Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios on line Portugal foi o segundo país onde se destruiu mais emprego na banca Eva Gaspar - [email protected] Durante a fase mais aguda da crise internacional, o emprego total recuou 6% em Portugal. A construção é o sector mais castigado, mas a intermediação financeira vem logo a seguir. Entre 2008 e o segundo trimestre de 2010, a crise destruiu 11,5% do emprego que as actividades de intermediação financeira asseguravam em Portugal. É um valor relativamente próximo dos 13,9% anulados na construção – sector que, salvo raras excepções, foi o mais penalizado em todo mundo desenvolvido, a par da indústria. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a amplitude da queda do emprego na banca em Portugal é a segunda mais elevada num universo que integra os Estados Unidos e 20 países da Europa Ocidental. Segue-se a construção (13,9%), a indústria (5,8%), a distribuição grossista e retalhista (3,2%) e os outros serviços (2,3%), onde se incluem a hotelaria, a restauração ou a intermediação imobiliária. Apenas na Eslováquia a redução do emprego na intermediação financeira foi mais expressiva (12,1%) do que por cá. Já na Irlanda – onde os excessos do sector são geralmente apontados como estando na base da queda do “Tigre Celta” – a variação do emprego surge com sinal positivo: 0,6% e mesmo em Espanha, onde a crise forçou a uma profunda reestruturação da banca regional, o emprego no sector recuou menos do que deste lado da fronteira (5,7%), embora os efeitos das fusões das “cajas” só recentemente se tenham feito sentir em toda a sua dimensão. Entre estes 21 países, Portugal surge no sexto lugar (empatado com os Estados Unidos) da tabela de destruição do emprego total (6%), liderada pela Irlanda (16,9%) e pela Espanha (13,3%). Estes dados constam de um relatório da OCDE divulgado no fim de Abril em que a organização adverte para a probabilidade de a actual crise deixar um rasto de desemprego particularmente elevado e difícil de inverter. Tal deve-se, entre outros factores, à circunstância de a destruição de postos de trabalho ter sido muito acentuada na construção, onde, sublinha a OCDE, a percentagem de trabalhadores com baixas qualificações é quase duas vezes superior à da economia em geral. 2011-05-23