ATRITO W Uma força horizontal P aplicada no bloco não provoca de imediato o movimento do bloco. Isto deve-se à força de atrito Fa que equilibra a força P. P Fa N Fa Equilibrio Estático Movimento Fm Fk P À medida que a intensidade da força P aumenta, a intensidade da força de atrito Fa aumenta também, equilibrando-a, até que atinge um valor máximo Fm. Se continuarmos a aumentar P, a intensidade de Fa baixa até ao valor cinético Fk e o bloco começa a escorregar. W Fa Equilibrio Estático P Movimento Fm Fk N F P As forças Fm e Fk são proporcionais à componente normal N da reacção na superfície – Atrito de Coulomb: Fm = µs N Fk = µk N onde µs é o coeficiente de atrito estático e µk é o coeficiente de atrito cinético. Estes coeficientes dependem dos materiais e do estado das superfícies em contacto. • Força de atrito estático máxima: Fm = µ s N • Força de atrito cinético: Fk = µ k N µ k ≅ 0.75µ s Quatro situações podem ocorrer quando um corpo rígido está em contacto com uma superfície: • Não há atrito, (Px = 0) • Não há movimento, (Px < Fm) • Movimento eminente, (Px = Fm) • Movimento, (Px > Fm) W Por vezes é mais conveniente substituir a força normal N e a força de atrito Fa pela sua resultante R. P R N φ Fa Fa = R sin φ N = R cos φ À medida que a força de atrito aumenta e atinge o seu valor máximo Fm =µsN - situação de movimento eminente - o ângulo φ que R forma com a normal à superfície, aumenta também e atinge o valor máximo φs, designado por ângulo de atrito estático. W P R N φ Fa Fa = R sin φ N = R cos φ Quando o movimento do bloco se inicia, a intensidade da força de atrito Fa baixa para Fk . Igualmente, o ângulo φ baixa para um valor φk , designado angulo de atrito cinético. O coeficiente de atrito e o ângulo de atrito estão realcionados por: tan φs = µs tan φk = µk • Não há atrito • Não há • Movimento movimento eminente Fm µ s N tan φ s = = N N tan φ s = µ s • Movimento µ N F tan φ k = k = k N N tan φ k = µ k W P Fa N A intensidade da força de atrito Fa é igual a Fm = µsN se e só se o movimento do corpo estiver eminente, ie. o movimento vai iniciar-se nesse momento. Nessas condições temos: Fa = µs N. Se o movimento não estiver eminente, Fa e N devem ser consideradas variáveis independentes que podem ser calculadas através das equações de equilibrio estático. O valor de Fa necessário para manter o equilibrio nunca pode exceder Fm. W P Fa = Fm = µs N N Quando o movimento do corpo está eminente, Fa atingiu o seu valor máximo Fa = Fm = µsN , e esta equação pode ser utilizada para substituir o valor da força de atrito nas equações de equilibrio. Considere-se o bloco de peso W sobre o plano inclinado com o ângulo variável θ: • Não há atrito • Não há movimento • Movimento eminente • Movimento Sabendo que o peso do bloco A é igual a 25 N e o ângulo θ = 30º, determinar: a) O menor valor do peso do bloco B para o qual o sistema está em equilibrio b) O maior valor do peso do bloco B para o qual o sistema está em equlibrio Atrito em correias Para uma correia plana que “abraça” um tambor com um determinado ângulo β , é importante determinar a direcção para a qual a correia escorrega ou para que direcção o inicio do escorregamento está eminente e importa relacionar as tracções T1 e T2. Relacionar T1 e T2 quando a correia o escorregamento da correia para a direita é eminente: • Diagrama de corpo livre de um elemento infinitésimal da correia: ∑ Fx = 0 : (T + ∆T ) cos ∆θ − T cos ∆θ − µ s ∆N = 0 2 2 ∆θ ∆θ − T sin =0 2 2 • Eliminando ∆N, e dividindo por ∆θ, ∑ Fy = 0 : ∆N − (T + ∆T ) sin ∆T ∆θ ∆T sin (∆θ 2 ) cos − µ s T + ∆θ 2 2 ∆θ 2 • No limite quando ∆θ tende para zero, dT − µ sT = 0 dθ • Separando variáveis e integrando de θ = 0 a θ = β T2 ln = µ sβ ou T1 T2 = e µ sβ T1 Se o movimento da correia estiver eminente para a direita, a força de atrito está dirigida para a esquerda, e a tracção na correia será maior no troço direito da correia do que no troço esquerdo: T2 > T1 Denotando T2 como a maior tracção, µs como o coeficiente de atrito estático, e β o ângulo (em radianos) de “abraçamento” pela correia, as duas tracções podem ser relacionadas pelas equações: T2 ln = µ sβ ou T1 T2 µ sβ =e T1 constantes: e= 2,71828 0,25 Coef. Atrito: µs T2 = Peso; T1 = força que vai equilibrar o Peso ie. o movimento está eminente para o lado de T2 ver sentido da força de atrito no equilibrio do elemento infinitesimal de cabo T2 (N) T1 (N) Angulos beta: 3 voltas 5,00 10,00 100,00 1.000,00 10.000,00 100.000,00 0,47 0,95 9,48 94,78 947,80 9.478,02 β= 9,424778 rad 6 voltas 5,00 10,00 100,00 1.000,00 10.000,00 100.000,00 0,04 0,09 0,90 8,98 89,83 898,33 β= 18,84956 rad Atrito em cunhas (wedges) B A P C D Na análise de “cunhas”, normalmente é necessário desenhar dois ou mais diagramas de corpo livre para evidenciar cada uma das forças de atrito intervenientes e os respectivos sentidos. Cunhas • A força requerida para levantar o bloco é significativamente menor que o peso do bloco • O atrito evita que a cunha escorregue para fora e o bloco caia • Calcular a menor força P para levantar o bloco • Diagrama de corpo livre do bloco ∑ Fx = 0 : − N1 + µ s N 2 = 0 • Diagrama de corpo livre da cunha ∑ Fx = 0 : − µ s N 2 − N 3 (µ s cos 6° − sin 6°) ∑ Fy = 0 : +P=0 ∑ Fy = 0 : − W − µ s N1 + N 2 = 0 − N 2 + N 3 (cos 6° − µ s sin 6°) = 0 ou r r v R1 + R2 + W = 0 ou r r r P − R2 + R3 = 0