nas Minas Gerais de meados do século XVIII. In: ALMEIDA, Miguel Valle de et al. (org). Trânsitos Coloniais. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2002. 205-225. Nesse texto, Lara se refere a correspondências trocadas entre autoridades colonias e metropolitanas a respeito da diversidade da escravaria. 6 regiões e épocas. Recuperar os usos das línguas africanas no período da escravidão é tarefa complexa, devido à discrepância entre a dimensão provável que tiveram esses usos e os registros diponíveis para o historiador. No entanto os dois documentos referidos acima, sobre o quimbundo e sobre o fon e línguas próximas do grupo gbe, ainda merecem mais atenção pela historiografia. A consideração dessas duas experiências coloniais pode inclusive gerar novas hipóteses para o entendimento da intercomunicação no século XIX, tanto no Rio de Janeiro como na região do Vale do Paraíba e mesmo outras partes do mundo atlântico. Hipóteses de trabalho A questão da diversidade de origens dos africanos será investigada, avaliando-se possíveis políticas linguísticas de traficantes e escravistas e os desdobramentos ou implicações dessas políticas para a formação de vínculos de comunidade linguística entre os africanos e descendentes. A consideração de contextos específicos – ambiente urbano ou rural, condicionantes do tráfico e procedência dos africanos, formas de relação com a comunidade escrava precedente — constituirá também uma hipótese pertinente para evitar generalizações e imprecisões.` Objetivos gerais • Contribuir para a inclusão, no campo dos estudos históricos, e especialmente da história social da cultura, da temática da língua, até aqui pouco focalizada pela historiografia brasileira recente. • Estimular a interdisciplinaridade entre a história e áreas relacionadas à linguística, sociolinguística e história das ideias linguísticas. • Aprofundar o exame das interconexões entre África e Américas na formação do mundo atlântico. Objetivos específicos 7 • Direcionar a pesquisa para os indícios sobre a circulação das línguas africanas no Brasil e no mundo atlântico para investigar as formas de comunidade linguística construídas por africanos e descendentes e outros grupos étnicos e sociais no Brasil • Dar continuidade e complementar os objetivos específicos anteriores: explorar a relação entre a formação de uma língua nacional no Império e a sociedade escravista; mapear os mecanismos e procedimentos para incorporar os escravos e africanos à língua portuguesa; investigar as estratégias de escravos, crioulos e africanos, diante da situação da língua senhorial; analisar como dirigentes, escritores, publicistas do período aproximado entre 1820-1870 entenderam as formas de comunicação travadas entre escravos e africanos. Plano de trabalho - Mundo atlântico e comunidades africanas no Brasil 1. A Arte da Língua de Angola e o quimbundo no Brasil. Bolsista de Iniciação Científica A arte da língua de Angola é a primeira gramática de quimbundo conhecida e foi publicada pelo jesuíta Pedro Dias em 1697. A obra foi elaborada a partir da vivência do padre em Salvador, e visava instruir os irmãos da Companhia de Jesus no Brasil para auxiliar a catequese dos africanos. Serafim Leite dá informações biográficas sobre Pedro Dias que devem ser relevantes para entender sua experiência na cidade de Salvador e o circuito no mundo atlântico13. O uso do quimbundo no Brasil merece ainda ser sistematizado a partir de outras referências ainda dispersas, sendo algumas mais consistentes e outras mais vagas 14 . O interessante do quimbundo é que tratou-se de uma língua geral, isto é, falada não apenas por 13 LEITE, Serafim. Padre Pedro Dias, autor da Arte da Lingua de Angola, apóstolo dos negros no Brasil. Portugal em África n. 4, v. 2, p. 9-11, 1947. LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. 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O plano de trabalho a ser iniciado envolve a análise da obra propriamente dita, em termos de seu formato, circulação e alcance. Outro objetivo será a sistematização das informações sobre o quimbundo no Brasil que permitam dimensionar a importância da circulação dessa língua na história dos africanos no Brasil como parte do mundo atlântico. O bolsista trabalhará ainda sistematizando dados do tráfico, informações sobre as rotas, e referências culturais dos povos envolvidos, a partir da historiografia disponível. Para isso, o bolsista fará leituras sobre a formação do mundo atlântico, se dedicará às referências bibliográficas já disponíveis sobre o tema. Alguns conceitos linguísticos básicos serão também trabalhados, sempre na interface e diálogo com a área de história. Referências documentais e bibliográficas Dicionários, gramáticas, instrumentos de pesquisa e obras de referência BALBI, Adrien. 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