UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A LEITURA COMO INSTRUMENTO PARA O SUCESSO ESCOLAR Geise Santos de Oliveira Orientadora: Profª Maria Poppe Jacobina – Ba Março de 2009 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A LEITURA COMO INSTRUMENTO PARA O SUCESSO ESCOLAR Geise Santos de Oliveira Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia Institucional. Jacobina - Ba 2 “Um dos traços marcantes da evolução cultural brasileira, é sem dúvida, a resistência à leitura. Somos um país onde pouco se ler (...) o fenômeno reproduz situações criadas pela marginalização escolar que atinge a grandes contingentes das classes trabalhadoras, gerando um analfabetismo crônico, que inclui os que aprenderam a ler e os que foram induzidos a não gostar de ler” (MELLO, 1981, P.68). 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família que me prestaram todo o apoio necessário para a conclusão deste trabalho, em especial as minhas filhas Luísa e Júlia pelo amor incondicional 4 RESUMO O objetivo deste trabalho é de refletir a leitura como compromisso de toda a escola, desde o papel desta, até as práticas nas salas de aula, enfatizando a importância do Psicopedagogo na orientação e desenvolvimento de atividades que venham a melhoria no que se refere à promoção da leitura na escola. A Psicopedagogia Institucional trabalha com a prevenção das dificuldades de aprendizagem, procurando implantar na escola, práticas que melhorem o processo de ensino-aprendizagem. Fundamentado neste pensamento, faz-se necessário uma reflexão sobre a prática pedagógica em favor do sucesso escolar, motivando um olhar e um refletir sobre a ação do professor e da escola em seu conjunto, sobre seus compromissos. 5 METODOLOGIA Para a realização desta pesquisa monográfica, a metodologia empregada tem um caráter bibliográfico e investigativo. Primeiro é feito um aprofundamento teórico com autores como, Ezequiel Theodoro da Silva, Regina Zilberman, Marisa Lajolo, Paulo Freire, Sara Pain, Vicente Martins, Jesus Nicasio Garcia, Maria Lucia Weiss, entre outros que contribuíram da mesma forma no que diz respeito à leitura e as dificuldades de aprendizagem, investigando seus processos históricos e compreendendo sua função social, tornando possível aprofundar nas questões que permeiam a prática da leitura no seu contexto escolar e alguns problemas que impedem as crianças de desenvolverem a leitura. Conhecendo a relação entre o desenvolvimento infantil e a leitura. Todos os pontos definidos acima determinam os caminhos que delimitam esta pesquisa, mostrando a relevância da reflexão sobre a leitura e a formação de leitores nas escolas, por entender a sua fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento de alunos críticos no seu convívio em sociedade. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................08 CAPITULO I – Breve histórico da leitura ........................................................10 1.1.A leitura na sociedade contemporânea ....................................................13 CAPÍTULO II – Dificuldades de aprendizagem................................................16 2.1. Dislexia.....................................................................................................19 CAPÍTULO III – O trabalho do Psicopedagogo na prevenção às Dificuldades de Aprendizagem quanto à leitura........................................................................23 3.1. A relação entre a Leitura e o Desenvolvimento Infantil............................24 CONCLUSÃO..................................................................................................28 BIBLIOGRAFIA................................................................................................29 7 INTRODUÇÃO Esta monografia faz uma reflexão sobre a relação da Psicopedagogia com o desenvolvimento da leitura na sala de aula, discutindo o desencadeamento dos modos do fazer ler na escola, destaca as principais dificuldades encontradas para o desenvolvimento da leitura, conhecendo um pouco de alguns problemas que possam afetar nesse processo, como a dislexia, disortografia e disgrafia. O que motivou um olhar psicopedagógico e um refletir sobre a ação do professor e da escola em seu conjunto, sobre seus compromissos. Por avaliar e distinguir as possibilidades, os desejos de aprender e quais as condições mais favoráveis para que isso ocorra, a Psicopedagia pode orientar os educadores em suas ações no que se refere ao aprendizado e desenvolvimento da leitura, para que possam oferecer aos alunos situações estimuladoras, ambientes favoráveis, que possibilitem o gosto pela leitura, para que desta forma o individuo se desenvolva por inteiro. Tornando a leitura não apenas um simples detalhe educacional, mas uma necessidade básica ao ato de estudar e aprender. Muito mais do que um mero mecanismo de decodificação, a leitura deve ser um processo interativo e de compreensão do mundo. O Psicopedagogo deve orientar o professor para estar atento aos problemas e dificuldades apresentados pelas crianças, para que possa estar oferecendo diferentes possibilidades de leitura, utilizando diversos recursos como, livros, poemas, notícias, receitas, imagens. Ele também poderá contribuir na melhoria das condições de trabalho dos professores, sugerindo atividades diversificadas, explorando os espaços da escola, deixando um pouco a sala de aula e passando a explorar outros espaços, como o pátio, a biblioteca, motivando ao aluno na aquisição e desenvolvimento da leitura. Portanto, este trabalho tem como objetivos: refletir sobre a leitura como compromisso de toda escola, desde o papel desta nesse processo até as práticas nas salas de aula, enfatizando que essa relação constitui condição 8 indispensável à formação da criança e ao sucesso escolar; verificar se a biblioteca escolar constitui-se em espaço de interação e complemento no processo de aprendizagem; definir a responsabilidade do professor na observação dos problemas aprendizagem da leitura. apresentados pelas crianças quanto à Para a realização desta pesquisa monográfica, a metodologia empregada tem um caráter bibliográfico e investigativo. No primeiro capítulo é feito um aprofundamento teórico com autores como, Ezequiel Theodoro da Silva, Regina Zilberman, Marisa Lajolo, Paulo Freire, entre outros que contribuíram da mesma forma no que diz respeito à leitura, investigando seus processos históricos e compreendendo sua função social, tornando possível aprofundar nas questões que permeiam a prática da leitura no seu contexto escolar. Conhecendo o momento em que a leitura se tornou necessária e se revelou por estímulos da sociedade, e refletindo sobre a contribuição da biblioteca e a maneira como os professores e a escola estimulam o hábito da leitura. O segundo capítulo traz uma abordagem sobre as dificuldades de aprendizagens, a importância de conhecer e prevenir, mostrando como elas podem afetar o desenvolvimento escolar e social da criança. Destacando um pouco a Dislexia, por estar mais diretamente relacionada à leitura. No terceiro capítulo faz uma abordagem sobre o trabalho do Psicopedagogo na prevenção às dificuldades de aprendizagem quanto a leitura, mostrando de que forma este profissional pode ajudar o professor no planejamento e execução de atividades que promovam a leitura, incluindo todos os espaços da escola. Destacando a relação entre a leitura e a importância de levar em consideração do desenvolvimento infantil. Todos os pontos definidos acima determinam os caminhos que delimitam esta pesquisa, mostrando a relevância da reflexão sobre a leitura e a formação de leitores nas escolas, por entender a sua fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento de alunos críticos no seu convívio em sociedade. 9 CAPÍTULO I - BREVE HISTÓRICO DA LEITURA Foi a partir do século XVIII que a leitura se revelou por estímulos e necessidades da sociedade, evidenciando definitivamente que se trata de uma atividade definida por seus aspectos sociais. Segundo ZILBERMAN (1993) “essas mudanças se deveram às transformações, de dois tipos, a primeira de orientação tecnológica, a segunda institucional”. Talvez a principal contribuição da tecnologia para a leitura tenha sido a invenção da imprensa mecânica, no século XV. Essa invenção conferiu ao livro outra configuração material, de que adveio sua maior maleabilidade e acessibilidade. Ele deixou de ser um objetivo raro e de difícil utilização, para aos poucos, pôr-se ao alcance de um maior numero de pessoas. Com a disponibilização de novas tecnologias de reprodução, as tipografias puderam aumentar a tiragem das obras, as livrarias viram crescer o volume das vendas, os consumidores presenciaram o aparecimento e a consolidação de uma variedade notável de meios de comunicação por escrito que se apresentam sob diferentes formas, desde as já tradicionais, como o livro, até os mais avançados, como o jornal, o cartaz e o folhetim. “Desdobrava-se uma revolução cultural, assinalada pela expansão das oportunidades de acesso ao saber” (ZILBERMAN, 1993). A leitura tornou-se uma prática progressivamente usual entre as pessoas das diferentes classes sociais. Contudo, a distribuição da leitura entre esses grupos não se deu de modo semelhante, nem igualitário, de um lado ocorreu a pluralização das preferências, e de outro, os intelectuais. Com efeito, a ploriferação dos materiais de leitura resultou na fragmentação do gosto. Esta fragmentação foi solidária com a preferência da camada dominante: a aristocracia repartiu-se entre os grupos diversos de consumidores. E mesmo dentro de um único segmento social o gosto se duplicou, foram escritos gêneros destinados ao público feminino, ao masculino e ao infantil. “Os produtos destinados à leitura visavam à burguesia também por essa constituir uma classe letrada; e por ela ter assumido a escolaridade como necessidade geral a ser encampada pelo Estado e difundida entre todas as 10 parcelas da população” (ZILBERMAN, 1999). Esta mudança de ordem institucional colaborou na definição do caráter social da leitura, mas se deu pelo reforço dos vínculos com o ensino. A competitividade entre burguesia e aristocracia pelo poder foi transferida para o âmbito da educação, e a maior capacidade passou a ser medida em termos de acúmulo de saber. E na base desse processo estava a alfabetização, por isso, conhecer passou a depender cada vez mais do ler. Essa habilidade só era obtida na escola, de modo que foi preciso expandir o sistema de ensino, torná-lo obrigatório e valorizar seus resultados. Com isso, a escola deixou de ser um lugar para tornar-se uma instituição, com a qual a leitura vinculou-se para sempre. Com a expansão da leitura como prática social e a implantação de um sistema escolar unificado, houve uma multiplicação do número de leitores e, conseqüentemente, a institucionalização de um espaço especializado para práticas de leitura no contexto escolar. A Biblioteca então se consolidou como um espaço de saber organizado, composto de textos valiosos, disponíveis para a aprendizagem sistematizada. “A Biblioteca é uma instituição que faz parte do contexto brasileiro desde os seus primórdios, quando o país havia sido descoberto pelos europeus que, através de doutrinas religiosas eminentemente católicas, catequizavam e colonizavam os habitantes que aqui encontraram. É deste período que a data a primeira Biblioteca Brasileira, a Biblioteca do Colégio da Bahia, criada em 1568. O seu acervo contava com um conteúdo informacional que atendia a certos interesses culturais, comportamentais e até políticos, e que contribuía com o processo de colonização, que veio impor um 11 novo modo de ser e de fazer social” (SALES, 2004: 2) 1. Dessa forma, a necessidade inicial da criação de Bibliotecas aqui no Brasil era, aparentemente, de auxiliar no processo de catequização dos povos que habitavam o território. Somente da década de 70, começaram a surgir trabalhos mais sistemáticos com o intuito de tornar a biblioteca parte integrante das escolas. Muitos estudiosos fazem referência sobre a criação de bibliotecas pelo Brasil afora. CONTIERO (2000: 6) é aqui desta forma destacado por afirmar que: “É importante se ter na escola uma biblioteca, pois, entende-se que ela é o centro cultural e de apoio pedagógico da escola, por onde deveriam passar o currículo e os programas educacionais. Tudo o que o professor realiza em sala de aula deveria ser buscado na biblioteca: mapas, revistas, jornais, livros, músicas, jogos, enfim, tudo; a biblioteca deveria ser o coração da escola” (CONTIERO, 2000: 6). Com essas considerações a leitura se expandiu como prática social multiplicando o número de leitores, devido às mudanças tecnológicas e institucionais no ensino e aos projetos de incentivo à implantação de bibliotecas nas escolas. Para dar suporte a essa nova geração de leitores foi preciso pensar como integrar esse novo espaço a escola e com qual finalidade. De acordo com as afirmações e os objetivos declarados pela UNESCO (2000) no Manifesto da Biblioteca escolar de 1980, “os serviços das bibliotecas escolares são essenciais para uma efetiva educação de todas as crianças e adolescentes”. Outro estudioso como Evans (1998) valoriza a biblioteca escolar com a missão de acarinhar o processo educacional, contribuindo para que todos os 1 Fernanda de Sales. Mestre, Professora do departamento de Biblioteconomia da Universidade Estadual de Santa Catarina. 12 membros da comunidade escolar se tornem utilizadores eficientes de informação e idéias, em todas as suas formas e veiculados por diferentes mídias. Com toda essa evolução histórica, hoje se requer um esforço adicional através da escola, da biblioteca, dos agentes da educação e de toda a comunidade para se fazer possível à formação de uma sociedade leitora. A leitura é a porta de acesso à informação do individuo crítico. É preciso que cada educador saiba da importância de participar da criação de ambientes favoráveis à leitura, dentro e fora da sala de aula. Essas discussões que se acirraram nos últimos anos acompanham a leitura no Brasil e o debate sobre os objetivos e a derrubada das altas taxas de analfabetismo da população do país. Assim é de fundamental importância à existência, na escola, de uma biblioteca viva, atualizada e acessível aos alunos, capaz de possibilitar o contato direto com livros e demais materiais para a leitura e caracteriza-se como um lugar adequado para a prática da pesquisa. O aproveitamento deste espaço cultural faz com que a biblioteca marque o contato efetivo do aluno com fontes variadas de informação para o aperfeiçoamento do conteúdo escolar. A leitura e a biblioteca são peças importantes no processo ensinoaprendizagem, tornando-se essencial para o desenvolvimento do aluno, ao longo de sua vida escolar. 1.1- A Leitura na Sociedade Contemporânea Hoje ler e escrever são entendidos como operações em nossa sociedade, estabelecendo-se como processo de natureza histórica, revelando-se ainda como um tipo de atividade integradora e imprescindível à vida social. Ao ler um texto, um livro, o leitor interage como os personagens do texto e até mesmo com o autor. A partir, dessa inter-relação, leitor e leitura não existem isoladamente. Constitui-se mutuamente nesse ato de produção, tal leitor levará para o texto sua experiência prévia de vida e também suas visões individuais de mundo. Enfim preencherá o texto com sentidos que expressem as circunstâncias sócio-históricas e pessoais de seu tempo. 13 Uma sociedade que domine a leitura e a escrita tem conseqüentemente o dever de estender e garantir politicamente o domínio de tais atividades a todos os seus cidadãos. Mas, quem de direito deve formalmente planejar, implementar e realizar semelhantes tarefas? Fundamentalmente a escola, mas sem abrir mão das contribuições da família, do grupo social, dos próprios veículos de massa. Embora se reconheça que compete à escola delimitar campo específico de atuação dentre eles o da leitura, é preciso que essa escola desperte para a evidência de uma nova realidade suposta por um mundo que se define com novos contornos, pois como bem observa ROCCO (1999) 2, “se antes se lia, talvez mais, só na escola ou no espaço privado do quarto, observa-se hoje, porém, que o exercício de ler ocorre menos na escola, na casa e nos lugares públicos” ·. Lê-se de tudo e em toda a parte, jornais, revistas, outdoors, livros, panfletos, receitas; lê-se em ônibus, nas filas. O leitor contemporâneo e a leitura que hoje se faz têm perfis diferentes daqueles com que a escola idealmente vinha trabalhando. “O final dos anos 80 e início dos 90 desvendaram, pois, a existência de um outro tipo de leitor, social e individualmente diferente” (PROUST, 1990. P.26) 3. O aspecto fundamental que sustenta a atividade de ler, hoje tão disseminada por espaços diversos e pouco desenvolvida na escola é o prazer, força que impulsiona e mantém viva a leitura. Não é demais ressaltar que a escola formal parece ignorar a passagem do tempo, desconhecer as novas faces do mundo e não enxergar a vida real. Os alunos gostam sim de ler, mas, salvo exceções, não suportam ler na escola, já que os textos propostos quase nunca despertam o necessário prazer que deve presidir toda a atividade do leitor, até mesmo para os clássicos. Os jovens e crianças lêem mais por exigência de uma avaliação, para responder às questões dos livros didáticos. Quase nunca a leitura vem ligada à satisfação, quase nunca ocorre em um espaço socializado e aberto. Leitura e escrita apresentam, evidentemente, características que demandam uma preocupação lingüística e pedagógica. E dessa forma a escola 2 3 Maria Thereza Rocco-Professora livre docente associada da Faculdade de Educação da USP. M. Proust. Sobre a leitura, Campinas: Pontes, 1990.P.26. 14 precisa, sem dúvida, além de trabalhar a fruição, cuidar dos modos de produção da leitura e da forma pela qual o individuo constrói sua atividade de leitor. Sabe-se que as crianças constroem suas aprendizagens por meio de linguagens como a televisão, cinema, vídeo e fotografias, por exemplo. Cabe a escola a adequação da ação pedagógica á essa nova realidade cultural criada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e de processamento de informação. O trabalho escolar com todas essas formas de linguagens precisa considerar as formas próprias de cada sujeito de utilizar dessas linguagens, de maneira articulada e, mais, dar lugar as diferentes formas de entender, de explicar, de interpretar e de simbolizar na sala de aula através da utilização de sinais, símbolos e signos e em deferentes situações possíveis. Quando se entende a leitura como um processo interativo, do qual participam várias formas de linguagem não se pode pretender fazer deste processo algo separado do mundo. 15 CAPÍTULO II - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender. A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência. Segundo Maria Lúcia Weiss(2001, P.74, “a aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo”. A autora considera aprendizagem as “como dificuldades uma de resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola”. O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no processo 16 de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa. Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares. Se a dificuldade fosse apenas originada pelo aluno, por danos orgânicos ou somente da sua inteligência, para solucioná-lo não teríamos a necessidade de acionarmos a família, e se o problema estivesse apenas relacionado ao ambiente familiar, não haveria necessidade de recorremos ao aluno isoladamente. Segundo GARCIA (1998), uma dificuldade de aprendizagem refere-se a um retardamento, transtorno ou desenvolvimento lento em um ou mais processos da fala, linguagem, leitura, escrita ou aritmética ou outras áreas escolares (...). Várias são as causas que impedem o êxito no processo de aprendizagem da leitura, é necessário, portanto, conhecer o funcionamento do sujeito nos diferentes aspectos envolvidos neste processo, ou seja, o orgânico, o cognitivo, o emocional, o pedagógico e o social. A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade): - Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina. 17 - Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras conseqüentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto. - Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usálos, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem seqüências lógicas e outros. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido. - Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino. - Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como conseqüência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação. - TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que trás consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados. 18 Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades. Dentre estas dificuldades apresentadas, iremos destacar e aprofundar aqui a Dislexia. 2.1. DISLEXIA Dentre várias dificuldades de aprendizagem associadas ao insucesso da vida estudantil, a dislexia se destaca por estar relacionada à leitura e à escrita, que são fundamentais no processo de aprendizagem. A dislexia é um dos vários distúrbios de aprendizagem que merece estudos para que haja uma efetiva ação psicopedagógica com o objetivo de diminuir seus sintomas. Segundo GONÇALVES (2006) a dislexia é um distúrbio de aprendizagem que envolve áreas básicas da linguagem, podendo tornar árduo esse processo, porém, com acompanhamento adequado, a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender. O psicopedagogo é um dos profissionais que faz parte do grupo multidisciplinar de avaliação da dislexia, logo, é relevante focar o estudo na concepção psicopedagogica, pela sua importância na instituição escolar, bem como na avaliação diagnostica e no tratamento de alunos disléxicos. 19 A Psicopedagogia trabalha e estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, contribuindo na recuperação das habilidades cognitivas, emocionais, sociais, visando o sucesso nos diversos contextos em que atua. Segundo FREITAS (2006) a psicopedagogia entende a dislexia como um distúrbio do processo de aprendizagem, principalmente no período de aquisição da leitura e da expressão escrita. Para GONÇALVES (2006) os adjetivos mais comuns que são nomeados os disléxicos são: preguiçoso, desligado e desorganizado, fazendo parte do seu dia-a-dia e marcando a sua vida. Nos consultórios psicopedagogicos é comum o disléxico chegar com baixa auto-estima devido à vivência de múltiplos insucessos escolares. Dificuldades na leitura e na escrita, letra ruim, troca de letras, lentidão caracterizam esse distúrbio de aprendizagem. São crianças inteligentes que não são providas de habilidades especificas de leitura e escrita, porém são ótimas na oralidade, no esporte e em várias atividades no contexto escolar. Ainda segundo FREITAS (2006, P. 1) a atuação do psicopedagogo é uma busca constante ladeada por diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do cliente/paciente disléxico. Essa busca de técnicas e estratégias de trabalho visa o que mais fará sentido ao disléxico; “objetiva em suas sessões conhecer, estender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento”. A abordagem de trabalho associa o estímulo e o desenvolvimento através de métodos multissensoriais, que partem da linguagem oral à estruturação do pensamento, da leitura espontânea à discussão temática, da elaboração crítica e gerativa das idéias à expressão escrita, incorporando o processo da aprendizagem. Faz-se necessário compreender não apenas o porquê da não aprendizagem, mas o que aprender e como se desenvolve este processo. Deve-se também valorizar o conhecimento do aprendente, valorizando a sua auto-estima, trabalhando com procedimentos específicos e individualizados em cada atendimento. 20 A responsabilidade e seriedade do trabalho psicopedagógico com clientes disléxicos, faz com que muitos alunos propensos ao fracasso escolar sejam resgatados, através de um plano de trabalho individualizado e comprometido com o sucesso em todos os âmbitos: escolar, emocional e social. Sinais da dislexia: - Na primeira parte da infância: • Atraso no desenvolvimento motor; • Atraso na deficiência na aquisição da fala; • A criança apresenta ter dificuldade de entender o que está ouvindo; • Distúrbios do sono; • Chora muito e parece inquieta ou agitada, entre outros. - A partir dos sete anos de idade: • Lentidão ao fazer os deveres escolares; • Interrompe constantemente a conversa dos demais; • Só faz leitura silenciosa; • Tem grande imaginação e criatividade; • Tem mudanças bruscas de humor; • Letra feia; • Dificuldade com a percepção espacial; • Confunde direita, esquerda, em cima, em baixo; na frente, atrás; • Troca de palavras; • Tolerância muito alta ou muito baixa à dor; • Dificuldade de soletração e leitura; • Inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever, etc.; 21 Tratamento Não existe um só tratamento para dislexia, porém a maioria enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. É importante que a criança disléxica faça leitura em voz alta na presença de um adulto para que esse possa corrigi-la. É muito importante que a criança receba apoio, seja atendida com paciência pelos pais, familiares, amigos e professores. Pois a criança sofre com a falta de autoconfiança, ter esse apoio gera uma melhora significativa no comportamento do disléxico. É importante que a criança disléxica seja ensinada por professores capacitados, que tenham qualificação para ensiná-la, pois um profissional desqualificado pode agravar o problema de dislexia do indivíduo. A dislexia tem cura, só depende do profissional e da técnica utilizada no tratamento. 22 CAPÍTULO III - O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO NA PREVENÇÃO ÀS DIICULDADES DE APRENDIZAGEM QUANTO A LEITURA A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Nas instituições educacionais, o Psicopedagogo poderá ajudar os professores promovendo reflexões a cerca da leitura como prática social, procurando desvendar os processos de desenvolvimento da leitura, a fim de desvendar o método utilizado em sua aprendizagem. Auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas. Muitas vezes os professores não conhecem a causa da recusa das crianças em relação à leitura e termina impondo-a como parâmetro para incentivá-las a gostarem de ler, mas quase sempre as experiências dão erradas. Primeiro por que não é obrigado que se faça com que às crianças leiam. Segundo porque a metodologia utilizada na sala de aula muitas vezes não é adequada. Também não se aprende a ler de um dia para o outro, daí a importância de se estimular à criança desde cedo a ter acesso ao livro, que estimulem a imaginação. “A função primordial da escola seria propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimento. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem criticamente em seu espaço social. (SOARES, 1995: 73)”. 23 Livros, jornais, revistas, poesias são excelentes fontes de leitura, mas é preciso estar em sintonia com aquilo que as crianças gostam de ler, para que a leitura venha a se processar sem bloqueio. O psicopedagogo deve orientar os professores para elaborarem aulas mais motivadoras, tornando a linguagem, a metodologia da escola mais atraente, procurando desenvolver projetos de leitura que promovam o gosto pela leitura. O que não pode deixar de ser destacado é a importância de reconhecer a idade escolar do aluno, para que possa ser feito um trabalho válido levando em consideração o desenvolvimento da criança. Para cada fase de desenvolvimento deve ser feito um trabalho diferenciado, considerando as manifestações correspondentes à fase e o tipo de leitura adequada. 3.1.A relação entre a leitura e o desenvolvimento infantil De qualquer ângulo que se considere, a primeira infância desperta interesse teórico. No período que vai do 0 até aos 6 anos é notório o progresso geral do desenvolvimento lingüístico, físico, perceptivo e motor de uma criança, sem esquecer seu avanço na socialização. A primeira infância se converte em uma idade importante para o processo educativo e de maturidade de uma pessoa. A grande pedagoga italiana Maria Montessori afirma que a criança de 6 anos tem uma “construção mental” diferente da que se desenvolve depois. Tal diferença se acentua ainda mais nas menores. As crianças são capazes de observar imagens do ambiente incluso (compreendido), quando estão guardadas em seu inconsciente. A partir dos 3 anos, se bem que este modo de conhecimento predomine, ela vai sendo capaz de adquirir uma grande quantidade de noções com seus esforços. Explora ao seu redor e capta as coisas com suas próprias atividades. Porém é certo que o adquirido em seu período “observador” é o que se converte em guia para a formação da mente e do caráter vindouro. Piaget (1975) distingue dois grandes períodos: o período da inteligência sensório-motora (de 0 aos 2 anos) e o período pré-operacional (dos 2 aos 7 anos). 24 No estagio sensório-motor, não tem sentido falar propriamente da leitura, salvo dentro do aspecto globalizado, que se atribui à literatura infantil. À criancinha impressionam os sons e os movimentos que fazem diante dele. Nesta fase, as canções e as rimas de versos curtos, acompanhados de gestos e palmas podem ser os mais indicados, podendo contribuir de um modo fundamental para o desenvolvimento afetivo. O período pré-operacional, que vai dos 2 aos 7 anos, se caracteriza pelo pensamento da criança ligado aos significados imediatos. Não executa operações mentais, senão as que respondem aos conhecimentos novos em função de suas qualidades perceptivas. Entre os 2 e os 4 anos, as crianças são fundamentalmente “egocêntricas”. Não somente pensam de acordo com suas percepções imediatas, como estas se estruturam em função de sua própria concepção do mundo, centrada em si mesma. Também se manifesta uma forte tendência para perceber as coisas animadas como dotadas de uma vida interior intencional semelhante à sua. Essas características fazem com que a criança tenha inclinações para os contos e fábulas com personagens e objetos que têm vida. Dos 4 aos 7 anos, as crianças adquirem uma maior capacidade de representação. Sua percepção dos objetos e pessoas começa a ser mais completa. Piaget chama a isto “lapso intuitivo”, porque se encontra em transição direcionando-se a um desenvolvimento cognitivo mais elevado, com a utilização de operações mentais mais concretas. Ao longo do período pré - operacional se produz grande avanço na capacidade de leitura: desde os livros de imagens até interpretação dos primeiros textos escritos. É o momento de trabalhar com a criança a leitura e a imagem: descobrir as figuras dominantes, perceber as cores, localizar especialmente os objetos e mais tarde descobrir as conexões entre os desenhos e as associações das ilustrações e o texto literário. Salientamos a importância de lhe oferecer, desde o princípio, não só uma leitura compreensiva, mas também critica. Dotar a criança de instrumentos de interpretação da imagem irá convertê-la em receptor ativo em frente à linguagem inconsciente do mundo audiovisual em que está inserida. 25 Os interesses literários nesse período são muito amplos e vão evoluindo, conforme avança a capacidade de representação. Antes dos três anos, os leitores gostam de historias muito curtas, de temas simples e claros, de idéias e de linguagem. Os temas devem apresentar situações que as crianças vivenciam em seu cotidiano: a família, a casa, seus brinquedos, animais domésticos e festas. Também são adequadas as canções repetitivas e as narrações em que aparecem vozes diversas e sons onomatopéicos. A partir dos quatro anos entra em jogo um novo fator que a criança aprecia: a fantasia. Os contos de fada são apropriados para essa fase. A linguagem oral é a que tem maior importância no período pré-escolar. Portanto, todas as manifestações da leitura oral são mais adequadas na idade pré - leitora. A atividade narrativa deve ser a base primordial da animação da leitura na primeira idade, porque é o primeiro contato da criança com o feito literário. É conhecido de todos o interesse que despertam nela as narrações. A criança, por sua grande capacidade de afetividade e por sua facilidade de converter o fantástico em real, necessita do conto e da narração. Os relatos enriquecem seus conhecimentos e colocam em andamento sua imaginação. Estimulam a sensibilidade artística mediante imagens atrativas. Parece bastante evidente que a partir dos 4 anos, as crianças pré escolares vão adquirindo as habilidades necessárias para compreender uma história(esquema cognitivo prévio que se corresponde estreitamente com as categorias básicas presentes em uma narração). São capazes, portanto, de recordar em ordem correta o enredo da história sempre que o conteúdo lhes seja familiar e se ajuste às suas expectativas. Daí a importância de fomentar o esquema de narrações, através de experiências variadas: contos e histórias de distintos conteúdos e complexidade. Sugerimos não utilizar somente com as crianças pré-escolares a comunicação oral, mas também aproveitar as possibilidades que oferecem os apoios visuais, auditivos e manipulativos. Citamos por exemplo; histórias em vídeo, fitas cassetes e CD ROM, além dos livros de materiais como pano e plástico. Não podemos nos esquecer de que a linguagem natural da criança é 26 uma linguagem total, tanto por seus modos de expressão como porque implica toda a sua personalidade: o afetivo e o cognitivo estão plenamente unidos. 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos últimos tempos, como mostra a história social da leitura, houve alterações no que se diz respeito ao papel da escola em relação à leitura, exigindo do educador a compreensão do contexto do mundo contemporâneo e competências para agir com autonomia e criticidade frente a ela. O educador não pode arrogar-se ao direito de desconhecer ao menos as principais dificuldades de dificuldades, para estudar modos de agir quando elas aparecem. Convivemos com quadros bastante precários na educação do Brasil, muitas escolas não têm para onde encaminhar seus alunos, mesmo quando os problemas têm certa gravidade. Portanto, é muito importante conhecer os sintomas, saber o que fazer em certos casos, usando as ferramentas que se dispõem no momento. O Psicopedagogo Institucional deve orientar o educador a conhecer os problemas que podem impedir o aluno de avançar no processo de ensino aprendizagem, destacando aqui, no processo de aquisição da leitura. Motivando o professor a apresentar aos seus alunos as diferentes possibilidades de leitura, livros, poemas, notícias, receitas, imagens. Contribuindo no desenvolvimento da capacidade de interpretar e estabelecer significados dos diferentes textos, promovendo variadas situações novas que levem a uma utilização diversificada da leitura. Ajudando os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula, procurando colaborar na elaboração de um projeto pedagógico que promova o hábito da leitura. 28 Referências Bibliográficas BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. CAGLIARi, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo, Ed. Scipione, 2001. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 39º ed. São Paulo, Cortez 2000. GARCIA, Edson Gabriel. A leitura na escola de 1º grau: Por uma outra leitura da leitura. Edições Loyola, São Paulo, 1988. GARCIA, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de aprendizagem – linguagem, leitura, escrita e matemática. Porto alegre: Artes médicas, 1998. 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