Ciências da Saúde / Saúde do trabalhador
RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS PRESSÓRICOS, FREQUÊNCIA CARDÍACA E ESTRESSE EM MOTORISTAS DE TÁXIS
DA CIDADE DE SALVADOR-BAHIA
Tatiane Aparecida Caribé de Melo
[email protected]
Curso de Enfermagem - Universidade Salvador - UNIFACS
Milena Marcelino Mendonça
Curso de Enfermagem - Universidade Salvador - UNIFACS
Mara Dias Pires
Profa. Dra. /Orientadora
INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica é um grave problema de saúde publica que acomete por volta de 17 milhões de
pessoas no Brasil, cerca de 50 mil casos novos na Bahia. O estresse tem papel fundamental na gênese e manutenção
da hipertensão arterial, sendo que o sistema nervoso autonômico simpático seria o responsável pelas alterações
cardiovasculares na resposta ao estresse. A liberação de norepinefrina nas terminações nervosas causa aumento da
frequência cardíaca e vasoconstrição periférica, o que consequentemente eleva a pressão arterial. A profissão de taxista
é evidentemente exaustiva e estressante, pois tem que se preocupar com o transito conturbado, principalmente em
horários de pico, com a violência com altos índices de assaltos, a temperatura exposta, poluição sonora, a posição
ergonomicamente desconfortável e prejudicial, carga horaria extensa, entre tantas outras variáveis. Diante dos fatores
expostos e a escassez na literatura de trabalhos relevantes a respeito, principalmente na cidade de Salvador, este
trabalho tem por objetivo verificar se o estresse ocupacional é um fator contributivo para alterar a pressão arterial e a
frequência cardíaca de motoristas de táxis, ditos como normotensos, em um turno da jornada de trabalho.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório, de caráter quanti-qualitativo realizado com 15 motoristas de
táxis da cidade de Salvador-Bahia, cujos dados foram coletados através de entrevista, verificação da pressão arterial e
frequência cardíaca. A pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) foi mensurada e classificada em normotensão
ou hipertensão, de acordo com as recomendações da VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), em dois momentos. Primeiramente, no
início da jornada de trabalho e posteriormente, no final da manhã. As medidas da pressão arterial e da frequência
cardíaca foram realizadas pelo mesmo pesquisador, sendo a PA por esfigmomanômetro aneróide Premium g-Tech, e
estetoscópio Rappaport Premium e, a FC através de relógio analógico relógio Techno Classic durante um minuto (60
segundos).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Muito embora a literatura indique a prevalência de hipertensão em atividades consideradas estressoras, este trabalho,
não encontrou diferença significativa entre os valores de pressão sistólica e diastólica e entre a frequência cardíaca
antes (07:00 as 09:00) da jornada de trabalho e depois (12:00h). Ainda que não tenha havido diferença significativa
entre as medidas antes e após seis horas de jornada de trabalho, observou-se que cinco motoristas (de um total de 15)
apresentaram uma elevação de 10mmHg na pressão arterial, após o período de 6 horas de trabalho caracterizando
hipertensão arterial, e 3 tiveram a pressão arterial diminuída após sua jornada de trabalho, também em 10mmHg.
Seguindo as diretrizes para o Diagnóstico da Hipertensão Arterial, publicada em 2007, observou-se que da população
estudada, dois pacientes apresentaram-se limítrofes e um em estágio I de hipertensão arterial. Vale lembrar que para
participar da pesquisa todos declararam não serem hipertensos e que as medidas não foram realizadas em consultório.
CONCLUSÕES
O presente estudo identificou que as alterações pressóricas encontradas nos motoristas de táxis no intervalo de tempo
estabelecido de 6 horas, foram pouco significativas quando comparados com os achados da literatura sobre a exposição
a fatores estressores. Contudo, a partir dos discursos dos participantes da pesquisa, observou-se que há uma
preocupação com a alteração da pressão arterial relacionada a outros fatores de risco, tais como sedentarismo,
obesidade, alimentação e extensa carga horária de trabalho. Além disso, identificou-se que a grande maioria desses
trabalhadores, tem idade avançada e são aposentados, e escolheram a profissão de taxistas para complementar a
renda, mas vale ressaltar que este grupo não participou do estudo devido aos critérios de exclusão já abordados. Por
tais razões, fica claro a necessidade de uma nova pesquisa que integre toda a classe de taxistas, inclusive os já
diagnosticados com hipertensão ou outras patologias como diabetes mellitus, insuficiência renal e cardiopatias, mulheres
e homens independente da idade, para verificar a prevalência de exposição a fatores de risco para hipertensão arterial
sistêmica.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-Chave: Níveis pressóricos, Frequência cardíaca, Estresse, Motoristas de taxi
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relação entre níveis pressóricos, frequência cardíaca e estresse em