Publicação Mensal, Nº 127, Junho 2015
Carta Mensal Opus Gestão de Recursos
Conjuntura Macroeconômica – por José Marcio Camargo
•Professor do Departamento de Economia da PUC/Rio. Sócio e economista chefe da Opus Gestão de Recursos.
Após meses de negociações com os credores, o governo grego decidiu,
unilateralmente, convocar um referendo para o dia 5 de julho (antes do
fechamento desta carta). O objetivo do referendo é avaliar se a população
prefere cumprir as exigências dos credores (União Europeia, Banco Central
Europeu e Fundo Monetário Internacional) para renovar os empréstimos
concedidos ao país, ou não aceitar as condicionalidades e, portanto, não
renovar os empréstimos. Neste caso, não seria possível honrar os
compromissos financeiros, o que, quase certamente, levará ao abandono do
euro por parte da Grécia.
Trata-se de um momento particularmente importante para a união
monetária europeia. Por um lado, se, com o referendo, a população grega
decidir permanecer na zona do euro (vitória do sim), apesar de todos os
custos envolvidos no cumprimento das condicionalidades impostas pelos
credores, a união monetária terá sinalizado que, apesar de não haver uma
união fiscal, é capaz de impor a seus membros a disciplina fiscal
indispensável à sua estabilidade.
Por outro lado, caso vença o não e a Grécia saia da zona do euro, as dúvidas
são: qual o custo para o povo grego se adotar esse caminho, e qual a reação
dos mercados financeiros, principalmente dos spreads dos títulos soberanos
da periferia europeia (Portugal, Espanha e Itália), diante de tal evento?
Caso a saída da união europeia tenha custos elevados para a população, com
fechamento dos bancos e controle de capitais por um período relativamente
longo, conversão dos depósitos em uma nova moeda, desvalorização da
nova moeda, pressão inflacionária, recessão e aumento do desemprego, e
consequente empobrecimento, reduzem-se significativamente os incentivos
para que outro país tome a mesma decisão, o que, por sua vez, reduz a
probabilidade de que isso venha a acontecer. Nesse cenário, após um
primeiro momento de aumento da aversão ao risco, quando a atuação do
BCE será decisiva para evitar que o nervosismo de curto prazo se prolongue
e contamine os fundamentos, os mercados financeiros deverão voltar à
normalidade.
No entanto, se o setor bancário voltar a funcionar normalmente e os
controles de capitais forem suspensos por um período curto de tempo
(semanas), e se o governo conseguir controlar a pressão inflacionária na
nova moeda sem gerar uma recessão muito profunda, ou seja, se o custo
para a população for baixo, a saída da união monetária se tornará mais
atrativa para outros países da periferia. Os mercados, então, deverão reagir
com redução da demanda por seus títulos, aumento dos spreads e do custo
de financiamento das dívidas. Neste caso, os incentivos para que
permaneçam na união monetária seriam drasticamente reduzidos, e
provavelmente haveria novas deserções no futuro próximo.
Em outras palavras, quanto mais custoso for o processo para a Grécia, mais
fortalecida sairá a união monetária.
Em nossa avaliação, caso o referendo dê a vitória ao não, (o que nos parece
pouco provável), a Grécia pagará um preço muito elevado para deixar a zona
do euro, com fechamento dos bancos, controles de capitais, inflação e
recessão. Caso a avaliação esteja correta, devemos esperar que a união
monetária europeia saia fortalecida, o que provocará uma valorização do
euro perante outras moedas fortes em um primeiro momento, ainda que os
fundamentos monetários (expectativa de política monetária mais
contracionista e menos liquidez nos Estados Unidos e no Reino Unido)
continuem apontando para um euro mais fraco em relação ao dólar e à libra,
no médio prazo.
Essa turbulência nos mercados financeiros internacionais ocorre em um
momento particularmente difícil para a economia brasileira. O agravamento
da crise política com as denúncias de corrupção na Petrobrás e em outras
estatais, as dificuldades enfrentadas pelo executivo para aprovar as medidas
do ajuste fiscal e os sinais cada vez mais claros de que a economia caminha
para uma profunda recessão, com queda da arrecadação tributária,
aumento do desemprego e forte pressão inflacionária, têm despertado entre
os analistas o receio de que o governo não terá determinação suficiente
para levar o ajuste até o fim. A dificuldade de se aprovarem as medidas de
ajuste fiscal no Congresso praticamente inviabilizou que fosse atingido o
objetivo de se obter o superávit primário de 1,1% do PIB em 2015, o que
indica que o ajuste terá de continuar em 2016 e, possivelmente, em 2017.
Os dados dos primeiros cinco meses de 2015 mostram que a economia
brasileira está caminhando para um dos piores desempenhos de sua história
econômica. A taxa de inflação no ano deverá atingir a casa de 9,6%, a taxa
de desemprego deverá chegar a 8,6% em dezembro, quando eliminados
efeitos sazonais (6,7% sem esses efeitos). A meta de um superávit primário
de 1,1% do PIB dificilmente será atingida. Na verdade, a se manter o cenário
que se vislumbra no momento, algum superávit primário positivo já será
uma vitória. Finalmente, a taxa de crescimento do PIB está estimada em –
1,8%. Com o forte aumento do desemprego e a aceleração da inflação, os
salários reais deverão mostrar queda acentuada no ano.
A deterioração do cenário político intensificou-se durante o mês de junho.
Além da prisão dos presidentes das duas maiores empreiteiras do país, a
Odebrecht e a Andrade Gutierrez, as declarações do ex-presidente Luís
Inácio Lula da Silva, com censuras públicas à presidente e ao PT, bem como o
teor das delações premiadas do empreiteiro Ricardo Pessoa, que revelou
contribuições ilegais para o financiamento da campanha eleitoral da
presidente em 2014, trouxeram de volta o fantasma do impeachment. E os
efeitos da operação lava-jato sobre o mercado de crédito ainda não se
manifestaram em sua totalidade. Afinal, são grandes empresas, com dívidas
elevadas, o que irá fazer com que os bancos tenham de aumentar suas
provisões para devedores duvidosos, reduzindo a oferta de crédito para o
restante da economia. Afinal, ao contrário do que as pessoas acreditam,
poço não tem fundo. Para sair, é preciso aprender a nadar ou segurar na
borda. O problema é que a borda está desmoronando.
Expectativa do comportamento dos preços dos ativos para março
Cenário internacional
Cenário nacional
Dólar/euro – entre US$ 1,05 e US$ 1,15 por euro
IPCA – entre 0,45% e 0,65% em julho
Juros Treasuries de 10 anos – entre 2,10% e 2,50% ao ano
Real/dólar – entre R$ 3,00 e R$ 3,30 por dólar
Bolsa – S&P entre 1900 e 2100 pontos
Juros longos – em elevação
Commodities – estáveis, em dólares
Bovespa – entre 45.000 e 60.000
Commodities – preços em elevação em reais
1/
Opus Renda Fixa FIC CP
Fundo de renda fixa que acompanha o CDI no médio e longo prazo. A
partir de análise qualitativas e quantitativas, o time de gestão seleciona
ativos como cotas de fundos de investimento e papeis de renda fixa em
diferentes estratégias. Sua gestão ativa proporciona o rebalanceamento
constante da carteira entre os melhores papeis e fundos de renda fixa.
Alocação por Estratégia
22%
CDB
38%
Público Alvo: Investidores pessoas físicas ou jurídicas em geral que
buscam superar a variação do CDI no médio e longo prazos.
Início das atividades: 14/08/2014.
FIDC
8%
3%
Rentabilidades
%
Mês
0,04%
Ano
5,44%
12 meses
9,72%
24 meses
17,88%
36 meses
26,93%
Acumulado
97,84%
Patrimônio Líquido Atual
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
%CDI
3,8%
91,9%
82,7%
79,2%
85,4%
98,9%
R$ 13.691.874
R$ 28.010.083
High Yield
7%
2%
20%
Fundo DI
Letra Financeira
Debêntures
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+0.
Pagamento: D+1 (1º dia útil após a data de conversão de cotas).
Taxa de adm. mínima: 0,22% a.a.
Taxa de adm. máxima: 1% a.a.
Opus Alocação FIC FIM
Fundo Multigestor.
Público Alvo: Investidores em geral que buscam superar
substancialmente a variação do CDI no médio prazo, através de uma
carteira diversificada de fundos de investimentos.
Início das atividades: 03/06/2008
Rentabilidades
%
Mês
0,04%
Ano
5,44%
12 meses
9,72%
24 meses
17,88%
36 meses
26,93%
Acumulado
97,84%
Patrimônio Líquido Atual
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
%CDI
3,8%
91,9%
82,7%
79,2%
85,4%
98,9%
R$ 13.691.874
R$ 28.010.083
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+30.
Pagamento: D+31 (1º dia útil após a data de conversão de cotas). Com taxa de
saída de 5%.
Taxa de adm./ performance: 0,60% a.a. / 20% sobre o que exceder o CDI
Taxa de adm. máxima: 3,60% a.a. A taxa de administração máxima compreende a
taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do fundo
admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de
investimento investidos.
2/
Opus Ações FIC FIA
Fundo de gestão ativa, descorrelacionado do índice, concentrando foco na
busca de valor (enquadrado nas CMN 3792 e 3922).
Público Alvo: Investidores em geral, que buscam obter níveis de
rentabilidade superiores aos instrumentos convencionais do mercado
financeiro e de capitais, obedecendo, ainda, no que couber, às disposições
das Resoluções 3.792/2009 e 3.922/2010 do Conselho Monetário
Nacional.
Início das atividades: 31/10/2006
Rentabilidades
Mês
Ano
12 meses
24 meses
36 meses
Acumulado
%
-1,05%
1,21%
-0,24%
20,60%
26,47%
227,56%
p.p Ibov
-4,9p,p,
-0,1p,p,
8,2p,p,
26,5p,p,
191,7p,p,
Patrimônio Líquido Atual
R$ 11.188.359
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
R$ 54.231.321
Opus Hedge Agressivo FIC
Opus Hedge Institucional FIM
Fundo multiestratégia macro de baixa volatilidade (enquadrado nas
CMN 3792 e 3922).
Público Alvo: investidores em geral, que buscam obter níveis de
rentabilidade superiores aos instrumentos convencionais do mercado
financeiro e de capitais.
Fundo multiestratégia macro de média/alta volatilidade.
Público Alvo: Investidores em geral e clientes que buscam retornos
acima do CDI no médio/longo prazo.
Início das atividades: 06/09/2006
* O Fundo encontra-se fechado para aplicações.
Início das atividades: 07/02/2007
Rentabilidades
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+12 corridos.
Pagamento: D+3 (3º dia útil após a data de conversão de cotas).
Taxa de adm. / performance: 2,00% a.a. / 20% sobre o que exceder o Ibov.
Taxa de adm. máxima: 2,50% a.a. A taxa de administração máxima compreende
a taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do fundo
admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de
investimento investidos.
%
%CDI
Rentabilidades
Mês
0,83%
77,9%
Mês
-0,03%
Ano
5,11%
86,4%
Ano
3,52%
59,5%
12 meses
9,15%
77,80%
12 meses
4,63%
39,3%
24 meses
18,67%
82,73%
24 meses
15,03%
66,6%
36 meses
22,69%
72,00%
36 meses
12,11%
38,4%
Acumulado
119,46%
92,3%
Acumulado
123,29%
%
%CDI
87,0%
Patrimônio Líquido Atual
R$ 27.328.265
Patrimônio Líquido Atual
R$ 10.441.764
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
R$ 38.598.904
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
R$ 32.432.801
Resgate: Solicitação e cotização em D+0.
Pagamento: 1º dia útil após a data de conversão de cotas.
Taxa de adm. / performance: 1,00% a.a. / 20% sobre o que exceder o CDI
Taxa de adm. máxima: 1,50% a.a. A taxa de administração máxima compreende
a taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do fundo
admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de
investimento investidos.
Não há garantia de que esse fundo terá o tratamento tributário para fundos de
longo prazo.
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+30.
Pagamento: D+31 (1º dia útil após a data de conversão de cotas). Com taxa de
saída de 5%.
Taxa de adm. / performance: 2,00% a.a. / 20% sobre o que exceder o CDI
Taxa de adm. máxima: 3,00% a.a. A taxa de administração máxima compreende a
taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do fundo
admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de
investimento investidos.
Não há garantia de que esse fundo terá o tratamento tributário para fundos de
longo prazo.
3/
Opus Absoluto I FIC FIM
Opus Equity Hedge FIC FIM
Fundo multiestratégia macro de média/alta volatilidade.
Fundo multimercado multiestratégia de gestão ativa, concentrado no
mercado de ações.
Público Alvo: Investidores em geral que buscam rentabilidades
superiores ao CDI no médio/longo prazo.
Público Alvo: Investidores em geral que buscam rentabilidades superiores
ao CDI no médio/longo prazo.
Início das atividades: 14/11/2013
Início das atividades: 29/04/2011
Rentabilidades
%
%
%CDI
0,35%
32,5%
58,8%
Ano
4,66%
78,7%
50,2%
12 meses
4,98%
42,3%
-
-
24 meses
18,41%
81,5%
-
-
36 meses
32,96%
104,6%
Acumulado
54,38%
-0,08%
Ano
3,48%
12 meses
5,79%
24 meses
36 meses
Acumulado
%CDI
Mês
Mês
13,17%
70,5%
Rentabilidades
112,8%
Patrimônio Líquido Atual
R$ 2.184.416
Patrimônio Líquido Atual
R$ 50.052.621
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
R$ 11.097.347
Patrimônio Líquido Médio (12 meses)
R$ 148.121.643
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+30.
Pagamento: D+31 (1º dia útil após a data de conversão de cotas). Com taxa de
saída de 5%.
Taxa de adm. / performance: 2,00% a.a. / 20% sobre o que exceder o CDI
Taxa de adm. máxima: 3,00% a.a. A taxa de administração máxima
compreende a taxa de administração mínima e o percentual máximo que a
política do fundo admite despender em razão das taxas de administração dos
fundos de investimento investidos.
Não há garantia de que esse fundo terá o tratamento tributário para fundos de
longo prazo.
Resgate: Solicitação em D+0. Cotização em D+30.
Pagamento: D+31 (1º dia útil após a data de conversão de cotas). Com taxa de
saída de 10%.
Taxa de adm. / performance: 2,00% a.a. / 20% sobre o que exceder o CDI
Taxa de adm. máxima: 2,50% a.a. A taxa de administração má0xima compreende a
taxa de administração mínima e o percentual máximo que a política do fundo
admite despender em razão das taxas de administração dos fundos de
investimento investidos.
Não há garantia de que esse fundo terá o tratamento tributário para fundos de
longo prazo.
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