MESTRADO EDUCAÇÃO OS SABERES E FAZERES NO ATENDIMENTO À SAÚDE INDÍGENA EM UNIDADES DE SAÚDE DA REDE SUS CUIABÁ-MT. ADRIANE APARECIDA DE FREITAS SILVA Este trabalho traz os resultados parciais de uma pesquisa de mestrado em andamento. Tem como objetivo compreender as relações entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e indígenas no momento do atendimento de saúde na rede SUS levando-se em consideração os saberes e fazeres do trato do corpo hospitalar/ocidental e o do corpo indígena voltados à saúde. A metodologia utilizada é baseada em recursos da etnografia com abordagem qualitativa. Foram entrevistados 06 enfermeiros e 03 técnicos de enfermagem que desempenham as suas funções na rede SUS Cuiabá, entre os meses de junho e julho de 2014. A análise dos dados está ocorrendo na perspectiva da interculturalidade rumo à triangulação destes para que se possa chegar a uma conclusão. A relevância deste tema consiste numa pertinente discussão sobre a importância da interculturalidade no atendimento de saúde ao indígena adoecido que busca tratamento fora de sua comunidade. Na rede SUS o indígena recebe atendimento de diversos profissionais da saúde, entre eles o enfermeiro e técnico de enfermagem. Sendo a autora da pesquisa enfermeira, interessou-se em descobrir se nos momentos do contato interétnico entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e indígenas os saberes e fazeres que cada um destes possui sobre o corpo contribui de forma harmônica para a terapêutica indicada. Por se tratar de um usuário com cultura diferente da habitual dos profissionais da saúde, o atendimento ao indígena tem na sua interface os preceitos da humanização, alteridade e interculturalidade. Estes servem de arcabouço para o entendimento de como a cultura influencia a percepção que se tem sobre o corpo e o modo como este deve ser cuidado. No frenesi do cotidiano dos profissionais citados o exercício da empatia e solidariedade é obrigatório e quase automático. Mas há circunstâncias que exigem mais do que estas qualidades para que se possa atender bem ao usuário. O estudo sobre as práticas dos profissionais da saúde elaboradas a partir dos seus saberes e a aplicação destas no corpo indígena, fabricado e orientado pelos ditames de sua cultura leva-nos a desvelar o que ocorre nos espaços de “fronteira” (GRANDO, 2004). Os acontecimentos neste espaço constituem-se no foco desta pesquisa, pois mediante eles poderemos entender o mecanismo dado na construção das relações entre profissionais e o usuário indígena. De acordo com as diretrizes do SUS o indígena tem direito a um atendimento intercultural, cabendo ao poder público assegurar que este ocorra nos estabelecimentos de saúde e demais esferas abrangidas pelo subsistema de atendimento indígena. Os profissionais da enfermagem, principalmente os que atuam na saúde pública deparam-se com o desafio de atender o usuário na sua integralidade, prestando um cuidado que não apenas trate a doença mas que supra as necessidades do doente. Nas análises do conteúdo realizadas até o momento, percebe-se que os enfermeiros não se sentem preparados pela graduação para o atendimento intercultural. Os técnicos de enfermagem por serem formados por enfermeiros, conseqUentemente relatam a mesma dificuldade. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014