Cuiabá PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO MATOGROSSENSE DE OFTALMOLOGIA E UNIMED CUIABÁ * Dr. Valfredo da Mota Menezes Consultor/Unimed-NAI Dr. Marco Sergio C. Corrêa Câmara Técnica-Oftalmo Cuiabá 1. AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA DO PACIENTE ADULTO 1.1.RECOMENDAÇÕES: 1.1.1. Historia: Deve incluir: • Dados demográficos [A:III] • Queixa principal e história da doença atual[A:III] • Avaliação da função visual pelo paciente, uso de óculos ou lente de contato • História ocular • História sistêmica[A:III] • Medicações em uso [A:III] • Alergias ou reações adversas a medicamentos[A:III] • História familiar (ocular e sistêmica)[A:III] • História social [B:III] (profissão, tabaco, álcool) • Revisão dos sistemas[B:III] 1.1.2.Exame: O exame ocular consiste na avaliação das funções fisiológicas e anatômicas do olho assim como do sistema visual e de suas estruturas. O exame inclui os seguintes elementos: Acuidade visual a distância e, quando apropriado, próximo[A:III] Medida da melhor acuidade visual corrigida (com refração quando indicado)[A:III] Exame externo [A:III] Alinhamento ocular e motilidade [A:III] Visão para cores (Color-vision screening) Avaliação funcional do sistema lacrimal Função pupilar [A:III] Campo visual por confrontação[A:III] Exame com Biomicroscópio de lampada de fenda: margem palpebral, filme de Cuiabá lagrimas, conjuntiva, esclera, córnea, câmera anterior e avaliação da profundidade periférica da câmara anterior, iris, lentes, e vítreo anterior [A:III] Medida da pressão intra ocular, preferencialmente com um método de aplicação de contacto (Tonometria de aplanação) (Tipo “Goldmann tonometer”) [A:III] Exame do fundo ocular: vitreous, retina (incluindo polo posterior e periferia, vasculatura e nervo óptico [A:III] Teste de estereoacuidade e Teste da fusão (Stereoacuity testing and fusion testing ) Avaliação de relevantes aspectos mentais do paciente assim como estado físico atual [B:II Com base na história e nos achados do exame, testes adicionais podem ser indicados. Estes não fazem parte do rol de exames rotineiramente utilizados e inclui, entre outros, os seguintes: 1.1.3.Testes complementares Campo visual por perimetria (Visual fields by perimetry) Teste do campo visual central (Central visual field testing (Amsler grid)) Avaliação da motilidade ocular extrínsica e alinhamento em campos multiplos (Extended evaluation of ocular motility and alignment in multiple fields of gaze) Analise do formato da córnea (Keratometria e/ou Ceratoscopia) Analysis of the corneal shape (e.g., keratometry and/or corneal topography) Medida da espessura da córnea-Paquimetria Analise da celula endotelial da córnea-Microscopia especular da córnea Gonioscopia (Contact lens stereoscopic biomicroscopy (e.g. Goldmann 3-mirror lens) Ultrassonografia oftalmica (Ophthalmic ultrasonography) Estereofotografia da papila ou analise das imagens do disco optico e da Cuiabá camada de fibra nervosa da retina ou mácula (Stereophotography or computerbased image analysis of the optic disc and retinal nerve fiber layer or macula) Oftalmoscopia indireta Retinografia Angiofluoresceinografia Microbiologia e citologia (Microbiology and cytology) Exames laboratoriais para doenças sistêmicas (Laboratory tests for systemic disease) Com base no resultado da avaliação os pacientes são categorizados em uma de três categorias: Pacientes assintomáticos com baixo risco, sintomáticos e pacientes de alto risco. A freqüência e o intervalo dos exames oftalmológicos variam na dependência da idade e dos achados do exame, conforme segue: 2.FREQUENCIA DE EXAME OFTALMOLOGICO 2.1. Intervalo de avaliação em pacientes assintomáticos com baixo risco • Idade19–40 anos: no mínimo a cada 10 anos[Consensus] • Idade 41–55 anos: no mínimo a cada 5 anos[Consensus] • Idade 56–65 anos: no mínimo a cada 3 anos[Consensus] • Idade > 65 anos: no mínimo a cada 2 anos[A ] 2.2. Intervalo nos pacientes sintomáticos: Qualquer paciente com mudanças na acuidade visual, campo visual, visão para cores ou mudanças físicas no olho, deve ser avaliado o mais cedo possível [Consensus]. Cuiabá O oftalmologista define um apropriado seguimento com intervalos individualizados na dependência dos sinais ou fatores de risco, incidência da doença assim como a rapidez da progressão[A:III] 2.3. Intervalo no paciente de alto risco Pacientes com alto risco de perda da visão (ex., diabéticos, catarata, degenerescência macular ou glaucoma (ou suspeita de glaucoma) e pacientes com historia familiar de uma dessas condições devem ser avaliados freqüentemente. • Idade > 40 anos: no mínimo a cada 3 anos[Consensus] • Idade> 50 anos: no mínimo a cada 2 anos [Consensus] • Idade> 60 anos: no mínimo a cada anualmente [Consensus] 3.PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PRINCIPAIS: 3.1.CATARATA: O procedimento médico frente a uma significativa catarata é primariamente cirúrgico. Algumas ações não cirúrgicas podem ser empregadas, entretanto, atualmente não existe nenhum tratamento medicamentoso capaz de reduzir ou retardar a progressão de uma catarata. O paciente reduz o risco do aparecimento ou progressão de catarata quando diminui a exposição aos fatores conhecidos de risco para a doença.(ex. tabaco, uso crônico de corticóide inalatórios, etc.) 3.1.1.Avaliação pré-operatória: 3.1.1.1 História e exame: Conforme Item 1 3.1.1.2.Exames oftalmológicos complementares: Cuiabá Exames complementares pré cirúrgicos não são específicos para catarata mas podem ajudar a elucidar melhor a causa de um sintoma individual e mesmo, verificar porque uma determinada comorbidade está contribuindo para esse sintoma a) Teste de sensibilidade ao contraste. Mede a habilidade do olho em detectar variações súbitas de luminosidade usando-se figuras que variam de contraste, luminescência e freqüência espacial b) Potencial de acuidade visual/Acuidade visual a laser (Potential acuity tests): Tenta pré dizer a acuidade visual que será obtida com a cirurgia c) Microscopia especular (Specular microscopy) e Paquimetria da córnea (Corneal pachymetry): Usados em casos de conhecida doença córnea, para ajudar a determinar se a córnea permanecerá clara após a cirurgia. Estes exames são geralmente desnecessários, mas muitas vezes são úteis em olhos nos quais há suspeita de anormalidade na função endotelial da córnea. Entretanto vários estudos sugerem que a microscopia especular tem baixa acurácia em predizer se a córnea irá permanecer clara após a cirurgia. d)Topografia da córnea (Corneal topography): Utilizado quando há suspeita de astigmatismo irregular e) Ultra-sonografia diagnóstica( B-scan ultrasonography): Justificada quando a catarata prejudica a visualização do fundo ocular. f) Exames laboratoriais: O “ Study of Medical Testing for Cataract Surgery” demonstrou que o uso de exames laboratoriais pré operatórios, de rotina, não diminuem a morbilidade ou mortalidade dos pacientes. 3.1.1.3.Acompanhamento Pós-operatório: Cuiabá Componentes de cada visita subseqüente a cirurgia deve incluir: História com auto avaliação da visão, medicação usada no pós operatório e análise de novos sintomas Medida da visão funcional (ex. Teste de acuidade visual) Medida da pressão intra ocular Biomicroscopia Controle da dor 3.2.CIRURGIAS REFRATIVAS: 3.2.1. Avaliação Pré-operatória: Em adição aos elementos listados na “avaliação oftalmológica do paciente adulto”,a avaliação para cirurgia refrativa deve incluir também os seguintes exames [A:III] Ceratoscopia computadorizada Paquimetria 3.2.2.Avaliação pós-cirúrgica: Em pacientes submetidos a “LASIK”, o exame de Biomicroscopia (slit-lamp biomicroscopy) é mandatório no primeiro dia após a cirurgia; na seqüencia, o paciente pode ser examinado aproximadamente uma semana após [A:III] 3.3.Tratamento Médico ou Cirurgia para GLAUCOMA primário de ângulo aberto: 3.3.1. Historia A avaliação inicial no Glaucoma inclui todos os componentes da Avaliação oftalmológica do adulto, alem de uma revisão da história ocular e sistêmica do Cuiabá paciente e da história familiar; Inclui ainda uma avaliação do impacto na função visual no dia a dia, atividades e outros registros pertinentes, principalmente em relação ao status do nervo óptico, campo visual e pressão intra ocular[A:III] 3.3.2.Exame Físico: Além dos pontos referidos no Item 1, o exame físico de ser focado principalmente nos seguintes oito elementos: a) Pupila: Reatividade e defeito aferente pupilar b) Segmento Anterior: Biomicroscopio com lampada de fenda pode mostrar estreitamento de ângulo, patologia da córnea ou algum mecanismo secundário de aumento da pressão intra ocular. c) Pressão Intra Ocular: Tonometria de Aplanação que deve ser realizada anterior a gonioscopia ou dilatação pupilar. d) Fundo do Olho: Exame do fundo ocular, através de dilatação pupilar (quando possível), inclui a busca por outras anormalidades que podem contribuir para o defeito do campo visual. 3.3.3.Exames complementares: a) Paquimetria:Espessura Central Córnea: b) Gonioscopia: Avaliação do ângulo da câmara anterior para excluir causas secundarias de aumento da pressão. c) Estéreo foto da papila/“Cabeça do Nervo Óptico” (optic nerve head) e avaliação da Camada das fibras nervosas da retina: A técnica preferida envolve “visualização estereoscópica ampliada” como com a Biomicroscopia, preferencialmente com pupila dilatada. Oftalmoscopia direta é útil em alguns casos. d) Campimetria manual ou computadorizada:Campo visual: Cuiabá 3.3.3. Acompanhamento: Independente do tipo de terapêutica empregada (me- dicamentos ou cirúrgica), os pacientes devem ser acompanhados para verificar se os objetivos terapêuticos foram alcançados. Em cada visita os seguintes componentes do exame físico devem ser realizados: Acuidade visual, Biomicroscopia, Pressão intra ocular, Optic nerve head avaliação Paquimetria. Gonioscopia deve ser repetida se surgir uma inexplicável modificação na pressão intra ocular. 3.4. DESLOCAMENTO VÍTREO POSTERIOR / DESLOCAMENTO DA RETINA 3.4.1.Avaliação inicial e seguimento: 3.4.1.1História: Sintomas de deslocamento posterior, história familiar, trauma ocular, incluindo cirurgia, miopia, história de cirurgia de catarata 3.4.1.2.Exame físico: Exame do vítreo para deslocamento, celulas pigmentadas, hemorragia e condensação. 3.4.1.3. Exames Complementares: Oftalmoscopia indireta: É o método preferido de avaliação da patologia vitreo etinal periférica, principalmente quando combinada com “scleral depression” Ultrassonografia diagnóstica(B-scan ultrasonogrphy). 3.4.1.4. Acompanhamento/Exame físico: Acuidade visual Cuiabá Avaliação da situação do vítreo, com atenção para a presença de pigmento ou sineresis Exame do fundo/Oftalmoscopia indireta Ultra-sonografia se o meio for opaco * Este protocolo foi estruturado com base nos trabalhos divulgados pela 1.American Academy of Ophthalmology em “Preferred Practice Patterns”, disponivel em: http://www.aao.org/education/guidelines/ 2.Sociedade Oftalmológica do Canadá, disponível em http://www.eyesite.ca/english/index.htm 3.Conselho Brasileiro de Oftalmologia, disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/novas_diretrizes_sociedades.php