INTERFACE DA OTORRINOLARINGOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA: INTEGRALIDADE NA ABORDAGEM AO PACIENTE Kallyne Rayanne Gomes Ferreira, Edyanne Myrts Tavares Lino dos Santos, Bruno Teixeira de Moraes, Daniela de Vasconcelos, Jônia Alves Lucena, Ana Nery Barbosa de Araújo, Zulina Souza de Lira, Adriana de Oliveira Camargo Gomes (Orientadora) INTRODUÇÃO: A interface na otorrinolaringologia e fonoaudiologia com integralidade ao paciente desenvolve a assistência a pacientes com alterações vocais e a profissionais que se utilizam da voz como instrumento de trabalho. O acompanhamento dos pacientes se faz desde a triagem até à reabilitação. Um dos momentos principais desse processo está na avaliação laringológica, pois a imagem obtida pelo exame é relacionada à história clínica e à qualidade vocal do paciente. OBJETIVOS: Adequar e aprimorar a qualidade dos serviços de registro e análise vocal para a clínica de Fonoaudiologia da UFPE e ambulatório de voz e de otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas (HC-PE) através da avaliação fonoaudiológica e otorrinolaringológica, no momento do exame laringológico, a fim de favorecer a avaliação anatômica e funcional da laringe, contribuindo, assim, para um diagnóstico mais preciso dos pacientes com alterações e queixas vocais. Ampliar o processo de ensino-aprendizagem de residentes em otorrinolaringologia e graduandos em fonoaudiologia na avaliação vocal e funções da laringe. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O exame fonoaudiológico consta da avaliação perceptivo-auditiva da voz, por meio de escalas padronizadas e análise acústica da voz, por registro vocal em computador e análise em programas específicos. Tanto o registro como a análise acústica da voz são realizados no Programa Voxmetria ao qual é acoplado um microfone Auricular Karsect HT-2º e Adaptador Andrea PureAudio USB-AS, para filtragem e redução de ruídos. Os registros são realizados no Ambulatório de Voz do HC-PE, em sala separada para esse fim. PRINCIPAIS RESULTADOS: Foram realizadas duzentos e vinte e oito avaliações, no período proposto, em um total de duzentos e vinte e oito clientes, sendo que em duzentos e onze houve uma avaliação e reavaliações em dezessete pacientes. A idade variou de oito a oitenta e nove anos. As alterações laríngeas encontradas foram: nódulos vocais em vinte e quatro casos; pólipos vocais em vinte e cinco casos; sulco vocal em oito casos; cisto vocal em quinze casos; granuloma em quatro casos; edema de Reinke em nove casos; paralisia de prega vocal em cinco casos; hiperemia em nove casos; irregularidade e arqueamento de pregas vocais em nove casos; lesões vegetantes em dez casos; microdiafragma laríngeo em um caso; alteração estrutural mínima indiferenciada em um caso; espasmo glótico em um caso; disartrofonia em dois casos. É importante destacar que mais de uma alteração foi encontrada em alguns clientes e que em vinte e nove não foram encontradas alterações laríngeas. Destaca-se que dos casos atendidos, trinta e cinco avaliações foram de retorno póscirúrgico. Quanto às alterações vocais, das duzentas e onze avaliações realizadas, em quarenta e nove não foram encontradas alterações, em componente glótico; em sessenta e um encontrou-se disfonia em grau leve; em sessenta e quatro, grau moderado de disfonia e em dezenove, grau extremo; em dezenove casos a avaliação não foi realizada por impossibilidade de emissão vocal no dia do exame. Das disfonias por alterações em nível glótico um caso, em sessenta e quatro encontrou-se rugosidade em grau leve; cinquenta e dois em grau moderado e dezoito em grau extremo; quanto à soprosidade, cinquenta e três foram em grau leve; onze em grau moderado e um caso em grau extremo. Quanto à tensão, em nível glótico, foi encontrado em seis casos, em grau leve, e em dois casos, grau moderado; e a astenia, em um caso, em grau leve. Vale ressaltar que mais de um componente foi encontrado em alguns pacientes. Em relação à conduta, houve onze XV ENEXT/I ENExC - 2015 encaminhamentos para tratamento e orientação fonoaudiológica, quarenta e quatro para cirurgia, oito para biópsia, um para radioterapia, dezoito para investigação complementar, dez para outras especialidades. Em nove casos foi indicada a avaliação de acompanhamento e em vinte e sete casos foi dado alta. CONCLUSÕES E COMENTÁRIOS: A atuação fonoaudiológica e otorrinolaringológica aos pacientes com alteração vocal, anatômica ou fisiológica da laringe e das pregas vocais se torna indispensável para a evolução do quadro do paciente, assim como a melhora em sua qualidade de vida, sendo útil ao desenvolvimento de intervenções adequadas de acordo com os casos, para um melhor direcionamento terapêutico. Além disso, as aulas práticas nas disciplinas de Voz do Curso de Fonoaudiologia são aprimoradas com o estudo dos casos tratados no Ambulatório, os atendimentos na Clínica de Fonoaudiologia são beneficiados com o diagnóstico interdisciplinar e os residentes de Otorrinolaringologia têm a oportunidade de vivenciar o atendimento integrado com o Fonoaudiólogo, no momento do diagnóstico. Palavras – chave: Disfonia; Fonoterapia; Qualidade Vocal. XV ENEXT/I ENExC - 2015