13/03/2015
40 ANOS DE LUTA POR DIREITOS HUMANOS, DESENVOLVIMENTO E JUSTIÇA | Instituto Odara
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Postado por andre em 04/06 em Geral, Mulher | 0 comentários
40 ANOS DE LUTA POR DIREITOS
HUMANOS, DESENVOLVIMENTO E
JUSTIÇA
Naquele 13 de junho de 1973, quando nascia a CESE, conjugavam-se duas
forças, dois sentimentos que até hoje permanecem: o compromisso com as
lutas do povo brasileiro pela cidadania, e o desejo – sob a inspiração do
Conselho Mundial de Igrejas (CMI) – de construir uma organização
ecumênica de serviço.
A CESE, ao ingressar no cenário nacional, em pleno regime militar, superava
três grandes preconceitos: desafiar as igrejas evangélicas históricas a voltar
sua atenção e prioridade para a região mais pobre do País – o Nordeste,
embora distante de suas sedes institucionais, concentradas no Sul; definir-
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Negra.
se por pequenos projetos voltados para o desenvolvimento comunitário
autônomo como peça central de sua política de apoio; estreitar o diálogo
com a Igreja Católica para uma experiência em comum. Estava então, em
curso, uma luta interna no âmbito da cooperação ecumênica internacional,
quanto à melhor forma de promover a justiça e a solidariedade com países
em desenvolvimento, como o Brasil.
A CESE foi criada justamente para se contrapor a mecanismos superados e
não transformadores do status quo com que se ocupava a cooperação, até
então concentrada em grandes projetos.
Radio Odara
O projeto institucional ancorado nos marcos de sua missão foi
amadurecendo pacientemente, o que lhe possibilitou longevidade. O artigo
4º de seus estatutos afirma que a CESE “dá prioridade aos projetos sociais
que assegurem efetiva participação da comunidade beneficiária, na
concepção, no planejamento, na implementação, no acompanhamento e
autoavaliação dos mesmos”, entendendo por projeto social “aquele que,
nos moldes da fé cristã, destina-se a promover o ser humano, em todas as
suas dimensões, sem discriminação social, econômica, religiosa e racial”.
Priorizar pequenos projetos assumidos com autonomia pelas comunidades
de origem foi uma opção assumida pela CESE, considerando várias
questões analisadas, entre as quais:
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•• os pequenos projetos demonstram considerável poder multiplicador,
chamado efeito semente, capaz de ampliar seus resultados para além da
população imediatamente atendida. Essa dimensão educativa, ademais,
reforça nos grupos sua condição de sujeito nos processos de mudança;
•• os pequenos projetos representam, em sua grande maioria, iniciativas
locais que têm impedido, concretamente, que o processo de exclusão social
tenha um efeito mais devastador, pois integram gêneros, etnias, segmentos
diversos do campo e da cidade, em função da satisfação de necessidades
coletivas.
A CESE chegou a desenvolver um Programa de apoio a pequenos projetos,
compreendendo que os mesmos estão inseridos em processos e, para
garantia de sua contemporaneidade, faz-se necessário acompanhar,
permanentemente, a dinâmica dos movimentos sociais que influencia a
criação de novos contextos e campos de atuação, indicando atualizações
acerca da concepção e potencialidade dos pequenos projetos.
Atualmente, a Missão da CESE tem a seguinte formulação:
Fortalecer organizações da sociedade civil, especialmente as populares,
empenhadas nas lutas por transformações políticas, econômicas e sociais
que conduzam a estruturas em que prevaleça democracia com justiça.
A CESE procura contribuir para o desenvolvimento social e econômico entre
os chamados “excluídos” e outros setores populacionais identificados como
prioritários.
O propósito é fortalecer a sociedade civil como fator fundamental na
transformação do País, por meio do apoio a projetos de grupos e
organizações populares – associações comunitárias, movimentos, sindicatos
e também ONGs e entidades eclesiais – numa dimensão ecumênica. Esse
apoio estende-se a todo o território nacional.
A CESE tem uma identidade que a diferencia de outras organizações no
Brasil. Ela é organismo ecumênico – pela própria constituição institucional –
e não deixa de ter elementos que a caracterizam como organização não
governamental (ONG). Seu papel central é o serviço – das igrejas que a
compõem, para os movimentos populares.
Na maior parte de sua trajetória, a CESE ocupou um lugar de convergência
entre igrejas, agências de cooperação e movimentos populares. Por isso,
afirmava-se que a CESE estava no vértice das relações. Estar no vértice, até
graficamente, significa estar num ponto privilegiado e simboliza um
permanente tensionamento que, no caso, é criativo e impulsionador. Ela
sempre desempenhou um papel facilitador de contatos e oferece espaços e
subsídios para reflexão, diálogo e articulação.
Em quatro décadas de trabalho, a CESE já apoiou mais de 10 mil projetos de
organizações populares em todo o Brasil, numa média de 400 projetos
apoiados por ano. Com isso, a CESE já contribuiu para melhorar a qualidade
de vida de aproximadamente 9,5 milhões de pessoas.
Falar sobre a CESE é falar de transformação social. Por isso, a sua história só
pode ser contada no plural, com a participação de quem fez e faz parte da
sua trajetória!
O compromisso da CESE com os Direitos se reforça a cada dia, com o brotar
das tantas sementes espalhadas pelo País.
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A cada grupo popular que nasce nas periferias das cidades e nos campos…
A cada novo movimento popular que se organiza…
A cada movimento que se reforça…
A cada rede tecida por mulheres e homens, nas lutas para transformar
nossa sociedade, em busca de justiça, de paz…
Aí está a razão de ser da CESE!
Eliana Rolemberg
Diretora Executiva da CESE (2000 – 2013)
Fonte: Cese
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