3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X CLASSE ESPECIAL E ESCOLA COMUM: ENCAMINHAMENTOS E PERCALÇOS PEDAGÓGICOS PARA INCLUSÃO ESCOLAR VANESSA CAROLINE DA SILVA - UFPR1 MARIA FÁTIMA FERREIRA LUCAS- PMC2 LAURA CERETTA MOREIRA- UFPR3 RESUMO Este trabalho traz a tona o papel da classe especial como um atendimento especializado ofertado quando não é possível a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns. Para tanto retrata a realidade encontrada numa classe especial vinculada a rede municipal de Curitiba, apresentando, em linhas gerais, como se deu os encaminhamentos de ingresso e permanência daquele alunado nessa modalidade, bem como as estratégias de retorno utilizadas à classe comum para aqueles alunos considerados em condições para tal. De igual forma, discute a concepção de classe especial, indagando o quanto esse espaço pode categorizar a segregação e a estigmatização da diferença. Neste sentido as contribuições de Goffman sobre o conceito de estigma, o papel que este exerce ao categorizar as pessoas, por estabelecer normas e firmar atributos que influenciam diretamente na identidade dos sujeitos, são analisados. Aponta-se a importância de um trabalho pedagógico articulado entre a família e equipe pedagógica/ administrativa, professores, bem como entre os alunos e demais membros da comunidade escolar, para que classe especial, e, sobretudo, seus alunos não se tornem estigmatizados pela diferença. Palavras-Chave: Escola comum, Classe especial, estigma. 1 Escola comum e classe especial No censo escolar de 2008 o número de matriculas na educação especial em classes especiais ou escolas exclusivas no estado do Paraná tiveram uma queda de 2007 para 2008. Conforme descrito a seguir: Tabela 1: Comparação de Matrículas na Educação Especial em Classes Especiais ou Escolas Exclusivas, segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação - 2007 e 2008. UNIDADE DA FEDERAÇÃO PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL MATRICULAS EM 2007 MATRICULAS EM 2008 48.347 17.197 25.774 34.926 17.296 24.306 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/educacenso_2008.pdf. 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade Federal do Paraná, Professora e Pedagoga das séries iniciais do ensino fundamental na Prefeitura Municipal de Curitiba. [email protected] 2 Professora de Educação Especial na Prefeitura Municipal de Curitiba. [email protected] 3 Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade Federal do Paraná. Doutora em educação pela USP. [email protected] 909 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X Diante dessa situação apontamos à necessidade de averiguar até que ponto as classes especiais estão contemplando o processo de inclusão escolar. Muitas escolas em seu projeto político pedagógico apresentam uma proposta para a inclusão e salientam a presença de uma turma de classe especial como sendo parte da inclusão escolar. Se pensarmos de fato, o modo como a turma de classe especial é concebida dentro da escola, encontraremos uma realidade bastante conflitante, pois na maioria das vezes, a “entrada na classe especial é o final de um processo de reafirmação da inadequação do aluno mediante um sistema escolar segregacionista, estigmatizador e preconceituoso" (Cunha, 1988). Neste sentido, questiona-se: até que ponto uma turma de classe especial dentro de uma escola comum, assegura o processo de inclusão? A forma como está sendo concebida a ‘classe especial’ na escola comum, contribui para o processo de inclusão ou pode ser considerado como o estigma da diferença? Goffman (1980) inicia seu estudo sobre o conceito de estigma referindo-se aos significados que eram utilizados pelos gregos, ou seja, sinais corporais visíveis que desqualificavam moralmente seus portadores, e para o papel discriminatório que exerciam. “Os sinais eram feitos com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o portador era um escravo, um criminoso ou traidor” (p.11). Portanto, na antiguidade clássica através do estigma, procurava-se tornar visível a existência de um escravo, criminoso, de uma pessoa cujo contato deveria ser evitado. Os diferentes conceitos de estigma analisados por Goffman (1980) demonstram o quanto esse se relaciona à discriminação e a termos como: aleijado, bastardo, retardado. Nós (os normais), segundo o autor, tendemos a inferir uma série de imperfeições a partir da imperfeição original. A experiência profissional em escolas comuns que possuem alunos de classe especial revela muitas vezes que esse alunado sofre diretamente com atitudes discriminatórias, ou seja, as barreiras atitudinais estão presentes na escola, inclusive entre crianças consideradas normais. A sociedade exerce um papel de categorizar as pessoas, ao estabelecer normas e firmar atributo de normalidade. Quando um atributo deprecia, o mesmo se torna um estigma, por isso, é importante que a escola trabalhe com todos os alunos a importância de não se julgar de forma depreciativa o estudante com necessidades educacionais especiais. Goffman (1980) ressalta ainda que, estigma não é apenas um atributo pessoal, mas uma forma de designação social. Diretamente relacionado ao estigma está no olhar do autor a compreensão da identidade como produto social, ou seja, algo que é concebido através de atributos essenciais, mas unicamente ocasionais. Aponta que existem três idéias no conceito de identidade: A primeira relaciona-se a noção de “unicidade” é a “marca positiva” ou de “apoio à identidade”. Por exemplo, “a imagem fotográfica do indivíduo na mente dos outros ou o conhecimento de seu lugar específico em determinada rede de parentesco” (p. 66). Somente uma pessoa pode compor estas imagens no passado, presente e futuro. A segunda idéia recai na noção de que muitos fatos da vida de um indivíduo são idênticos ao de outros indivíduos, todavia, para Goffman o conjunto de fatos conhecidos sobre uma pessoa íntima não se encontra combinado em nenhuma outra pessoa no mundo (p.66), e é justamente esse recurso adicional que a diferencia positivamente de qualquer outra pessoa. A terceira idéia aponta que algo que diferencia um indivíduo de outro “(...) na essência de seu ser, um aspecto geral e central dele, que o torna diferente, não só no que se refere à sua identificação, daqueles que são muito parecidos com ele” (p. 67). 910 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X Posto isso, é importante perceber que para Goffman (1988) o ambiente social estabelece meios de categorização e atributos tidos como comuns e naturais para os membros de cada uma das categorias, portanto os ambientes sociais influenciam sobre a identidade da pessoa. Ao ingressar na escola comum em uma turma de classe especial, o aluno com necessidades educacionais especiais, poderá a partir de seu atributo4, tornar-se um estudante estigmatizado pela diferença, seja pelas práticas sociais ou pedagógicas desencadeadas no universo escolar, visto que para Goffman “a diferença, em si, deriva da sociedade antes que uma diferença seja importante ela deve ser coletivamente conceptualizada pela sociedade como um todo” (GOFFMAN, 1988 p. 134). As turmas de classe especiais geralmente são identificadas como aquelas que possuem alunos que fracassaram na escolaridade e, consequentemente, são estigmatizadas pelo fracasso. Este estigma pode permanecer ao longo da trajetória do aluno, pode diminuir ou terminar para aqueles que conseguem regressar para a sala de aula comum, ou ser decisivo para aquele aluno que acaba desistindo de seus estudos. O processo de inclusão deveria caracteriza-se por romper as estruturas socialmente já estabelecidas e apresentar encaminhamentos educacionais na contramão da exclusão. A preocupação com a classe especial em ser ou não um espaço inclusivo é uma preocupação corrente entre os educadores. Segundo o artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases da educação 9.394/96: Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Portanto, observa-se que a classe especial é considerada um atendimento especializado e que poderá ocorrer quando não for possível a inclusão do aluno com necessidades educacionais na classe comum. Na atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) o atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. O documento aponta ainda, que as atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. 2 Percalços da trajetória escolar de alunos que ingressam na classe especial e regressam à classe comum Para discorrer acerca da trajetória escolar de alunos que ingressam na classe especial e regressam à classe comum apresentaremos como se dá o funcionamento das mesmas na rede municipal de ensino de Curitiba. Segundo as diretrizes curriculares do município a classe especial é uma sala de aula em escolas comuns do ensino fundamental, organizado em 4 O termo atributo é usado a partir do referencial utilizado por Goffman em suas obras. 911 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X ambiente próprio e adequado ao processo de ensino e aprendizagem. Dispõe de um professor especializado em educação especial ou deficiência mental, utilizando métodos, técnicas e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos (Curitiba, 2006). Particularmente neste trabalho, apresentaremos e discutiremos a realidade de uma classe especial vinculada a rede municipal de ensino de Curitiba. Em linhas gerais as caracterizações dessa classe podem ser assim definidas: é composta de 13 alunos com idades variadas (sete a quatorze anos) e possuem níveis diferenciados de aprendizagem. Esses alunos apresentam dificuldades de aprendizagem e distúrbio de conduta e, por existir diferenças individuais relevantes, necessitam de uma metodologia diferenciada e individualizada, com atendimento de um professor também especialista em educação especial. Neste sentido ressaltamos a importância de se considerar a diversidade em qualquer espaço educacional, sobretudo quando nesse espaço encontrarmos um grupo que já enfrentou o fracasso escolar, possui capacidades intelectuais, interesses e motivações bastante variados. Como nos evidencia Gardner (1995) ao se pensar nos interesses e motivações dos alunos para aprender, há que buscarem-se novas maneiras de ensinar que contemplem diferentes caminhos, a que se conceber a inteligência na sua multiplicidade. Para que a aprendizagem se efetive, cabe também ao professor o papel de mediador e incentivador, levando o aluno a ter real interesse e motivação para com o aprender. A motivação significa motivo de ação, que é a existência de estímulos, parte-se dessa necessidade de tornar a aprendizagem escolar mais prazerosa e significativa, estabelecendo uma interação social no espaço escolar, no qual os alunos são ensinados a valorizarem a diferença pela convivência de seus pares. A classe especial em analise é composta de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e problemas neurológicos. Segundo Smith e Strick (2001): "O termo dificuldade de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico" (2001, p.31). Percebe-se que as dificuldades raramente são atribuídas a uma única causa, muitas vezes, somam-se a problemas dos ambientes domésticos, e, porque não dizer, do ambiente escolar. As dificuldades de aprendizagem de alguns de nossos alunos são tão sutis que eles parecem não ter problema algum. O que eles têm em comum é o baixo desempenho escolar. Durante a permanência do aluno com necessidades educacionais especiais na classe especial, a professora faz um trabalho efetivo não só no que se refere aos conteúdos adaptados, como também um intenso trabalho com a família deste aluno no que se refere à questão de saúde, onde um acompanhamento médico se faz necessário. Os entraves encontrados são justamente nesta área, contar com a participação da família para a superação das dificuldades desta criança. Muitas vezes, depara-se com familiares negligentes e que não cumprem sua função, deixando para a escola toda a responsabilidade, o que leva um tempo muito maior ao desejado e essa criança fica com uma grande defasagem entre idade/série/etapa/ciclo. Uma vez superadas as dificuldades, o aluno deve retornar ao ciclo/etapa em que se encontrava na época em que ingressou na classe especial, ou além deste. Apresentaremos a história de um aluno que superou suas dificuldades acadêmicas na classe especial e regressou a sala de aula comum. Observou-se neste aluno que seus interesses estavam muitas vezes, distantes dos interesses dos alunos da turma em que foi inserido no ensino comum, sobretudo em função da diferença de faixa etária. Esse retorno chamado de período de adaptação da-se por um processo gradativo onde o aluno começa a freqüentar a 912 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X nova turma uma vez por semana, aumentando para duas vezes e assim, sucessivamente. Esse processo leva mais ou menos três meses e após este período o aluno realiza avaliações relativas à nova série em que está ingressando. Chamamos este momento de ‘Classificação’. O aluno deverá estar dominando com facilidade os conteúdos daquela etapa, bem como estar relativamente bem na parte física e emocional. Normalmente isso ocorre com freqüência, mas também nos deparamos com alunos que não conseguem dar continuidade a esse processo, no que diz respeito às questões físicas e emocionais. É o que será comentado a seguir: Gilberto, 11 anos, com laudo neurológico TDAH, cid 10, ingressou na classe especial em outubro de 2006, oriundo de uma terceira série do ensino fundamental na época. Suas dificuldades eram muitas, como, atenção, concentração, assimilação e retenção de conteúdos, agitação motora, oscilações no relacionamento entre colegas, dificuldade em respeitar as regras e limites, desafiador, muito fantasioso, não fazia leitura, não conseguia registrar suas atividades, nem concluí-las; além de ser um aluno que era/é acompanhado por rede de proteção desde os seis anos de idade e requerer tratamento médico psiquiátrico, com terapia medicamentosa e acompanhamento psicológico desde então. Embora algumas dessas dificuldades persistam em seu comportamento ainda hoje, muitas de suas dificuldades acadêmicas foram superadas. Como exemplo, ele é um aluno que saiu recentemente da classe especial, pois apresenta condições de acompanhar os conteúdos da série do ensino comum do qual regressou, todavia não correspondeu à expectativa da ‘normalidade’, dos professores e alunos do ensino comum, devido não apresentar os mesmos hábitos e comportamentos. A queixa da professora que o recebeu era de que o mesmo não realizava suas atividades, brincava o tempo todo, apresentava comportamentos de baixa auto-estima, auto agressão e perseguição. O que ocorre na maioria das vezes, especialmente neste caso, é o fato da família não cumprir com seu papel e apresentar negligência, pois com a saída do aluno da classe especial ele ainda necessitava de acompanhamentos psicológicos e/ou psiquiátricos e uso de terapia medicamentosa, porém a família não deu continuidade nesses atendimentos. Mesmo a escola alertando a família sobre a necessidade de atendimentos médicos, a mesma pode em última instância acionar uma notificação de ocorrência para o conselho tutelar e/ou rede de proteção. O problema maior ainda é que esses procedimentos acabam sendo demorados, e assim o tempo passa e o aluno continua sem o tratamento. Neste caso, o aluno acabou retornando à classe especial, pois sua instabilidade emocional não permitiu sua adaptação na classe comum. Além dos fatores citados, também contamos com a falta de comprometimento de alguns professores com essa realidade e consideram que por não serem habilitados na área de deficiência mental e/ou outras modalidades não possuem a obrigação de acolher uma criança de classe especial na classe comum. Esse despreparo do professor muitas vezes, contribui para reforçar o insucesso do aluno, tornando-o mais suscetível ao estigma de quem fracassa. Portanto, depende do comprometimento e da forma como estudantes e professores da escola inclusiva tecem seus olhares e comentários sobre a classe especial e principalmente a forma como veem o trabalho desse atendimento. Se os professores tiverem um olhar para a diversidade, saberão trilhar o caminho desses alunos que saem da classe especial para a inclusão no ensino comum, agora se tiverem um olhar para estigmatizarem os alunos que saem da classe especial, estarão trilhando o caminho para a exclusão. Considerações Finais 913 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X A experiência profissional em escolas comuns que possuem alunos de classe especial revela que muitas vezes o alunado sofre diretamente com atitudes discriminatórias, ou seja, as barreiras atitudinais estão presentes na escola, inclusive entre crianças consideradas normais ou pelos professores. Observa-se que a sociedade exerce um papel de categorizar as pessoas, ao estabelecer normas e firmar atributo de normalidade. Quando um atributo deprecia, o mesmo se torna um estigma, por isso, é importante que a escola trabalhe com todos os alunos e demais professores a importância de não se julgar de forma depreciativa o estudante com necessidades educacionais especiais. Uma classe especial inserida em uma escola comum se não contar com o apoio da comunidade escolar, ou seja, equipe pedagógico-administrativa, corpo docente, alunos, técnicos em geral e a família, tende a fracassar em seus encaminhamentos de incluir seu alunado na classe comum. Particularmente no caso do aluno Gilberto que teve avanços na parte acadêmica, foi para o ensino comum e infelizmente teve de retornar para a classe especial devido o despreparo dos professores e a falta do comprometimento da família em dar continuidade nos atendimentos médicos. O estigma não depende, pois, do desvio físico ou orgânico, mas de uma conceptualização coletiva acerca do conceito de aluno ‘especial’. Nesta ciranda o aluno especial parece ser estigmatizado quer no espaço da classe especial quer na classe comum, o que demonstra que o atributo negativo fruto das relações previamente estabelecidas acaba reduzindo-o ao atributo de incapaz no cotidiano escolar e muitas vezes familiar, ele passa a ser identificado como alguém que tem potencial reduzido e insignificante. Por isso é de extrema importância que o professor de classe especial estabeleça uma rede de apoio, para que possa orientar os demais professores, e estes seus alunos sobre o trabalho que é realizado na classe especial. Este procedimento pode reduzir o estigma de incompetência perante as demais turmas da escola e até mesmo por professores que não tem conhecimento sobre o trabalho que é realizado neste local. Estamos longe do ideal, o caminho é longo, mas queremos que o trabalho com as diferentes necessidades de nossos alunos contribua para melhorar o processo ensino e aprendizagem. Moreira e Baumel (2001) escrevem que, após a promulgação da nova LDB, começou a ocorrer em todo o Brasil a desativação de classes especiais, muitas vezes, sem a contrapartida da criação de outros apoios especializados indicados na legislação. Advertem que uma das principais barreiras para se efetivar a inclusão é o despreparo do professor para receber, em suas salas de aula superlotadas, não só o aluno com deficiência visual, auditiva, motora ou mental, mas todos aqueles que não se enquadram dentro do padrão imaginário do aluno “normal”. Esse aluno “diferente” ainda é, para o professor, abstrato e desconhecido. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, 2008. 914 3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X CUNHA, B.B.B. Classes de educação especial para deficientes mentais: intenção e realidade. São Paulo. Dissertação (Mestrado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo. 1988. CURITIBA. Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares - em discussão. Curitiba:2006. GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática 1. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1995. GOFFMAN, E. Estigma-Notas sobre a Manipulação da Identidade deteriorada. Brasil: Zahar Editores, 1980. MOREIRA, L.C; BAUMEL, R.C. R. de.C. Currículo em Educação Especial: tendência e debates. Educar, Curitiba, nº. 17, p.125-137. Editora da UFPR, 2001. SMITH e STRICK, Corinne e Lisa. Dificuldades de A a Z. Tradução Dayse Batista. Porto Alegre: Editora Artmed, 2001. 915