ENTREVISTA COM O DR. GERALDO FERREIRA FILHO, PRESIDENTE
ELEITO DA FENAM
O site do SinMed/RJ entrevistou o Dr. Geraldo Ferreira Filho, novo presidente da
Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que comandará a entidade por dois anos, a
partir de 1º de julho. Ele foi eleito no dia 26/5, por unanimidade e aclamação, durante o
XI Congresso da Fenam, que reuniu representantes dos 53 sindicatos médicos do país,
em Natal (RN).
SinMed/RJ – Que desafios o senhor espera enfrentar estando à frente da Fenam?
Dr. Geraldo Ferreira – Devem ser os mesmos desafios históricos que enfrentamos nas
últimas décadas e que vão desde os problemas relativos à formação dos médicos e a
residência médica, até o mercado de trabalho. Temos dois grandes desafios: o primeiro,
obter condições adequadas para que seja prestado atendimento técnico, científico e ético
aos pacientes, e o segundo, a conquista de remuneração digna, pois os salários aviltantes
são a causa da insuficiência de profissionais nos programas de saúde da família e nas
emergências, e da concentração de médicos nos grandes centros, onde conseguem
complementar a renda.
SinMed/RJ – A experiência adquirida na presidência do Sindicato dos Médicos do Rio
Grande do Norte por dois mandatos poderá contribuir para fortalecer o movimento
médico em todo o Brasil?
Dr. Geraldo Ferreira – Sim. A experiência na direção de um sindicato é básica; é
condição essencial para que se possa dar encaminhamento às lutas numa dimensão
maior. Na esfera da Fenam, as lutas são amplificadas para um cenário maior, pois os
problemas são muito semelhantes em todo o país, a exemplo da precarização do
trabalho, carência de leitos, falta de resolutividade nas unidades da rede pública, rede
sucateada, etc. Nos planos de saúde o retrato é o mesmo: a baixa remuneração e a
exploração do médico em busca de lucro. O conhecimento dessas causas ajudará no
estabelecimento de estratégias, a partir de experiências bem sucedidas em outros estados.
Minha disposição é de lutar em sintonia com o que pensa o médico nas bases.
SinMed/RJ – A luta contra a MP 568 pode representar o início de um grande
movimento organizado de âmbito nacional com extensão para outras bandeiras de luta?
Dr. Geraldo Ferreira – Sim. Com essa medida provisória intempestiva, o governo
propiciou a organização de fileiras de resistência dos médicos. Este assalto ao bolso do
trabalhador, que atinge o seu salário base, gerou uma unanimidade sobre a necessidade
de reação forte em todos os setores, inclusive dos médicos das redes estadual e
municipal, já que há uma tendência do governo tentar estender esse assalto para os
estados e municípios.
Parece que a exclusão dos médicos do texto da MP já é o entendimento dos
parlamentares, mas de acordo com o desenrolar dos acontecimentos, o movimento
médico poderá partir para um enfrentamento maior, como uma greve nacional.
Certamente, a nossa vitória com relação a esta MP irá gerar uma onda de autoestima,
fomentando os movimentos médicos de caráter nacional.
SinMed/RJ – Quais são as suas principais propostas para a Fenam?
Dr. Geraldo Ferreira – A Fenam precisa ser cada vez mais ouvida e respeitada como
porta voz dos médicos. Queremos ter atuação mais forte na formulação de políticas
públicas e no desenvolvimento de propostas para o trabalho médico. Os últimos anos
foram dispendidos para impedir retrocessos, com um gasto enorme de energia. Agora,
vamos nos organizar para tomar a dianteira, criando comissões e grupos de estudos para
levantar os problemas que o sistema único de saúde enfrenta em todo o país e apresentar
proposições para resolvê-los. A CLT nos garante o direito de auxiliar na formulação de
propostas de políticas públicas.
Na minha gestão, a Fenam vai se envolver também em todas as questões que digam
respeito à cidadania, tais como direitos humanos, meio ambiente, defesa da liberdade,
distribuição de renda, habitação, entre outras. Tudo isso é intrínseco à formação do
médico, que tem o compromisso com a defesa corporativa, mas que deve ter o outro pé
na sociedade.
Composição da Diretoria da Fenam, eleita para o biênio 2012/2014:
Presidente – Geraldo Ferreira Filho
Vice-presidente – Otto Fernando Baptista
Secretário-geral – João Batista de Medeiros
1º Secretário – José Tarcísio da Fonseca Dias
Secretário de Finanças – Cid Célio Jaime Carvalhaes
Diretor de finanças – Mário Antonio Ferrari
Secretário de Assuntos Jurídicos – Vânio Cardoso Lisboa
Diretor de Assuntos Jurídicos – Marcelo Alvarez Quinto
Secretário de Comunicação – Rodrigo Almeida Souza
Diretor de Comunicação – Waldir Araújo Cardoso
Secretário de Formação e Relações Sindicais – José Erivalder Guimarães de Oliveira
Diretora de Formação e Relações Sindicais – Lúcia Maria de Sousa Aguiar do Santos
Secretário de Formação Profissional e Residência Médica – Jorge Luiz Eltz de Souza
Diretor de Formação Profissional e Residência Médica – Antônio José Pereira dos
Santos
Secretário de Relações Trabalhistas – Eduardo Santana
Diretora de Relações Trabalhistas – Janice Painkow
Secretário de Benefícios e Previdência – João Fonseca Gouveia
Diretor de Benefícios e Previdência- Fernando Antônio Nascimento e Nascimento
Secretário de Saúde Suplementar - Márcio Costa Bichara
Diretor de Saúde Suplementar – Álvaro Norberto Valentin
Secretário Direitos Humanos, Discriminação e Gênero: - José Roberto Cardoso
Murisset
Diretora de Direitos Humanos, Discriminação e Gênero: Maria Rita de Assis Sabo
Brasil
Secretário de Educação Permanente – Deoclides Cardoso Oliveira Junior
Diretor de Educação Permanente – Ari Wajsfeld
Conselho Fiscal
T1 – Elza Luiz de Queiroz
T2 – Anete Maria Barroso de Vasconcelos
T3 – Rosilene Alves de Oliveira
Suplentes
S1 – Adolfo Silva Paraíso
S2 – Ellen Machado Rodrigues
S3 – César Augusto Ferrarezi
Representantes junto às entidades sindicais de grau superior
Titular – Jacó Lampert
Suplente – Tarcisio Campos Saraiva de Andrade
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