Engenharia Econômica
Engenharia Econômica
Prof. Dr. Roberto Cayetano Lotero
E-mail: [email protected]
Telefone: 35767147
Centro de Engenharias e Ciências Exatas
Foz do Iguaçu
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
nov-15
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Conceitos de Avaliação de
Projetos de Investimento
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nov-15
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Estimando fluxos de caixa
• O passo mais importante na avaliação de
investimentos é a estimativa dos fluxos de
caixa dos projetos: os desembolsos para o
investimento e as entradas líquidas de caixa
anuais após o projeto iniciar suas operações.
• O fluxo livre de caixa é o fluxo de caixa
disponível para distribuição aos investidores.
• É difícil prever de forma exata os custos e
receitas associados com um projeto grande e
complexo, de forma que os erros de previsão
podem ser bastante grandes.
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Identificação dos fluxos de caixa relevantes
• O ponto de partida é a identificação dos fluxos de caixa
relevantes, definidos como o conjunto específico de fluxos
de caixa que devem ser considerados na decisão.
• As decisões devem ser baseadas em fluxos de caixa e
não em lucros contáveis.
• Somente os fluxos de caixa incrementais são relevantes.
• O fluxo de caixa relevante para um projeto é o fluxo livre
de caixa adicional que a empresa espera, caso
implemente o projeto, isto é, o fluxo de caixa além e
acima daquele que a empresa poderia esperar se ela não
implementasse o projeto.
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Distribuição temporal dos Fluxos de Caixa
• As demonstrações contábeis são feitas para
períodos anuais, portanto não refletem
exatamente em que ponto as receitas de caixa
ou as despesas ocorrem.
• Em função do valor do dinheiro no tempo, os
fluxos de caixa devem, em teoria, ser analisados
exatamente na medida que ocorrem.
• Deve haver um compromisso entre acuracidade
e praticabilidade.
• Na maioria dos casos é assumido que todos os
fluxos de caixa ocorrem no final de cada ano.
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Efeitos fiscais
• Os impostos podem ter grande impacto sobre os
fluxos de caixa.
• A depreciação tem um grande impacto para efeitos
fiscais, mas não é uma despesa de caixa.
• As empresas calculam a depreciação de uma forma
quando estimam os impostos e de outra quando
demonstram o lucro para os investidores.
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Estimativa dos fluxos de caixa associados a um
projeto de investimento
A empresa Tisstex é uma tecelagem que adquiriu há cinco anos
uma bateria de máquinas para tecelagem da marca Adam ao preço
unitário de $240.000, e cuja vida útil esperada era em torno de 15
anos, com vida fiscal de 10 anos. Se esperava que as máquinas
fossem conservadas até seu desgaste total. Em razão da forte
concorrência e do surgimento de máquinas melhores, a empresa
julga melhor a substituição das máquinas pelas da marca Kaiser.
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Comparação entre os equipamentos
Adam
Kaiser
I
Dados técnicos
1
Número de teares por tecelão
36
48
2
Número de golpes por minuto
185
415
3
Rendimento (%)
87,5
97
4
Consumo (kWh)
1,45
0,95
5
Área por tear (m2)
14
8
II
Produção
6
Produção por hora (em peças)
9,7
24,15
7
Produção por hora por tecelão
349,20
1.159,20
8
Produção anual de um tear
58.666
146.060
III
Custos variáveis de produção (por peça)
9
Custo da mão de obra do tecelão
0,242
0,073
10
Custo da mão de obra do alimentador
0,075
0,030
11
Custo de manutenção dos teares
0,060
0,020
12
Consumo de pentes
0,030
0,022
13
Lubrificantes
0
0,006
14
Força motriz
0,139
0,038
15
Rejeitos
0
0,042
0,546
0,231
Total
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•
•
Outras despesas administrativas e comerciais:
–
$8.000,00 para Adam;
–
$12.000,00 para a Kaiser.
Preço de venda da peça produzida:
–
$1,21 atual
–
$ 0,93 futuro
•
Necessidade de capital de giro: 20% do aumento das vendas = $12.970.
•
Vida útil dos novos teares: 10 anos
•
Custo dos novos teares: $310.000
•
Valor de mercado dos teares em uso: $100.000
•
Valor residual dos teares novos ao fim da vida útil: $30.000
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Determinação dos fluxos de caixa associados
ao projeto
•
Deve-se identificar e medir todos os fluxos de caixa positivos e negativos que
resultarão da substituição.
•
Ao analisar projetos de investimento somente interessam as entradas e saídas de
caixa, ou seja, movimentos de dinheiro.
–
É necessário atenção para os conceitos que têm interpretação contábil, como receitas e
despesas.
–
Um dos princípios da contabilidade é que receitas e despesas são registradas no período em
que ocorre seu fato gerador, o que geralmente nada tem a ver com o respectivo efeito no
caixa da empresa.
–
Na análise de projetos o que interessa é o efeito no caixa.
–
Da mesma forma, um valor residual não se refere a um valor contábil, mas à possibilidade de
se obter caixa pela venda de um bem no mercado.
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As saídas líquidas de caixa associadas à
substituição
•
Custo de aquisição: $310.000 por tear
•
Pode haver alguns ajustes:
–
Examinar se existem impostos pagos na aquisição que podem ser recuperados por incentivos fiscais.
–
Verificar valor residual do equipamento sendo substituído e a correspondente correção fiscal relativa aos
ganhos ou perdas de capital por ocasião da venda.
•
Como o tear Adam tem um valor contábil de $120.000 e sua venda no mercado será por $100.000, haverá uma
perda de capital de $20.000, que a uma alíquota de imposto de 50% levará a um benefício fiscal de $10.000.
Conseqüentemente deverá ser deduzido $110.000 do valor do novo tear.
–
Verificar se existe alguma linha de crédito oficial a juros reduzidos para investimentos produtivos que reduzam
o valor do investimento. No caso em estudo tem-se uma redução de $31.000 por tear ao utilizar uma linha de
crédito especial.
–
Considerar a necessidade de acréscimo no capital de giro para cobrir a eventual necessidade de aumento de
estoques ou crédito aos clientes. No caso atual é de $12.970 (20% do aumento nas vendas).
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As entradas líquidas de caixa
• A parte mais importante das entradas líquidas de
caixa é aquela que corresponde às operações em
cada ano da vida útil do projeto.
• Ao final do período de operação convém levar em
conta os fluxos de caixa ligados à cessação das
atividades de produção do equipamento.
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As entradas líquidas de caixa correspondentes
aos anos de operação do equipamento
ELCt = (Rt – Dt – At)(1-) + At
ELCt
Rt
Dt
At

entrada líquida de caixa operacional
receitas operacionais no ano t
despesas operacionais no ano t
depreciação no ano t
alíquota de imposto de renda da empresa
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Entradas líquidas para os primeiros cinco anos
Ano t, t=1...5
Sem
substituição
Com
substituição
(1)
Rt
58.666x1,21=70.986 146.060x0,93=135.836
(2)
Custos variáveis
(3)
Custos administrativos e
comerciais
(4)
58.666x0,546=32.032
146.060x0,231=33740
8.000
12.000
Dt = (2)+(3)
40.032
45.740
(5)
At
24.000
27.900
(6)
ELCt = [(1)-(4)](1- )+ (5)
27.477
58.998
(7)
ELCt
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31.521
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Entradas líquidas para os últimos cinco anos
Ano t, t=5...10
Sem
substituição
(1)
Rt
58.666x1,21=70.986 146.060x0,93=135.836
(2)
Custos variáveis
(3)
Custos administrativos e
comerciais
(4)
Dt = (2)+(3)
(5)
At
(6)
ELCt = [(1)-(4)](1- )+ (5)
(7)
ELCt
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Com
substituição
58.666x0,546=32.032
146.060x0,231=33740
8.000
12.000
40.032
45.740
0
27.900
15.477
58.998
43.521
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Avaliação das entradas líquidas
• A decisão de substituir ou não o equipamento
existente é baseada nas diferenças entre as entradas
líquidas de caixa: fluxo de caixa incremental.
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As entradas líquidas de caixa no ano de cessação
de utilização do equipamento novo
•
O valor residual do equipamento novo ao final da vida útil, deduzida a
tributação sobre o ganho de capital sobre a venda, deve ser acrescido às
entradas de caixa do último ano de operação.
– Para o caso em estudo, o valor residual: $30.000, que deduzida a tributação de
50%, produz uma entrada de caixa de $15.000.
•
Ao fim da operação do equipamento novo pode ser recuperado o valor
acrescido no início da operação ao ativo circulante da empresa: $12.970.
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Síntese dos fluxos de caixa
43.521 43.521 43.521 43.521
31.521 31.521 31.521 31.521 31.521
0
5
71.491
10
181.970
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Considerações gerais sobre a montagem de um fluxo
de caixa
•
Uso de fluxo de caixa incrementais
– A lógica de análise incremental permite evitar o erro de incluir custos
irrecuperáveis.
•
Exemplo: custo do teste de mercado de um novo produto, o qual não será afetado pela
decisão de lançar ou não o novo produto.
•
Custo de oportunidade
•
Necessidade de capital de giro
•
Consideração do imposto de renda
•
Consideração da inflação
•
Convenções utilizadas
– Utilização de um depósito que poderia ser alugado ou vendido.
– Normalmente esquecido nos fluxos de caixa.
– É importante lembrar que é a diferença entre o que a empresa pagaria de
impostos com e sem o projeto que deve ser considerada.
– Valores correntes (ou nominais): que incluem a inflação sobre todos os
componentes do fluxo de caixa.
– Valores constantes (ou reais): valores que mantêm o poder aquisitivo ao longo
do tempo.
– adota-se a convenção de fim de período para as entradas e saídas de caixa
operacionais e de início de período para os investimentos.
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Critérios de rentabilidade de um investimento
• Valor do dinheiro no tempo
– Um real recebido hoje vale quanto ao final de t anos?
– Considerando uma taxa de juros de k% a.a., esse capital
valeria:
(1+k)
ao final de um ano
(1+k)+k(1+k) = (1+k)2
(1+k)t
ao final de dois anos
ao final de t anos.
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Para dispor de um real ao cabo de t anos seria suficiente
aplicar hoje o valor de:
1/(1+k)t
Ou 1/(1+k)t reais aplicados hoje é um real dentro de t anos, à
taxa de k%.
Ou (1+k)-t é o valor presente de um real a ser recebido dentro
de t anos.
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Avaliação da rentabilidade
I0
Rt
Dt
T
ST
investimento inicial
entradas de caixa esperadas durante o ano t
custos de produção esperados durante o ano t
vida útil do projeto
valor residual do investimento ao final da vida útil.
O projeto será rentável se:
R1
R2
RT
ST
D1
D2
DT



 I0 


2
T
T
2
1  k  1  k 
1  k  1  k 
1  k  1  k 
1  k T
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Entradas líquidas constantes
• Para calcular o valor presente das entradas líquidas de
caixa constantes de t anuidades é suficiente multiplicar o
montante por:
1  1  k 
k
t
VP
A
A
A
A
A
A
A
0
A
A
A
t
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Entradas líquidas constantes
• Para transformar um valor presente em uma série
constante de t anuidades é necessário multiplicá-lo por:
k 1  k 
1  k t  1
t
VP
A
A
A
A
A
A
A
0
A
A
A
t
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• Para calcular o valor futuro das entradas líquidas de
caixa é suficiente multiplicar o montante por:
1  k t  1
k
• O inverso dessa relação transformará um valor futuro
em uma série constante de t anuidades
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 1  I  j
t 
1  I   INV j ,t
IPV   j 1 
j
 1  I   1

Nj
T




1

I
t
MPV   j 1 1  I  
 MAINTj ,t
I


Nt
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Critérios de rentabilidade
O critério do Valor Presente Líquido – VPL
Rt  Dt
ST
VPLk  

 I0
t
T
1  k 
t 1 1  k 
T
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Critério do índice de lucratividade (IL)
Rt  Dt
ST


t
T

1 k 
t 1 1  k 
ILk 
I0
T
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Taxa interna de retorno - TIR
Rt  Dt
T
ST
 1  r   1  r 
t 1
* t
* T
 I0
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• Comparando os três critérios podem ser feitas
algumas observações
– Para o VPL o que se mede é uma massa de lucros,
para os outros dois o que se mede é a taxa de lucros.
– Para a TIR a taxa de desconto r* é um resultado dos
cálculos, para os outros dois a taxa é estabelecida
pela empresa.
• A TIR e o VPL são os dois critérios mais
utilizados sendo apresentados como tendo igual
valor teórico, sendo essa atitude inadequada.
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