APOSTILA III
A estrutura
do artigo
científico e
outros
PROF. LUIZ CARLOS PEREIRA SANTOS
O que é um artigo científico?
“Artigo científico é parte de uma publicação com
autoria declarada, que apresenta e discute
idéias, métodos, técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do
conhecimento.”
(ABNT. NBR 6022, 2003, p. 2)
Para Lakatos e Marconi (1991) os artigos
científicos têm as seguintes características:
a) não se constituem em matéria de um livro;
b)são publicados em revistas ou periódicos
especializados;
c)permitem ao leitor, por serem completos,
repetir a experiência.
Tal como em uma monografia, o papel de um artigo
científico, fundamentalmente, deriva do próprio
gênero do mesmo. Via de regra, podemos dividir
os artigos em três gêneros:
a) Artigo de revisão bibliográfica - Tal como o
nome já indica, artigos científicos deste tipo são
elaborados a partir da análise de referenciais
teóricos ou fontes bibliográficas. Sua função
principal é, partindo-se da síntese e da
estruturação conceitual, ampliar o entendimento
sobre o tema. Nas universidades, tais artigos
científicos muitas vezes servem para ampliar a
familiaridade do aluno com o conhecimento
científico.
b) Artigos originais - A principal diferença é que,
apesar de também se apoiarem em fontes
bibliográficas, seu papel principal é destacar os
resultados de uma pesquisa prática realizada pelo
autor ou pelo grupo de trabalho deste. As
diferenças residem na metodologia de
elaboração, que foge do universo da leitura para a
vida prática real.
c) Artigos de divulgação - Os artigos científicos de
divulgação, como o próprio nome indica, servem
para comunicar ao público alvo algo que seja do
interesse do autor. Estes não são muito comuns
nos cursos de graduação e pós-graduação.
A partir dessas diferenças conceituais, pode-se
ter uma idéia da complexidade do trabalho
exigido, de modo que, desta forma, um artigo
científico pode não ser mais simples ou fácil
que uma monografia ou um TCC sobre o
mesmo tema.
Diferença entre artigo científico e
monografia
Uma das principais diferenças entre monografias e
artigos científicos é a concisão de linguagem a ser
utilizada neste último. Um artigo tem uma extensão
menor que uma monografia sobre o mesmo tema,
devendo, por isso, ser mais sintético. Em uma
pesquisa monográfica o autor pode divagar mais e
esmiuçar melhor o assunto, mas este não é o papel
do artigo.
Aqui reside uma das principais dificuldades do artigo
científico: como fazer caber, muitas vezes em
poucas páginas, as idéias originais do autor? Como
ele poderá abordar o necessário em tão pouco
espaço?
Da mesma forma, essa diferença ensina, ao autor, a
como ser preciso cientificamente, como
selecionar com mais base sua bibliografia de
pesquisa, como avaliar melhor os dados
coletados, entre outros aspectos.
E é exatamente por isso que é cada vez maior o
número de instituições de ensino que solicitam a
seus alunos a entrega de artigos científicos e não
uma monografia ou um TCC no final do curso, já
que a correção é facilitada pelo menor texto, que
deverá ser muito mais rico e objetivo que em um
material monográfico.
Por sua natureza, a redação de um artigo
científico pode ser precedida pela entrega de
um projeto de pesquisa, que servirá para
delimitar anteriormente as bases
fundamentais da pesquisa a ser realizada e
entregue quando da elaboração do artigo
científico.
Estrutura do artigo
O artigo científico tem a mesma estrutura dos
demais trabalhos científicos:
Pré-textual
Textual
Pós-textual
Elementos pré-textuais
a) O título e subtítulo (se houver) devem figurar
na página de abertura do artigo, na língua do
texto;
b) A autoria: Nome completo do(s) autor(es) na
forma direta;
c) O currículo: incluindo endereço (e-mail) para
contato, deve aparecer em nota de rodapé;
d) Resumo na língua do texto: O resumo deve
apresentar de forma concisa, os objetivos, a
metodologia e os resultados alcançados, não
ultrapassando 250 palavras.
Não deve conter citações “Deve ser constituído
de uma seqüência de frases concisas e não de
uma simples enumeração de tópicos. Deve-se
usar o verbona voz ativa e na terceira pessoa
do singular” ativa”. (ABNT. NBR-6028, 2003, p.
2);
Os elementos pré-textuais devem figurar na
primeira folha do artigo.
e) palavras-chave na língua do texto: elemento
obrigatório, devem figurar abaixo do
resumo,antecedidas da expressão: ‘Palavraschave’ separadas entre si por ponto, conforme
a NBR 6028, 2003, p. 2.
OBS: A maioria das revistas científicas pedem o
Resumo e as palavras chaves em uma língua
estrangeira (inglês) chamado ‘ABSTRACT’.
Elementos textuais
1. Introdução
Na introdução deve-se expor a finalidade e os
objetivos do trabalho de modo que o leitor
tenha uma visão geral do tema abordado. De
modo geral, a introdução deve apresentar:
a)o assunto objeto de estudo;
b) O ponto de vista sob o qual o assunto foi
abordado;
c) Trabalhos anteriores que abordam o
mesmo tema;
d) As justificativas que levaram a escolha
do tema, o problema de pesquisa, a
hipótese de estudo, o objetivo
pretendido, o método proposto, a razão
de escolha do método e principais
resultados.
2. Desenvolvimento
Parte principal e mais extensa do trabalho, deve
apresentar a fundamentação teórica , a
metodologia, os resultados e a discussão.
Divide-se em seções e subseções conforme a
NBR 6024, 2003.
3. Conclusões:
a) As conclusões devem responder às questões
da pesquisa, correspondentes aos objetivos e
hipóteses;
b) devem ser breve podendo apresentar
recomendações e sugestões para trabalhos
futuros;
c) para artigos de revisão deve-se excluir
material, método e resultados.
Elementos Pós-Textuais
a) Referências: Elemento obrigatório, constitui
uma lista ordenada dos documentos
efetivamente
As referências devem ser alinhadas somente à
margem esquerda.
b) Apêndices/Anexos: Elemento opcional. “Texto
ou documento elaborado pelo autor a fim de
complementar o texto principal.” (NBR 14724,
2002, p. 2);
São identificados por letras maiúsculas
consecutivas
Ex: APÊNDICE A – ANEXO A –
c) As Ilustrações
As ilustrações (quadros, figuras, fotos etc), devem
ter uma numeração seqüencial.
Sua identificação aparece na parte inferior,
precedida da palavra designativa, seguida de
seu número de ordem de ocorrência do texto,
em algarismos arábicos, do respectivo título, a
ilustração deve figurar o mais próximo possível
do texto a que se refere. (ABNT. NBR 6022,
2003, p. 5).
Fonte:
Conforme a NBR 14724, 2002, deve-se usar a fonte
12 para o texto e para as referências. Para as
citações longas, notas de rodapé, paginação,
legendas das ilustrações e tabelas, usar tamanho
menor (de preferência 10)
Páginas
Conforme a mesma norma, os artigos científicos
devem conter entre 10 a 20 páginas sem contar
as referências. As revistas especializadas tem o
direito reservado de organizar este critério não
fugindo do padrão mínimo.
Dicas para escrever artigos
1. Escrever o título em 15 palavras que
descrevam o conteúdo do artigo de forma
clara, exata e concisa.
Evitar subtítulos, siglas, títulos telegráficos e
inespecíficos, superexplicações, etc. Deve ser
atraente: chamar a atenção.
Esta é a diferença entre seu artigo científico ser
lido ou não.
2. Incluir um resumo estruturado que, entre
150 e 300 palavras, identifique de forma
rápida e exata o conteúdo básico do artigo
científico.
Deve conter ao menos: objetivo, desenho,
contexto (localização e nível do atendimento),
metodologia, descrição e análise dos dados,
resultados e conclusões.
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A estrutura do artigo científico