Expectativas, riscos e incertezas nos
utilizadores de PMA
Helena Machado
Departamento Sociologia, U. Minho, Portugal
FCOMP-01-0124-FEDER-008483
FCOMP-01-0124-FEDER-014453
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Objetivos
• Captar os sentidos e expectativas dirigidos à PMA
• Contributo para a discussão e reflexão em torno dos riscos e
benefícios
Medicina
Qualidade, segurança,
eficácia, eficiência e confiança
Utilizadores de PMA
Identidade e dignidade
humanas
Custos financeiros, físicos,
psicológicos e emocionais
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Casamento-procriação
“Faz parte. Quando uma pessoa casa tem que engravidar, não é?
Acho que não casaria se não quisesse criar uma família” (E. 5, mulher
30 anos, 6.º ano escolaridade, operária)
“A sociedade não está preparada para a ausência de filhos.
Perguntam-me: Já casaste há muito tempo? E filhos? Quantos
tens?” (E. 7, homem 30 anos, 6.º ano, empresário)
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Pressão social, exclusão (feminina?)
“É isso que revolta mais, e eu sinto-me um bocadinho inferior às
outras mulheres” (E. 4, mulher de 35 anos, 6.º ano operária)
“As pessoas não me dizem nada, mas eu, perante elas, sinto
vergonha e desilusão” (E. 10, mulher 38 anos, 6.º ano, desempregada)
“Sinto-me excluída e posta de lado pelo facto de não ter filhos
(…) não só na família, também na sociedade” (E. 7, mulher 29 anos, 12.º
ano, educadora social)
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Pressão social, exclusão (feminina?)
“O meu pai às vezes diz: ‘oh pá, deita-a fora!’” (E. 2, homem 45 anos,
advogado)
“É logo assim: Vocês ainda não têm filhos é porque ela tem
algum problema (...) Acho que isto é da cultura portuguesa, as
pessoas pensam que, quando o casal não tem filhos, é porque
geralmente o problema é da mulher” (E. 9, homem 31 anos, 6.º ano,
ourives)
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Privilegiar o vínculo bio-genético
“Eu vou até ao fim, enquanto tenho meios, enquanto tenho
possibilidades de ter um filho nosso. Quando me disserem:
Acabou, não tens óvulos, não tens ovários, não tens nada.
Esquece, adopta…” (E. 5, mulher 30 anos, 6.º ano, operária).
“Eu não quero adoptar, porque acho que nunca seria meu. Ou
tenho ou não tenho” (E. 9, mulher 29 anos, 11.º ano, escriturária)
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Os riscos
• Tecnologias de esperança (Franklin, 1997)
• Naturalização da dor (mulheres), incertezas e riscos
• Principais riscos percebidos: gravidez múltipla e destino dos
embriões excedentários
• Fragilização da confiança na medicina:
Intermitência, falta informação e de apoio
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“Há médicos e médicos, mas podiam dar um bocadinho mais de
carinho, ou uma palavra... falta aquela coisinha... para nós não
nos sentirmos piores.” (E. 15, homem 31 anos, 6.º ano, comerciante)
“Se a gente perguntar, ainda dizem alguma coisa; se a gente não
perguntar... acho que devia haver mais comunicação entre os
médicos e nós.” (E. 6, homem 38 anos, 6.º ano, operário)
“Nos próprios hospitais está tudo misturado. Misturam os casais
inférteis com as grávidas (...) a nossa doença não é contagiosa,
não temos que estar isolados. Mas pelo menos não estarmos
juntos com aquilo que mais nos magoa.” (E. 7, mulher 29 anos, 12.º ano,
educadora social)
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PMA amiga dos pacientes
• Equidade e minimização dos riscos
• Desigualdades de género, socioculturais e de acesso aos
tratamentos
• Alteração na interação médicos-pacientes
• Envolvimento dos utilizadores
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