Fim dos Dias Carlos Eduardo Paulino Douglas Rodrigues Soares Uma das características da Guerra Fria foi a Corrida Armamentista, como sabemos, os EUA inaugura a Era Atômica com a explosão Trinity em julho de 1945, quatro anos mais tarde, sob a coordenação de Kurchatov, a URSS faz o mesmo. Não querendo perder a dianteira a ‘águia do norte’ experimenta sua explosão termonuclear em 1952, seguido pelo ‘grande urso’ no ano seguinte, embora haja contestações quanto à validade deste teste de Bomba H, ocorrido em 1953. No entanto, para dirimir dúvidas a URSS prova sua força, em 1961, ao testar a maior bomba já feita pelo ser humano. Construída para atingir 100 Mtons, ou seja, uma bomba com capacidade equivalente a 100 milhões de toneladas de TNT, a mesma atingiu 57 Mtons! O teste, embora parcialmente bem sucedido, graças a um problema na geometria do projeto, foi o maior já realizado. Tendo ocorrido em Novaya Zemlia (Nova Terra), um arquipélago do ártico soviético. A época, a URSS estava à frente dos EUA em quase todas as áreas, mas Stálin estava morto havia 8 anos. Outro problema enfrentado por Stálin no fim de seu mandato foi à divisão da Alemanha. Dividida em zonas de ocupação pelos aliados, deu origem a dois países. As zonas britânica, francesa e norte-americana originaram a Alemanha Ocidental ou República Federal da Alemanha (RFA), enquanto a zona soviética tornou-se a Alemanha Oriental ou República Democrática Alemã (RDA). Pensamos que não é necessário escrever que essa divisão se tornou um marco da Guerra Fria, já que a RFA formou-se sob o capitalismo, enquanto a RDA sob o socialismo, embora não possamos afirmar que completamente submissas aos seus polos, tanto que a primeira revelou Konrad Adenauer, um dos patronos do Capitalismo de Bem-Estar Social ou Welfare State, para muitos o keynesianismo colocado em prática, quanto à segunda, conseguiu sob o mando de Erich Honecker, um padrão de vida superior ao da URSS. Um sacrilégio que, jamais, um estado satélite soviético, chegou a sonhar. É, ainda sob Stálin que surge, em 1949, o COMECOM, Conselho Econômico de Assistência Mútua, no qual a URSS auxiliou os países socialistas a se recuperarem da II GM, mas ao mesmo tempo criando dependência política e econômica em relação a ela. Essa grande organização supranacional é uma resposta aos Planos Marshall e Colombo, que os EUA, criaram para auxiliar seus aliados, e ao mesmo tempo isolar a URSS (‘Política do Cordão Sanitário’). E por fim, em 1953, Koba deixa o mundo. Abrindo uma lacuna no poder, quase, insuperável. Para sucedê-lo, todos pensavam em Lavrenti Beria, seu executor, o faz-tudo do chefe, o mais facínora dos membros do Politburo, o Stálin de Stálin. Sua presença, no entanto, não era bem vinda. O ódio acumulado por ele o impediu de ascender ao poder. Foi assassinado. Para substituir o insubstituível, foi criada uma Troika, formada por Molotov, Malenkov e Khruschev, até que em 1956 Nikita Sergueievich Khruschev é nomeado o 3º Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS (PCUS). Seu governo será intenso, tendo início quando o mesmo denuncia os crimes de Stálin no XX Congresso do PCUS, e ao mesmo tempo curto, pois ele governa até 1964, tornando-se o único líder da URSS a não cumprir seu mandato até o fim de seus dias.