O Ensino em Economia da Saúde:
desafios e perspectivas
Profa. Tatiane Menezes
Problema
• Como e o que deve está contido no programa
de um curso em Economia da Saúde?
• Qual o seu público alvo?
Definição
“… Economia da saúde é a parte da economia
que estuda como os recursos são alocados, para
o Sistema de Saúde e dentro dele” (Folland,
Goodman and Stano 2001, p.1)
“… A Economia da saúde consiste num conjunto
de disciplinas que estudam o sistema de saúde”
(Zweifel and Breyer 1997).
Antecedentes
• A disciplina Economia da Saúde surge com o artigo seminal de
Arrow (1963) “Uncertainty and the Welfare Economics of
Medical Care” publicado na American Economic Review.
• Os pressupostos microeconômicos que garantem a alocação
eficiente dos bens e serviços no mercado não estão presentes
quando estes estão relacionados a saúde.
• Do ponto de vista da metodologia da ciência Lakatos 1970,
Blaug 1976 e Lakatos 1978 argumentam que uma teoria
consiste de um núcleo central de axiomas (“hard core”)
interligado a um conjunto de teorias auxiliaries, cujo nucleo
axiomático é mais maleável (“protective belt” ).
Antecedentes
• De modo que este “protective belt” é passivel
de ser alterado com o tempo, a medida em
que suas conclusões não são mais refutadas
empiricamente, sem que no entanto o núcleo
central seja alterado.
• Edwards (2001) argumenta que o
desenvolvimento da Economia da Saúde
encontra-se no “protective belt” da ciência
econômica.
Qualidade-IncertezaSeleção Adversa
• Os profissionais da área de saúde, em geral,
encaram a Economia da Saúde como apenas uma
análise de avaliação de investimento
(Mooney,1987; Conelly, 2005).
– Técnica econômica cujo uso tem sido
institucionalizada e é obrigatória na Austrália, Canadá,
Reino Unido e outros.
• Conceitos como: "Farmacoeconomia " ou a
avaliação econômica de medicamentos estão
estritamente relacionados com análise custoeficácia (CEA) ou uma variante da mesma, o
custo-utilidade (CUA).
Qualidade-IncertezaSeleção Adversa
• Principal público para os cursos em ES são não
economistas interessados em aprender
técnicas de avaliação econômica.
• Para este publico, as contribuições do hard
core em Economia, para a economia da saúde
são irrelevantes:
– Exemplo: teoria do consumidor; teoria do
principal agente; economia do bem estar;
economia do setor publico e economia do
trabalho, etc.
Qualidade-IncertezaSeleção Adversa
• O conhecimento básico dos manuais de
economia paressem ser
incovenientes/desnecessários, para quem tem
por objetivo final aprender a rodar um
programa que calcula a razão custoefetividade (CERs).
• O tempo concedido aos fundamentos
econômicos na maioria dos programas de
economia da saúde é por si só um indicador
da irrelevância dada a disciplina.
Qualidade-IncertezaSeleção Adversa
• Há um mercado considerável para cursos que
ensinam não-economistas fazer avaliações
custo-efetividade e custo utilidade,
rapidamente sem o embasamento econômico
adequado.
• Ensina-se nestes cursos a tecnicas de
avaliação e como utilizer software de planilha
electronica para se chegar a um resultado.
Qualidade-IncertezaSeleção Adversa
• Os economistas bem treinados afastam-se da
area.
• Disciplina tem uma maior concentração de
profissionais da area de saúde com um fraco
treinamento em economia.
• Feldman e Morrisey (1990) para os EUA e Conelly,
2005, para Autralia: cerca de 60% dos
economistas da saúde estejam empregados em
universidades, porém a maioria trabalhando fora
dos departamentos de economia (como escolas
de saúde pública e medicina)
Pedagogia e Pragmatismo
• Dois desafios:
– Atrair alunos de graduação em economia para a área;
– Ensinar os princípios de economia para os
profissionais de saúde
• Para os economistas:
– Mostrar a importância dos arranjos institucionais no
sector e a demanda por capital humano nesta área.
– Editais e bolsas, para os economistas que desejarem
fazer pós-graduação na área de economia da saúde.
Pedagogia e Pragmatismo
• Para Economistas:
– Os doutorandos em economia da saúde devem ser
preparado para trabalhar fora do departamento de
economia.
– Finalmente, como Smith (1776) observou, a
especialização é limitada pela extensão do mercado: a
baixa demanda, de economistas, para os programas
de pós-graduação e cursos de especialização em
economia da saúde => pequeno número de
economistas nesta carreira. Em bom economês:
temos o problema de endogeneidade.
Pedagogia e Pragmatismo
• Para os não economistas:
– Os profissionais em saúde são treinados a colocar
o interesse de seus pacientes acima de tudo,
inclusive do bem está social,
– É difícil para tais profissionais entenderem
conceitos como escassez e custo de oportunidade,
– Construir uma ponte entre os conhecimentos de
saúde e economia, como sugere Connelly 2005,
professor da Australian Centre for Economic
Research on Health (ACERH)
NES-PE/PPGGES/GIEPES
• NES-PE – Núcleo de Economia da Saúde do
Estado de PE.
– Objetivo: fornecer o conjunto de informações para
auxiliar o gestor na tomada de decisões.
• GIEPES – Grupo Integrado de Ensino e Pesquisa
em Economia da Saúde
– Objetivo: motivar alunos de graduação e pósgraduação a desenvolverem trabalhos em Economia
da Saúde.
PPGGES/GIEPES
Disciplinas Obrigatórias
Políticas Públicas de Saúde
Microeconomia
Macroeconomia
Métodos Estatísticos e Econométricos
Disciplinas Eletivas
Metodologia da Pesquisa Científica
Avaliação de Políticas Públicas
Economia do Setor Público
Microssimulação Aplicada a Saúde
Epidemiologia
Financiamento e Gestão dos Gastos em Saúde
Gestão de Custos em Saúde
Propriedade Intelectual e o Impacto no Acesso a Medicamentos
Sistema de Inovação em Saúde
Avaliação de Tecnologias em Saúde
Seminários
Tópicos Especiais em Gestão e Economia da Saúde I e II
30+30
30+30
30+30
30+30
30
30
30
30
30
30
45
30
30
45
30
30 e 45
Download

O Ensino da Economia da Saúde: desafios e perspectivas