GIZELE PEREIRA MOTA CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA INTERNADOS NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL REGIONAL DE TAGUATINGA Brasília 2007 GIZELE PEREIRA MOTA CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA INTERNADOS NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL REGIONAL DE TAGUATINGA. Projeto de conclusão de curso apresentado ao Curso de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção da titulação de Enfermeiro. Orientadora: PROFª DRª MARIA DO SOCORRO NANTUA EVANGELISTA Brasília 2007 PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO -PRG Curso de Enfermagem FOLHA DE AVALIAÇÃO Aluno: Gizele Pereira Mota Tema da monografia: Caracterização da Qualidade de Vida dos Pacientes Portadores de Doença Arterial Coronariana internados na Emergência do Hospital Regional de Taguatinga. Data da defesa: 20/06/2007 Local da defesa: UCB Matrícula: UC03000844 Orientador: Profª Drª Maria do Socorro Nantua Evangelista Assinatura:______________________________________ Avaliador 1: Drª Maristela dos Reis Luz Alves Assinatura:______________________________________ Avaliador 2: Profª M.Sc. Leila Bernada Donato Gottems Assinatura:______________________________________ Comentários: _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ DEDICATÓRIA Á Deus que me permitiu vencer mais esta etapa da minha vida. À minha família, pelo apoio, carinho, paciência dispensados a mim nesse processo de aprendizado. III RESUMO Introdução: A melhoria da qualidade de vida apresenta grande relevância no contexto atual em função do foco de promoção da saúde, mesmo frente à Doença Arterial Coronariana (DAC). O objetivo do estudo é avaliar as características do estilo e da qualidade de vida (QV) dos portadores de DAC internados na emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado com 30 pacientes, diagnosticados com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Angina Instável e Angina Estável, entre Abril e Maio de 2007. Avaliaram-se as variáveis sócio-demográficas, estilo de vida e qualidade de vida. Houve aprovação pelo comitê de ética da SES-DF, Parecer Nº 43/2007. Resultados: Observou-se que 60,0% dos doentes eram homens, 76,7% com IAM, 13,3% com Angina Estável e 10,0%, Angina Instável. A média de idade observada nos entrevistados foi 54,6 anos, 33,3% com ensino fundamental incompleto, 46,7% tinham renda menor do que 3 salários mínimos e 50,0% com hipertensão arterial. Na avaliação da QV, observou-se que 66,7% dos entrevistados estavam otimistas em relação ao futuro, 86,6% receberam apoio das crenças pessoais/religião e referiram satisfação com a forma de vida. Observaram-se percepções negativas nos pacientes como, preocupação com dor (86,7%), dificuldades para dormir (66,7%), e insatisfação para a realização das atividades diárias (33,3%), associada ao desespero e a baixa oportunidade de lazer (73,4%). Conclusão: Os pacientes com DAC perceberam uma série de limitações, parte delas, passíveis de orientações da enfermagem, sendo necessário uma readequação do planejamento assistencial durante a internação nessa unidade de saúde. Palavras chave: Qualidade de vida, Estilo de vida, Doença Arterial Coronariana. IV ABSTRACT Introduction:The improvement of the quality of life presents great relevance in the current context in function of the focus of promotion of the health, exactly front to Arterial Disease Coronary (DAC). The objective of the study is to evaluate the characteristics of the style and the quality of life (QV) of the carriers of DAC interned in the emergency of the Regional Hospital of Taguatinga (HRT). Methodology: One is about a transversal study, carried through with 30 patients, diagnosised with Acute Myocardial Infarction (AMI), Unstable Angina and Steady Angina, between April and May of 2007. The partner-demographic variable, style of life and quality of life had been evaluated. It had approval for the committee of ethics of the SES-DF, To seem Nº 43/2007. Results: One observed that 60.0% of the sick people were men, 76.7% with AMI, 13.3% with Steady Angina and 10.0%, Unstable Angina. The average of age observed in the interviewed ones was 54,6 years, 33.3% with incomplete basic education, 46.7% had lesser income of what 3 minimum wages and 50.0% with arterial hypertension. In the evaluation of the quality of life, 86.6% were observed that 66.7% of the interviewed ones were optimistical in relation to the future, had received support from the personal beliefs/religion and had related satisfaction with the life form. Negative perceptions in the patients had been observed as, concern with pain (86.7%), difficulties to sleep (66.7%), and not satisfied for the accomplishment of the daily activities (33.3%), associated to the desperation and low the chance of leisure (73.4%). Conclusion: The patients with DAC had perceived a series of limitations, part of them, can be orientation of the nursing, being necessary a readjust of the assistance planning during the internment in this unit of health. Words key: Quality of life, Style of life, Arterial Disease Coronary. V SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................................v ABSTRACT..............................................................................................................................vi 1.0 INTRODUÇÃO..................................................................................................................9 1.1 Promoção da Saúde..............................................................................................................8 1.2 Epidemiologia....................................................................................................................13 1.3 Aspectos Gerais da Doença Arterial Coronariana.............................................................15 1.4 A Doença Arterial Coronariana.........................................................................................16 1.4.1 Fisiopatologia da Doença Arterial Coronariana..............................................................16 1.4.2 Angina.............................................................................................................................17 1.4.3 Angina Estável................................................................................................................17 1.4.3.1 Fisiopatologia da Angina Estável................................................................................17 1.4.4 Angina Instável..............................................................................................................18 1.4.4.1 Fisiopatologia da Angina Instável................................................................................18 1.4.5 Infarto Agudo do Miocárdio...........................................................................................19 1.4.5.1 Fisiopatologia do IAM.................................................................................................19 1.5 Fatores de Risco da Doença Arterial Coronariana.............................................................20 1.5.1 O Problema do Tabagismo na Doença Arterial Coronariana.........................................21 1.5.2 Nutrição como fator de Risco para as Doenças Arteriais Coronarianas.........................23 1.5.3 Sedentarismo...................................................................................................................24 1.5.4 Hipertensão Arterial........................................................................................................26 1.5.5 Diabetes Mellitus............................................................................................................27 1.5.6 Obesidade........................................................................................................................28 1.5.7 Dislipidemias..................................................................................................................29 1.6 Relevância do Estudo.........................................................................................................31 2.0 OBJETIVOS....................................................................................................................33 2.1 Objetivo Geral...................................................................................................................33 2.2 Objetivos Específicos........................................................................................................33 3.0 METODOLOGIA...........................................................................................................34 3.1 Área de estudo...................................................................................................................34 3.2 Tipo de Estudo..................................................................................................................34 3.3 População de análise.........................................................................................................34 3.4 Coleta de dados..................................................................................................................35 3.5 Critérios de Inclusão..........................................................................................................35 3.6 Critérios de Exclusão..........................................................................................................35 3.7 Critérios para classificação das Doenças Arteriais Coronarianas......................................36 3.8 Instrumento de Pesquisa.....................................................................................................36 3.9 Aspectos éticos...................................................................................................................37 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................38 5.0 CONCLUSÃO...................................................................................................................52 6.0 RECOMENDAÇÕES......................................................................................................53 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................54 8.0 APÊNDICES.....................................................................................................................60 8.1 Apêndice A- Instrumento de Pesquisa...............................................................................60 8.2 Apêndice B- Cronograma de Estudo.................................................................................61 9.0 ANEXOS...........................................................................................................................62 9.1 Anexo A- Whoqol- abreviado............................................................................................62 9.2 Anexo B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................................66 9.3 Anexo C Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa......................................................67 9.4 Anexo D Planilha de Orçamento.......................................................................................68 8 INTRODUÇÃO 1.1 - Promoção da Saúde O conceito moderno de promoção da saúde surge nos últimos 20 anos, nos países em desenvolvimento, particularmente, no Canadá, Estados Unidos e Europa Ocidental. A base conceitual e a política contemporânea da promoção da saúde foram estabelecidas a partir da Conferência Internacional de Ottawa em 1986 1 . Neste sentido, o tema promoção constitui um termo central da chamada “nova saúde pública coletiva”, com abrangência nas ações de saúde voltado para o seguinte objeto: o ambiente-local e global num aspecto mais amplo. Com este enfoque foi possível resgatar a perspectiva de relacionamento entre saúde e condições de vida, para além da inserção de elementos físicos, psicológicos e sociais 1 . O atual interesse pelo modelo de qualidade de vida tem sido enfocado como parte da mudança do paradigma da saúde, influenciando as políticas de saúde nas últimas décadas, bem como as políticas sociais e econômicas, entre outras 2 . A definição de promoção da saúde centra-se na idéia de buscar, meios e formas que possam interferir de maneira positiva no modo de vida de um indivíduo e não no aspecto relacionado à determinada doença 1 . Gutierrez3 relata que promoção da saúde é o conjunto de atividades, processos e recursos, de ordem institucional, governamental, individual ou da cidadania, orientado para propiciar o melhoramento das condições de bem estar e de acesso a bens e serviços sociais. Desta forma, orientados pela carta de Ottawa4 os pré-requisitos para a promoção da saúde incluem a paz, a habitação, a educação, a alimentação, a renda, o ecossistema estável, os recursos sanitários, a justiça social e a equidade. Adicionalmente, a promoção prevê que a responsabilidade dos serviços de saúde deve ser dividida entre indivíduos, comunidade, 9 grupos, profissionais da saúde, instituições que prestam serviços de saúde e governo. Assim sendo, a promoção da saúde propicia um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Para Stachtchenko5, as características definidoras da promoção da saúde assinalam um conceito de saúde positivo e multidimensional, com intervenção participativa, sendo o seu alvo direcionado para toda a população e o ambiente, com estratégias e abordagens que visam à facilitação do conhecimento e a capacitação das pessoas. Da mesma forma, a visão da promoção articula apoio político, Ongs, grupos de defesa da saúde, instituições educacionais, mídia, entre outros, ou seja, a perspectiva de fomentar saúde vai além do próprio setor 1 . A sustentação teórica deste novo modelo foi deliberada na carta de Ottawa (1986)4, onde foram propostos os cinco campos de atuação na promoção da saúde, a saber: elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis, criação de ambientes favoráveis à saúde, reforço da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação do sistema de saúde. Posteriormente, foi discutido cada um destes campos da promoção da saúde em diversos encontros, sendo que na Conferência de Adelaide (1988) 4 foram priorizadas as ações voltadas para políticas saudáveis, o apoio à saúde da mulher, uma vez que elas são as maiores promotoras de saúde e necessitam ser inseridas socialmente por meio de sua capacitação. Também se ressaltou neste encontro, a questão do acesso à alimentação e a nutrição, o problema social do tabaco e do álcool, além da criação de ambientes favoráveis com vistas à melhoria da qualidade de vida da população 4. Dando continuidade ao processo de como se desenvolveu o tema promoção, a Conferência de Sundsval (1991)4 ressalta o problema do ambiente nos seus mais diversos aspectos, a saber: dimensão social, política econômica e cultural. Faz referência também à comunidade, em 10 relação ao ambiente domiciliar, no trabalho e lazer. Outro ponto destacado nessa conferência foi à interdependência entre ambiente e a saúde, ou seja, para se alcançar esse equilíbrio, deve ser priorizado, na gestão de saúde, aspectos nas políticas governamentais1 . Em Jacarta, na Indonésia, em 1997, a IV Conferência Mundial de Promoção da Saúde propiciou uma avaliação acerca das diretrizes e dos impactos na realidade da saúde atual provocados a partir da Conferência de Ottawa. Durante esta Conferência ficaram estabelecidas as cinco prioridades para a promoção da saúde até o século XXI, que incluem a responsabilidade social em relação à saúde, o aumento da capacidade da comunidade e dos indivíduos, a expansão e a consolidação das alianças para a saúde, o incremento das pesquisas voltadas para o desenvolvimento da saúde e o asseguramento de uma infra-estrutura para promover saúde4. Essas cinco prioridades para a promoção da saúde tornaram-se os eixos centrais para a V Conferência Mundial de Promoção da Saúde, no México, em 2000. O objetivo desta conferência era analisar a contribuição da estratégia de promoção da saúde na melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem em condições adversas4. Foi elaborada durante esta conferência, a Declaração Ministerial do México para a Promoção da Saúde, onde constavam os seguintes aspectos: afirmação da contribuição das estratégias de promoção da saúde para a manutenção das atividades de saúde em nível local, nacional e internacional, além do compromisso dos países de criarem planos nacionais de ação para monitorar o progresso realizado pela incorporação das estratégias de promoção da saúde na política 4 . Dessa forma, ficou evidenciada nesta Conferência a reafirmação da relevância da promoção da saúde, bem como a necessidade de focalizar os determinantes para a saúde, a importância para a humanidade da construção de um mundo mais eqüitativo e a contribuição das mulheres para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde 4 . 11 Com o foco de atenção voltado ao incremento do acesso a bens e serviços sociais, as ações de promoção devem favorecer o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e comportamentos favoráveis ao cuidado da saúde3 . As informações sobre avaliação da qualidade de vida têm sido utilizadas como indicadores de saúde, o que tem provocado grande interesse para o campo da saúde coletiva2 . Nesta perspectiva, o conceito de estilo de vida vai de encontro às ações individuais que podem refletir na saúde do próprio indivíduo, daí o estabelecimento de condutas capazes de manter o controle da saúde pelas próprias pessoas. Entende-se, desta forma, que alguns riscos podem ser criados pelo indivíduo a partir do comportamento de cada um deles. Sendo assim, a continuidade das ações que visem à promoção da saúde quando considerada em uma prática cotidiana propicia a manutenção da qualidade de vida 6 . Ressalta-se ainda, a relevância da influência do ambiente na qualidade de vida do indivíduo, podendo ser destacada as alterações terrestres e do ecossistema aquático; o aumento da prevalência de câncer de pele associado à destruição da camada de ozônio pelo uso do CFC (clorofluorcarbonos); as mudanças da temperatura no planeta e sua grande influência na disseminação de contaminantes, com conseqüências possivelmente patológicas. Surgiram também novas preocupações sobre o papel da poluição intradomiciliar causada por produtos de combustão, cigarros, animais domésticos, compostos orgânicos como pesticidas e metais pesados 7 . O fator espiritualidade também exerce um papel essencial na qualidade de vida. A definição de espírito, segundo o dicionário Silveira Bueno 8 seria “alma; parte imortal do ser humano”. O tópico espiritualidade refere-se ao significado da vida e o objetivo do viver, porém, não se restringe apenas a crenças ou a práticas religiosas 9 . A religião significa “crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador do universo, que deu ao homem uma natureza espiritual que continua a existir após a morte do 12 seu corpo”. Sendo que a religiosidade pode ser entendida como uma unidade na qual um indivíduo acredita, segue e pratica 9. No que diz respeito às crenças pessoais, essas situações podem ser definidas como qualquer crença ou valor moral que um indivíduo acredita, além de poder ser considerado como a base do seu comportamento e estilo de vida 9 . A religião e a espiritualidade apresentam-se nas pessoas acometidas por alguma patologia ou que estão vivenciando momentos de sofrimento, como potentes fontes de auxílio nesta etapa da vida 10, 11. Há estudos que mostram a associação da religiosidade com a saúde. Avaliando-se a religiosidade e o tempo de internação, verificou-se que os dias de internação foram menores nos pacientes que estavam deprimidos e eram religiosos quando comparados aos que não tinham religião e também estavam com depressão 12, 13,14. Para muitas pessoas, a religião e as crenças pessoais e espirituais são uma fonte de conforto, bem-estar, segurança, significado, “senso de pertencer”, ideal e força. Entretanto, algumas pessoas sentem que a religião tem uma influência negativa em suas vidas. 9 Há, desde a Assembléia Mundial de Saúde em 1983, uma discussão sobre a introdução do tópico espiritualidade dentro do novo conceito de “saúde”. O conceito sugerido seria “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não meramente a ausência de doença” 9 . Pela relevância da espiritualidade/religião/crenças pessoais na vida dos indivíduos faz-se necessário incluir esse tópico na discussão sobre a qualidade de vida. Todo este contexto mostra que o estilo de vida é um dos fatores determinantes no adoecimento das pessoas. No que diz respeito às DAC´s elas são diretamente influenciadas pelo estilo vida, tendo-se em vista que alterações nos hábitos de vida reduzem os índices de mortalidade por essa patologia. 13 1.2 - Epidemiologia Na atualidade o quadro de transição epidemiológica no país, tem mostrado um aumento das doenças crônicas não-transmissíveis e a manutenção das enfermidades proporcionadas pela violência 15 . Com a redução da mortalidade por enfermidades infecciosas, o aumento da expectativa de vida, as mudanças sócio-econômicas e ao estilo de vida associadas à urbanização nas regiões em desenvolvimento, projeta-se para o ano de 2020 uma elevada incidência da doença cardiovascular, sendo esta a principal causa de morte e de incapacitação das pessoas 16 . Esse quadro vai refletir diretamente nas políticas públicas de saúde que devem direcionar sua atenção para minimizar as co-morbidades buscando com isso o aumento da qualidade de vida das pessoas15 . Colombo et al. 17, relatam que entre as doenças cardiovasculares, a de maior incidência é a doença arterial coronária (DAC), especificamente a angina pectoris, o infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. Atualmente, a doença arterial coronariana constitui-se como a principal causa de óbitos no mundo, particularmente, em mulheres com infarto agudo do miocárdio. Em relação à letalidade feminina, no que diz respeito às doenças coronarianas, ela foi maior nas mulheres quando comparada aos homens, independente da idade 18 . Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade-SIM- no ano de 2004 foram notificados 65.482 óbitos no Brasil relacionados ao IAM, destes 41% eram do sexo feminino. No Distrito Federal no ano de 2004 foram notificados 518 óbitos por IAM, destes 40 % do sexo feminino 19 . Ao considerar o contexto dos custos para o setor saúde brasileiro, o número de internações no Sistema Único de Saúde- SUS - no ano de 2002 foi de 11.713.749, dos quais, 23.32% decorrentes de gravidez, parto e puerpério, 15.54% por doenças do aparelho respiratório e 14 10.38% causadas por doenças do aparelho circulatório. Sobretudo, as doenças do aparelho circulatório 30.6% das respectivas internações foram causadas por insuficiência cardíaca, 10.6% por “outras doenças isquêmicas do coração” e 10.40% por hipertensão essencial 15 . Ressalta-se dessa forma, o peso das internações em cardiologia clínica e cirurgia cardíaca em 2002, que correspondeu a 17% do total dos custos com saúde, o que superou todos os outros grupos de doenças isoladamente. Por exemplo, o número de internações por cirurgia obstétrica que correspondeu a 12.2% dos casos internados 15 . No que diz respeito ao tempo de permanência em cardiologia clínica e cirurgia cardíaca, observou-se menor tempo, em dias de internação, correspondendo a 7.7% do total quando comparado às demais patologias, por exemplo, a psiquiatria que obteve 25,9% em dias de internação 15. Entretanto, no tocante aos óbitos durante as internações, o percentual atribuível à cardiologia clínica e cirúrgica de internação foi de 16%. Quanto ao valor médio das internações, a cirurgia cardiovascular teve o segundo maior tempo de internação que foi de 2.701,64 AIH (autorização de internação hospitalar) 15 . Dentre os procedimentos mais realizados em atenção cardiovascular de alta complexidade no Brasil de 2000 a 2002, encontra-se a angioplastia coronariana, seguida da revascularização miocárdica com uso de extracorpórea, implante de prótese valvar e a troca de gerador de marcapasso15. No Brasil, o acesso às internações em cardiologia de alta complexidade foi de 53.95 internações por 100.000 habitantes/ano e de 57.3 internações por 100.000 habitantes/ ano em 2002 e 2003, respectivamente15 . Este cenário mostra o custo do tratamento custeado pelo SUS para os portadores destas enfermidades. De acordo com os dados acima citados, pode-se observar que a gravidade do problema de DAC na população em geral permanece, sendo necessário buscar avanços em políticas 15 públicas mais efetivas, com vistas à obtenção da qualidade de vida, ou seja, voltada para promover a saúde do cidadão. O entendimento atual sobre promoção da saúde deve transcender a questão biológica, com visibilidade das ações que envolvam a cidadania, a equidade, a justiça social, a solidariedade em que o setor saúde em parceria com a sociedade deve trabalhar junto na melhoria de vida da população. 1.3 - Aspectos Gerais da Doença Arterial Coronariana O crescimento do conhecimento científico a cerca dos fatores que contribuem para o desenvolvimento das doenças arteriais coronarianas (DAC) tem se tornado um fator essencial para serem determinadas às condutas na prevenção primária e secundária dessas enfermidades20 . A doença arterial coronariana, representada pela aterosclerose, é a doença mais predominante dos dias de hoje, e suas complicações trombóticas são responsáveis por um número elevado de mortes e incapacitações20 . A arteriosclerose é uma doença arterial manifestada pela perda de elasticidade e endurecimento da parede vascular, constitui parte normal do processo de envelhecimento e, em geral, ocorre de maneira uniforme por todo o sistema arterial21. A aterosclerose é o tipo mais comum da arteriosclerose manifestada pela formação de ateromas. Essas placas geram lesões que podem obstruir a luz do vaso, resultando em síndromes isquêmicas agudas, envolvendo os quadros de doença arterial coronariana, doença cerebrovascular e doença vascular periférica 22 . 16 1.4 - A Doença Arterial Coronariana A doença arterial coronariana (DAC) caracteriza-se por acúmulo de depósitos gordurosos ao longo da camada interna das artérias coronárias. A lesão aumentada chamada de ateroma pode provocar um estreitamento crítico da luz da artéria coronária, resultando em uma diminuição no fluxo sanguíneo coronariano e no suprimento inadequado de oxigênio para o músculo cardíaco 21. 1.4.1 - Fisiopatologia da Doença Arterial Coronariana O referencial teórico mais aceito sobre a causa da DAC é o acúmulo de lipídeos, principalmente o colesterol e materiais fibrosos nas células musculares lisas junto às artérias, implicando em obstrução total ou parcial da luz arterial coronariana 21. A elevação da lipoproteína de baixa densidade LDL, nos níveis sanguíneos, irrita e lesa a camada interna dos vasos cardíacos. A LDL penetra no vaso, após lesar a barreira protetora, acumulando-se na forma de estria gordurosa. As células musculares lisas por sua vez, a partir da camada média da artéria coronária, movem-se para a camada interna englobando a substância gordurosa com produção de tecido fibroso e um estímulo à deposição de cálcio neste local 21 . Ao evoluir, este processo resulta na transformação da estria gordurosa em uma placa fibrosa podendo levar a uma lesão de DAC “grave”. Com a progressão dessa lesão os pequenos vasos sanguíneos crescem para dentro da placa fibrosa, propiciando um aumento no núcleo da lesão com posterior calcificação. Esta lesão pode provocar ainda, uma obstrução coronariana relevante podendo determinar uma hemorragia e/ou ulceração desta placa 21 . A seguir abordaremos algumas manifestações clínicas importantes da doença arterial coronariana. 17 1.4.2 - Angina A angina é uma síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em regiões de tórax, de epigástrio, de mandíbula, de ombro, de dorso ou membros superiores, sendo tipicamente desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional e amenizada com uso de nitroglicerina e derivados. A angina usualmente acomete portadores de DAC com comprometimento de, pelo menos, uma artéria epicárdica. Entretanto, pode também ocorrer em casos de doença cardíaca valvar, cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão não controlada. Pacientes com coronárias normais e isquemia miocárdica relacionada ao espasmo ou disfunção endotelial também podem apresentar angina 23. A angina pode ser classificada como estável e instável, assim sendo abordaremos esses conceitos a seguir. 1.4.3 - Angina Estável A angina estável é causada por um estreitamento aterosclerótico de uma ou mais artérias coronárias epicárdicas. Também pode ocorrer quando se desenvolve uma isquemia do miocárdio 24. A angina de peito resulta de um desequilíbrio entre a oferta e demanda de O2 no miocárdio, na maioria das vezes decorrentes da obstrução aterosclerótica das artérias coronárias. Outros distúrbios maiores que resultam em angina, incluem a doença valvar aórtica, a miocardiopatia hipertrófica e o espasmo da artéria coronária 21, 25 . 1.4.3.1 - Fisiopatologia da Angina Estável Dentro da sintomatologia da angina pode ser observada a dor torácica subesternal, a compressão, o peso ou o desconforto torácico subesternal. As outras sensações incluem o aperto, a queimação, o estrangulamento e/ou cólicas 21. 18 A dor pode ser leve ou intensa, e se apresentar com aumento gradual do desconforto podendo desaparecer gradativamente. Adicionalmente, presenciam-se ainda dormência ou fraqueza nos braços, punhos ou mãos. Outros sintomas associados à angina são a sudorese, a náusea, a indigestão, a dispnéia, a taquicardia e a hipertensão arterial 21 . Geralmente a dor se localiza atrás do terço médio ou superior do esterno. Pode irradiar-se para: o pescoço, a mandíbula, os ombros, os braços, as mãos e a área intraescapular posterior, com duração que varia de um a cinco minutos após interrupção da atividade física 21 . 1.4.4 - Angina Instável A angina instável caracteriza-se por dor torácica observada durante o repouso. Nesse quadro, manifesta-se uma falta aguda de fluxo sanguíneo para o músculo, devido a espasmo da artéria coronária, agravado pela presença de placa aumentada ou pela ulceração de lesão21. 1.4.4.1 - Fisiopatologia da Angina Instável Quando há uma alteração na freqüência, duração e intensidade dos sintomas da angina estável sugere-se que há indicativos de uma evolução clínica para o início da angina instável21. A angina instável inclui um início recente, < 2 meses, de angina grave, angina em repouso ou com atividade mínima, aumentos recentes na freqüência e na intensidade da angina crônica, além de angina recorrente, vários dias após um infarto agudo do miocárdio (IAM) sem nova elevação de enzimas cardíacas 25 . A dor da angina instável dura mais de dez minutos, não é aliviada pelo repouso ou nitroglicerina sublingual, e mimetiza os sinais e sintomas do infarto do miocárdio iminente. A angina instável pode provocar morte súbita ou resultar em um infarto agudo do miocárdio 25 . 19 1.4.5 - Infarto Agudo do Miocárdio - IAM O IAM pode ser definido como a morte dos cardiomiócitos causados por um quadro de isquemia 26 , em função da redução do fluxo sanguíneo coronariano, após uma oclusão trombótica de uma artéria coronária que já apresentava um estreitamento por aterosclerose 25,27 . 1.4.5.1 - Fisiopatologia do IAM Geralmente a isquemia é causada por trombose ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica 26 . O IAM se inicia quando um trombo arterial coronariano se desenvolve no local da lesão vascular 25 . Assim sendo, o IAM ocorre quando uma placa aterosclerótica fissurada rompe ou ulcera, levando à oclusão arterial coronariana 25,26,28 . Essa lesão é produzida ou facilitada por fatores ligados aos hábitos de vida, tais como o tabagismo, a hipertensão, a obesidade, a nutrição e o diabetes mellitus25 . As manifestações clínicas relacionadas à dor torácica evoluem com dor subesternal intensa, contínua e difusa, bem como de compressão, não aliviada por repouso ou terapia vasodilatadora sublingual. Adicionalmente, esta manifestação pode irradiar-se para os braços, geralmente, à esquerda, ombros, pescoço, costas e/ou mandíbula, persistindo por mais de 20 minutos 21 . Considerando outras manifestações clínicas, estas incluem a sudorese, a pele fria e úmida, a palidez facial, a hipertensão ou a hipotensão, a bradicardia ou a taquicardia, os batimentos ventriculares e/ou atriais prematuros, as palpitações, a ansiedade intensa, a dispnéia, a desorientação, a confusão, a agitação, a tonteira, a fraqueza acentuada, a náusea, o vômito, além de soluços 21 . Dentre as DAC’s, o IAM possui uma incidência ampla. Dada à gravidade deste problema na comunidade, tornou-se necessário conhecer a implicação dos fatores de risco das 20 DACs para que os gestores de saúde tenham conhecimento acerca dos determinantes de risco capazes de minimizar os custos advindos desta enfermidade. 1.5 - Fatores de risco da Doença Arterial Coronariana O termo fator de risco vem ganhando grande relevância no campo da saúde pública, principalmente no que diz respeito às doenças crônicas não-transmissíveis. Caracteriza-se por um conjunto de fatores, por exemplo, tabagismo, sedentarismo, hábitos alimentares, entre outros aspectos, e por um quadro insuficiente do conhecimento sobre os mecanismos fisiopatológicos que levam ao aparecimento e desenvolvimento dessas doenças, o que acaba gerando dificuldades nas ações e estratificações a serem realizadas pela saúde pública, no sentido de redução do problema 29,30 . Assim sendo, tais fatores de risco podem ser classificados como modificáveis e nãomodificáveis. Os modificáveis são aqueles em que o cliente e a equipe de saúde podem atuar de forma mais concreta, dentre eles podem ser citados as dislipidemias, a hipertensão arterial, o tabagismo, o diabetes mellitus, a nutrição, o sedentarismo e a obesidade 17,32. São fatores considerados como não modificáveis aqueles relacionados à idade, ao sexo, a raça e a história familiar 17,32 . No que diz respeito aos fatores de risco modificáveis, o estilo de vida é um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento das coronariopatias, como mostrou Colombo et al.17, que a alta incidência das DACs no Brasil estão relacionadas ao estilo de vida da população brasileira . Pela relevância desses fatores, os aspectos aqui a serem analisados irão abordar alguns fatores de risco modificáveis, em que o setor saúde pode interferir, visando à melhoria da qualidade de vida. 21 1.5.1 -O problema do Tabagismo na Doença Coronariana O tabagismo apresenta-se como um problema de saúde pública na América Latina, na atualidade33. Além de ser considerado a principal causa evitável de óbito em países desenvolvidos 24 . O tabaco é utilizado há milhares de anos, sob inúmeras formas, sendo que o consumo nas sociedades modernas busca cada vez mais o prazer social 34 . A fumaça do cigarro contém mais de quatro mil substâncias químicas. Porém, a maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos demonstra que a nicotina é o principal agente causador do desenvolvimento da dependência ao tabaco 35 . Essa droga é uma substância psicoativa por produzir sensação de prazer. Atua gerando alterações no sistema nervoso central e modificando o estado emocional e comportamental dos indivíduos que a consomem, por meio da interação com os receptores colinérgicos nicotínicos pré-sinápticos localizados nos terminais dos axônios, sendo que a estimulação desses receptores resulta no aumento da liberação de neurotransmissores 34,35 . A exposição à fumaça ambiental do tabaco determina o surgimento de células endoteliais anucleadas no sangue circulante, implicando em lesão da camada endotelial, produzindo um quadro denominado aterogênese 20 . Dentre os mecanismos de risco que determinam as coronariopatias, pode-se citar: 1. Efeitos da nicotina- a nicotina circulante resulta em vasoconstrição, taquicardia e elevação da pressão arterial sistólica e diastólica de repouso. Essas respostas cardiovasculares à nicotina são o resultado da liberação de catecolaminas por meio da estimulação do sistema nervoso simpático e da medula supra-renal, além da ativação dos quimioceptores da aorta e dos corpos carotídeos 36 . 22 Essas mudanças hemodinâmicas aumentam a necessidade de oxigênio pelo miocárdio induzindo à isquemia miocárdica, a angina de peito, as arritmias ventriculares e a morte súbita, na presença de aterosclerose coronária grave 36. 2. Efeitos do monóxido de carbono- A combustão incompleta de materiais inorgânicos nos cigarros dá origem a monóxido de carbono (CO), que é inalado juntamente com outros componentes voláteis da fumaça do cigarro. Após essa inalação, o CO desloca o oxigênio da hemoglobina e se junta a ela formando a carboxihemoglobina, diminuindo assim a quantidade de oxigênio disponível para o miocárdio. Esse deslocamento pode ser justificado pelo fato da hemoglobina possuir maior afinidade pelo monóxido de carbono do que pelo oxigênio. Ressaltando-se ainda, que a carboxihemoglobina atua reduzindo o suprimento e a função miocárdica 36 . 3. Efeitos sinérgicos diretos e indiretos da nicotina, do monóxido de carbono na gravidade e na progressão da aterosclerose- estes fatores reduzem os níveis plasmáticos de HDL colesterol e aumentam a adesividade plaquetária, assim como, amplia a tendência à trombose 36 . Pode-se observar com os dados acima citados que a nicotina e o monóxido de carbono contribuem para o aumento das DACs. Uma vez que atuam sinergicamente com outros fatores de risco gerando o quadro de aterosclerose 36 . Assim sendo, a modificação do estilo de vida das pessoas relacionado ao uso do tabaco faz-se necessária, tendo em vista as complicações que este hábito pode gerar na sua saúde. Em suma, as políticas públicas de saúde associadas ao esclarecimento dos riscos do tabaco à população devem estar aliadas às estratégias sociais, pragmáticos e individuais visando à redução do uso de tabaco na sociedade. A seguir, assinalamos um outro fator de risco associado à doença coronariana, a nutrição. 23 1.5.2 - Nutrição como fator de risco para a Doença Arterial Coronariana Dentre os fatores de risco modificáveis, a dieta possui grande relevância na saúde cardiovascular dos indivíduos. A nutrição adequada pode alterar a incidência e a gravidade das coronariopatias e de acordo com Key 37 , é possível observar variações na mortalidade cardiovascular dentre as populações com diferentes hábitos alimentares 32. Os hábitos alimentares desta forma atuam como marcadores de risco para as doenças cardiovasculares, particularmente, quando há ingestão elevada de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados associados ao baixo consumo de fibras, com conseqüências nas dislipidemias, obesidade, diabetes mellitus e à hipertensão arterial 38 . Os lipídios que mais geram aumento da LDL-c são os ácidos graxos saturados, os ácidos graxos transisômeros, e, em menor extensão, o colesterol dietético32. A gordura saturada é a principal causa alimentar do aumento do colesterol plasmático39. Esta gordura pode ser encontrada na carne animal gordurosa, leite integral e derivados, polpa de coco e alguns óleos vegetais (dendê e coco), entre outros32 . Enquanto que os ácidos graxos transisômeros apresentam-se em baixas quantidades em carnes e laticínios gordurosos como um resultado da fermentação bacteriana em animais ruminantes. Porém, ocorrem principalmente nos alimentos industrializados como na margarina, nos biscoitos, nos bolos, nos pães, nos pastéis, nas batatas chips e nos sorvetes cremosos 32 . Ao considerar o colesterol dietético, acredita-se que embora sua ingestão eleve as concentrações sanguíneas de LDL-c, ele possua menor efeito sobre a colesterolemia. Para evitar esse aumento, deve-se diminuir o consumo de vísceras, frutos do mar, gema de ovo, pele de aves, embutidos e frios 32 . 24 Deve-se ressaltar, então, a importância de uma dieta saudável tendo-se em mente a existência de alimentos que contém mais fatores benéficos à saúde cardiovascular, em que implica na orientação nutricional de fácil acesso à população em geral 32. Assim sendo, para promover a saúde cardiovascular, torna-se essencial à redução de gorduras saturadas e ácidos graxos transisômeros e a manutenção da ingesta máxima de gorduras equivalente a 30% do valor energético total da refeição diária do indivíduo32. A disseminação das características, da composição e da ação dos alimentos no organismo deve ser disponibilizada à população, para que a mesma possa atuar juntamente com os serviços de saúde, capacitando-os quanto aos hábitos nutricionais ideais para a manutenção de sua saúde. Abordaremos em seguida, um outro aspecto importante que tem implicação na saúde cardiovascular, o sedentarismo. 1.5.3 – Sedentarismo A atividade física regular é um componente importante para um estilo de vida saudável. Estudo realizado vem mostrando que a falta de atividade física é um fator relevante para a mortalidade prematura e a morbidade por doenças crônicas, inclusive as coronariopatias24. O exercício é uma atividade física planejada ou estruturada e pode ser realizado a fim de melhorar ou manter um ou mais dos componentes da forma física. Dentre os componentes da forma física pode-se citar a capacidade de resistência, a força muscular, a resistência vascular, a flexibilidade e a composição corporal24. Na atividade física exige-se um aumento do gasto energético e impõem-se demandas e tensões a múltiplos sistemas orgânicos e enzimáticos. Essas demandas geram respostas 25 agudas e adaptações a longo prazo nos sistemas circulatórios, respiratório, nervoso, endócrino e esquelético, que por sua vez, aumentam a capacidade funcional dos sistemas orgânicos24. Dentre as várias modalidades de exercício físico existentes, o exercício aeróbico atua no metabolismo de lipoproteínas elevando a concentração sanguínea da HDL-c e a subfração do HDL-2, sendo que o aumento destas substâncias circulantes no homem leva a baixos níveis de coronariopatias32. A inatividade física vem sendo descrita como um fator de risco para a hipertensão arterial e trigliceridemia. Sendo que estes fatores associam-se diretamente ao quadro de aterosclerose e, consequentemente, aos casos de DAC. Isto significa que a prática de exercícios regulares tem ação fundamental na prevenção e controle das DAC. Quando associado os hábitos alimentares saudáveis, a atividade física é um dos componentes essenciais da prevenção das coronariopatias20,32. Por sua vez, a prática regular de exercícios físicos associada à redução das catecolaminas séricas amplia a resistência vascular periférica cujo papel terapêutico é fundamental no controle da hipertensão arterial sistêmica32. A caracterização da intensidade, duração e tipo de atividade física para adultos devem ser acompanhadas e determinadas por profissional especializado, entretanto carecem de adequação para cada caso32. Sobretudo, ressalta-se que para uma atividade física eficaz, deve-se atentar para uma correta associação entre a freqüência, a intensidade e a duração do exercício como fator de proteção para as doenças coronarianas32. Para dar conta do impacto que as DAC´s tem trazido para o sistema de saúde e para os indivíduos, as estratégias de saúde pública devem ser desenvolvidas por equipes multiprofissionais, visando uma adequada orientação para os indivíduos acerca da relevância 26 de uma atividade física regular associada a hábitos alimentares e de vida saudáveis, com finalidade de preveni-las 32. Dando seqüência aos fatores de risco da DAC, faremos agora explanação sobre a hipertensão arterial. 1.5.4 - Hipertensão Arterial A hipertensão arterial (HA) tem sido reconhecida como o principal fator de risco para a morbidade e mortalidade precoces causadas por doenças cardiovasculares40,41,42. O conceito da doença é definido como uma condição sistêmica que envolve a presença de alterações estruturais das artérias e do miocárdio, associadas à disfunção endotelial e constrição e remodelamento da musculatura lisa vascular42. A maioria dos hipertensos possui a Hipertensão Essencial (de etiologia indeterminada). Embora não haja uma causa única para a hipertensão arterial, sabe-se que a associação de fatores ambientais, sócio-econômicos, e alimentares, que atuando sobre a genética individual de cada indivíduo, por determinado período de tempo, induzem ou predispõe a elevação da pressão arterial 41. A presença da HA promove o aparecimento de modificações arteriais como as alterações do endotélio, a aderência, a penetração de leucócitos, o acúmulo de macrófagos, a infiltração lipídica por aumento da permeabilidade, a migração de células musculares lisas para a camada íntima, a proliferação e o acúmulo de células miointimais. Porém, esta cadeia de eventos provocada pela HA gera, na presença de normilipidemia, um espessamento da camada íntima das artérias, ao invés da placa aterosclerótica; esta se desenvolve quando à HA se associa a hipercolesterolemia. Assim sendo, o quadro aterosclerótico é agravado quando na presença da HA, principalmente quando essa está associada a outros fatores de risco, como a obesidade por exemplo43. 27 A hipertensão arterial pode funcionar não apenas como um fator indicador da doença aterosclerótica, mais também como agente de desequilíbrio em placas ateroscleróticas preexistentes, facilitando a formação de fissuras e até sua eventual rotura20. Por isso a incidência de hipertensão arterial na população deve ser discutida pelos serviços de saúde, afim de se buscar formas para a sua redução. As intervenções dos profissionais de saúde juntamente com as ações comunitárias e individuais, devem fazer parte do dia a dia de todos os indivíduos, uma vez que visam melhorar a sua qualidade de vida. Um outro fator de risco modificável a ser tratado é o Diabetes Mellitus. 1.5.5 - Diabetes Mellitus O diabete mellitus é um distúrbio crônico caracterizado pelo comprometimento do metabolismo da glicose e de outras substâncias produtoras de energia, bem como pelo desenvolvimento tardio de complicações vasculares e neuropáticas. A doença é associada a um defeito hormonal comum, a deficiência de insulina, que pode ser total, parcial ou relativa24. O diabete mellitus tipo 1 (DM tipo 1) resulta da interação de fatores genéticos, ambientais e auto-imunes que destroem seletivamente as células beta produtoras de insulina. Os pacientes apresentam pouca ou nenhuma capacidade de secretar a insulina e portanto, dependem da administração exógena desta substância, por isso o seu controle no organismo é fundamental para evitar os episódios de descompensação metabólica. Em geral a doença surge de forma abrupta, isto é, pode surgir durante poucos dias ou semanas, em crianças e adultos jovens nãoobesos e anteriormente sadios24. Enquanto o diabete mellitus do tipo 2 (DM tipo 2) resulta de um ou mais defeitos genéticos não definidos, cuja expressão pode ser modificada por fatores ambientais e do estilo de vida. Neste caso, os pacientes afetados conservam um grau significativo de capacidade de 28 secreção endógena de insulina, porém, os níveis do hormônio são baixos em relação à atuação da resistência à insulina e aos níveis de glicose. Surge geralmente, depois dos 40 anos de idade24. O diabetes mellitus é considerado um fator de risco independente para a aterosclerose, daí a elevada mortalidade de doenças arteriais coronarianas nos portadores desta enfermidade24, 44,45 . As anormalidades metabólicas produzidas pelo diabete mellitus, incluem a LDL aterogência densa e pequena, a LDL oxidada ou glicosilada, com aumento da agregação plaquetária, a hiperviscosidade, a disfunção das células endoteliais, a diminuição da fibrinólise, o aumento dos fatores de coagulação e do fibrinogênio. Porém, as causas para o surgimento da aterosclerose em pacientes diabéticos ainda não estão completamente esclarecidas24,44. A associação do DM tipo 2 com outros fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, a obesidade, a hipercolesterolemia e o tabagismo promovem o aparecimento acelerado da aterosclerose, além de aumentarem a incidência da mortalidade por DAC24,44,45. Sabe-se que o número de pacientes com DM tipo 2 vem aumentando nos últimos anos e que as complicações cardiovasculares aparecem com grande freqüência. Assim sendo, faz-se necessário uma capacitação das pessoas acerca da patologia, e de suas conseqüências para a qualidade de vida. Abordaremos em seguida, outro relevante fator de risco para as DAC´s, a obesidade. 1.5.6 - Obesidade A obesidade vem se tornando, nas ultimas décadas, um problema de saúde pública, em virtude da magnitude de pessoas obesas na sociedade46. Essa patologia tem sido caracterizada 29 por uma descompensação entre a ingestão de alimentos e o gasto energético do indivíduo. Acredita-se ainda que este quadro seja causado por uma diminuição do gasto energético e não somente pelo aumento no consumo de alimentos24,46. O quadro de obesidade pode ser evidenciado pela relação entre o peso corpóreo real e o peso ideal (para altura, sexo e idade), ou na determinação do índice de massa corpórea (IMC). O IMC pode ser definido como um indicador antropométrico para a identificação de indivíduos em risco nutricional e pode ser adquirido pela relação (Kg/m2)47. A obesidade é geralmente diagnosticada quando o IMC é ≥ a 30 20, 38, porém os riscos, em termos de saúde, elevam-se à medida que o IMC encontra-se acima do valor observado em torno de 25 24. O excesso de peso predispõem as DAC´s devido a anormalidades no metabolismo dos lipídios, glicose e da pressão arterial 24 . As conseqüências do excesso de peso levam a hipertensão arterial, a hipercolesterolemia, o diabetes mellitus, as doenças cardiovasculares e ao câncer 48. A taxa de mortalidade na obesidade é elevada. Em geral, o efeito da obesidade sobre a taxa de mortalidade cardiovascular, ocorre pela associação com outros fatores de risco, porém a mesma pode contribuir de forma independente para a mortalidade24. Encerrando os fatores de risco modificáveis que abordaremos nesse estudo, citaremos a seguir, as dislipidemias. 1.5.7 - Dislipidemias A presença de dislipidemias variam de acordo com cada região, dependendo diretamente dos hábitos alimentares culturais ou adquiridos e ao estilo de vida das pessoas nas diversas sociedades49. As dislipidemias aparecem entre os mais relevantes fatores de risco da doença cardiovascular aterosclerótica e atuam associadas a outros fatores de risco como a hipertensão 30 arterial, a obesidade e o diabete melito, podendo ser considerada também um fator de risco isolado para as coronariopatias50, 51. As dislipidemias podem ser detectadas laboratorialmente por meio de quatro situações bem definidas50: 1) Hipercolesterolemia isolada -valores aumentados do colesterol total (CT); 2) Hipertrigliceridemia isolada -valores aumentados dos triglicerídios (TG); 3) Hiperlipidemia mista -valores aumentados do CT e dos TG; 4) Diminuição isolada do HDL-c ou em associação com aumento do LDL-c e/ou dos TG. Tabela 1 - Valores de referência de CT, LDL-c, HDL-c e TG em adultos (idade >20 anos). Lípides Valores (mg/dl) * CT LDL-c HDL-c TG Valores (mg/dl) * Desejáveis Limítrofes Aumentados <200 200-239 >240 <130 130-159 >160 >35 – – <200 – >200** * Multiplicar por 0,02586 para transformar mg/dL de CT, LDL-c e HDL- em mmol/l; para o oposto, multiplicar por 38,6. Multiplicar por 0,01196 para transformar mg/dL de TG em mmol/l; para o oposto, multiplicar 88,5; ** devem ser considerados em conjunto com os valores de LDL- HDL-c. Fonte: Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias. Arq Bras Cardiol, volume 67, 1996. Esta classificação é válida para indivíduos com dieta livre e sem medicação hipolipemiante há pelo menos três semanas50. De acordo com sua etiologia, as dislipidemias podem ser: a) primárias, aquelas com causas genéticas, podendo ou não estar associada à influência ambiental; e b) secundárias, causadas por outras doenças ou por uso de medicamentos50. A relação entre dislipidemias e aterosclerose é bem aceita pelos cientistas. Os dados que permitiram estabelecer esse vínculo foram levantados em estudos anatomopatológicos, experimentais, epidemiológicos e clínicos, sendo que a maioria deles utilizando, para análise, os valores bioquímicos das dosagens de CT, TG e HDLc ou da determinação indireta de LDL-c50. 31 Os autores são unânimes em apontar que a associação entre mudanças nos hábitos alimentares, prática regular de exercícios físicos, ausência de tabagismo e alcoolismo levam a um quadro menor de risco de coronariopatias. Assim sendo, torna-se essencial alterações nos padrões culturais de hábitos de vida e alimentares dos indivíduos, visando sempre uma melhor qualidade de vida. 1.6 - Relevância do Estudo A Doença Arterial Coronariana permanece como uma das maiores causas de morte no mundo, além de apresentar uma incidência elevada na atualidade, na redução da qualidade de vida, na elevação do custo social em função da hospitalização, afastamento do trabalho entre outros compostos. A escolha da população de estudo, ou seja, dos portadores de angina estável, angina instável e infarto agudo do miocárdio foi selecionada em função da grande incidência dessas patologias nas unidades de emergências cardiológicas, além do interesse particular do autor nas características clínicas próprias que esses doentes apresentam, e por estas passarem despercebidas pelos sujeitos, agravando mais o seu quadro. Esse quadro, na maioria das vezes é desencadeado por fatores modificáveis e não modificáveis. No que diz respeito aos fatores de risco modificáveis, como o tabagismo, o sedentarismo, os hábitos alimentares, o diabetes mellitus, a hipertensão arterial e a obesidade, é importante conhecer como o portador da enfermidade lida com esta situação, a fim de possibilitar o emprego de estratégias capazes de sair desta situação de vulnerabilidade às DAC’s. O estilo de vida apresenta-se então como um fator bastante importante para a saúde do indivíduo, podendo ser considerado como um amplo campo de atuação para as políticas 32 públicas de saúde, diminuir o risco de adoecimento por DAC e proporcionar melhor qualidade de vida. A questão principal da pesquisa é apresentar os fatores de risco dos indivíduos com IAM, Angina estável e Angina Instável, do Hospital Regional de Taguatinga. Esse estudo busca ainda descrever as características da qualidade de vida dos doentes com DAC, visando identificar aspectos positivos e negativos na vida de cada indivíduo entrevistado após o seu adoecimento. Além disso, o Hospital Regional de Taguatinga é uma instituição que centraliza o atendimento de cardiologia nas regiões de Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Taguatinga e muitas vezes do Entorno do Distrito Federal, o que possibilitou uma adequada coleta de dados. A relevância desse estudo centra-se na idéia de caracterizar a qualidade de vida, analisar os fatores de risco que esses indivíduos apresentam, visando subsidiar posteriormente, os programas de prevenção em cardiologia, com vistas a gerar condutas na prevenção das DAC’s, que possibilitem alterações nos comportamentos dos indivíduos, diminuindo assim, o risco para o desenvolvimento dessas patologias e consequentemente minimizam o sofrimento humano. 33 OBJETIVOS 2.1 - Objetivo Geral Estudar as características sociais, demográficas, a qualidade de vida dos portadores de doença arterial coronariana internados na emergência no Hospital Regional de Taguatinga. 2.2 - Objetivos Específicos .Estudar as características sócio demográficas dos pacientes portadores de doenças arteriais coronarianas internados no serviço de emergência do Hospital Regional de Taguatinga. Descrever os fatores de risco da vida diária dos pacientes com doenças coronarianas no serviço de emergência do Hospital Regional de Taguatinga. Avaliar a qualidade de vida dos pacientes com doenças arteriais coronarianas no serviço de emergência do Hospital Regional de Taguatinga. 34 METODOLOGIA 3.1 - Área de estudo: O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) existe há 31 anos e, localiza-se na QNC - Área Especial Nº 24 - Taguatinga Norte. Atualmente, conta com 343 leitos ativos para internação e 22 ambulatórios. O atendimento oferecido ao público é de nível secundário, ou seja, conta com especialidades de média complexidade. As especialidades ambulatoriais disponibilizadas à população compreendem as áreas de clínica cirúrgica, dermatologia, endocrinologia, fisioterapia, ginecologia, odontologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologista, pediatria, pneumologia, gastroenterologia, psiquiatria, neurologia, proctologia, pequenas cirurgias, urologia, endoscopia e cardiologia. Por sua vez, o Prontosocorro faz atendimento nas áreas de clínica médica, ginecologia, obstetrícia, pediatria, odontologia, cardiologia, ortopedia, cirurgia geral, otorrinolaringologia, oftalmologia e urologia, onde são realizados em média 1000 atendimentos ao dia. Em relação à cardiologia, a média de atendimento é de 150 pacientes atendidos por dia. A opção de escolha desse hospital ficou em função da abrangência do atendimento emergencial na área de cardiologia, uma vez que o HRT centraliza este tipo de atendimento na região, daí a grande demanda de doentes cardiopatas 52. 3.2 - Tipo de estudo: Este estudo pode ser classificado como um estudo de corte transversal que se realizou com os pacientes que estavam internados na Emergência do Hospital Regional de Taguatinga com diagnóstico de IAM, Angina Estável e Angina Instável, no período de 10 de Abril a 30 de Maio de 2007. 3.3 - População de Análise: A população estudada foi composta de 30 pacientes com quadro clinico de doença arterial coronariana (IAM, Angina instável e Angina estável). Para este cálculo tomou-se a média de observação de DAC em registros em livros de admissões do 35 setor de urgência do Pronto Socorro do HRT. Foi observada cerca de 10 internações por mês entre 01 de setembro a 30 de novembro de 2006. 3.4 - Coleta de Dados: A coleta de dados realizou-se no período de Abril a Maio de 2007. Os pacientes foram entrevistados durante o período de internação, após a estabilização do quadro patológico, ou seja, os referidos doentes encontravam-se estáveis hemodinamicamente. O questionário Whoqol-bref foi auto-realizado por 25 dos entrevistados. Houveram 5 entrevistados que se disseram analfabetos, partindo-se desse dado, os questionários deles foram lidos em voz alta, pausadamente, sem alteração dos termos presentes no questionário. Devido à restrição ao leito por 48 horas, presente na prescrição médica, não foi possível avaliar o IMC e conseqüentemente o quesito obesidade. 3.5 - Critério de Inclusão: Foram incluídos no estudo os pacientes com episódios de angina estável, angina instável e IAM, sem limites de cor, idade, sexo, escolaridade, que aceitaram participar do estudo e que permaneceram internados no Pronto Socorro no dia da entrevista. 3.6 - Critério de Exclusão: Excluiu-se desse estudo os pacientes que foram transferidos para outras unidades no momento da entrevista, os pacientes que não aceitaram participar do estudo, e aqueles que estavam impossibilitados de responderem ao questionário devido ao grau de acometimento de sua saúde. 36 3.7 - Critérios para Classificação das Doenças Arteriais Coronarianas: Considerou-se os critérios das Diretrizes de angina instável e IAM sem supradesnível de ST 53 , a Diretriz de Doença Coronariana Crônica- Angina Estável Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio 54 23 e a III Diretriz sobre de autoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Angina Instável: é diagnosticada pela presença de sintomas sugestivos de isquemia miocárdica prolongada (>20 mim), em repouso, ou dor similar a quadro anginoso prévio. No exame físico detecção de insuficiência mitral transitória, hipotensão, sudorese, edema pulmonar ou estertores. No eletrocardiograma infradesnível do segmento ST (>0,5 mm) novo ou presumivelmente novo, ou inversão de onda T > 2mm. Há também elevação dos marcadores bioquímicos troponina, troponina-I ou CK-MB53. Angina Estável: A angina é uma síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em qualquer das seguintes regiões: tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores, sendo tipicamente desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional e atenuada com uso de nitroglicerina e derivados23. IAM: Pode-se estabelecer o diagnóstico de IAM se houver aumento característico e diminuição gradual da troponina (valor limite de 0,1 ng/ml) ou aumento e diminuição mais rápidos para CK fração MB (CK-MB, normalmente esse valor encontra-se entre 0 a 7µg/L), com pelo menos um dos seguintes critérios: a) sintomas isquêmicos; b) desenvolvimento de ondas Q patológicas no eletrocardiograma; ou c) alterações eletrocardiográficas indicativas de isquemia (elevação ou depressão do segmento ST)54. 3.8 - Instrumento de Pesquisa: Os dados para a análise foram adquiridos pelo questionário WHOQOL-abreviado, além de um questionário para coleta dos dados de identificação, dados sociais e demográficos e do estilo de vida. (Anexo 1). 37 A análise quantitativa foi realizada pelo programa estatístico SPSS versão 13.0. O questionário WHOQOL-bref, contém quatro domínios a saber: Domínio I-Físico, Domínio II-Psicológico, Domínio III-Relações Sociais e Domínio IV- Meio Ambiente. É um instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) e está disponível em 20 idiomas diferentes. O desenvolvimento da versão em português, seguiu a metodologia proposta pela OMS. Trata-se de um instrumento de auto-avaliação além de ser auto-explicativo55,56,57. Quadro 1-Domínios e facetas do Instrumento Abreviado de Avaliação deQualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-Bref). Domínios I.Físico II.Psicológico Facetas Dor e desconforto Energia e fadiga Sono e repouso Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de medicação ou de tratamentos Capacidade para o trabalho Sentimentos positivos Pensar, aprender, memória e concentração Auto-estima Imagem corporal e aparência Sentimentos negativos Espiritualidade/Religião/Crenças pessoais Relações pessoais III.Relações Sociais Relações pessoais Suporte social Atividade sexual Segurança física e proteção Ambiente no lar Recursos financeiros Cuidado de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade IV.Meio ambiente Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades Participação em oportunidades de recreação/Lazer Ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima) Transporte Fonte: Rev. Latino-Am. Enfermagem v.12 n.4 Ribeirão Preto jul./ago. 2004 3.9 - Aspectos Éticos: Este projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Parecer Nº. 43/2007. 38 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados 30 indivíduos, desse total 60,0% do sexo masculino e 40,0% feminino. Quanto à caracterização do grupo estudado, encontrou-se uma incidência de 76,7% dos entrevistados com diagnóstico de IAM, seguido de 13,3% de Angina Estável e 10,0%, Angina Instável. A média de idade dos entrevistados foi de 54,6 anos, o que correspondeu a 56,7% da população analisada. A mediana e a moda encontrada foram de 53 anos e 52 anos, respectivamente. Considerando a totalidade dos entrevistados 53,3% tinham a cor parda, seguido da branca com 30,0% dos casos. (Tabela 2). Tabela 2 - Distribuição sócio demográfica dos casos de IAM, Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga Abril a Maio de 2007. Variáveis n % 18 12 60,0 40,0 9 5 16 30,0 16,7 53,3 1 4 17 7 3,3 13,3 56,7 23,3 Sexo Masculino Feminino Cor Branca Preta Parda Idade 21 a 30 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos Acima de 60 anos Ao comparar os dados dessa análise realizada em 1994 na Unidade Coronária do Hospital das Clínicas–Unicamp em Campinas - São Paulo, em indivíduos com o primeiro episódio de IAM, Colombo et al. 17 apontaram que houve uma incidência de IAM entre homens em cerca de 56,4%. Em relação à cor, a branca representou 82,0%, sendo que o grupo etário mais afetado pelo IAM com 35,9% foi de 40 a 70 anos. A análise relativa ao sexo, mostrou que as mulheres tinham idade entre 60 e 80 anos com 29,6% dos casos. Este estudo apontou que a partir dos 80 anos de idade, a incidência dos episódios de IAM manteve-se similar em ambos os sexos 17. 39 Um estudo realizado entre 1994 a março de 1995, em indivíduos internados em 13 Unidades Coronarianas do Estado de São Paulo58, com quadro clínico de precordialgia superior a 30 minutos, alterações laboratoriais e no eletrocardiograma, verificaram que os casos de IAM tinham uma predominância nos homens, e a razão observada foi de 2,98:1 mulher, e a média de idade encontrada foi de 58±12,0 anos. Nessa casuística, a relação entre homens e mulheres vítimas da DAC foi de 1,5:1, o que evidencia, a exemplo do estudo de Framingham 59 , que no sexo masculino, os episódios de DAC são mais freqüentes59. A média de idade nos indivíduos com DAC dessa pesquisa manteve-se semelhante ao dos estudos de Silva et al. 58 e Colombo et al. 17, ou seja, acima dos 40 anos nos homens 94,4% e 91,6% nas mulheres. Em relação à cor dos entrevistados, foi observada uma variação entre o resultado encontrado desse estudo em comparação aos demais estudos Silva et al. 58, Colombo et al. 17, Framingham 59 . Neste sentido, houve uma prevalência da cor parda com 53,3% dos casos observados, o que pode estar relacionado com a região de realização do estudo. No Distrito Federal não há uma população com características de cor muito definida, em função da mobilidade e intensa migração de pessoas para esta região, e pode também está ligado à limitação da população analisada, quanto ao número de casos estudados. Do total de entrevistados neste estudo, 66,7% eram casados. Metade dos doentes tinha menos do que oito anos de estudo, sendo que o ensino fundamental incompleto representou 33,3% dos entrevistados. Cerca de 46,7% dos entrevistados apresentavam renda menor do que 3 salários mínimos.(Tabela 3). 40 Tabela 3 - Distribuição sócio demográfica dos casos de IAM, Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga Abril a Maio de 2007. Variáveis n % 5 10 5 1 5 3 1 16,7 33,3 16,7 3,3 16,7 10,0 3,3 14 8 2 1 5 46,7 26,7 6,7 3,3 16,7 Escolaridade Analfabeto Ensino fund. Incompleto Ensino fund. Completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Superior incompleto Superior completo Renda Familiar Salário mínimo (SM) Menor que 3 SM Entre 3 e 5 SM Entre 6 e 10 SM Acima de 10 SM Não sabe referir Considerando os dados obtidos por Colombo et al. 17, dentre os entrevistados 65,4% eram casados, 84,6% deles analfabetos ou com primeiro grau incompleto e, tinham renda inferior a três salários mínimos com 53,9% dos casos analisados. De acordo com os resultados do estudo Silva et al. 58 , 77,5% dos indivíduos com IAM eram casados e 72,1% possuíam o primário ou o nível médio de escolaridade58. A prevalência de baixa escolaridade e baixa renda vem sendo descrita pelos autores, coincidindo com os dados obtidos no Distrito Federal. Ao comparar os dados obtidos por outros autores, o presente estudo mostrou também semelhança em relação ao estado civil e a renda familiar. Nesse estudo, as co-morbidades mais presentes foram a hipertensão arterial com 50,0%, seguida do diabetes mellitus associada à hipertensão arterial 16,6%. (Tabela 4). Com relação ao estilo de vida dos entrevistados verificou-se que 33,3% dos doentes eram tabagistas, sendo que 60,0% tinham o hábito de fumar de 10 a 20 cigarros por dia. Observouse também que 30,0% da amostra faziam uso de bebida alcoólica, 55,6% deles utilizavam 41 bebidas fermentadas e com hábito de beber diariamente. Ainda sobre o estilo de vida, 83,3% dos entrevistados não faziam nenhum tipo de atividade física.(Tabela 4). Tabela 4 - Distribuição dos casos de IAM, Angina Instável e Estável, em relação ao Estilo de vida. Hospital Regional de Taguatinga. Abril a Maio de 2007. Variáveis n % 15 3 5 50,0% 10,0 16,6 10 20 33,3 66,7 4 6 40,0 60,0 9 21 30,0 70,0 2 5 2 22,2 55,6 22,2 3 1 5 33,3 11,1 55,6 5 25 16,7 83,3 Co-morbidades Hipertensão Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM) DM + HA Tabagista Sim Não Quant. Cigarro/dia Até 10 cigarros/dia Entre 10 e 20 cigarros/dia Etilista Sim Não Tipo de bebida que faz uso Destilados Fermentados Destilados + Fermentados Freqüência do uso de bebidas Menos que 3x por semana Até 3x por semana Todos os dias Prática de atividade física Sim Não Silva et al 58 levantando a prevalência de hipertensão arterial estimada da população brasileira mostrou que ela se apresenta em cerca de 15%. Esse estudo apontou uma prevalência três vezes superior à da população brasileira, confirmando a relevância da hipertensão arterial como fator de risco para DAC. Ciorlia et al. 60 , analisando os fatores de risco cardiovascular e mortalidade em um programa preventivo realizado pela medicina ocupacional de um ambulatório da cidade de São José do Rio Preto, de janeiro de 1977 a dezembro de 1996 com funcionários da 42 Companhia Paulista de Força e Luz, encontrou uma prevalência de 16,0% de hipertensos entre os entrevistados. Outro estudo realizado em 12 hospitais da região metropolitana de São Paulo no ano de 2005, mostrou a presença de DM em torno de 46,6% com DAC, sendo que o diabetes foi considerado um fator de risco independente para o IAM16. Ainda sobre pesquisa do DM do tipo 2, associado ao IAM com supradesnível do segmento ST, registrou-se que os pacientes diabéticos apresentaram maior mortalidade e elevada freqüência de artérias acometidas e lesadas. Pesaro et al. 26 por sua vez, levantou que o IAM nesses casos evoluiu mais rapidamente e foi associado com um pior prognóstico45. Uma análise realizada por Colombo et al.17 , encontrou em relação ao hábito de fumar, que 44,9% dos pacientes com IAM eram fumantes. Avezum et al. 16, e Ciorlia et al, (2005)61 evidenciaram em seus estudos que o tabagismo foi considerado o fator de risco independente mais relevante para o desenvolvimento do IAM. De acordo com a Organização Mundial de Saúde- OMS 61 o tabagismo é o principal fator de risco para DAC, isto implica necessariamente em uma interferência direta no hábito de vida dos sujeitos envolvidos. Na análise deste estudo, foi observado que 33,3% dos entrevistados possuíam o hábito de fumar, confirmando dessa forma a relevância do tabagismo no desenvolvimento das DACs e a similaridade com os demais achados. Na presente pesquisa, o consumo de cigarros variou de 10 a 20 cigarros por dia para os homens 80% e de até 10 cigarros para as mulheres 100%, dentre os entrevistados 33,3% que eram tabagistas. No que diz respeito à quantidade de cigarros utilizados diariamente pelos doentes com IAM, encontrou-se no trabalho de Fowler 62, uma prevalência do uso de 20 cigarros/dia pelos homens e 15 cigarros/dia pelas mulheres 34. 43 Procendendo-se a análise dos dados acerca da quantidade de cigarros, nesta casuística, verificou-se que os dados encontrados não se modificaram quando comparados aos estudos anteriormente citados. Podendo-se inferir nessa análise que a manutenção de uma maior prevalência de tabagismo entre os homens pode estar contribuindo para uma maior incidência de DAC nos homens, como sugerido pelos diferentes autores. Já as mulheres fumam menos, confirmando assim a menor incidência de DAC entre elas. Rique et al.32 , assinalaram que o consumo moderado de álcool possui benefícios, quando relacionado à diminuição do risco para as doenças do coração. Esse efeito protetor nas coronariopatias, ocorre por meio do aumento da HDL-c e redução do fibrinogênio. Porém, o álcool não deve ser utilizado em excesso, uma vez que, dentre as complicações, pode prejudicar o controle do diabetes mellitus, interferindo no metabolismo lipídico, dos indivíduos portadores de DM. Assim sendo, pode elevar o risco para DAC 63. Em relação ao tipo de bebida utilizada pelos entrevistados deste estudo, a maior prevalência foi o uso de bebidas fermentadas, dentre elas, a mais consumida foi a cerveja. Observou-se também que, em relação à freqüência do uso de bebidas, a maior ocorrência foi a do hábito de beber, diariamente. A American Heart Association 64 sugere que para diminuir o consumo de álcool, os doentes devem ingerir uma dose diária para mulheres e duas doses diárias para homens. Uma dose corresponde a 14g de álcool, equivale a uma lata de cerveja ou um copo de vinho (120ml). Porém, quando se compara essa orientação com os resultados obtidos no presente estudo, observou-se que existe um excesso de consumo de bebidas entre os entrevistados, podendo este dado, associado com os demais fatores de risco, como a hipertensão arterial, o tabagismo, o diabetes mellitus, justificar a elevada incidência de DAC. Analisando o fator de risco relativo ao sedentarismo no estudo de Colombo et al. 17 , observou que 76,9% dos pacientes com o primeiro episódio de IAM não praticavam nenhuma 44 atividade física. Ao comparar a prevalência da prática de atividade física e o sexo, verificouse que 19,2% dos homens e 3,8% das mulheres, praticavam alguma atividade. Silva, et al. 58, Mcginnis, et al. 65 e Paffenbarger, et al. 66, sugeriram que a prática regular de atividade física, atualmente, está sendo considerada como uma das ações de saúde que podem atuar de forma mais eficaz na prevenção da DAC, além disso pode auxiliar na promoção da saúde e na qualidade de vida das pessoas. O sedentarismo então, apresenta-se como um fator de risco que eleva o desenvolvimento da aterosclerose coronária, o que pode resultar nos quadros de IAM e Angina, por exemplo58. Rique et al.32 , sugeriram em estudo realizado no de 2002, que a prática regular de exercício físico atua na prevenção e no controle das doenças arteriais coronarianas. Quando associado às alterações nos hábitos alimentares, o exercício regular torna-se um mecanismo preventivo ainda mais eficaz. Ao correlacionar a prática de exercício físico à HA e ao DM, Rique et al. 32 , mostraram que a atividade física exerce um papel terapêutico relevante no controle da HA. Provavelmente, este benefício ocorre em função da diminuição das catecolaminas séricas e da resistência vascular periférica, reduzindo assim, os valores da pressão arterial. Tabela 5 - Associação entre as co-morbidades e o estilo de vida dos doentes com IAM, Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga.Abril a Maio de 2007. Variáveis n % 5 11 5 33,3 73,33 33,3 3 3 2 10,0 100,0 66,6 5 - 100,0 - Hipertensão Arterial (HA) HA+ Etilismo HÁ+ Sedentarismo HÁ+ Tabagismo Diabetes Mellitus (DM) DM + Etilismo DM+ Sedentarismo DM+ Tabagismo Hipertensão Arterial +Diabetes Mellitus (HA+ DM) e Etilismo (HA+ DM) e Sedentarismo (HA+ DM) e Tabagismo 45 Observou-se nesta presente pesquisa que os entrevistados, não possuíam o hábito de praticar atividades físicas em 83,3% dos casos, a presença de HA com cerca de 50,0% e de DM tipo 2 em 10% dos entrevistados. Eram tabagistas cerca de 33,3% dos entrevistados e etilistas um total de 30,0%. Desta forma, pode-se inferir que quanto ao estilo de vida dos entrevistados, além dos fatores de risco independentes, haviam associações desses fatores de risco. Da totalidade dos doentes que eram hipertensos, 33,3% eram etilistas e também tabagistas e, além disso, 73,33% eram sedentários. Entre os portadores de DM, 33,3% eram etilistas, 100% sedentários e 66,6% tabagistas. Nos doentes portadores de HA e DM associados 100% eram sedentários, porém não houve registro de casos de etilismo e/ou tabagismo. (Tabela 5). A análise dos resultados, apresentados na seqüência, está relacionada com a qualidade de vida. Na análise relativa ao domínio físico (Tabela 6) observou-se que 86,7% dos entrevistados preocuparam-se com a dor e relataram que este sintoma impediu a realização das atividades diárias do doente. Na faceta que diz respeito ao sono/repouso, 66,7% assinalaram que apresentavam dificuldades para dormir. A incidência de dor apresentada entre os sujeitos entrevistados variou de 30,0% a 50,0% respectivamente, ou seja 80,0% dos doentes apresentaram episódios de dor variando de repetidamente à sempre. Sabendo-se que a dor é um sintoma característico dos episódios de IAM e Angina e que as respostas da entrevista referiram-se as duas semanas anteriores ao episódio coronário, acredita-se que esse resultado se enquadra no contexto destas patologias, ou seja, provavelmente o quadro clínico interferiu diretamente nas respostas dos entrevistados. Já à elevada incidência de indivíduos entrevistados com alterações no padrão do sono/repouso, também pode ser justifica pela presença dos episódios de dor nos indivíduos. 46 Ainda sobre o domínio físico, no que diz respeito à realização de suas atividades do cotidiano, 43,4% dos pacientes não mostraram-se com energia suficiente, 56,7% se sentiu incapaz e 33,3% relatou sua insatisfação em desempenhar suas atividades diárias. No quesito disposição do sujeito para a vida diária, 43,3% disseram-se insatisfeitos ou muito insatisfeitos nas duas últimas semanas. Tabela 6 - Domínio Físico - Whoqol-bref . Doentes com IAM, Angina Instável e Estável.HRT. Abril a Maio de 2007. Nada Muito pouco n % Faceta 1 n Você se preocupa com a sua dor ou desconforto (físicos)? % 3 10,0 2 6,7 2 6,7 12 40,0 14 46,7 7 23,0 2 6,7 8 26,7 12 40,0 1 3,3 2 6,7 2 9 30,0 13 43,3 n 6,7 Muito pouco n % 13,3 Completamente % n 36,7 11 36,7 5 16,7 1 3,3 3 10,0 14 46,7 11 36,7 2 6,7 - - Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito n % n % n % 1 3,3 9 30,0 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade de trabalho? 1 3,3 5 16,7 11 3 10,0 10 33,3 8 Nunca n Com que freqüência você sente dor (física) ? 4 11 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do dia-a-dia? Faceta 4 60,0 6,7 Muito insatisfeito n Muito 18 2 Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia? % Médio 26,7 % - Nada Quão satisfeito (a) você está com a energia (disposição) que você tem? n 8 Faceta 2 Faceta 3 % 3,3 Em que medida você tem dificuldade em exercer suas atividades do dia-a-dia? Em que medidas você é capaz de desempenhar suas atividades diárias? n Extremamente 1 - Você tem alguma dificuldade para dormir (com o sono)? Bastante - Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa? - Mais ou menos n % Raramente % - 10 - n % 1 3,3 Satisfeito % Muito satisfeito n % 33,3 - - 36,7 13 43,3 - - 26,7 9 30,0 - - Repetidamente Sempre % 5 N 10 33,3 Ás vezes n % n 16,7 % 9 N n 30,0 % % 15 50,0 47 Ao se analisar a questão psicológica dos sujeitos da pesquisa, observou-se que 66,7% dos entrevistados sentiram-se otimistas em relação ao futuro. Em relação às crenças pessoais, 83,4% referiram que estas percepções dão sentido a sua vida, 86,7% que elas ajudam a entender as dificuldades da vida e 86,6% relataram ainda, que as crenças pessoais dão forças para enfrentar as dificuldades do dia a dia. A religião, segundo 90,0% dos entrevistados, ajuda a melhorar no enfrentamento das dificuldades da vida diária, e dá forças para enfrentar as dificuldades 83,4%. Os sentimentos negativos como a depressão, a ansiedade, o mau humor e o desespero estiveram presentes em 80,0% dos entrevistados com DAC. (Tabela 7). No que diz respeito ao otimismo relacionado ao futuro, observado entre os entrevistados, acredita-se que esse possa estar apoiado nos resultados encontrados acerca do apoio emocional onde as crenças pessoais e a religião proporcionaram para a maioria dos entrevistados. Por outro lado, a alta incidência de sentimentos negativos presentes nos indivíduos pode ser justificada pela presença inesperada do adoecimento, de um possível desconhecimento acerca da doença e das conseqüências que a mesma possa trazer para suas vidas. 48 Tabela 7 - Domínio Psicológico.Whoqol-bref. Pacientes com IAM, Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga. Abril a Maio de 2007. Nada Muito Mais ou menos Bastante Extremamente Pouco Faceta 1 n % n % n % N % n % Quão otimista você se sente em relação ao futuro? 1 3,3 2 6,7 10 33,3 15 50,0 Suas crenças pessoais dão sentido à sua vida? - - 1 3,3 4 13,3 11 36,7 14 - - 2 6,7 2 6,7 18 60,0 8 1 3,3 1 3,3 9 30,0 10 33,3 9 - - 1 3,3 3 10,0 13 43,3 13 43,3 Em que medida sua religião lhe ajuda a entender as dificuldades da vida? - - 1 3,3 2 6,7 18 60,0 9 30,0 Em que medida a religião dá sentido a sua vida? - - 1 3,3 4 13,3 14 46,7 11 36,7 Em que medida sua religião lhe dá força para enfrentar as dificuldades? - - 3 10,0 2 6,7 11 36,7 Em que medidas suas Crenças pessoais lhe ajudam a entender as dificuldades da vida? Em que medida você acha que sua vida tem sentido? Em que medida suas crenças pessoais lhe dão força para enfrentar dificuldades? Nunca Faceta 2 Com que freqüência você tem sentimentos negativos, tais como mau humor,desespero, ansiedade, depressão? Raramente Às vezes 14 2 46,7 Repetidamente 6,7 46,7 26,7 30,0 Sempre n % n % n % N % n % - - 1 3,3 5 16,7 9 30,0 15 50,0 Na avaliação das relações sociais (Tabela 8) verificou-se que 67,7% dos indivíduos analisados sentiram-se bastante e extremamente preocupados com a situação atual de doença. Em relação à questão da satisfação pessoal, 53,3% dos sujeitos disseram que estavam satisfeitos com a sua forma de viver. O adoecimento gera por si só, ansiedade. O aparecimento inesperado de uma doença eleva o quadro de ansiedade e ao associar o adoecimento com sintomas presentes nos quadros de 49 IAM e Angina, como a dor, o desconforto respiratório, a sudorese, por exemplo, a preocupação se exacerba. Enquanto isso, a satisfação pessoal pode estar associada ao alívio da dor, a boas expectativas de vida, e ao apoio espiritual vivenciado pelos sujeitos. Faceta Tabela 8 - Relações Sociais. Whoqol-bref.Pacientes com IAM,Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga. Abril a Maio de 2007. Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente n % n % n % n % n % 1 Quão preocupado você se sente? Faceta 2 2 6,7 4 Muito insatisfeito n % 13,3 7 Insatisfeito 23,3 15 Nem satisfeito nem insatisfeito n % 50,0 2 6,7 Satisfeito Muito satisfeito n % n % n % Quão satisfeito (a) você está consigo mesmo (a)? 1 3,3 4 13,3 12 40,0 12 40,0 1 3,3 Em geral, quão satisfeito (a) você está com a sua vida? 1 3,3 4 13,3 8 26,7 16 53,3 1 3,3 A análise relativa ao meio ambiente mostrou que 53,3% dos doentes aproveitavam muito pouco ou nada a vida, e em sua grande maioria 73,4% relataram que tiveram nada ou muito poucas oportunidades de lazer.(Tabela 9). Este dado observado após a pesquisa, pode ser justificado pela baixa renda de 46,7% dos entrevistados que ganham até 3 salários mínimos, pela baixa escolaridade e muitas vezes, pela idade dos doentes. Por outro lado, deve-se ressaltar que os questionamentos referiram-se as duas semanas anteriores ao episódio coronariano, e pela presença de dor em 80,0% dos doentes, isso pode ter interferido nas respostas dos sujeitos analisados. 50 Faceta 1 Tabela 9 - Meio Ambiente.Whoqol-bref.Pacientes com IAM,Angina Instável e Estável. HRT. Abril a Maio de 2007. Nada Muito Pouco Mais ou menos Bastante Extremamente n % n % N % n % n % O quanto você aproveita a vida? 4 13,3 Quão saudável é o ambiente físico (clima, atrativos, barulho,poluição)? - Faceta 2 n - Nada % 12 40,0 8 26,7 2 6,7 8 26,7 Muito Pouco n % N Médio % 4 13,3 19 n 2 6,7 63,3 Muito % 1 3,3 Completamente n % Quão disponível para você estão às informações que precisa no seu dia-a-dia? 3 10,0 11 36,7 10 33,3 6 20,0 - - Em que medidas você tem oportunidades de lazer? 14 46,7 8 26,7 5 16,7 2 6,7 1 3,3 As duas questões a seguir referem-se à avaliação da qualidade de vida e quanto à satisfação com a sua saúde. Verificou-se, após a análise, que 46,6% dos pacientes definiram sua qualidade de vida como boa ou muito boa. Em relação à satisfação com a sua saúde 67,7% relatou sua insatisfação com o seu estado de saúde atual. (Tabela 10). Pelo fato dos entrevistados, estarem internados, acamados, e muitas vezes debilitados durante a entrevista devido ao episódio coronariano, a incidência de insatisfação manteve-se elevada. Por outro lado, ao avaliar sua própria qualidade de vida, os doentes referiram estarem satisfeitos. Muitos relataram que o alívio dos sintomas, o acesso ao atendimento imediato, o apoio da família contribuíram muito para essa avaliação. 51 Tabela 10 - Questionamentos sobre qualidade de vida e satisfação com a saúde.Whoqol-bref. Pacientes com IAM,Angina Instável e Estável. Hospital Regional de Taguatinga. Abril de 2007. Muito ruim Ruim Nem ruim Boa Muito boa Qualidade de vida nem boa N % n % n % n % n % Como você avaliaria sua qualidade de vida? Satisfação com a saúde Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde? 2 6,7 4 13,3 Muito insatisfeito Insatisfeito N % n 2 6,7 15 10 33,3 13 43,3 1 3,3 Satisfeito Muito Satisfeito % Nem satisfeito Nem insatisfeito n % n % n % 50,0 4 9 30,0 - - 13,3 52 CONCLUSÃO Os pacientes com DAC perceberam uma série de limitações, como dor, dificuldades para dormir, ansiedade, parte delas, passíveis de orientações da enfermagem, sendo necessário uma readequação do planejamento assistencial durante a internação nessa unidade de saúde. Os fatores de risco, como o sedentarismo, o tabagismo, a hipertensão arterial, o diabetes mellitus tipo 2 e o etilismo estavam presentes na vida dos sujeitos entrevistados e contribuíram para o adoecimento. A qualidade de vida também interferiu no adoecimento. Verificou-se nesse estudo, que a qualidade de vida dos sujeitos entrevistados não está satisfatória, segundo o questionário Whoqol-bref. As condições de vida apresentadas pela entrevista sócio-demográfica podem ter interferido nas respostas do questionário sobre a qualidade de vida. Em suma, faz-se necessária uma maior disponibilidade de informações, sobre os fatores de risco que facilitam o desenvolvimento dos quadros de IAM, de Angina Instável e de Angina Estável, para a população dessa Unidade de Saúde. 53 RECOMENDAÇÕES Deve haver uma readequação do planejamento assistencial. Essa readequação deve-se iniciar nas unidades de atenção básica, para que haja uma interferência nos hábitos dos indivíduos, de forma preventiva. Programas educativos sobre os riscos do cigarro, do sedentarismo, de um controle efetivo das doenças crônicos degenerativas como a hipertensão e o diabetes mellitus são essenciais. A disponibilidade de informações deve chegar à residência da população, de forma clara, simples e objetiva, além de ter que ser eficaz. Por outro lado, a enfermagem pode atuar também nos doentes já acometidos por essas enfermidades, orientando, explicando como acontece, apresentando os riscos dos hábitos diários desses sujeitos e direcionando os sujeitos para os serviços de referência, como uma nutricionista, um orientador de atividades físicas, grupos de referência no controle de hipertensão arterial e DM, por exemplo. A disponibilidade desses serviços é relevante para que os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, que atuam no nível secundário e terciário da atenção à saúde, possam executar uma assistência efetiva para esses sujeitos. 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. (Org). Promoção da saúde: Conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2003. 174 p. 2. SEILD, E. M. F. et al. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n. 2 mar./abr. 2004. 3. GUTTIERREZ, M. L. et al. La promoción di salud. 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Especifique:__________________ 1.2 Diagnóstico ( ) IAM ( ) Angina Instável ( )Angina Estável 2. Dados Sociais e Demográficos 2.1. Nível de escolaridade ( ) analfabeto ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) superior incompleto ( ) superior completo 2.2 Estado Civil ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado ( ) outros. Especifique__________ 2.3 Renda Familiar ( ) menor que 3 salários mínimos ( ) entre 3 e 6 salários mínimos ( ) entre 6 e 10 salários mínimos ( ) acima de 10 salários mínimos ( ) não sabe referir 3. Dados do Estilo de vida 3.1 Você fuma? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quantos cigarros por dia? ________ cigarros 3.2 Faz uso de bebida alcoólica? ( ) Sim ( ) Não Se sim, com que freqüência? ________________________________ Qual o tipo de bebida que você faz uso?_______________________________________ 3.4 Você pratica alguma atividade física? ( ) Sim ( ) Não Se sim, cite a modalidade. __________________________________ Quantas vezes por semana você pratica atividade física?__________________________ 3.5 Você possui alguma das seguintes co-morbidades? ( ) hipertensão arterial ( ) diabetes mellitus ( ) hipertensão + DM ( ) não 61 APÊNDICE B- Cronograma do estudo AÇÕES Levantamento Bibliográfico Construção do Instrumento de Pesquisa Encaminhamento para o comitê de ética em Pesquisa da SES/DF Coleta de dados Banco de dados Análise dos dados Apresentação dos resultados Apresentação final Set a Nov/06 Dez/06 Fev/07 Mar/07 Abr/07 Maio/07 Jun/07 62 ANEXO A -Whoqol – abreviado Instruções: Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outros dados de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma das questões, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Ao responder o questionário, por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações (o que é importante para a sua vida). Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tendo como referência as duas últimas semanas. Por exemplo: Pensando nas duas últimas semanas uma questão poderia ser: Nada Quanto você se preocupa com a sua saúde? Muito pouco 2 1 Médio Muito 3 4 Completament e 5 Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você se preocupou com a sua saúde nas últimas duas semanas. Portanto você deve fazer um círculo no número 4 se você se preocupou muito com a sua saúde, ou fazer um círculo no número 1 se você não se preocupou “nada” com a sua saúde. Por favor, leia cada questão, veja o que você acha, e faça um circulo no número que lhe parecer a melhor resposta. Por favor, leia cada questão, veja o que você acha sobre a sua qualidade de vida e circule o número que lhe parece a melhor resposta. 1 2 Como você avaliaria sua qualidade de vida? Muito insatisfeito Quão satisfeito (a) 1 você está com a sua saúde? Insatisfeito 2 Muito ruim 1 Ruim Nem ruim Nem boa 2 3 Nem satisfeito Satisfeito Nem insatisfeito 3 4 Boa 4 Muito boa 5 Muito satisfeito 5 63 As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas. 3 4 5 6 7 8 9 10 Nada Muito Pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Em que medida você tem 1 dificuldade em exercer suas atividades do dia-a-dia? Quão saudável é o ambiente 1 físico (clima, atrativos, barulho, poluição)? 2 3 4 5 2 3 4 5 Você se preocupa com a sua dor ou desconforto (físicos)? Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa? Você tem alguma dificuldade para dormir (com o sono)? O quanto você aproveita a vida? Quão otimista você se sente em relação ao futuro? Quão preocupado você se sente? As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nessas duas últimas semanas. 11 12 13 14 Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia? Em que medidas você é capaz de desempenhar suas atividades diárias? Quão disponível para você estão às informações que precisa no seu dia-a-dia? Em que medidas você tem oportunidades de lazer? Nada Muito Pouco Médio Muito Completamente 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 64 As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas. 15 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do dia-a-dia? 16 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade de trabalho? 17 Quão satisfeito (a) você está consigo mesmo (a)? 18 Quão satisfeito (a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde? 19 Em geral, quão satisfeito (a) você está com a sua vida? 20 Quão satisfeito (a) você está com a energia (disposição) que você tem? Muito Insatisfeito insatisfeito 1 2 Nem satisfeito Satisfeito Nem insatisfeito 3 4 Muito satisfeito 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 As questões seguintes referem-se à freqüência que você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas. Nunca 21 Com que freqüência 1 você sente dor (física) ? 22 Com que freqüência 1 você tem sentimentos negativos, tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão? Raramente As vezes repetidamente Sempre 2 3 4 5 2 3 4 5 65 As questões seguintes referem-se às suas crenças pessoais e religiosidade, e o quanto elas afetam a sua qualidade de vida. Uma vez mais, elas referem-se às duas últimas semanas. 23 24 25 26 27 28 29 Suas crenças pessoais dão sentido à sua vida? Em que medidas suas crenças pessoais lhe ajudam a entender as dificuldades da vida? Em que medida você acha que sua vida tem sentido? Em que medida suas crenças pessoais lhe dão força para enfrentar dificuldades? Em que medida sua religião lhe ajuda a entender as dificuldades da vida? Em que medida a religião dá sentido a sua vida? Em que medida sua religião lhe dá força para enfrentar as dificuldades? Nada Muito Pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 66 ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Este documento visa convidar o(a) senhor(a) a participar da pesquisa “Caracterização da Qualidade de Vida dos Portadores de Doença Arterial Coronariana internados na Emergência do Hospital Regional de Taguatinga”. A Doença Arterial Coronariana é o fechamento total ou parcial de uma artéria do coração, causada pelo acúmulo de gordura nas paredes das artérias e que pode resultar em dor, falta de ar, mal estar e até em um ataque cardíaco. Tem como objetivo caracterizar o estilo de vida dos portadores de doença arterial coronariana atendidos no serviço de Emergência do Hospital Regional de Taguatinga e relacionar os fatores de risco ligados à doença arterial coronariana, visando contribuir para a melhoria da atenção ao adulto nos serviços de saúde, bem como, ampliar a qualidade de vida dos sujeitos. Esse levantamento está sendo realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – SES/DF, Parecer Nº 43/2007. Por intermédio deste Termo são garantidos os seguintes direitos: 1. Não há qualquer obrigatoriedade em sua participação. 2. Solicitar, a qualquer tempo, maiores esclarecimentos sobre esta pesquisa, as seguintes pessoas responsáveis pela pesquisa: Gizele Pereira Mota, Telefone: 33761407 ou 98077493; Maria do Socorro Nantua Evangelista, Telefone:33569225. 3. Segredos sobre nomes, local de trabalho e quaisquer outras informações que possam levar à sua identificação pessoal e da sua família; 4. Ampla possibilidade de negar a responder a quaisquer questões ou a fornecer informações que julgue prejudiciais a sua integridade física, moral e social; 5. Opção de solicitar que determinadas falas e/ou declarações não sejam incluídas em nenhum documento oficial, o que será prontamente atendido; 7. A segurança de que não terei nenhum tipo de despesa material ou financeiro durante o desenvolvimento da pesquisa, bem como, esta pesquisa não causará nenhum tipo de risco, dano físico ou mesmo constrangimento moral e ético ao entrevistado. 8. Em caso de recusa em participar da pesquisa, não haverá penalização ou prejuízo no atendimento no Hospital Regional de Taguatinga. O resultado da pesquisa será divulgado por meio de um relatório de pesquisa com finalidade acadêmica e em órgãos de divulgação científica em que o mesmo seja aceito. As entrevistas e os dados coletados ficarão sob responsabilidade do pesquisador e armazenados por um período de 2 (dois) anos na Direção da Universidade Católica de Brasília – UCB. Este Termo de Consentimento, foi elaborado em 2 (duas) vias. Uma para o sujeito (pessoa entrevistada) e outra para o pesquisador. Brasília____ de____________ de 2007. Assinatura do Participante: ________________________________________________ Assinatura do Pesquisador: ________________________________________________ Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal- SES/DF, Fone: 33254955 67 ANEXO C- Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 68 ANEXO D- Planilha de Orçamento Pesquisa: Caracterização da Qualidade de Vida dos Portadores de Doença Arterial Coronariana internados na Emergência do HRT Item 1. Custos (R$) Unitário Total Descrição Quantidade Fonte de Recursos Observações Orientador 1 32 1024 UCB A universidade remunera professores orientadores Aluna 1 0 0 0 Computador e impressora 1 2000,00 2000,00 UCB Caneta Resma de papel A4 5 2 0,50 12,00 2,50 24,00 Pesquisadora Pesquisadora Revisão de português 50 7,00 476,00 Pesquisadora Deslocamento, telefone 40 4,00 160,00 Pesquisadora 100 2055,50 3686,50 Pessoal da Pesquisa Pesquisador Principal Assistente Secretária Entrevistador(es) A própria pesquisa pesquisadora fará a 2. 3. Outros (especificar) Sujeitos Dispensação de drogas Visitas Clínicas Exames Laboratoriais (especificar) Exames Radiológicos (especificar) Outros (especificar) Material Permanente Informática (especificar) 4. 5. 6. 7. Laboratórios (especificar) Material de Consumo Escritório (especificar) Papelaria (especificar) Outros (especificar) Serviços de Terceiros (especificar) Consultoria Confecção de Material Outros Outras Despesas (viagem, eventos científicos, correios, fone/fax, etc... Total A universidade disponibiliza computadores e impressoras para os alunos.