Proposta de inclusão da
concepção político-pedagógica e
visão político-epistemológica de
Paulo Freire no TCC
Professora: Lilian Gelatti
Aluna: Lurdes Marilene da Silva Jung
Turma: 04 RS-PR
À partir das leituras realizadas durante o
seminário Paulo Freire pude refletir sobre meu
trabalho na área de IE e confirmar como as suas
concepções de educação e de homem estão
presentes na nossa prática ainda hoje.
Por isto justifico a inclusão destas concepções
e a sua visão como suporte para análise e
fundamentação do meu PA na escola e apresento
minha proposta .
Após vinte anos de trabalho com
informática educativa, vivenciar a prática de
projetos de aprendizagem na escola gerou
um novo processo reflexivo sobre esta
metodologia de abordagem.
Reavivou minhas crenças que esta
prática pode desenvolver:
•Autonomia
•Criatividade
•Socialização
O enfoque do meu TCC será:
• Como a prática
conhecimento
de
PAs
pode
promover
• Estratégias , ações necessárias, almejando
promover o conhecimento dos alunos e professores
em interação constante
• A significância das intervenções durante o processo
de desenvolvimento de um PA
• Uso de software colaborativo como promotor de um
processo de aprendizagem e interação
• Como realizar este trabalho com alegria, trabalhando
as diferenças dos sujeitos envolvidos na proposta
“ há uma relação entre a alegria necessária
à atividade educativa e a esperança. A
esperança de que professor e alunos juntos
podemos aprender, ensinar, inquietar-nos,
produzir e juntos igualmente resistir aos
obstáculos à nossa alegria “
Paulo Freire
Procurei observar e promover a problematização
de situações surgidas durante o trabalho (nem
sempre com sucesso).
Como segundo Paulo Freire num primeiro
momento a realidade não se dá aos homens
como objeto cognoscível por sua consciência
critica, considero importante as questões do
“que eu sei” e do “que eu ainda não sei”, sobre
determinado assunto, levando o aluno à um
processo reflexivo.
Dificuldades encontradas:
• Pouca ou nenhuma demanda por parte
dos alunos.
•Falta de momentos de planejamento com
os professores
•Cobrança de trabalhar o currículo
•A necessidade da análise da instituição
escolar que ainda tenta manter a
estrutura existente e grupos tentando
mudança
Inovar não é criar do nada, dizia Paulo
Freire, mas ter a sabedoria de revistar o
velho. Revistar sua prática para pensar
a informática na escola é coerente com
o sonho de fazer uma escola de
qualidade para uma cidadania crítica.
Como nos fala Gadotti: “o significado
mais profundo da obra de Paulo Freire é o
de nos oferecer pistas, linhas de partida,
para os caminhos a descobrir, na
construção do futuro”
Esta vivência se deu nos momentos
em que se fizemos a escuta dos alunos,
nos momentos de planejamento , no
estabelecimento de estratégias
O computador como ferramenta para
desenvolvimento da pedagogia de
projetos de aprendizagem pode ser meio
para provocar mudança.
Fazer a escuta das demandas dos alunos
pode nortear para uma ação pedagógica
que fale da sua vida, da sua realidade
Freire entendia a tecnologia como
uma das “grandes expressões da
criatividade humana” e como “a
expressão natural do processo criador
em que os seres humanos se engajam
no momento em que forjam o seu
primeiro instrumento com que melhor
transformam o mundo”
(FREIRE, 1968a, p.98)
Isto implica, por sua vez, o
conceito de escola cidadã, ou
seja, o lugar de produção de
conhecimento, de leitura e de
escrita onde o computador ou
a rede de computadores
constituirão
elementos
dinamizadores, favorecendo o
funcionamento progressivo da
instituição
e
da
própria
cidadania democrática.
O desenvolvimento de um PA na escola
pode provocar e promover:
Interação
Problematização
Conscientização
Ação-reflexão
Criticidade
Horizontalidade nas trocas
Construção de conhecimento
Perguntas que Paulo freire coloca como provocadoras da
substantividade das coisas, da razão de ser delas, de suas
finalidade, do modo como se fazem e que geram toda a
significância no desenvolvimento de um PA:
Quê?
Por quê?
Para quê?
Por quem?
A favor de quem?
Para quem?
Contra quê?
Contra quem?
A favor de quê?
DESAFIOS A SEREM VENCIDOS:
Como levar o aluno a ter vontade de
ler o mundo além da sala de aula?
Como promover esta motivação?
Qual a significância das intervenções?
[...] o exercício de pensar o tempo, de pensar
a técnica, de pensar o conhecimento
enquanto se conhece, de pensar o quê das
coisas, o para quê, o como, o em favor de
quê, de quem, o contra quê, o contra quem
são exigências fundamentais de uma
educação democrática à altura dos desafios
do nosso tempo
(FREIRE, 2000a, p. 102).
Em 1985 foi implantado em Novo Hamburgo o
primeiro Centro de Informática Educativa em rede
publica da América Latina, tendo na obra de Paulo
freire” Educação e Mudança” o suporte teórico neste
processo.Tal fator me leva à uma criticidade mais ampla
quanto ao uso do computador na educação,
questionando os avanços e entraves que tivemos até
hoje no trabalho com informática educativa.
Refletindo...
• O problema é saber a serviço de quem
eles (computadores) entram na escola.
• Será que vai se continuar dizendo aos
educandos que Pedro Álvares Cabral
descobriu o Brasil? Que a revolução de
64 salvou o país? Salvou de que,
contra que, contra quem? Estas coisas é
que acho que são fundamentais
(FREIRE, 1984a, p. 1).
Um outro elemento importante de sua
concepção de tecnologia é a politicidade.
A tecnologia, como prática humana, é
política, é permeada pela ideologia .
Considero que em nenhum momento
da nossa prática podemos deixar de
desvelar a serviço de quem e do que
estamos desenvolvendo nosso trabalho.
Somos grupos de resistência? Vamos
refletir sobre isto...
Na relação educador-educando, deve-se
privilegiar a responsabilidade mediadora do
professor. Ou seja, sua capacidade de mediar
o educando e o computador, gerenciando
democraticamente
a
complexa
rede
propiciada
pela
informática,
“problematizando, junto aos educandos, o
conteúdo que os mediatiza”.
Partindo de uma das premissas do Pensamento
freireano, segundo a qual o conhecimento é
“entender o mundo-palavra”, reconhece-se a
necessidade da apropriação, pelos educadores,
dos avanços científicos do conhecimento humano
que possam contribuir para a qualidade da escola
que se quer”.
E nunca esquecermos que ensinar exige
alegria e esperança e que a educação é uma
forma de interferência no mundo!!!!!
“ Gosto de ser gente porque, inacabado, sei
que sou um ser condicionado mas,
consciente do inacabamento, sei que posso
ir mais além dele. Esta é a diferença
profunda entre o ser condicionado e o ser
determinado.”
Paulo Freire
Referências bibliográficas:
Textos e indicações de leitura, publicados na disciplina
proa 8 Seminário Paulo Freire
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À partir das leituras realizadas durante o seminário Paulo Freire