Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários Trabalho técnico apresentado no VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária realizado em São Paulo, 2010. Categoria: Vagões e Componentes. Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 1 1. Resumo Na ferrovia em estudo há uma equipe de “Help Desk” de Vagões localizada no Centro de Controle de Operações – CCO, com o objetivo de monitorar tendências de temperatura de rodas e rolamentos de vagões de minério e de carga geral. Entretanto, a temperatura relativa de alarme, isto é, temperatura da roda excluindo a temperatura ambiente, é de 252oC. No ano de 2005, foi realizado um teste de campo com o objetivo de medir temperatura na sapata e roda de vagão de minério, onde foi constatado que no trecho mais crítico quanto à frenagem, a temperatura de trabalho atingiu 370oC (absoluto). Anualmente ocorrem aproximadamente 160 alarmes de Hot Wheel que provocam paradas de trem e, consequentemente, perdas de lotes na descarga de minério e THP (trem hora parado), impactando diretamente no transporte de minério e de carga geral. O que está sendo proposto neste trabalho é apresentar uma metodologia para subsidiar tecnicamente a gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno “Hot Wheel”, aplicado a vagões ferroviários. Aplicando-se a gestão de parada de trem baseada na metodologia que será apresentada, o ganho estimado por ano é de R$453.000 (quatrocentos e cinqüenta e três mil reais). VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 2 2. Introdução A aplicação de freio em vagões ferroviários proporciona o aumento da temperatura das rodas, provocando o aparecimento do fenômeno “Hot Wheel”. Dependendo das características termomecânicas do material de fabricação das rodas, a temperatura considerada como Hot Wheel pode variar. Este trabalho aborda somente rodas ferroviárias AAR Classe C com diâmetro 33 polegadas e vidas múltiplas, tanto condição de nova quanto para última vida, cujas massas são, respectivamente, 400kg e 320kg. Existem diversas literaturas que abordam os danos que a elevada temperatura pode causar em rodas ferroviárias. Segundo STONE (2008), o Consórcio de Pesquisa de Prevenção de Defeitos em Rodas (WDPRC) conduziu estudos referentes a trincas na banda de rolagem de rodas ferroviárias causadas por fadiga, que tiveram como origem a tensão residual, temperatura e tensões geradas no contato roda-trilho. O foco do referido trabalho consistiu na definição da faixa de temperatura, para a qual a vida de rodas AAR Classe C não era reduzida por fadiga ou escamação (shelling) prematura. O tratamento térmico é uma das fases mais importantes no processo de fabricação das rodas ferroviárias, pois é nesta etapa da fabricação que a roda adquire tensão residual de compressão ao longo do aro. Esta tensão de compressão circunferencial é benéfica para roda, pois previne a ocorrência de trincas por fadiga nas rodas em serviço. Para o estudo proposto, é mandatório conhecer as faixas de temperatura que as rodas poderão atingir com segurança em operação. Segundo CUMMINGS (2008) a instalação de equipamentos de monitoramento de temperatura em rodas ao longo da linha, permite uma condição segura de operação do trem, pois com este monitoramento é possível verificar a tendência de temperatura das rodas possibilitando uma parada programada do trem em casos de aumento da temperatura. Esta ação evita custos desnecessários com deslocamentos de equipes de socorro ferroviário, trem hora parado (THP) e perdas no transporte de cargas. Uma equipe chamada de “Help Desk” de Vagões monitora as tendências de temperatura nas rodas durante 24 horas, 7 dias da semana. O monitoramento é realizado por meio de um sistema informatizado chamado de “Train View”, que garante juntamente com o Centro de Controle de Operação (CCO), paradas otimizadas dos trens gerando ganhos de produtividade para a ferrovia. 3. Objetivo O objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia que subsidia tecnicamente a gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel, aplicado a vagões ferroviários. 4. Ganhos esperados Atualmente, a temperatura de alarme cadastrada no sistema é de 252oC, isto é, a partir deste valor o Centro de Controle de Operações (CCO) está autorizado a parar o trem para que o maquinista e o socorro ferroviário inspecionem a condição da roda e, dependendo da situação, o vagão deverá ser desviado para atendimento. Por meio da metodologia apresentada, é possível programar a parada do trem alarmado com temperatura absoluta menor ou igual a 324oC. Desta maneira, durante o período de janeiro a agosto de 2010 foram registrados 113 alarmes de Hot Wheel, conforme apresentado na figura 1. Tais paradas afetaram outros trens que necessitaram de deslocamento de equipe de socorro ferroviário, sendo custo total envolvido de R$440.000. Caso a temperatura de alarme fosse alterada para 324oC (absoluto) e VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 3 houvesse uma gestão baseada na metodologia apresentada, o custo estimado seria R$138.000. Como resultado, haveria economia anual de aproximadamente R$453.000 (quatrocentos e cinqüenta e três mil reais). Alarmes por Hot Wheel Jan-Ago 2010 19 Quantidade de vagões alarmados 20 18 18 16 16 14 14 12 10 9 10 9 8 8 6 6 4 1 2 1 1 1 438 458 494 0 252 a 261 a 271 a 281 a 291 a 301 a 321 a 340 a 360 a 433 260 270 280 290 300 320 340 360 400 Faixa de temperatura [Celsius] Figura 1– Quantidade de vagões alarmados É importante ressaltar que a equipe de Help Desk de Vagões já atua programando a parada de trem com potencial de ocorrência de Hot Wheel. A equipe monitora a tendência de aumento de temperatura ao comparar medições entre duas localidades adjacentes, porém tais temperaturas estão abaixo de 252oC (relativo), isto é, ainda não alarmou. 5. Influência do tempo e da temperatura na redução das tensões de fabricação da roda ferroviária em uso O material de fabricação da roda, segundo norma AAR M107 para materiais Classe C, não deve atingir temperaturas que alterem a sua microestrutura. Entretanto abaixo destes valores ocorrem efeitos de dilatação térmica que alteram a distribuição das tensões. A roda ferroviária é fabricada com tensões internas de compressão que evitam a propagação catastrófica de trincas. Durante a frenagem, o aquecimento provoca dilatação e caso o limite de escoamento naquela temperatura seja atingido, haverá deformação plástica que acarreta a reversão das tensões. Nesta nova situação a distribuição das tensões pode ser gradativamente alterada até atingir a reversão completa, isto é, as tensões de compressão se transformam em tensões de tração. Nesta situação, qualquer tipo de trinca superficial na pista ou falhas internas passam a ter uma tendência de propagação rápida devido à reversão da tensão residual de tração associada com as tensões de fadiga proveniente do contato roda-trilho. Desta forma, a trinca tem condições de propagar e atingir um tamanho crítico que pode induzir a uma falha completa na roda (quebra ou destacamento significativo de material). Os fabricantes de rodas ferroviárias realizam estudos de elementos finitos para identificar as tensões que agem nas rodas em serviço devido à carga térmica e estática (fadiga). Rodas com disco parabólico possuem um nível de tensão menor que as rodas com disco reto, isto se deve ao fato do disco parabólico ter uma área maior para acomodação das tensões que as rodas com disco reto. A análise de elementos finitos é feita segundo a Norma AAR S-660 que determina a carga e as propriedades mecânicas para cada tipo de roda e material. VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 4 Figura 2– Análise por elementos finitos roda R33 alma helicoidal, segundo norma AAR S-6601 A figura 2 mostra a simulação em elementos finitos para rodas R 33 que resulta numa tensão máxima de 714 MPa e uma temperatura máxima de 760oC para roda com vida mínima (condição crítica). O gráfico1 a seguir, mostra a evolução da tensão na roda em função da temperatura. Tensão requerida em função da temperatura Roda Ferroviária R33 800 714 700 625 600 Tensão Von Mises [Mpa] 536 500 446 400 357 300 268 179 200 89 100 0 0 101,28 184,69 268,11 351,52 434, 94 518,35 601,76 685,18 768,59 Temperatura [graus Celsius] Gráfico 1 – Tensão requerida [MPa] x Temperatura [oC] Segundo STONE [1], existem estudos para estimar as faixas de temperatura em função do tempo para reversão das tensões em rodas novas, conforme apresenta o gráfico 2 para rodas AAR Classe C. O gráfico 2 indica que são necessárias 10 horas para reverter a tensão residual da roda a 316oC, bem como,. seriam necessários 6 minutos para temperaturas a partir de 454 oC. 1 Material cordialmente cedido por fabricante de rodas ferroviárias VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 5 Gráfico 2– Alívio da tensão residual estimada em rodas AAR Classe C 6. Teste de campo No ano de 2005 foi realizado teste de campo ao longo de toda a ferrovia com o objetivo de medir a temperatura gerada no contato sapata-roda nos vagões destinados ao transporte de minério. Para a aquisição das temperaturas individuais das rodas, foram instalados dois termopares, um a distância de 1,5 mm da superfície da sapata e outro em contato direto com a roda. As temperaturas medidas foram armazenadas em computador específico para esta finalidade, localizado dentro da locomotiva. O trecho de maior solicitação de frenagem, e conseqüentemente de maior valor de temperatura na região sapata-roda, está representado no gráfico 3, onde é possível localizar a parte mais crítica quanto à frenagem. Partida: Mina Conceção 8,55 hs. - Ate: Patio Laboriu 9,35 hs. 400 tempo com freio aplicado = 599 seg. 350 tempo com freio aplicado = 266 seg. Neste techo não sabemos se o freio estava aplicado ou se foi aliviado, mas a temperatura ficou +- estabilizada. tempo com freio aliviado = 186 seg. tempo com freio aplicado = 466 seg. 300 aumento da temperatura da sapata instrumentada 250 200 150 100 50 0 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,4 0,4 0,4 0,4 Temperatura da superficie da roda °C Temperatura da sapata °C Gráfico 3– Trecho operacional crítico quanto à frenagem Ao analisar o gráfico, têm-se as seguintes conclusões: Taxa mais acentuada de ganho de temperatura foi de 37,5oC / minuto. Taxa mais acentuada de perda de temperatura foi de 27,9oC / minuto. Durante 26,6 minutos (1596 segundos), a temperatura absoluta média foi de 224,7oC. Houve pico de temperatura absoluta de 370oC. VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 6 7. Determinação da temperatura das rodas Para determinar a temperatura das rodas, são empregados detectores de temperatura que possuem sensores capazes de realizarem a medição dinâmica da temperatura relativa das rodas, isto é, a leitura apresenta a temperatura da roda descontando a temperatura ambiente. O ponto de medição da temperatura na roda está localizado à distância de 2,5 polegadas em relação à banda de rolagem, conforme figura 3. Figura 3– Ponto de medição na roda do leitor de Hot Wheel 8. Modelagem matemática A potência térmica aplicada à roda ferroviária é o parâmetro que define se suas características permanecem inalteradas após a aplicação dos freios, isto é, se a roda não sofreu reversão das tensões. Tal potência é dissipada por meio da força de atrito “Fat” gerada pelo contato entre a sapata de freio e a roda, cujo módulo é obtido pelo produto entre o coeficiente de atrito dinâmico na superfície de contato sapata-roda e a carga normal aplicada pelo acionamento do freio. A potência gerada é o resultado do produto entre esta força dissipativa e a velocidade com que o ponto de aplicação dessa força se desloca, que aqui será chamado de velocidade de deslizamento médio, “Vdmed”. O conceito de centro instantâneo de rotação (CIR) foi aplicado para determinar a velocidade média, conforme pode ser visto na figura 4. A velocidade de deslizamento médio “Vdmed” foi calculada como a média aritmética entre a velocidade máxima de deslizamento, na parte superior da sapata, e a mínima, na parte inferior. VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 7 Figura 4 – Centro instantâneo de rotação aplicado à roda de truque de vagão Sabe-se que a potência citada anteriormente pode ser reescrita como a razão entre energia gerada ∆E e no intervalo de tempo ∆t. Toda essa energia será acumulada no volume de controle e convertida em aquecimento da roda no intervalo de tempo da frenagem. Assim sendo, é possível definir como esse calor ou energia em trânsito impacta na temperatura final da roda. Considerando-se a termodinâmica, pode-se afirmar que a variação de temperatura de um corpo depende diretamente do calor transferido ao mesmo e inversamente da massa e do calor específico à pressão constante. Portanto, pode-se igualar a energia gerada ∆E a esse calor transferido, resultando na seguinte expressão: T 0,8991 .v.F . d . t mroda .c p Onde: ΔT – variação de temperatura [oC] F – força da sapata aplicada à roda [N] v – velocidade do trem [m/s] md – coeficiente de atrito dinâmico Δt – intervalo de tempo de aplicação do freio [s] mroda – massa da roda [kg] cp – calor específico à pressão constante do material de fabricação da roda [J/kg.oC] Com essa equação, obtém-se a máxima variação de temperatura possível numa roda de vagão durante o processo de frenagem. Porém, é fundamental salientar que foi considerado que não haverá deslizamento no contato roda-trilho. Caso houvesse, a “Vdmed” seria igual à velocidade tangencial da roda do vagão e não mais uma média, como foi considerada acima. Algumas hipóteses simplificadoras foram consideradas nos cálculos, como (i) a delimitação do volume de controle somente ao redor da roda; (ii) o resfriamento por VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 8 convecção forçada devido ao vento foi desprezada; (iii) o fluxo de calor para o eixo e o rolamento foi desprezado. Todas as hipóteses citadas possuem fatores benéficos ao problema de aquecimento. FRENAGEM NORMAL 800 700 600 Variação de temperatura na roda R33 primeira vida [Celsius] 700-800 600-700 500-600 500 400-500 400 300 300-400 200-300 100-200 200 0-100 100 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 0 Intervalo de tempo [s] Velocidade do vagao [m/s] Gráfico 4– Variação da temperatura em função da velocidade do trem e do tempo operacional em frenagem normal (Roda R33 massa primeira vida 400kg) FRENAGEM NORMAL 1000 Variação de temperatura na roda R33 última vida [Celsius] 900 900-1000 800 700 800-900 700-800 600-700 600 500-600 500 400 400-500 300-400 200-300 300 100-200 200 0-100 100 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 0 Velocidade do vagao [m/s] Intervalo de tempo [s] Gráfico 5– Variação da temperatura em função da velocidade do trem e do tempo operacional em frenagem normal (Roda R33 massa última vida 320kg) VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários FRENAGEM DE EMERGENCIA 1200 1100 Variação de temperatura na roda R33 primeira vida [Celsius] 1100-1200 1000 1000-1100 900 900-1000 800 800-900 700 600 500 700-800 600-700 500-600 400-500 300 300-400 200 200-300 100 100-200 0 0-100 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 400 Velocidade do vagão [m/s] Intervalo de tempo [s] Gráfico 6– Variação da temperatura em função da velocidade do trem e do tempo operacional em frenagem de emergência (Roda R33 massa primeira vida 400kg) FRENAGEM DE EMERGENCIA 1500 1400 Variação de temperatura na roda R33 última vida [Celsius] 1300 1400-1500 1200 1300-1400 1100 1000 900 1200-1300 1100-1200 1000-1100 900-1000 800 800-900 700 600 500 400 700-800 600-700 500-600 400-500 300-400 200 200-300 100 100-200 0 0-100 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 300 Velocidade do vagão [m/s] Intervalo de tempo [s] Gráfico 7 – Variação da temperatura em função da velocidade do trem e do tempo operacional em frenagem de emergência (Roda R33 massa última vida 320kg) VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária 9 Gestão de parada de trem em função da modelagem matemática do fenômeno Hot Wheel aplicada em vagões ferroviários 10 9. Conclusões (i) As rodas podem atingir picos de 400oC absolutos, visto que na ferrovia estudada os picos medidos de temperatura absoluta atingiram 370oC. (ii) A máxima temperatura absoluta aceitável em operação para aço AAR Classe C é de 316oC. (iii) Existem 7 detectores de temperatura de roda instalados na ferrovia estudada e uma equipe Help Desk de Vagões que monitora dias por semana durante 24h permitindo uma inspeção segura da temperatura das rodas. (iv) A temperatura necessária para inverter completamente as tensões de compressão das rodas é de 454oC por 6 minutos. (v) O modelo matemático apresenta a variação de temperatura da roda em função da velocidade do trem e do tempo de aplicação do freio para as condições de frenagem normal e de emergência, desta forma, é possível realizar a gestão de parada do trem de maneira segura até o local programado para atendimento pelo socorro ferroviário. 10. Referências Bibliográficas [1] Stone, Daniel H. e Cummings, Scott M. Setembro 2008. “Effect of residual stress, temperature and adhesion on wheel surface fatigue cracking”. ASME Rail Transportation Division Fail Technical Conference. RTDF2008-74029. [2] Cummings, Scott; Tournay, Harry e Gonzales, Kari. Março 2008. “Wayside wheel temperature detector test”. Technology Digest. TD-08-013. [3] Teimourimanesh, Shahab; Lundén, Roger e Vernersson, Tore. Março 2010. “Braking Capacity of Railway Wheels – State-of-the-art Survey”. Congresso Internacional sobre Freio, África do Sul. [4] Relatório interno de teste de campo para medição de temperatura de roda e sapata de vagão de minério. Dezembro 2005. VIII Prêmio AmstedMaxion de Tecnologia Ferroviária