COMUNICADO DE IMPRENSA
EMBARGO
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Relatório não pode ser citado ou resumido na mídia impressa ou
eletrônica, rádio ou televisão antes de 20 de novembro de 2013,
17:00 GMT
(12:00 Nova Iorque, 18:00 Genebra, 22:30 Nova Déli, 02:00 - 21
de novembro de 2013 Tóquio)
UNCTAD/PRESS/PR/2013/48
Original: Inglês
Unofficial Translation (Portuguese)
RELATÓRIO SOBRE OS PAÍSES MENOS AVAÇADOS 2013, DA CNUCED
Factos e dados
Tendências demográficas
• A população dos países menos avançados (PMA) dobrou entre 1980 e 2010, e deve fazê-lo
novamente até 2050
• Em 2011, a população total dos PMA era 858 milhões, aproximadamente 12% da população
mundial
• A taxa de crescimento demográfico dos PMA – 2,3% ao ano em 2012 – corresponde a
aproximadamente o dobro da taxa dos outros países em desenvolvimento (OPD, ou
seja, os países em desenvolvimento que não são PMA). A população dos OPD está
crescendo a uma média de 1,2% ao ano. A taxa de crescimento demográfico dos PMA é
cinco vezes superior à taxa média dos países desenvolvidos (0,4%)
• Os PMA enfrentam um forte desafio demográfico, já que sua população – cerca de 60% da
qual tem atualmente menos de 25 anos de idade – deverá dobrar para 1,7 bilhão até
2050, segundo projeções
• A população jovem dos PMA (com idade entre 15 a 24 anos) deverá disparar de 168
milhões em 2010 para 300 milhões em 2050, um aumento de 132 milhões
• Em 2050, um em cada quatro jovens em todo o mundo viverá em um PMA
• A população em idade ativa dos PMA aumentará em uma média em 16 milhões de pessoas
ao ano entre 2010 e 2050. Em cada um de 11 PMA, essa população crescerá em pelo
menos 0,5 milhão por ano
Tendências do emprego
• Durante o período 2000-2012, o crescimento do emprego nos PMA foi de 2,9% ao ano, taxa
ligeiramente acima da taxa de crescimento da população (2,3%), mas bem abaixo da
taxa média de crescimento econômico naquele período (7%)
• Em 45 de 48 PMA, o número de novos entrantes no mercado de trabalho está aumentando
e esse número ainda não terá atingido o pico nem em 2050
*Contatos: Unidade de Comunicação e Informação da UNCTAD, +41 22 917 5828, +41 79 502 43 11,
[email protected], http://unctad.org/en/pages/Media.aspx
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• No Níger, por exemplo, houve 224 mil novos entrantes em 2005, número que deve
quintuplicar para 1,4 milhão em 2050. Na Etiópia, houve 1,4 milhão de novos entrantes
em 2005, o que deverá aumentar para 2,7 milhões em 2030 e para 3,2 milhões em
2050. Em Bangladesh, houve 2,9 milhões de novos entrantes em 2005, valor que
atingirá um pico de 3,1 milhões em 2020 e diminuir depois
• A força de trabalho total dos PMA foi de 364 milhões de pessoas em 2010. Entre 2000 e
2010 ela aumentou em 87 milhões e entre 2010 e 2020 ela deverá crescer em mais 109
milhões (o que corresponde a 30% da força de trabalho de 2010) para atingir 474
milhões
• Uma porção significativa do crescimento de 30% da força de trabalho total entre 2010 e
2020 ocorrerá na Etiópia (12%) , Bangladesh (11%) e República Unida da Tanzânia
(9%)
• Os PMA que registrarão o crescimento mais rápido de sua força de trabalho são todos
africanos: Madagáscar, Malauí, Níger, República Unida da Tanzânia e Zâmbia
• O setor agrícola em 2000 foi responsável por 71% do emprego total tanto nos PMA como
nos OPD; deverá representar 63% nos PMA, mas apenas 29% nos OPD em 2018
• A indústria respondia por 7% do emprego total nos PMA em 2000, o que deverá chegar a
10% em 2018. O setor de serviços gerou 22% do emprego total dos PMA em 2000, o
que deverá aumentar a 27% em 2018
• A economia rural não agrícola representa 30% do emprego rural em tempo integral na Ásia,
45% na América Latina, 20% Ásia Ocidental e 40-45% na África
Força de trabalho das taxas de participação
• Os PMA têm uma elevada taxa de participação na força de trabalho: 75% em média, em
comparação com 68% nos OPD
• Entre 1990 e 2012 estima-se que 290 milhões de mulheres entraram na força de trabalho
dos PMA
• Do aumento de 109 milhões da população economicamente ativa (PEA) entre 2010 e 2020,
cerca de 62 milhões serão em setores não agrícolas e 47 milhões serão no setor
agrícola
• Nos PMA africanos 63% do aumento total da PEA deverá dar-se em setores não agrícolas
entre 2010 e 2020 (contra 46% em 2000-2010); nos PMA asiáticos (excluindo
Bangladesh), 13% (em comparação com 45% em 2000-2010)
• A PEA em setores não agrícolas deverá crescer mais rápido que a PEA ocupada na
agricultura durante a década de 2010 a 2020
Desemprego
• A taxa de desemprego dos PMA durante o período 2000-2012 foi de 5,5%
• Na maioria dos PMA, a taxa de desemprego juvenil é mais elevada que a taxa média de
desemprego tanto para homens e como para mulheres; na maioria dos casos, é quase o
dobro dessa taxa
• A prevalência relativa de desemprego juvenil é evidente especialmente nos PMA insulares
(15,5% em 2012), PMA asiáticos (10,5%) e PMA africanos (9,6%)
Trabalhadores pobres e emprego vulnerável
• A percentagem de trabalhadores pobres nos PMA vivendo com menos de US$ 1,25 ao dia
está declinando como proporção do emprego total, de 61% em 2000 a 29% projetados
para 2017. Nos OPD, deveria cair de 30% em 2000 para 7% em 2017
• O emprego vulnerável (ou seja, trabalhadores por conta própria e trabalhadores familiares)
representa cerca de 80% do emprego total nos PMA
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• Em 2012, 85% das mulheres e 73% dos homens, em média, exerciam uma trabalho
vulnerável
• A diferença de gêneros no emprego vulnerável não é apenas grande, mas também
aumentou levemente, tendo ficado numa média de 11 pontos percentuais durante o
período de 2000 a 2012
• Entre os PMA, Somália (96%) , Guiné-Bissau (95%), República Centro-Africana (94%) e
Malauí e Togo (90% em ambos casos) têm as percentagens mais elevadas de emprego
vulnerável no emprego total; a maioria concentra-se no setor informal
• Em 2012, em Bangladesh havia 62 milhões de pessoas em empregos vulneráveis; na
Etiópia, 36 milhões; em Mianmar, 24 milhões e na República Unida da Tanzânia, 19
milhões
Crescimento econômico e emprego
• Entre 2000 e 2010 a taxa de emprego deu uma contribuição positiva para o produto interno
bruto (PIB) per capita em apenas três dos 11 PMA pesquisados: Camboja, Serra Leoa e
República Unida da Tanzânia
• Na maioria dos PMA a elasticidade-emprego do PIB tem diminuído ao longo da última
década; daí a elasticidade média em 2004-2008 tender a ser menor do que em 19962000, o que se dá em 21 dos 39 PMA da amostra
Desempenho macroeconômico
• A taxa de crescimento econômico dos PMA aumentou de 4,5% em 2011 para 5,3% em
2012, mas manteve-se abaixo da taxa-meta de 7% consagrada no Programa de Ação
de Istambul para os PMA. Houve 15 países com taxa de crescimento superior a 6%,
mas também 10 países com taxa de crescimento abaixo de 3%
• A taxa de investimento fixo dos PMA atingiu um pico de 21,8% do PIB em 2010-2011, o
nível mais alto em 40 anos. No entanto, esse nível ainda ficou aquém dos 25%
considerados como necessários para manter um crescimento econômico contínuo
• Durante os anos de boom do início dos anos 2000 o investimento público nos PMA
aumentou de 7,2% do PIB em 1999-2001 a 8,8% em 2009-2011
• Os PMA continuam a ser muito dependentes de recursos externos. O déficit em conta
corrente dos PMA aumentou de US$ 10,5 bilhões em 2011 a US$ 28,8 bilhões em 2012
• A balança comercial dos PMA deteriorou-se de um déficit de US$ 3,7 bilhões em 2011 a um
déficit de US$ 18,5 bilhões em 2012. As exportações dos PMA cresceram em apenas
0,6% em 2012, bem inferior aos 25% de 2010 e 2011. O desempenho das exportações
dos PMA continua a depender fortemente do petróleo
• O investimento estrangeiro direto (IED) nos PMA atingiu um recorde de quase US$ 26
bilhões em 2012, em alta de 20% em relação ao nível de 2011
• As remessas de trabalhadores emigrados atingiram um novo recorde de US$ 30,5 bilhões
em 2012. No entanto, a ajuda pública ao desenvolvimento (APD) bilateral diminuiu 12%
em termos reais em 2012
• Em 2012 a dívida externa dos PMA aumentou 6,7% em termos nominais, atingindo US$ 183
bilhões
Estrutura econômica
• A maioria da população dos PMA vive em áreas rurais. Em 35 PMA mais de 60% da
população vive em áreas rurais. Mais da metade da população vive em áreas urbanas
em apenas em cinco PMA: Djibuti, São Tomé e Príncipe, Angola, Gâmbia e Haiti
• O setor primário (agricultura, silvicultura e pesca) continua a ser muito importante para os
PMA, dado o seu ritmo geralmente lento de mudança estrutural. Esse setor representa
mais de um quarto do PIB em 29 PMA, ao passo que em apenas cinco desses países o
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setor é responsável por menos de 10% do PIB: Guiné-Equatorial, Djibuti, Timor-Leste,
Lesoto e Angola
• Apesar da importância da agricultura para os PMA, a sua produtividade agrícola é
relativamente baixa. Em 1990, os PMA produziam 0,9 tonelada de cereais por hectare,
apenas 61% do nível de produtividade nos OPD. A diferença aumentou até 2011.
Embora a produtividade dos PMA tivesse subido levemente para 1,2 tonelada de cereais
por hectare, esse nível corresponde a apenas 37% da produtividade dos OPD
• A mineração tornou-se cada vez mais importante para os PMA. A participação da mineração
no PIB (juntamente com a construção e serviços de utilidade pública) subiu de 14,5%
1999-2001 para 22% em 2009-2011
• A participação do setor de serviços no PIB cresceu na maioria (28) dos PMA nos dez anos
anteriores a 2009-2011
Educação
• A taxa de escolarização bruta (o número de alunos matriculados na escola,
independentemente da idade, dividido pela população do grupo etário que oficialmente
corresponde ao mesmo nível escolar) na educação primária nos PMA aumentou de
68,8% em 1995 a 104,2% em 2011, quando ela chegou próximo ao nível dos OPD
(109%) . No caso do ensino superior (nível universitário), no entanto, a diferença entre
os dois grupos de países aumentou. Em 2011, a taxa bruta de matrícula na educação
superior nos PMA foi de 8,4%, bem abaixo da taxa dos OPD (23,5%)
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