PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Desafios e Perspectivas para a Economia
Brasileira
Fernando Ferrari Filho
Professor Titular da UFRGS e Pesquisador do CNPq
http://www.ppge.ufrgs.br/ferrari e [email protected] e
[email protected]
Seminário de Pauta SINDPD
São Paulo, 19/10/2015
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Estrutura
Resultados no período 2011-2014;
Por que o crescimento desacelerou e a inflação persiste e acelerou?
Dimensões da crise;
Problemas atuais;
Perspectivas para 2016 e 2015-2018?
O que fazer?
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Resultados no período 2011-2014
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PIB (stop and go): acumulado = 8,7%; médio = 2,1% ao ano;
Inflação: acumulada = 27,0%; média = 6,2% ao ano;
Selic média: 9,9% ao ano;
Saldo da balança comercial: US$ 47,9 bilhões;
Déficit em transações correntes: US$ 279,1 bilhões;
Resultado fiscal/PIB: média = 1,7% ao ano.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Por que o crescimento desacelerou?
• Baixa relação FBKF/PIB → média anual de 18,6% e crescimento
médio de 1,8% ao ano;
• Crescimento centrado no consumo → variação média anual de
3,1% entre 2011 e 2014;
• Problemas do lado da oferta → escassez de oferta de trabalho e
baixa produtividade; carga tributária elevada e complexa; excessiva
burocracia; infraestrutura (transportes, energia etc.) precária;
lentidão da justiça; marcos regulatórios ineficientes; e erros de
decisão/intervenção em setores estratégicos (energia e petróleo).
• Problemas do lado da demanda → crescimento alicerçado em
consumo e volatilidade da política econômica;
• Deterioração do cenário externo → desaceleração da China,
Zona do Euro e Argentina e queda dos preços das commodities.
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Por que a inflação persiste e acelerou?
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Choques de preços = f(desvalorização cambial – pass-through da
ordem de 10% – e reajuste de preços públicos e administrados –
energia e combustível contribuíram 1,8% para a inflação em 2015);
Inércia inflacionária;
Problemas de oferta = f(custos tributários, custos logísticos etc.);
Problemas de demanda (setoriais) = f(crédito, crescimento
recente do rendimento médio, inclusão social etc.).
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Dimensões da crise
• Econômica → inflação elevada para um regime de metas de inflação,
estagnação da atividade produtiva e desemprego em ascensão;
• Política → derrotas no Congresso Nacional, “ruídos” com o PMDB,
aproximação com partidos “emergentes” e desgastes com o PT
ideológico e não pragmático;
• Moral → operação “lava a jato” e corrupção em empresas públicas.
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Problemas atuais?
• Desindustrialização da economia = f(perda de competitividade devido
aos elevados custos de produção – tributário, logístico etc. –,
apreciação cambial no passado e inserção de novos players – Índia,
Vietnã e países africanos, entre outros);
• Aceleração da inflação;
• Adiamento de reformas estrutural-institucionais (tributária,
previdenciária e trabalhista) para atender, sem pressões fiscais, os
compromissos de saúde, educação, aposentadoria etc. da Constituição
de 1988;
• Pressões por demandas sociais (serviços públicos em geral) devido à
melhora econômico-social das classes de baixa renda;
• Desequilíbrios do BPTC.
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Perspectivas para 2016 e 2015-2018?
• 2016
PIB = [- 1,0% a - 1,5%];
Inflação = [6,0% a 6,5%];
Selic = [13,75% a 14,25%], em fim de período;
Câmbio = R$ 4,2/US$ 1,00, em fim de período.
• 2015-2018
PIB (média anual)↓ = 0,5% ao ano;
Inflação (média anual)↑ = 6,9% ao ano;
Desemprego (média anual)↑;
Selic (média anual) ↑ e câmbio (média anual)↑;
Resultado externo: BC ↑ e BPTC ↓.
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O que fazer?
(i) Crescimento = f(Estado, Mercado e Instituições);
(ii) Política monetária → Regras x discricionariedade?
Discricionariedade! Taxa de juros para dinamizar Consumo e
Investimento (níveis de emprego e renda) e não somente controlar a
inflação;
(iii) Política fiscal contracíclica: Períodos de crise → expansão fiscal
vis-à-vis períodos de prosperidade → equilíbrio/superávit fiscal.
Enfim, responsabilidade fiscal;
(iv) Política cambial → Taxa real efetiva de câmbio (TREC) de
equilíbrio para evitar volatilidade e apreciação da taxa nominal de
câmbio = f(câmbio administrado e controle de capitais);
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
(v) Reforma tributária → Racionalização tributária e eficiência
alocativa. Qual é o problema? A complexidade e não o tamanho da
carga tributária (34,0% do PIB). Para tanto, IDireto ↑ (natureza de
progressividade e maior incidência sobre renda, capital e riqueza) x
Iindireto ↓ (redução do custo Brasil);
(vi) Política industrial (crédito, subsídios, P&D etc.), visando
aumentar a competitividade e a inserção (cenário mundial) das
empresas (grandes cadeias industriais);
(vii) Políticas de renda para regular W e P, em conformidade com os
ganhos de produtividade da economia e a dinâmica concorrencial;
(viii) Aumento da “produtividade total dos fatores” = f(educação,
simplificação das legislações trabalhista e judiciária etc.);
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
(ix) Reforma financeira → Operações de swaps de títulos pós-fixados
por títulos pré-fixados, eliminação das LFTs e dinamização dos
mercados de capitais e de títulos de dívida privada;
(x) Reforma administrativa;
(xi) Investimentos públicos em serviços básicos (educação e saúde) e
infraestrutura (mobilidade urbana, estradas, portos, saneamento,
energia e habitação, entre outros) = f(parcerias público-privadas);
(xii) Melhores instrumentos de governança e de clima (esfera
microeconômica) para o ambiente de negócios.
Em suma, intervenção do Estado (regulador, indutor e financiador da
atividade econômica → articular o catching-up), mudanças estruturalinstitucionais e maior coordenação entre as políticas fiscal, monetária
e cambial.
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