Oficina Elaboração de Projetos Facilitador: Paulo Simões Feira de Santana, 14 de abril de 2009 O que são Projetos Sociais? Segundo o Dicionário Aurélio, um projeto é “uma idéia de executar ou realizar algo no futuro. Um plano. Um empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema.” Projetos sociais são uma forma de organizar ações para transformar determinada realidade social ou alguma instituição. Um bom projeto social tem a intenção de provocar mudanças; tem limites de tempo e recursos; visa melhorar as condições de vida dos beneficiários; representa ações planejadas e coerentes entre si; produz aprendizagem individual, social e institucional. Capa Histórico da organização Justificativa Metodologia Equipe e parcerias Cronograma Orçamento Objetivos Anexos Público alvo Avaliação Resumo Histórico / Antecedentes • É uma descrição sucinta das ações anteriores da Organização voltadas ao público-alvo ou não. • Deve incluir os principais resultados quantitativos e qualitativos obtidos. • Cabe descrever o histórico do próprio projeto, caso esteja sendo buscada sua ampliação, premiação, aperfeiçoamento e/ou replicação. Respondendo cuidadosamente todos estes questionamentos, você terá um projeto completo!!! A Definição do Público-Alvo, seus problemas e necessidades Quais pessoas serão alvo de nossas ações? Público-Alvo Que mudanças queremos promover? Problema Quais as realidades que queremos transformar? Onde está nosso público-alvo? Abrangência Oferecem elementos para uma boa justificativa Como justificar o Projeto? Responder a pergunta: Por que é importante desenvolver a proposta contida neste projeto? Usar dados estatísticos (IBGE, DIEESE); informações de jornais; revistas; pesquisas próprias; documentos e sites governamentais (MDA)... Público-alvo a ser beneficiado com a ação: área geográfica; características demográficas, socioeconômicas, ambientais e culturais da população; estágio de organização e mobilização da comunidade. Relevância do projeto a influência que a ação pode exercer na vida do público-alvo; Impacto do projeto quais as transformações positivas e duradouras esperadas. Objetivo Geral do Projeto Objetivo Geral deve apresentar a finalidade principal do projeto, com clareza e objetividade. É o alvo que se deseja atingir; compreende uma síntese da transformação desejada no públicoalvo ou junto a ele. Atenção: o objetivo geral deve ser descrito em um texto que se inicie por um verbo no infinitivo indicando a transformação (benefício) almejada. Exemplos de Objetivo Geral Promover o desenvolvimento local sustentável de Pintadas através da geração de trabalho e renda, tendo como base a criação de empreendimentos coletivos solidários voltados para a produção, consumo e serviços. Contribuir para a promoção do desenvolvimento rural sustentável por meio de processos de formação e assistência técnica para agricultores familiares no semi-árido baiano. Objetivos Específicos São operacionais e correspondem aos resultados esperados. Chegamos aos resultados por meio dos objetivos específicos definidos. A partir deles formulamos as ações que serão executadas no projeto para se chegar ao Objetivo Geral. Um objetivo específico deve ser: Mensurável Viável num determinado tempo Relacionado às necessidades Metas Devem quantificar os resultados esperados, estabelecendo prazos para a sua realização; desta forma, quanto melhor descrita e dimensionada for apresentada uma meta, mais fácil será definir os indicadores que irão permitir evidenciar o seu alcance. Atenção: para cada objetivo específico é apresentada uma ou mais metas. Exemplos de Objetivos Específicos Enunciado do Objetivo Metas ou Resultados (quanti) Períodos 1) Levantar as necessidades e desejos dos agricultores em relação a ATER Conhecer as necessidades e desejos de 75% dos agricultores (as) 2) Realizar pesquisa de Entrevistar 60% das mapeamento da produção propriedades rurais e consumo de leite de cabra; 3) Oferecer capacitação Ter 14 agentes capacitados para agentes comunitários rurais em gestão dos recursos hídricos; Maio e Junho de 2009 Dez. de 2009 Agosto a Outubro/2009 Metodologia Descreve de maneira clara e definida as formas e técnicas que serão utilizadas para implementar o projeto. a) b) c) d) Como o projeto vai atingir seus objetivos (ATIVIDADES)?; Como começarão as atividades, qual tempo?; Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades?; Como e em que momentos haverá a participação e envolvimento direto do grupo social? Recomenda-se ainda, apresentar o tipo de atuação a ser desenvolvida: pesquisa, diagnóstico, intervenção ou outras; que procedimentos (métodos, técnicas e instrumentos, etc.) serão adotados e como será a avaliação e a divulgação. Para pensar o método Que atividades podemos desenvolver para atingir cada resultado proposto? Conseguimos definir atividades para todos os resultados esperados? O que já foi tentado antes sobre este mesmo assunto? Que outros projetos semelhantes já existem ou existiriam? Quem apoiou ou apóia esses projetos? Como vamos atuar? Que método de trabalho vamos usar? Definindo os Procedimentos Todos os objetivos específicos definidos têm que ter pelo menos uma atividade O nome escolhido para a atividade deve descrever o que se pretende fazer Cuidado para não escrever os problemas que se quer resolver As atividades devem sempre estar agrupadas por objetivo específico e relacionadas com suas metas! Acompanhar e assessorar as unidades produtivas de agricultores/as que têm acesso ao crédito rural PRONAF. Realizar visitas técnicas quinzenalmente. 02 visitas/mês 24 visitas/ano Realizar oficinas de troca de experiência sobre crédito rural PRONAF. 03 oficinas/ano Ministrar curso de Gestão da Unidade Produtiva 02 cursos de 20h 40 horas/ano Cronograma de Atividades - Exemplos Elementos de Gestão no Projeto Um projeto bem elaborado deve contemplar elementos de gestão desde a sua concepção: Avaliação de Processo (monitoramento) Indica como o projeto se desenvolve. É a eficiência dos métodos e procedimentos empregados, de modo a fazer mais com menos Avaliação de Resultado Eficácia dos métodos e procedimentos utilizados e denota as transformações sociais geradas pelas atividades Avaliação de Impacto Continuidade das transformações decorrentes das ações implementadas, ou seja, a efetividade do projeto Avaliação requer indicadores A formulação de indicadores deve vir acompanhada da determinação de seus meios de verificação que são também chamados de instrumentos ou fontes de informação. Vale, inclusive, lembrar que os indicadores só são úteis se, a partir deles, puderem ser definidos os instrumentos. Os instrumentos ou meios de verificação podem ser questionários, entrevistas, relatos diários de observação, consulta a estatísticas, análise de documentos, reuniões programadas ou não programadas, grupos focais etc. Meios de Verificação Técnicas Instrumentos Roteiro de entrevistas Questionário estruturado Roteiro de grupo-focal, gravador, câmara de vídeo ... Relatórios periódicos, formulários de controle de serviços Pauta e memória de reunião Entrevistas individuais Entrevistas em profundidade Grupos-focais Análise documental Reuniões periódicas Orçamento do Projeto: com que investimento? Quanto vai custar o projeto? Recursos O que é contrapartida? Contribuição da Instituição Quanto tempo o orçamento cobrirá? Período O que é Orçamento? É o planejamento financeiro do projeto Uma estimativa em dinheiro necessário para o desenvolvimento das atividades e objetivos Importância de Detalhar o Orçamento? Conhecer todos os itens necessários Refletir sobre a captação de recursos Analisar viabilidade econômica do Projeto Quem elabora orçamento? Preferencialmente pessoas que tenham alguma experiência em custos, cotação sem esquecer a participação do grupo. Quando fazer o orçamento? Depois de definido o projeto, seus objetivos e metas, atividades e cronograma. Dicas: Fazer a lista de recursos necessários para todos os objetivos Discriminar os recursos segundo as categorias Definir os parâmetros de cálculo para valores financeiros Fazer uma memória de Cálculo Categorias do Orçamento Assistência técnica (pessoal e encargos sociais) Investimentos (computador, bicicleta, automóvel) Despesas (transporte, alimentação, hospedagem, assessoria contábil) Dica: Alguns valores podem ser considerados como contrapartida da organização ou recursos oriundos de outras fontes/apoiadores. ORÇAMENTO DO PROJETO ECOSOL ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS / AÇÃO / ITEM ORÇAMENTÁRIO MEMORIA DE CÁLCULO TOTAL IMPLANTAÇÃO DO BANCO COMUNITÁRIO 1- Formação dos agentes de crédito Bolsa auxílio para 03 pessoas R$270,00/bolsa X 3 agentes X 10 meses 8.100,00 Transporte para o curso 2 deslocamentos/dia X R$2,00/deslocamento X 12 encontros/mês X 3 agentes X 10 meses 1.440,00 Alimentação para 03 agentes 1 Vale refeição X R$8,00/vale X 3 dinamizadores X 12 encontros X 10 meses 2.880,00 Material Didatico R$ 100,00 X 12 Encontros de Formação 1.200,00 TOTAL - 13.620,00 Equipe Técnica • O projeto deve relacionar a equipe técnica principal como forma de demonstrar sua capacidade em desenvolver o projeto. • É preciso incluir: formação profissional (Engenheiro Agrônomo, Técnico Agropecuário, Pedagogo, etc.), função ou cargo (técnico, coordenador, educador, assistente, etc.) tempo de dedicação de cada profissional ao projeto (número de horas semanais) Equipe Técnica EQUIPE DO PROJETO FUNÇÃO FORMAÇÃO C.H Coordenador Pedagogia 40h Gestor Banco Comunitário Administração 30h Contador Ciências Contábeis 20h Agente de Crédito Nível Médio 30h “Agora que já sabemos o que e como fazer, como vamos viabilizar o projeto?” Conhecer/pesquisar sobre as fontes de Financiamento; Saber mobilizar estes ativos e utilizar as leis de incentivo; Contribuir para o uso eficiente dos recursos recebidos. Principais Fontes de Recursos Recursos Governamentais: programas do governo federal (PRONAF), estaduais (SUAF) e municipais; empresas públicas (PETROBRAS, CAIXA, BANCO DO BRASIL); fundações públicas; agências governamentais de outros países. Agências Internacionais: organismos especializados das Nações Unidas (CEPAL, UNESCO, FAO); e agências regionais (por exemplo, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID). Iniciativa Privada: empresas, por meio de vantagens fiscais (FMDCA, FAZCULTURA, LEI ROUANET), ou não (ITAU, C&A, VIVO, OI); organizações sem fins lucrativos que apóiam projetos de outras organizações (CARE, CESE, CARITAS) ; fundações e indivíduos doadores (esporádicos ou permanentes). Parcerias & Alianças • Parcerias são fundamentais para execução, detalhamento técnico e suporte financeiro. • O Projeto deve indicar as principais parcerias ou alianças estabelecidas, especificando as funções de cada parceiro • Tipo de parceria: – parceiros-executores; – instituições de apoio técnico, material e/ou financeiro; – organizações de referência e consultorias. Possíveis Apoiadores QUEM O QUE FINANCIA Misereor Desenvolvimento rural, desenvolvimento urbano, Fundação Kellog Desenvolvimento sustentável por meio capacitação de indivíduos, famílias comunidades PETROBRAS Ambiental Projetos que contribuam para a conservação e preservação dos recursos ambientais e à consolidação da consciência socioambiental www2.petrobras.com.br/mi nisite/programa-ambiental BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento Agricultura, meio ambiente, educação e redução da pobreza www.iadb.org Fundação Luterana de Diaconia Geração de trabalho e renda, educação popular, agricultura familiar ecologia e meio ambiente, saúde comunitária www.fld.com.br Comissão Européia Desenvolvimento humano e social, meio ambiente, cultura, segurança alimentar... ec.europa.eu/index_es.htm Fundo Finlandês Erradicação da pobreza de maneira econômica, social e ecologicamente sustentável www.finlandia.org.br Fundação Heinrich Desenvolvimento sustentável, Biopolítica, Globalização e processos de integração e Garantia de direitos humanos. www.boelllatinoamerica.org Böll INFORMAÇÕES saúde básica, da e www.misereor.org www.wkkf.org Possíveis Apoiadores QUEM O QUE FINANCIA INFORMAÇÕES CESE Fortalecer ações sociais inovadoras de articulações e redes da sociedade civil que tenham como objetivo intervir em políticas públicas www.cese.org.br Action Aid Brazil Direito a alimentação (acesso aos meios de produção e comercialização), participação, direitos das mulheres afrodescendentes www.actionaid.org.br Caritas Mobilização e organização comunitária; formação e capacitação técnica para o desenvolvimento local sustentável; implementação de obras hídricas (cisternas; pequenas barragens, perfuração de poços etc) e de projetos produtivos adaptados ao semi-árido. www.teste.caritasbrasileira. org [email protected] Formação Acadêmica Graduado em Administração/UFBA Especialista em Gestão do Desenvolvimento e Responsabilidade Social - CIAGS/UFBA Atuação Profissional: ITES/UFBA - Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial Técnico Projeto Ecosamper (Saramandaia) CRIA – Centro de Referência Integral de Adolescentes Orientador de Sustentabilidade FUNDAÇÃO APAEB – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentavel e Solidário da Região Sisaleira Consultoria em Elaboração de Projetos e Planejamento Estratégico