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Universitária “Ordem, Luz e Amor” no 3848
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AS OBRIGAÇÕES MAÇÔNICAS DO APRENDIZ
Meus queridos Irmãos da Loja Universitária Ordem, Luz e Amor,
início minha fala dizendo que o Brasil está vivendo um dos mais terríveis
momentos de sua história. A corrupção está tomando conta dos três poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário) e que deveriam atuar como órgãos
controladores, conforme a teoria de nosso Irmão Montesquieu, em sua obra
“O Espírito das Leis”, denominada de “A Teoria da Divisão de Poderes,
Sistema de Freios e Contrapesos”. Nossas ações devem ser no sentido de
buscar nos fortalecer enquanto organismo “MAÇONARIA”, unir forças junto
as demais Lojas, e estas a suas potências, para combatermos a destruição
da Nação, dos Estados, dos Municípios, e a célula mais importante que é a
FAMÍLIA.
Após este introito podemos dizer que a maçonaria é regida por
regras de moral e ética bem amplas e definidas transmitidas e que
abrangem todas as áreas da vida, conforme consta no artigo 1º, Parágrafo
Único, inciso II, da Constituição do GOB:
Art. 1º A Maçonaria é
uma
instituição
essencialmente iniciática,
filosófica,
filantrópica,
progressista e evolucionista, cujos fins supremos
são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Parágrafo único. Além de buscar atingir esses fins,
a Maçonaria:
...
II – pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e
social
da humanidade, por meio do cumprimento
inflexível do dever, da prática desinteressada da
beneficência e da investigação constante da verdade;
...
Para uma pessoa ser Maçom ele precisa antes de mais nada ser
Livre e de bons costumes, ou seja, ético. Esta é a marca que deve reger o
comportamento de qualquer Maçom em todos os campos, tanto nos
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relacionamentos interpessoais, dele com outros seres humanos, quanto dele
em relação ao Criador.
Desde a Criação do mundo, do homem, da mulher e a confiança
em ambos depositada pelo Criador logo definiu qual deveria ser o padrão de
conduta para merecer o recebimento das bênçãos Divinas: um compromisso
estabelecido, quando uma palavra é dada ela deve ser sempre mantida.
O Dilúvio que devastou o mundo a fim de purificá-lo com suas
águas, poupou um único homem bom e justo, Noé e sua família, fornecendo
uma prova ímpar sobre a importância de sermos conduzidos pela retidão e
moralidade.
Assim, o Maçom significa ser uma pessoa ética, que pratica atos
justos e bons. Desta forma indago aos irmãos, como podemos explicar a
existência de alguns maçons que são desprovidos de ética, e em alguns
casos de moral?
A ética é o equilíbrio permanente na balança onde o bem está
acima do mau, e os atos são direcionados seguindo a orientação apontada
pela própria maçonaria. Dominar nossos maus instintos, vencer obstáculos e
tentações da vida é uma forma de exercer nosso livre arbítrio de forma
efetiva, isto é, positivo.
Espera-se sempre dos maçons um excelente comportamento
ético. Consequentemente, as pessoas esperam que atos maus jamais sejam
cometidos por pessoas consideradas de bem, pois presume-se que sejam
regidas pelo mesmo código legal de conduta.
Os ensinamentos maçônicos mostram um caminho. Os seus
Rituais fornecem todos os instrumentos necessários para se chegar a um
determinado lugar, que deve ser o de trabalhar todos os nossos vícios e nos
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moldar dentro das leis da moralidade e da ética. As Leis da ética e conduta
do povo Maçônico é o meio, mas depende exclusivamente de cada um de
nós usá-lo da maneira certa para realmente nos tornarmos exemplos vivos,
Maçons verdadeiros, por dentro e por fora.
Desta forma podemos dizer que a Maçonaria consiste de um
sistema de cerimonial composto de doutrinas e símbolos, e outro aspecto
interno, mental e espiritual, oculto sob cerimônias, doutrinas e símbolos, e
acessível somente ao Maçom, que tenha aprendido a dominar seus impulsos
e a usar sua imaginação espiritual e que seja capaz de apreciar a realidade
velada pelo símbolo externo.
Assim,
essa
minha
instrução
diz
respeito
às
qualidades
indispensáveis ao profano para se unir a nós, Maçons. Desta forma cabe
estudarmos alguns conceitos, a saber:
Todo aperfeiçoamento deve ser feito com o esforço de nossa
inteligência, faculdade esta que nos foi dada pelo GRANDE ARQUITETO,
CRIADOR DO UNIVERSO, e que nos torna capazes de empreendermos as
nossas ações distinguindo, dentre elas, o Bem do Mal.
A inteligência a ser empregada nestas obras e realizações é algo
susceptível de progresso e de aperfeiçoamento. Uma vez dominadas as
nossas imperfeições, quer no aprimoramento das nossas virtudes, quer por
uma simples elucidação do saber, estaríamos alcançando, com nosso pleno
julgamento, a Retidão em nossas condutas e a Justa Medida para com os
nossos semelhantes - pautando-nos, enfim, pela Igualdade e a Justiça.
Tais deveres do homem para com os seus semelhantes e para
consigo mesmo são a consistente realização que se entende por Moral, que
se referem diretamente à inteligência. E a Maçonaria segue uma Moral pura
e propícia à formação humana, pretendendo zelar, através de ensinamentos
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completados em seus mistérios e alegorias, pela instrução da Ação Moral,
obtendo a Promoção integral de seus filiados. Como tais ensinamentos são
considerados pelo ponto de vista social, sobre o individual, nossa Ordem
busca atingir o sentido do desenvolvimento social dos Irmãos, ou seja, visa
aplicar a Moral Maçônica à realidade social.
O verdadeiro objetivo da Maçonaria é o de trabalhar do homem
extinguindo os preconceitos de classe, cor, origem, opinião e nacionalidade,
em aniquilar o fanatismo e a superstição e em extirpar os ódios de raça.
Assim, eliminar-se-ia a discórdia do seio da humanidade. Em resumo,
chegar por livre e pacífico progresso a uma fórmula ou modelo de eterna e
universal justiça, segundo a qual todo ser humano possa desenvolver
livremente suas faculdades e assim concorrer cordialmente para a felicidade
comum da espécie humana.
Essa exigência dos Maçons, ao profano, é um resquício de uma
época em que existiam servos; subsistiu com o sentido de que cada ser
deve gozar de sua plena capacidade - jurídica ou de foro íntimo (FALAR
DOS VÍCIOS) - para se comprometer validamente.
Segundo
o
Ritual,
ao
chegar
ao
Templo,
nós,
enquanto
postulantes, fomos imediatamente vendados e informados de que as
práticas Maçônicas são puramente simbólicas, mas apresentadas de modo
sugestivo, e que, se conseguíssemos a graça de sermos recebidos Maçons,
deveríamos não nos esquecer jamais dessas provas, de elevado sentido
moral.
Levados à Câmara de Reflexões, foi-nos permitido ficar em paz
com a nossa consciência, quando nos submetemos à primeira prova, da
Terra: o preenchimento de um questionário, chamado Testamento. É o
domínio do mundo físico (FALAR DOS SIMBOLOS). Superada a prova e
preparados pelos Irmãos da Ordem para começar a Iniciação, pediram-nos
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que nos despojássemos de dinheiro, joias e tudo quanto fosse metal ou que
representasse valor. O significado simbólico consiste em que o candidato
entre sem posses consigo, como símbolo de que vai ingressar numa
Fraternidade onde nada significam as riquezas, títulos e honras do mundo
profano.
Foi-nos preparada a indumentária e, segundo o Ritual, a camisa
deve deixar o peito e o braço esquerdos desnudos, bem como deixados
descobertos nosso pé direito e nossa perna esquerda, até o joelho. Diz-se
que
o
profano
deve
entrar
no
Templo
“nem
nu
nem
vestido”
e
simbolicamente descalço. Trata-se de simbolismo recorrente a algumas
passagens bíblicas - o Êxodo (III:5) e o Livro de Isaías (XX:3).
Assim, o primeiro objetivo deste curioso método de preparação é
expor à influência magnética as diversas partes do corpo especialmente
empregadas na cerimônia, fundamentando-se nos sustentáculos ou pontos
de contato com o solo no momento da admissão. O peito esquerdo está
despido para que recebamos na pele o toque da ponta da espada ao entrar
na Loja e para que se prove que o candidato não é uma mulher disfarçada. A
desnudez do coração objetiva figurar a de todo preconceito ou ódio, que
impedem a manifestação sincera dos sentimentos. O joelho esquerdo está
despido porque é sobre ele que devemos nos ajoelhar; simboliza a
extirpação da vanglória, do orgulho intelectual que nos impede a genuflexão
ou a inclinação do joelho ante o Altar da Verdade. O pé direito desnudo tem
o significado descrito como de acordo com antigo costume hebreu, quando
alguém assumia uma obrigação ou contraía um compromisso. É o que cita a
Bíblia no LIVRO DE RUTE (IV:7-8).
Havia, pois, já de muito tempo este costume em
Israel, quanto a remissão e permuta, para confirmar
todo o negócio; o homem descalçava o sapato e o
dava ao seu próximo; e isto era por testemunho em
Israel.
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Disse, pois, o remidor a Boaz: Toma-a para ti. E
descalçou o sapato.
A venda nos olhos, por fim, é o nosso estado de ignorância ou
cegueira no mundo profano; no corpo físico, é a cegueira dos sentidos.
Devemos entrar no Templo com os olhos vendados, a nos indicar que no
Templo da Sabedoria não podemos nos servir simplesmente dos sentidos,
porque a verdadeira Luz, do saber interno, é sentida e não vista.
Por meio do simbolismo das viagens podemos encontrar as
obrigações que os aprendizes devem ter, seguindo os seus corações.
Lembrem, meus Irmãos que ao final de cada viagem, batemos
em uma porta. A primeira delas, cujo significado é a Sinceridade, ficava ao
Sul (Meio-dia) e nela mandaram que passássemos. A segunda, cujo
significado é a Coragem, ficava ao Norte e nela fomos purificados pela Água.
E a terceira, cuja significação é a Perseverança, localizava-se no Oriente e
nela fomos purificados pelo Fogo. Simbolicamente grava-se com o Fogo da
Fé os corações dos Iniciados, e a Fé é o único selo pelo qual os Maçons se
reconhecem entre si. Somente após essas viagens pudemos prestar o nosso
Juramento, cujas obrigações são três:
*
1ª - O silêncio. Lei importante do hermetismo é não revelar
a ninguém os segredos da Ordem;
*
2ª - Não escrever, gravar ou formar nenhum sinal que
possa revelar a Palavra Sagrada. Esse é o Verbo Divino
que se acha em todo ser. O Verbo Divino ou Ideal Divino deve
operar do interior para fora e nunca deve ser visto pelos olhos
das paixões, como os que se vangloriam de seus poderes;
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*
3ª - É a União Eterna com a Fraternidade Espiritual, com
seus ideais, aspirações e tendências. Firmamos o compromisso
de ajudar os nossos Irmãos a cada momento.
Uma vez firmados os três deveres do Juramento, foi-nos dada a
Luz - A Luz da Verdade. Efetuou-se esse símbolo fazendo cair as vendas de
nossos olhos, as quais representam a ilusão que nos impede de ver a
essência da Verdade. A Luz, a refletir-se nas espadas empunhadas por
nossos Irmãos, simboliza a Luz interior que passa livremente e se derrama
no mundo externo para fazer desaparecer, pouco a pouco, todo temor e
qualquer dificuldade.
A princípio, ficamos deslumbrados. Essas espadas apontavam
para nós mas não representavam ameaças ou sequer produziam qualquer
sensação de medo. Elas demonstram as dificuldades que devem os Iniciados
afrontar no cumprimento constante de seus ideais - não deveremos jamais
renunciar a aspirações elevadas. Vistos pelos Irmãos com a firmeza de
nossos propósitos, baixam-se as espadas, com o significado de que as
dificuldades são vencidas ante a firmeza da Fé.
Para finalizar, este momento de reflexão, conclamo aos Irmãos
Aprendiz e Companheiros a se recordarem das três viagens onde a primeira
com suas dificuldades nos remete ao nosso guia interior, o Espirito Santo de
Deus que vivem dentro de cada um de nós. A segunda viagem nos
apresenta a vitória do mundo espiritual sobre as facilidades do mundo
material. Já a terceira viagem, com o seu batismo de fogo, nos remete a
purificação trazida do dístico da cruz de Jesus “INRI” “Ignea Natura
Renovatur Integra”, O fogo renova integralmente a natureza.
Agora já concluindo gostaria de fazer uma oração e peço a todos
os irmãos que fechem os seus olhos: “Digna-te, ó G.´.A.´.D.´.U.´., em
proteger a todos nós Obreiros da Arte Real, anima-nos a ter zelo sobre as
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tuas obras, fortifica-nos a alma na luta contra as nossas paixões, inflama os
nossos corações para que cultivemos o amor e as virtudes, guiando-nos na
retidão para com os homens e em sua justiça. Presta-nos agora e sempre a
Tua proteção e ampara-nos com o Teu braço onipotente em todas as provas
e dificuldades que nos depararmos todos os dias de nossas vidas. Que assim
seja!”
Hermes Tadeu Bandeira
BIBLIOGRAFIA:
·
Castellani, José : LITURGIA E RITUALÍSTICA DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM (EM TODOS OS RITOS);
·
Figueiredo 33º, Joaquim Gervásio de: DICIONÁRIO DE MAÇONARIA;
·
Leadbeater 33º , C. W. : A VIDA OCULTA NA MAÇONARIA;
·
Adoum , Jorge : GRAU DE APRENDIZ E SEUS MISTÉRIOS;
·
RITUAL DE APRENDIZ MAÇOM - RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO.
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