PATERNIDADE
“ Malaquias 4:5-6 : eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não
venha, e fira a terra com maldição.”
I - a questão da paternidade na cultura
O quadro social das nações, mostra um pai ausente, não provedor, não educador, as vezes um
espancador, pedófilo e beberrão
No Brasil, desde o descobrimento e a colonização, foram gerados centenas de – filhos sem pai. Um país
que gerou muitos filhos bastardos.
As estatísticas do IBGE (órgão do governo brasileiro), mostram que os índices de gravidez na idade
adulta, tem diminuído, enquanto que os índices de natalidade entre adolescentes de 10 a 14 anos, estão
aumentando, sendo a maioria, senão todas, mães solteiras. A ausência do pai tem se repetido.
Uma situação triste e desesperadora.
Mas a igreja de Jesus cristo pode mudar esta situação, quando revelar através dela, a verdadeira
paternidade de deus através de homens que adotem a cultura do reino de deus.
II - origem da paternidade - efésios 3:14, 15
“por causa disto me ponho de joelhos perante o pai de nosso senhor Jesus Cristo, do qual toda a família
nos céus e na terra toma o nome“.
neste texto a palavra grega para família, vem da derivação direta da palavra pater-pai, e por isso o texto
poderia ser escrito desta forma :”...o pai, do qual toda paternidade...”
Isto deixa claro que o fator originador da família é o pai.
Deus é o pai que dá o nome para toda família. Aleluia!
A paternidade de deus é eterna. Ele não se torna pai quando somos filhos, ele é pai de Jesus desde a
eternidade.
O ofício de pai deriva da santidade de deus, da sua autoridade e a projeção da paternidade divina aqui na
terra
Quando lemos João 14:2 : “na casa de meu pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria
dito. Vou preparar-vos lugar”, entendemos que a palavra casa tem dois significados; 1º família ou
geração, e 2º lugar físico.
Isto nos dá uma verdade eterna –“ deus é um pai, e o céu é um lar...”.
III - o plano de deus para Israel
Após o chamado de deus, feito a Abrão (gênesis 12: 1 a 3), ele deixou sua casa paterna, sua cidade, a
idolatria, e passou a obedecer a deus somente. O próprio deus aparece a ele e lhe declara o verdadeiro
chamado : “gênesis 17:5 - e não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome;
porque por pai de muitas nações te tenho posto;”
Pai de nações.
Esta palavra se cumpriu na terceira geração de Abraão, através de Jacó, que passou a se chamar, israel.
Deus levantou um povo, através de Jacó.
Este povo Israel, escolhido para ser povo de deus. Tinha um propósito.
Deus novamente chama o líder do seu povo, e deixa claro o propósito: “êxodo 19: 5-6 - agora, pois, se
diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade
peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo
santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel”
Um reino de sacerdotes.
É obvio que a função sacerdotal era uma função de paternidade, uma vez que esta função deriva do
próprio deus, que deu a função de paternidade.
Isto fica mais claro ainda, quando deus dá ordens expressas a Israel, diretamente aos pais. Deuteronômio
6:6-9 : “- e estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as
atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de
tua casa, e nas tuas portas.”
A função sacerdotal era ensinar os filhos de geração em geração, como prova de sua paternidade.
IV – Jesus o ensinador da paternidade
Chegamos num ponto importante: como aprender este relacionamento de pais e filhos, para que a função
de paternidade seja real?
Se deus é a origem de toda paternidade, a melhor pessoa para nos ensinar, será o seu filho primogênito,
Jesus.
Desde criança, Jesus sabia o que significava obedecer ao pai e ter um relacionamento perfeito. Ele sabia
que a autoridade sobre a sua vida, dependia desse relacionamento com o pai.
Vejamos alguns textos que por si só deixam claro este ensino para nós.
“Lucas 2 48-:49: e quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: filho, por que fizeste assim
para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu pai? “
João 16:25:” disse-vos isto por parábolas; chega, porém, a hora em que não vos falarei mais por
parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do pai.”
Cremos que estamos vivendo exatamente este momento, onde saberemos abertamente a respeito do pai.
“Mateus 11:27 –todas as coisas me foram entregues por meu pai, e ninguém conhece o filho, senão o pai;
e ninguém conhece o pai, senão o filho, e aquele a quem o filho o quiser revelar.”
Percebe-se claramente a ligação forte existente entre pai e filho.
V – encontro de Jesus com a samaritana
Neste encontro inédito, uma vez que judeus não se davam com os samaritanos, Jesus deixa um dos seus
ensinos mais preciosos, sobre cura interior, adoração, evangelismo, e sobre paternidade.
Lembrando sempre que na simbologia bíblica, mulher representa também a igreja de Jesus Cristo ( a sua
noiva).
Quando Jesus trata do problema da mulher, estabelece-se a problemática de ter tido experiência com
diversos homens (que foram maridos), e chegando finalmente ao amasiamento, mas em nenhum
momento se trata de família, filhos e pais.
Esta é a representação, de uma igreja desorientada, sofrida, que está em busca do marido verdadeiro, e
por causa disso, não consegue firmar-se como família, ter filhos e ter um pai. Não há relacionamento.
É neste contexto, que Jesus declara para ela: “João 4:23 - mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito e em verdade; porque o pai procura a tais que assim o
adorem.”
O pai procura verdadeiros adoradores, ou seja, procura os que saberão o que é paternidade, pois só
assim seremos adoradores em espírito, e em verdade.
Lembrando: adoração é uma função sacerdotal, e a função sacerdotal, é uma função de paternidade.
VI- a cadeia de autoridade
A autoridade deriva da função de paternidade de deus. Paulo nos ensina claramente o relacionamento de
autoridade, vinda de uma hierarquia, que começa no pai,
I coríntios 11:3- mas quero que saibais que cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da
mulher; e deus a cabeça de cristo.
Há uma cadeia descendente de autoridade, desde a fundação do mundo. Do pai, para o filho (Jesus),
deste para o homem (família) e deste para a mulher (esposa e igreja)
O nível de autoridade delegada por deus, só funciona para aqueles que estiverem dentro da hierarquia
eterna.
“ I coríntios 11:10- portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.”
No original estes anjos, se referem principalmente a demônios (anjos caídos). Isto significa que quando a
mulher está debaixo de submissão à sua autoridade, está protegida dos ataques demoníacos. Isto vale
totalmente para a igreja.
Resumindo: autoridade gera proteção, e autoridade vem da função de paternidade.
O exemplo do centurião em Lucas 7: 2 a 10, é tremendo: “e o servo de um certo centurião, a quem muito
estimava, estava doente, e moribundo. E, quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeus,
rogando-lhe que viesse curar o seu servo. E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: é
digno de que lhe concedas isto, porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga. E foi
Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe:
senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado. E por isso nem
ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. Porque também
eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: vai, e ele vai; e a
outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.- e, ouvindo isto Jesus, maravilhou-se dele, e
voltando-se, disse à multidão que o seguia: digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. - e,
voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo.”
Preste bem atenção às palavras do centurião, ao ponto de fazer Jesus se admirar de tanta fé.
Ele não disse: eu tenho autoridade, mas disse: estou sujeito as autoridades. Isto significa que qualquer
pessoa que o resistisse, estaria resistindo ao imperador.
Este homem reconheceu em Jesus a mesma autoridade paralela.
Algo prático pra nós, hoje.
Se você é submisso ao seu pai (deus), então qualquer coisa contra ti, será contra o pai, mas por ser
submisso a ele, também as suas ordens serão cumpridas: “basta uma palavra tua”... Aleluia!!
VII - honra atrai a benção
Deuteronômio 5:16 ;” honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu deus te ordenou, para que se
prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o senhor teu deus.”
O único mandamento com promessa: ao honrarmos pai e mãe, teremos vida longa e bem....
Dentro da unção de paternidade, este mandamento é totalmente válido para os pais espirituais, ou seja, a
cobertura espiritual.
Quando o pai é honrado, ele sente prazer em honrar o filho. Ele quer que tudo esteja debaixo dos pés do
filho. Jesus dizia que nada poderia fazer, sem o pai.
Jesus é batizado, e não precisaria, por não ter pecado algum, mas o fez por obediência ao pai. Veja o
prazer do pai ao vê-lo: Mateus 3:16-17- “ e, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o espírito de deus descendo como pomba e vindo sobre ele.- e eis que uma voz dos
céus dizia: este é o meu filho amado, em quem me comprazo.”
Jesus foi fiel, em todas as ocasiões ao seu chamado, que veio do pai, e o pai o acompanhava de perto.
Em um momento importante do seu ministério,quando estaria recebendo toda a glória de deus (o pai), no
monte da transfiguração, diante da aparição de Moises (a lei) e Elias ( os profetas), o pai honrou
novamente seu filho: “marcos 9:7-8: e desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da
nuvem uma voz que dizia: este é o meu filho amado; a ele ouvi. E, tendo olhado em redor, ninguém mais
viram, senão só Jesus com eles.”
O resultado de quando o filho honra o pai e o pai honra o filho, será comunhão e relacionamento.
Isto não pode ficar somente na teoria. Deus nos deu em sua palavra uma das formas tremendas para
honrarmos nossos pais espirituais: a oferta de primícias.
VIIII – restauração dos pais
A restauração desta unção de paternidade na igreja acontecerá conforme foi profetizado por Malaquias: “
malaquias 4:5-6 : eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não
venha, e fira a terra com maldição.”
A única coisa que impedirá deus de ferir a terra, será a atitude que se inicia com os pais, e com certeza
os filhos retribuirão.
Quero concluir esta mensagem, fazendo do texto de Isaías 64:8 a minha oração final: “Isaías 64:8 – mas
agora, ó senhor, tu és nosso pai; nós o barro e tu o nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos.”
Te abençôo, em nome de Jesus.
Ap.Jesher Cardoso
Missão evangélica shekinah / rede apostólica da aliança