Dos Kulaks aos Gulags Carlos Eduardo Paulino Alexandre Antonio Dondoni Koba, como era conhecido, intimamente Stálin, não foi uma das pessoas mais fáceis do mundo. Duro, exigente, desconfiado, não era chegado à família, na verdade foi responsável pela morte de sua esposa e de seu filho, só lhe restando uma filha, recentemente falecida. No entanto, como se sabe tornou a URSS uma grande potência mundial. Para substituir a NEP criou os planos quinquenais, realizando o sonho de planificar, leia-se controlar, a economia soviética, dando prioridade, inicialmente, a indústria pesada e a agropecuária, gerando empregos aos milhões, ao mesmo tempo em que enriquecia o país de recursos minerais e energéticos, desta forma, tornando o país, inesperadamente, rico. Mas se engana quem pensa que tudo isso foi feito de forma suave. Exigente com a burocracia que controlava a economia e a política do país, os mesmos transferiam suas ordens para os subalternos, que tinham que cumprir as metas, caso contrário, no mínimo, eram deportados. E foram milhões. Os números, até hoje, são muito controversos, as maiores estimativas, dizem que o governo Stálin custou 20 milhões de vidas, para que se implantassem a planificação econômica, a “política do liquidificador”, as deportações e as execuções dos “inimigos do socialismo”. Esta última classificação, totalmente, arbitrária, bastava estar de mau humor que Stálin mandava executar, aliás, mandou mandar todos os seus companheiros, os mesmos que o elegeram, do alto escalão do PCUS, exatamente por eles terem traído Lênin, que preferia Trotski, também assassinado, pensando que os mesmos pudessem traí-lo. Arredio. Tinha vários sósias para representá-lo em público. Após as apresentações matava-os. Foi um governo tirânico. Enquanto isso seus planos quinquenais, tornavam o país competitivo, baseado nas indústrias petroquímica, siderúrgica, metalúrgica, têxtil, alimentícia, química, de cimentos, elétrica, bélica, aeronáutica e numa área agropecuária que era a maior do mundo, ou seja, cerca de 600 milhões de hectares, ocupando, é verdade, uma estreita faixa do território, mas com abundância de água dos grandes rios soviéticos (Dniepr, Dniestr e Volga) e de um dos solos mais férteis do mundo, o tchernozion. A produção agropecuária batia recordes sucessivos dando ao país boa qualidade de vida, deixando para trás seus concorrentes capitalistas. A indústria funcionava racionalmente em Combinados, que combinavam matériaprima, energia, mão de obra, transporte e salários para consumir o que fosse necessário, tornando, assim a URSS um país autárquico, ou seja, que buscava a autossuficiência. Para que os Combinados funcionassem foram construídas grandes obras, nos arredores de Moscou e Leningrado, em várias regiões da Ucrânia (Kiev, Kuzbass, Donbass), nos Urais, e na Sibéria, ao longo da maior ferrovia do mundo a Transiberiana. Portanto, foi Stálin, e seu modo de governar, que tirou a Rússia, a sua época, URSS, do feudalismo que durou até 1917, quando o mesmo já havia sido extinto na Europa Ocidental em 1453, e a levou para a economia moderna do século XX. Nijeradze, outro dos apelidos de Koba, continuará a ser analisado no próximo artigo, dando ao nosso leitor a oportunidade de conhecer a formação de um dos BRICS. Até lá.