FÍSICA EXPERIMENTAL II Experimento 4 FEX2001 Experimento No 4: MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES AMORTECIDO (MHSA) - Pêndulo de Pohl. Objetivos: Registrar o movimento de um pêndulo amortecido (MHSA). Medir grandezas físicas diretas e, a partir de um gráfico, determinar outras grandezas. Determinar a constante de amortecimento para o MHSA. Analisar o comportamento dinâmico de um MHSA. Teoria: Seja um sistema em situação de equilíbrio estável. Quando esse sistema é levemente afastado dessa situação e liberado, passa a executar um movimento periódico ou oscilatório, em torno da posição de equilíbrio, chamado de Movimento Harmônico Simples (MHS), se não existirem forças dissipativas. Contudo, nos sistemas reais, a amplitude da oscilação decresce gradativamente em decorrência do atrito, até anular-se. Tais sistemas, dentro das devidas considerações, podem se modelados pelo que se denomina Movimento Harmônico Simples Amortecido (MHSA). Sendo que em geral, o atrito é proveniente da resistência do ar ou de força internas que atuam no sistema. O módulo da força de atrito usualmente depende da velocidade, sendo que em muitos casos de interesse ela é proporcional à velocidade do corpo, embora em sentido oposto (força de resistência ao movimento). Considerando que a força de atrito, ou amortecedora, seja linearmente proporcional a velocidade, podemos equacionar o movimento aplicando a 2a. Lei de Newton: ∑ F=ma , (4.1) Ou seja, de forma mais explicita, m d2 x dx =−b −kx , 2 dt dt (4.2) dx , é a força amortecedora, e b é uma constante positiva. O dt segundo termo da direita, −kx , é a força restauradora, e k é a constante elástica. Reescrevendo a equação (4.2), obtemos onde o primeiro termo da direita, −b d 2 x b dx k x=0 , dt 2 m dt m (4.3) que matematicamente, é uma equação diferencial linear e homogenia de coeficientes constantes, cuja solução, como pode ser provada, é x t =A 0 e −b t 2m cos ω ' tδ , (4.4) Sendo que ω '=2π f ' = 2 k b − m 2m . (4.5) Se b=0 , a expressa (4.5) se reduziria a 4.1 FÍSICA EXPERIMENTAL II ω '=ω= k , m Experimento 4 FEX2001 (4.6) que representa a frequência angular do movimento não amortecido, ou seja, de movimento harmônico simples (MHS). Se b≠ 0 , então há atrito, e ω’ é menor que ω , como se nota pela equação (4.5). A amplitude do movimento decresce gradualmente, até anular-se de um fator At = A0 e −b t 2m . (4.7) O intervalo de tempo t , durante o qual a amplitude se reduz ao valor de valor inicial A0, (37%A0) , é denominado de vida média (τ ) da oscilação, i. e., τ= 2m . b 1 e de seu (4.8) Se a força de atrito for suficientemente grande, b aumenta a ponto de a equação (4.4) não ser mais solução da equação do movimento, equação (4.3). O movimento não será mais periódico. O corpo simplesmente irá retorna a posição de equilíbrio, quando largado na posição de deslocamento inicial A , sem oscilar. I Contudo, no MHSA a energia do oscilador é gradualmente dissipada pelo atrito, anulando-se com o tempo. Figura (4.1): O deslocamento x(t) para o oscilador harmônico amortecido (MHSA). A amplitude diminui exponencialmente com o tempo (linha tracejada). Considerando o caso angular, MHSA angular, onde a força de restituição é proporcional ao deslocamento angular, isto é, se o torque aplicado, (ou torção) for pequeno, verifica-se que o torque restaurador é proporcional ao deslocamento angular (Lei de Hooke): =− , (4.9) 4.2 FÍSICA EXPERIMENTAL II Experimento 4 FEX2001 onde κ é a constante de proporcionalidade associado ao sistema, e θ é o deslocamento angular. O sinal negativo indica que o sentido do torque é oposto ao do deslocamento angular. A equação (4.9) é uma condição para que ocorra um Movimento Harmônico Simples Angular, em analogia com uma força elástica aplicada diretamente por uma mola ao ser deformada, no caso do movimento harmônico simples linear. Havendo força dissipativa dependente da velocidade, que amortece o movimento, diminuindo a amplitude de oscilação, podemos de forma simplificada, descrevê-la por: F=− . (4.10) Onde ρ é o fator de amortecimento e ω a velocidade angular do movimento. Sendo, a 2a. Lei de Newton para as rotações, descrita como: =I , (4.11) onde I é o momento de inércia do sistema e α sua aceleração angular. Assim obtém: −− =I d2 . (4.12) dt 2 Reescrevendo a equação (4.12), d2 d =0 . (4.13) dt 2 I dt I Onde a eq. (4.13) é uma equação diferencial ordinária homogênea de 2a. ordem e primeiro grau, que descreve o Movimento Harmônico Simples Amortecido (MHSA) angular. Sendo que, 20 = . (4.14) I E 0 = , (4.15) I é denominado frequência angular de oscilação, ou frequência natural de oscilação. E γ= ρ , (4,16) 2I é o coeficiente de amortecimento. Assim, a eq. (4.13) pode ser reescrita como, d2 θ dθ 2 +2 γ +ω0 θ=0 , (4.17) 2 dt dt 4.3 FÍSICA EXPERIMENTAL II Experimento 4 FEX2001 A solução para a equação (4.17) é dada por, θ(t )=θ0 e−γ t cos(ω t+ϕ) . (4.18) Onde: ω=√ ω0−γ 2 Sendo que, 2 . (4.19) e 0 dependem das condições iniciais do movimento. Se γ≠ 0 , então há atrito, e é menor que 0 , como se nota pela equação (4.19). A amplitude do movimento decresce gradualmente, até anular-se de um fator A (t )=θm (t)=θ 0 e−γt . (4.20) Descrição do Experimento: O equipamento utilizado nesse experimento é um dispositivo conhecido como Pêndulo de Pohl, como se retrata abaixo: 4.4 FÍSICA EXPERIMENTAL II Experimento 4 FEX2001 Equipamento/Material: 1. Dispositivo: Pêndulo de Pohl (figura acima); 2. Fonte de alimentação DC 0 - 20 ; 0 - 5 A (230 V; 50/60 Hz); 3. Dois cabos conectores: da fonte para o freio magnético ; 4. Cronômetro; Procedimentos: (a) O aparato já se encontra montado sobre a bancada. (b) Verifique se os cabos conectores encontram-se conectados. Caso não estejam, conecte-os da saída da fonte de alimentação até o freio magnético (números 11 e 17 na figura acima). (c) Ligue a fonte de alimentação do freio magnético. (d) Ajuste a saída da fonte de alimentação para a corrente de 0,2 A (verifique pelo mostrador esquerdo). (e) Desloque o ponteiro (número 9 na figura acima) até a marca dos 18. Solte o ponteiro e observe o que acontece. (f) Zere o cronômetro e prepare-se para dispará-lo. (g) Repita o procedimento (e), disparando o cronômetro no momento em que soltar o ponteiro. (h) Para cada intervalo de 5 s (aproximadamente), meça as amplitudes A, ou seja, o valor lido para o ponteiro, e o tempo correspondente no cronômetro, sempre para o mesmo lados do anel graduado. (Sugestão: pode-se também, soltar o ponteiro e medir após 5 s. Depois, soltar novamente e medir após 10 s, e assim sucessivamente). Anote as medidas na tabela 1. (Sugestão: treine para fazer em dupla as medidas. Enquanto um dos integrantes da equipe marca o tempo outro observa a amplitude correspondente). - Siga as instruções e responda às questões do relatório experimental. Cuidados com a experiência: - Jamais force por demais a deflexão do ponteiro. - Seja responsável: Use o material com zelo! - Após as medidas desligue o equipamento. - Qualquer dúvida ou alteração comunique o professor e aguarde. 4.5