Universidade de Brasília
FRANCISCO CARLOS RODRIGUES
A PREFERÊNCIA DOS ALUNOS DO PROGRAMA SEGUNDO
TEMPO PELO FUTEBOL EM DETRIMENTO DE OUTRAS
MODALIDADES ESPORTIVAS: “VILA SANTA BÁRBARA” EM
TERESINA/PI UM ESTUDO NO NÚCLEO
Teresina/PI
2007
FRANCISCO CARLOS RODRIGUES
A PREFERÊNCIA DOS ALUNOS DO PROGRAMA SEGUNDO
TEMPO PELO FUTEBOL EM DETRIMENTO DE OUTRAS
MODALIDADES ESPORTIVAS: UM ESTUDO NO NÚCLEO “VILA
SANTA BÁRBARA” EM TERESINA/PI
Trabalho apresentado ao Curso de
Especialização em Esporte Escolar
do Centro de Educação à Distância
da Universidade de Brasília em
parceria com o Programa de
Capacitação Continuada em Esporte
Escolar do Ministério do Esporte
para obtenção do título de
Especialista em Esporte Escolar.
Orientadora: Profª Drª Janete de
Páscoa Rodrigues
Teresina/PI
2007
RODRIGUES, Francisco Carlos
Preferência pelo Futebol em detrimento de outras modalidades. Teresina, 2007.
N. de páginas: 38p.
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino à Distância,
2007.
Palavras-chaves: Programa Segundo Tempo, Futebol, Cultura.
FRANCISCO CARLOS RODRIGUES
A PREFERÊNCIA DOS ALUNOS DO PROGRAMA SEGUNDO
TEMPO PELO FUTEBOL EM DETRIMENTO DE OUTRAS
MODALIDADES ESPORTIVAS: UM ESTUDO NO NÚCLEO “VILA
SANTA BÁRBARA” EM TERESINA/PI
Trabalho apresentado ao Curso de
Especialização em Esporte Escolar
do Centro de Educação à Distância
da Universidade de Brasília em
parceria com o Programa de
Capacitação Continuada em Esporte
Escolar do Ministério do Esporte
para obtenção do título de
Especialista em Esporte Escolar pela
Comissão
formada
pelos
professores:
Presidente: Presidente: Profª. Drª. Janete de Páscoa Rodrigues
Universidade Federal do Piauí
Membro: Profº. Ms. Aécio Kleber Araújo Brito
Universidade Federal do Piauí
Teresina (PI)
2007
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom da vida.
À minha esposa Vera e aos meus filhos, Fernando e André, pelo amor.
A FUNDESPI na pessoa da Profª. Margareth, pela oportunidade.
Aos tutores do CEAD/UNB: Fabrício e Graça Servilha, pelo suporte.
A Profª. Janete, pela orientação e incentivo.
Ao Ministério dos esportes, ao CEAD e à UNB, pela oportunidade de poder realizar
este curso a distância.
E a todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração desta
monografia.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................08
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................11
2.1 Origem do Futebol no Mundo e no Brasil ...........................................................12
2.2 O Futebol e a atual Sociedade de Mercado ..........................................................13
2.3 Esporte e Motivação .............................................................................................14
2.4 Aprendizagem e Desenvolvimento Motor da Criança.........................................16
2.5 Esporte e Diversificação ......................................................................................17
3. MÉTODOS UTILIZADOS NA PESQUISA .............................................................18
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................20
4.1 Resultados da pesquisa junto aos alunos do Núcleo Santa Bárbara ...................20
4.1.1 Preferência dos alunos acerca das atividades ofertadas pelo PST .............20
4.1.2 Influências sobre os alunos para a prática de esportes ...............................22
4.1.3 Objetivos dos alunos quanto às praticas esportivas no PST ......................23
4.1.4 O esporte e a questão mercadológica na visão dos alunos .........................24
4.1.5 Influência da mídia junto aos alunos na prática de esportes ......................25
4.2 Resultados da pesquisa junto aos monitores do Núcleo Santa Bárbara ..............30
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................33
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................35
7. ANEXO 1 ..................................................................................................................37
2 ..................................................................................................................38
RESUMO
Este trabalho versa sobre a preferência dada ao Futebol pelas crianças que participam do
Projeto Segundo Tempo (PST) no bairro Santa Bárbara na cidade de Teresina (PI), em
detrimento das demais modalidades esportivas. A metodologia da pesquisa consistiu na
aplicação de questionários de maneira conjunta com a técnica da observação junto aos
monitores e aos alunos do Núcleo Santa Bárbara, quando através destes instrumentos de
pesquisa buscamos compreender, na opinião dos sujeitos investigados, as possíveis
razões que levam as crianças a priorizarem o futebol dentre as diversas modalidades
esportivas ofertadas pelo Programa Segundo Tempo. Quanto aos objetivos específicos,
procurou-se identificar tais razões na medida em que tentamos descobrir estratégias
especificas para uma mudança dessa realidade, uma vez que a diversificação da prática
esportiva nas aulas de educação física deverá ser adotada como forma de aumentar o
acervo de experiências motoras para as crianças e adolescentes, já que a importância da
prática esportiva transcende os limites de simples gestos motores. Assim os resultados
da investigação revelaram que a maioria dos alunos pesquisados, tanto do sexo
masculino como do sexo feminino preferem praticar futebol em vez de outros esportes.
Além disso, estes alunos demonstram que são fortemente influenciados pelos meios de
comunicação, especialmente pela TV, ao desenvolverem o gosto pelo futebol. Segundo
os alunos do PST do Núcleo Santa Bárbara, o futebol se constitui no esporte que oferece
maior oportunidade de trabalho bem remunerado para os seus praticantes profissionais.
Por fim, os alunos afirmaram que o fator preponderante para sua opção pelo futebol
frente às demais modalidades de esporte é o simples fato de que a prática do futebol lhes
proporciona prazer e entretenimento.
Palavras-chaves: Programa Segundo Tempo, Futebol, Cultura.
8
1
INTRODUÇÃO
Sabemos que os jogos, os esportes e suas várias modalidades são muito
importantes para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças e adolescentes. E é
neste contexto que o futebol se apresenta como uma das modalidades esportivas mais
importantes do Brasil e do mundo atual. O futebol, devido ao grande poder de alcance
no mundo contemporâneo globalizado, tornou-se um instrumento de grande potencial
para o desenvolvimento de programas sociais como o Programa Segundo Tempo (PST),
onde o futebol é, quase sempre, o “carro chefe” das atividades esportivas ofertadas
nestes programas.
O Ministério dos Esportes, criado através da Medida Provisória 103, de 1 de
janeiro de 2003, tem como proposta “formular e implementar políticas públicas
inclusivas e de afirmação do esporte e do lazer como direitos sociais dos cidadãos,
colaborando para o desenvolvimento
nacional e humano”, e também assegurar a
democratização do esporte, ou seja, garantir o acesso a todos as atividades esportivas,
visando contribuir para redução do quadro de injustiças, exclusão e vulnerabilidade
social que atinge grande parte da sociedade brasileira, principalmente as menos
favorecidas. Com essa intenção, foi criado o Programa Segundo Tempo, que através de
núcleos espalhados principalmente na periferia das grandes cidades e também do
interior do Brasil, com orientação, coordenação e monitoramentos nas áreas de
Educação Física e Pedagogia, procura atingir os objetivos propostos, utilizando-se das
“diversas modalidades esportivas coletivas e individuais”.
O Esporte enquanto prática social é uma força capaz de influenciar hábitos e
costumes. Ele pode trazer benefícios no desenvolvimento humano contribuindo na
formação física e intelectual, estabelecendo conceitos de liderança, trabalho em equipe e
disciplina. Pode trazer solidariedade, auto-estima, respeito ao próximo, facilidade na
comunicação, tolerância, sentido de coletividade, cooperação, capacidade de liderança,
respeito a regras, vida saudável, combate a doenças, evasão escolar, uso de drogas,
criminalidade e outros.
Poderíamos dizer que o Futebol como modalidade esportiva, também realiza
esse papel. Entretanto o fato de, prioritariamente o futebol ser utilizado para essa
9
realização, faz com que as crianças deixem de conhecer e adquirir outras habilidades e
experiências motoras importantes que outras modalidades também realizam para o seu
desenvolvimento integral.
A diversificação da prática esportiva nas aulas de educação física, seja no
Programa Segundo Tempo ou não, deverá ser adotada como forma de aumentar o leque
de experiências motoras para as crianças e adolescentes, uma vez que a importância da
prática esportiva transcende os limites da recreação.
Com isso, poderíamos nos perguntar se seria essa preferência um possível
reflexo do comportamento cultural e midiático da sociedade brasileira contemporânea
como um todo? Ou o Futebol, no contexto dos Núcleos do Programa Segundo Tempo
não está utilizando de metodologias adequadas para o seu ensino?
Cabe, portanto, nos questionarmos se essa preferência pelo Futebol pelos alunos
em questão, não estaria desencadeando algum prejuízo no processo de aprendizagem e
desenvolvimento integral desses alunos no final de suas vidas escolares e posteriores a
essa fase?
Vale salientar que todas as atividades esportivas são executadas por turmas mistas,
com um pequeno número de meninos a mais que o numero de meninas, mas com boa
aceitação quanto ao compartilhamento das atividades de forma harmônica entre os dois
sexos.
Quanto ao suporte, de ordem humana o Programa Segundo Tempo oferece
pagamento de bolsa aos dois monitores: um responsável pelo Reforço Escolar e um
outro responsável pela prática esportiva. Oferece ainda o programa, material didático e
esportivo para as atividades desenvolvidas no núcleo.
Criado pelo Ministério do Esporte, o Programa Segundo Tempo mantém um núcleo
no bairro Santa Bárbara, zona leste da cidade de Teresina/PI. Citado bairro conta hoje,
com aproximadamente 2.000 famílias, composta principalmente de pessoas carentes e é
originário de uma invasão urbana e que já conta com alguma infra-estrutura como água
e luz, sem, no entanto possuir rede de esgoto e tendo a maioria de suas ruas ainda sem
pavimentação. O déficit habitacional já está reduzido a 10%. A comunidade do bairro
Santa Bárbara conta apenas com uma escola estadual e um posto municipal de saúde do
PSF, que atende a gestantes, idosos e crianças. As crianças de até 5 anos, contam agora
com a creche CEMEI – Centro Municipal de Educação Infantil. Grande parte das
crianças tem que se deslocar para os bairros mais próximos para estudar e o atendimento
médico é efetuado, também em bairros vizinhos. Com exceção da quadra descoberta de
10
cimento e um mini-campo de futebol da escola estadual, a comunidade só conta com um
campo de futebol de adultos, onde são realizadas as atividades do Programa Segundo
Tempo. Falta opção de lazer para as crianças que praticamente só tem os pequenos
jogos de futebol (peladas) e outras brincadeiras desenvolvidas nas ruas. Daí o grande
importância com a implantação de um núcleo do Programa Segundo Tempo na
comunidade.
O que justifica o desenvolvimento desse trabalho é a importância na medida em que,
através dos dados coletados, poder-se-á adotar ações educacionais que tragam maiores
benefícios e que possam ajudar no desenvolvimento das crianças atendidas pelo
Programa
Segundo
Tempo,
principalmente
através
do
esporte
de
maneira
multidisciplinar e pluralizada.
Também se justifica sua realização pelo fato deste estudo se apresentar como uma
ferramenta a mais para a área da Educação Física na medida em que poderá servir de
base para profissionais que queiram aplicar em outras comunidades os conhecimentos
nele apresentados.
Portanto, apresentamos como objetivo geral da pesquisa, o propósito de buscar
compreender as razões do comportamento das crianças frente às práticas esportivas
ofertadas pelo Programa Segundo Tempo. Comportamento este observado pelos
professores (monitores) e este coordenador, desde o início das atividades do programa,
isto é, a preferência dessas crianças pelo futebol em detrimento das demais modalidades
esportivas também ofertadas no núcleo.
Já os objetivos específicos consistem de:
•
Identificar as razões da priorização por parte dos alunos pelo Futebol em detrimento
das demais modalidades.
•
Caracterizar aspectos socioeconômicos e perfil pessoal dos alunos que freqüentam o
Programa Segundo Tempo do bairro Santa Bárbara em Teresina.
•
Levantar junto aos alunos e professores do Programa Segundo Tempo sugestões
que possam modificar tal rejeição com relação às demais modalidades esportivas e
assim desenvolverem outras habilidades motoras.
Esse trabalho somado a outros já existentes, como exemplo o de Paim (2001), tem
como premissa o que bem diz Kipnis e Ana Cristina (2005): “...o foco de um projeto de
pesquisa é avançar o conhecimento sobre uma dada realidade”.
11
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Baseado na Constituição de 1988, em que o esporte era para funcionar como
política social para todos, poderíamos ter no futebol um instrumento capaz de
concretizar os objetivos da política social ali mencionada. Historicamente e utilizando
as palavras de Sadi (2004) “As classes dominantes apenas legitimavam a prática
esportiva quando seus interesses internacionais poderiam promover a nação, vendendo-a
segundo os princípios mercadológicos. Assim, constituiu-se uma concepção de que a
política do esporte deveria ser massificada segundo os interesses do fomento ao esporte
olímpico”. E para isso Sadi (2004) assim definiu o que seria uma política social: “Como
estratégia de governo, a política social é geralmente entendida como um conjunto de
planos, programas e normas, nos quais o Estado estabelece suas diretrizes, fixando
ordens de governo e concedendo alguns mecanismos de reprodução social”.
Portanto deveremos entender o Programa Segundo Tempo como “uma estratégia
de governo” com vistas à consecução de objetivos daquela que foi, sem dúvidas, a que
mais incluiu itens de política social para o povo brasileiro: a Constituição de 1988. E
para o Programa Segundo Tempo o futebol como “carro chefe” é o seu maior
instrumento.
Entretanto, é necessário que conheçamos sobre a pedagogia e didática do
esporte, ao utilizarmos “essa estratégia de governo” de modo que se possa ensinar
esporte através de jogos e brincadeiras inclusive através do conhecimento de propostas
metodológicas que incentivem ao ensino de forma lúdica e não de forma a ensinar
apenas gestos técnicos, aliás, esse é um dos objetivos do Programa Segundo Tempo.
Quanto à pedagogia:
É um campo de conhecimento sobre a problemática educativa na sua totalidade e
historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. O
pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa, implicando objetivos
sociopolíticos a partir dos quais se estabelecem formas organizativas e
metodológicas da ação educativa.
(Libâneo, 2002, p.30)
12
E, mais especificamente, quanto à aplicação da pedagogia ao esporte:
Cabe a essa distinta área, por meio de seus profissionais qualificados, responder
pedagogicamente as questões relativas à: como ensinar esporte, o que ensinar dos
esportes, para que ensinar esportes e por que ensinar esportes, sendo que esse
esporte deve ser entendido como um constructo cultural historicamente
construído pela sociedade humana.
(Scaglia, 2004, p11)
Portanto, para utilizarmos o futebol ou outras modalidades esportivas
educativamente, temos que estar devidamente capacitados para que os resultados
possam vir em forma de desenvolvimento global.
Em se tratando do cenário cultural brasileiro, é importante lembrar que o futebol
sempre despertou no brasileiro, além de muito interesse, um sentimento de “coisa
nossa” e devido à representatividade de sua seleção, times e jogadores criou-se uma
imagem de grande sucesso a respeito do futebol nacional.
Por isso é necessário destacarmos alguns aspectos sobre a história do futebol no
Brasil no mundo para que possamos perceber a realidade apresentada atualmente pelo
futebol no contexto sócio-cultural brasileiro, considerando-se tratar de uma modalidade
esportiva originária da Europa.
2.1
Origem do futebol no mundo e no Brasil
Faz-se necessário, principalmente as novas gerações, conhecerem melhor a
história do futebol para verificarem que essa modalidade não é genuinamente brasileira,
apesar da leveza como é praticado pelos seus jogadores.
E falar da origem do Futebol, é necessário lembrar que alguns registros
históricos afirmam ter esta modalidade se surgido por volta de 3.000 a.C, no Japão
Antigo, onde era conhecido como “Kemari”. Depois na Itália Medieval como “gioco del
calcio”, da Itália chegou à Inglaterra por volta do século XVII, onde ganhou regras
diferentes e foi organizado e sistematizado para a prática de estudantes e filhos da
nobreza britânica, segundo Lima, Marco Antunes de, em artigo “As origens do futebol
13
na Inglaterra e no Brasil” no site http://www.klepsidra14/futebol.html. Nesse momento
da historia, se insere Charles Miller, brasileiro e paulista do bairro do Brás que ao
retornar da Inglaterra onde fora estudar, trouxe além de seus conhecimentos
(considerado exímio jogador) uma bola e um conjunto de regras.
O futebol, segundo ainda o mesmo autor, aos poucos foi sendo divulgado
tornando-se uma das maiores paixões do povo brasileiro. E por ser uma modalidade
coletiva que traz em seu bojo um potencial muito grande de integração através de uma
prática pedagógica adequada, deve ser desenvolvido mediante objetivos definidos que
possibilitem uma escolha consciente e crítica de seus praticantes.
Com isso, surgem algumas indagações a serem discutidas neste trabalho acerca
da preferência das crianças do Projeto Segundo Tempo pelo Futebol de maneira quase
exclusivista frente às demais modalidades. Será suficiente a prática de apenas uma
modalidade esportiva, no nosso caso o Futebol, para que as crianças que freqüentam o
Programa Segundo Tempo possam crescer e se desenvolver como um todo? Será se
essas crianças esboçam desinteresse para com outras modalidades que não o Futebol
porque não possuem experiências prévias sobre estas outras modalidades ou este
comportamento seria mero reflexo cultural e midiático da atual sociedade brasileira?
Neste aspecto, é importante ressaltar aquilo que Bourdieu versa sobre esse
caráter multidisciplinar do esporte no contexto sócio-educacional contemporâneo.
Historicamente o esporte desenvolveu formas e modalidades diferentes
para atender uma demanda que se originava do surgimento de novas
classes sociais e consequentemente de novos perfis de praticantes de
(BOURDIEU, 1983).
esporte.
2.2 O Futebol e a atual sociedade de mercado.
A espetacularização e a mercantilização do futebol provocou uma busca cada
vez maior de novos praticantes e consumidores dessa modalidade esportiva, fazendo
proliferarem as “escolinhas de futebol” pelos quatros cantos do Brasil. Como
conseqüência disso também surgiu o interesse da mídia sobre esta temática, onde
patrocinadores possuem cada vez mais interesse pelo futebol mediante a promoção de
investimentos elevados no setor futebolístico.
14
Em se tratado de mídia e esporte, ressalta Sadi (2004) quando fala a respeito do
estranhamento que há entre mídia, individualismo e competitividade, nos espetáculos
esportivos de massas: “o esporte possui componentes negativos, como a reprodução da
mídia sem reflexão dos sujeitos e componentes positivos, como a postura dos
professores e monitores como de agentes de mudanças”.
Frente a isto, vemos crianças e adolescentes brasileiros se dedicarem de forma
obstinada a adquirirem um espaço neste universo milionário do futebol nacional e
mundial em detrimento das outras modalidades esportivas como representantes do
primeiro grupo. Poderemos ver situação igual dentro de vários núcleos do Programa
Segundo Tempo, mas também vemos muita coisa boa em outros núcleos representando
o segundo grupo. Então o que se espera, é que professores e monitores possam
realmente ser agentes de transformação e para isso é necessário que eles estejam
devidamente capacitados e que os alunos possam estar devidamente motivados para
seus ensinamentos.
2.3
Esporte e Motivação
Temos que falar também de outro aspecto. O aspecto motivacional. O que motiva
essas crianças e adolescentes a preferir o futebol em detrimento das outras modalidades?
A motivação, segundo vários autores, dentre eles, Marcus Teshainer, psicanalista e
psicólogo do esporte e do exercício, diz que a motivação manifesta-se de forma
intrínseca (que vem do interior do ser humano) e de forma extrínseca (manifestações do
meio exterior).
Quanto a quem influencia ou aos motivos que levam crianças a praticarem o
Futebol, temos em Paim (2001) um trabalho onde baseados no Inventário de Motivação
para a prática Desportiva de Gaya & Cardoso (1998) foi elaborado questionários de
Motivação de Gill; Kimberley et Weiss e Serpa e dados analisados com base nos
critérios de Gaya & Cardoso (1998), os motivos foram classificados em três categorias
– Competência desportiva, saúde e amizade/lazer. O trabalho levou o nome “Motivos
que
levam
adolescentes
a
praticar
o
futebol”
está
disponível
em
http://www.efdeportes/Revista Digital e apresentou os seguintes resultados, conforme
Tabela 1:
15
Tabela 1
Percentual do grau de importância dos motivos que levam adolescentes, ambos os
sexos, na faixa etária de 12 – 17 anos a praticarem o futebol.
Categorias
Níveis de Preferências
MI
PI
NI
Desportiva
72%
17%
11%
Saúde
70%
22%
8%
Amizade/Lazer
67%
23%
10%
Competência
Fonte: Paim (2001).
MI – Muito importante
PI – Pouco importante
NI – Nada importante
A categoria competência desportiva inclui os motivos: para vencer; para ser o
melhor no esporte; porque gosto; para competir; para ser um atleta; para ser um jogador
quando crescer, etc.
A categoria saúde inclui os motivos: para exercitar-se; para manter a saúde; para
desenvolver a musculatura; para manter o corpo em forma; para emagrecer, etc.
A categoria amizade/lazer inclui os motivos: para brincar; para encontrar os
amigos; para divertir; para fazer novos amigos; para não ficar em casa, etc.
Diz Gould apud Gaya & Cardoso (1998) que a motivação para a prática
esportiva parece: melhorar as habilidades, passar bem, vencer, vivenciar emoções,
desenvolver o físico e o bem estar. Já para Scalcan e outros (1999), o principal fator
motivacional pela procura da prática esportiva continua sendo a busca da ludicidade,
divertimento e aprimoramento de suas habilidades motoras.
Se existe a motivação para essas crianças direcionarem-se ao futebol de
rendimento (motivação extrínseca) induzido, por exemplo, pela mídia, poderíamos
perguntar por que também não haveria motivação para essas mesmas crianças se
dirigirem para a escola? Falta investimento no setor educacional? Ou seria necessária
ampliação da jornada escolar?
16
Cremos que aliado a tudo isso, temos o fator cultural e midiático a influenciar
crianças e adolescentes por esta “escolha”.
2.4
Aprendizagem e desenvolvimento motor
Ao falarmos de aprendizagem e desenvolvimento de crianças e adolescentes,
temos que fazer referência também às idéias de João Batista Freire (2004), que relata
quando no início da carreira, ao trabalhar em um centro esportivo localizado às margens
de uma favela, pensou que trabalhando em locais como aquele, encontraria um enorme
celeiro de talentos esportivos e ganhadores de medalhas em potencial. Lembra ele, que
as crianças queriam fazer esporte sim, no entanto o que mais queriam era “furar
bloqueios” impostos pelas privações econômicas e talvez o esporte fosse o viés mais
rápido de emancipação social.
Baseado nessa experiência, Freire e seus colegas de trabalho transformaram o
centro esportivo em centro de educação. Assim, diz o autor: ”Nossas preocupações
educacionais nunca impediram que os freqüentadores do centro esportivo também
alcançassem, na idade adequada, altos níveis de rendimento esportivo”. (Freire, 2004,
p.15)
Quanta diferença passou a haver quando, envolvido pela situação social de
meus alunos nesse meu primeiro trabalho, mudei minha perspectiva de ensino.
Compreendi que ensinar para a vida era meu papel prioritário, não importando
se tratava de Atletismo, Basquetebol ou Futebol. Creio que, apesar de pouco
conhecer o significado da palavra ética, firmei meu primeiro compromisso ético
com a educação.
Tal relato nos faz refletir acerca de como muita coisa pode ser feita pelos
profissionais de Educação Física através de programas como o Segundo Tempo para as
crianças, principalmente para as mais necessitadas.
17
2.5
O Esporte e a diversidade de modalidades
Quanto à importância da diversificação das práticas esportivas para além do
Futebol, podemos recorrer ao trabalho de Rodrigues e Montagner (2002), disponível
em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital, sobre os elementos do esporte-espetáculo
que influenciam e interferem no cotidiano dos alunos do ensino fundamental de 5ª a 8ª
série de uma escola da cidade de Campinas (SP). Os pesquisadores utilizaram em sua
metodologia, a análise do conteúdo em entrevistas e questionários aplicados aos alunos,
além da observação de um programa esportivo de televisão assistido com freqüência
pelas crianças.
Assim, os autores escolheram o programa “Globo Esporte” da Rede Globo de
televisão para realização da análise que foi desenvolvida durante o mês de maio de
2002.
Na Tabela 2 abaixo, podemos ver o percentual das principais modalidades
esportivas que aparecem em cada um dos momentos do estudo e por ele podemos
perceber a predominância do Futebol como a modalidade mais assistida (85%),
praticada (67%) e conhecida (88%). Não obstante, podemos verificar que no item
“esportes desejados” há uma ligeira vantagem para o voleibol, significando que por
alguma motivação aqueles alunos desejam outra modalidade que não o futebol e que
provavelmente esses alunos estariam praticando o futebol por questões culturais, que
pode ser uma imposição do professor ou outros fatores.
Tabela 2
Respostas de como se relacionam com as modalidades (prática, conhecimento, desejo, enquanto espectador), analise das
matérias apontadas pelo programa esportivo, e ciclo de vida econômico apontado pela FGV.
Fonte: Rodrigues; Montagner (2002)
18
3
MÉTODOS UTILIZADOS NA PESQUISA
Este trabalho foi desenvolvido em um dos núcleos do Programa Segundo Tempo,
do Governo Federal em parceria do com o Governo do Estado do Piauí através da
FUNDESPI (Fundação dos Esportes do Piauí), localizado em uma vila da região leste
da cidade de Teresina (PI).
O núcleo localizado na Vila Santa Bárbara, município de Teresina (PI), cadastrou
no início das atividades 100 alunos, entre meninos e meninas. Portanto esse seria nosso
universo. Devido a questões que não dizem respeito aos objetivos desse estudo, hoje a
freqüência está em torno de 40 alunos, Assim, fizerem parte da amostra desta pesquisa,
nosso público alvo, 35 alunos sendo 20 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com
idade entre 07 de 17 anos, todos os alunos matriculados em escola estadual ou
municipal existentes na comunidade.
O núcleo oferece atividades de segunda a sexta-feira no turno da manhã, entre 8 e
11 h. As atividades iniciam-se com reforço escolar, em seguida, práticas esportivas e
após o lanche as crianças são liberadas para regressarem à suas casas.
Procurando compreender as razões que levam as crianças desse núcleo a preferir o
futebol em detrimento de outras modalidades, tínhamos que eleger um instrumento de
pesquisa capaz de nos dar essas respostas e por isso escolhemos o questionário, até
mesmo por se tratar de um instrumento que gera maior facilidade na sua aplicação e
menos custo, além de termos respostas escritas pelos sujeitos pesquisados. Este
questionário tinha a finalidade de averiguar, o que levava as crianças do citado núcleo a
preferir de forma tão veemente o futebol, esboçando quase que uma rejeição a outras
modalidades também aplicadas nas aulas de prática esportiva. As perguntas indagavam
sobre qual a modalidade que eles preferiam bem como o por que dessa preferência; se
elas praticavam com a finalidade de vencer ou de se divertir; se eles praticariam essa
modalidade como profissionais; qual esporte eles achavam que os jogadores
profissionais ganhavam mais dinheiro; se eles mesmo ganhando pouco dinheiro
queriam ser jogadores profissionais da modalidade preferida; se a televisão incentivava
eles à prática de algum esporte; se eles assistiam e qual o esporte que eles viam na
televisão.
A partir da aplicação de questionários, procuramos obter informações junto aos
monitores e alunos que atuam no núcleo do Programa Segundo Tempo do bairro Santa
Bárbara na zona leste de Teresina/Pi. Esta coleta de dados foi realizada no mês de abril
19
de 2007 pelo próprio pesquisador em um dia de atividades no núcleo, visou contemplar
a problemática enfocada mediante aplicação de perguntas abertas e fechadas
direcionadas ao público alvo (35 crianças no total, sendo 20 do sexo masculino e 15 do
sexo feminino), além dos 02 monitores participantes das atividades do Programa
Segundo Tempo no núcleo acima citado. Após a coleta dos dados, pudemos efetuar a
análise das informações obtidas nesta etapa, que foram representados através gráficos e
tabelas para melhor compreensão dos resultados encontrados no levantamento feito na
pesquisa de campo.
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÁO
4.1
Resultados da pesquisa junto aos alunos do Núcleo Santa Bárbara
Neste item serão discutidos e analisados os dados obtidos junto aos alunos do
Núcleo Santa Bárbara (PST) referente ao questionário aplicado com objetivo de
verificar as possíveis razões e contextos em que se apresenta a prática do futebol
naquele local, frente à prática dos demais esportes ofertados pelo PST as crianças
daquele núcleo.
4.1.1 Preferência dos alunos acerca das atividades ofertadas pelo PST
Quando perguntados sobre as modalidades esportivas oferecidas pelo Programa
Segundo Tempo era a preferida pelos alunos, verificamos que dos 35 alunos
pesquisados, 27 deles disseram preferir o futebol como a prática esportiva predileta,
sendo que 14 dos 20 meninos investigados fizeram essa escolha, enquanto 13 das 15
meninas também optaram pelo futebol frente aos demais esportes, conforme aponta o
Gráfico 1. Já o basquetebol foi citado por 3 dos 20 meninos pesquisados e por 8 das 15
meninas como atividade esportiva predileta realizada no PST. Por último, 1 menino
afirmou que o voleibol é sua atividade favorita; também 1 menino não opinou nesta
questão, e entre as meninas, 2 das 15 pesquisadas apontaram o voleibol como prática
mais desejada por elas.
Dentre as justificativas desses alunos sobre as razões dessa escolha, surgiram
vários argumentos, dentre eles podemos destacar a opinião da maioria dos alunos que
afirma preferir o futebol por mera questão de lazer, onde 14 deles disseram praticar o
futebol apenas porque gostam (ver gráfico 2). Assim, o fator lúdico se apresenta
enquanto elemento determinante na escolha dessas crianças e adolescentes sobre a
atividade esportiva praticada no ambiente do núcleo Santa Bárbara. Além dessa
explicação, surgiram outras como: promoção de saúde, admiração pelo futebol,
perspectiva profissional, praticidade e por fim, um dos alunos declarou que pratica o
futebol porque é só o que se oferece no núcleo.
21
GRÁFICO 1
Modalidades esportivas preferidas dos alunos
Teresina/Pi, abril de 2007
14
12
10
8
6
4
2
0
Futebol
Voleibol
Basquetebol
Meninos
Outros
Meninas
Fonte: dados da Pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
GRÁFICO 2
Razão porque os alunos preferem tais modalidades.
Teresina/Pi, abril de 2007
12
10
8
6
4
2
0
Porque gosto
Outros
Meninos
Meninas
Fonte: dados da Pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
Assim, no Gráfico 2 verifica-se que o fator “gostar” apresenta-se com mais
freqüência entre os meninos que entre as meninas, quando perguntados sobre o
22
“porquê” da
preferência pela modalidade esportiva preferida. Contudo, surgiram
diversas outras respostas entre os alunos para esta justificativa, tais como: praticidade;
desejo de aprender e melhorar a saúde. Neste último relato podemos remeter as questões
da concepção higienista da Educação Física, que segundo Lê Boulch citado por Escobar
(2005, p. 16) fazia duras críticas a Educação Física higienista francesa por preocupar-se
apenas com a manutenção da saúde dos alunos e com a manifestação da necessidade de
descontração e recreação durante as aulas de educação física. Entretanto, verificamos
aspectos de ludicidade sendo considerados de forma predominante junto aos alunos para
a escolha do futebol, que segundo diversos autores contemporâneos, é um dos requisitos
importantes para manter os alunos freqüentando as aulas de educação física escolar de
forma proveitosa para o desenvolvimento integral do educando.
4.1.2 Influências sobre os alunos para a prática de esportes
Quando perguntados sobre quem ou o que influenciou em sua preferência pela
pratica do Futebol, os alunos apresentaram respostas diversas. Assim, podemos verificar
que, 4 dos 20 meninos pesquisados e 9 meninas dentre as 15 participantes do estudo,
disseram não ter sofrido influências por qualquer pessoa ou instituição no que diz
respeito a essa escolha (ver gráfico 3). Ou seja, 13 alunos dos 35 pesquisadas, se dizem
autônomas nessa escolha. As demais crianças, 16 meninos e 11 meninas mostraram
respostas variadas que atribuem a influência ao pai, ao irmão, ao professor e alguns não
responderam a essa pergunta.
Ao nos reportarmos sobre o trabalho de Paim (2001) vemos nas respostas dos
alunos acerca da motivação de suas escolhas, que os alunos investigados nesta pesquisa
corroboram com a divisão feita em seu trabalho sobre Esporte e Motivação, ou seja, se
confirmam algumas questões acerca da Competência Desportiva, Saúde, Amizade e
Lazer, inclusive em termos quantitativos.
23
GRÁFICO 3
Influências exercidas sobre os alunos nas práticas esportivas do PST
Teresina/Pi, abril de 2007
10
8
6
4
2
0
Eu mesmo ou
ninguem
Meninos
Outors
Meninas
Fonte: dados da Pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
4.1.3 objetivos dos alunos quanto às praticas esportivas no PST
Conforme aponta o Gráfico 4, apesar dos propósitos de ensino do esporte de
caráter educacional no núcleo da Vila Santa Bárbara por parte dos educadores, ainda há
uma tendência muito forte no pensamento de alguns alunos em praticar esporte com
caráter de rendimento, ou seja, com claras pretensões de competitividade. A prática do
futebol com fins de vencer o adversário, principalmente entre os meninos, foi
explicitada por 9 dos 25 meninos pesquisados, onde estes responderam que jogam
futebol com o objetivo principal de vencer as partidas. Já entre as 15 meninas estudadas,
4 mantém esse mesmo pensamento sobre o objetivo de praticar esporte no PST. No
entanto, a maior parte dos alunos investigados, tanto meninas como meninos,
declararam que pretendem se distrair quando praticam esportes.
Frente a isso, verificou-se durante o estudo que, apesar da tendência à
competitividade por grande parte dos alunos, verificamos a manifestação do aspecto
lúdico do esporte em 10 dos 20 meninos que responderam que praticam esporte no PST
com propósito de diversão. Entre as meninas esse número foi maior, pois das 15 alunas
24
pesquisadas, 11 disseram que jogam futebol e as demais modalidades esportivas para se
divertirem no PST.
Nessa esfera de discussão, Sadi (2004) alerta sobre a importância de destacarmos
que tais princípios do esporte de rendimento podem se manifestar no esporte
educacional, desde as primeiras manifestações do esporte na vida da criança. Contudo, o
mesmo autor ressalta que o individualismo e a hipercompetitividade precisam ser
constantemente combatidos dentro do esporte na perspectiva da educação das crianças e
adolescentes, pois são expressões máximas e esdrúxulas que se deseja negar numa
sociedade efetivamente fraterna e democrática. Além disso, o autor recomenda que os
professores de educação física precisam compreender que o esporte educacional e
escolar deve ser o “esporte da escola” e não o “esporte na escola”.
GRÁFICO 4
Objetivos dos alunos quanto às praticas esportivas no PST
Teresina/Pi, abril de 2007.
12
10
8
6
4
2
0
Vencer
Divertir
Meninos
Não respondeu
Meninas
Fonte: dados da pesquisa
Rodrigues, F Carlos
4.1.4 O esporte e a questão mercadológica na visão dos alunos
Conforme se mostra no Gráfico 5, a pesquisa mostra que dos 20 meninos
investigados, 15 deles vêem o futebol como o esporte que mais pode trazer benefícios
25
econômicos para o jogador profissional. Entre as meninas, das 15 pesquisadas, 13
também acreditam que o futebol remunera bem o jogador profissional desta área.
Assim, dos 35 alunos constituintes do estudo, 28 deles, vislumbram o futebol como uma
possibilidade de melhoria econômica e social para aqueles que praticam o futebol como
profissão. O voleibol foi citado por apenas 2 meninas e por 1 menino como profissão
bem remunerada. Enquanto 2 meninos mencionaram o basquetebol como um esporte
capaz de oferecer bons salários aos profissionais da área , as meninas não mencionaram
o basquetebol como esporte possível de trazer ascensão profissional.
No entanto, quando perguntados se mesmo não ganhando muito dinheiro, ainda
assim o aluno gostaria de se tornar um jogador profissional em seu esporte preferido, a
maioria deles afirmou que sim. Dos 35 informantes da pesquisa, 33 deles disseram que
se tornariam jogadores profissionais mesmo ganhando pouco dinheiro com essa
atividade esportiva. Apenas 1 menino e 1 menina disseram que não seguiriam a carreira
de esportista se não tivesse um salário elevado.
GRÁFICO 5
O esporte e a questão mercadológica na visão dos alunos
Teresina/Pi, abril de 2007
15
10
5
0
Futebol
Voleibol
Meninos
Basquetebol
Meninas
Fonte: dados da pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
4.1.5 A influência da mídia junto aos alunos para a prática de esportes
Um outro aspecto importante revelado na pesquisa diz respeito ao fato de que
todos os alunos investigados se dizem influenciados pela mídia no momento de praticar
26
algum esporte, especialmente pela televisão. Dentre eles, 28 alunos disseram que a TV
os influenciou na prática específica do futebol. Dentre eles, 14 são meninos e 10 são
meninas; Por outro lado, 1 menino e 1 menina disseram que a TV os influencia na
prática do voleibol. E apenas 1 menina afirmou que a TV lhe influencia na prática de
Futebol de areia.
Quanto aos demais alunos, eles não especificaram em que
modalidades esportivas a mídia lhes influenciam a praticar, embora afirmem que sofrem
influências dos meios de comunicação para praticarem esportes, conforme revela o
Gráfico 6.
No Gráfico 7, temos a representação dessa influência midiática sobre os alunos
do PST no Núcleo Santa Bárbara, onde maioria das crianças respondeu que o futebol é
o mais assistido na TV.
GRÁFICO 6
Influência da mídia junto aos alunos para a prática de esportes
Teresina/Pi, abril de 2007
20
15
10
5
0
Sim
Não
Meninos
Fonte: dados da pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
Meninas
27
GRÁFICO 7
Esportes mais acompanhados pelos alunos na TV
Teresina/PI, abril de 2007
14
12
10
8
6
4
2
0
Futebol
Voleibol
Meninos
Fut de Areia
Meninas
Fonte: dados da pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
Ainda referente a questão da mídia no contexto das atividades esportivas
praticadas pelos alunos em estudo, podemos destacar também que dentre os programas
de TV mais assistidos pelos alunos do PST do Núcleo Santa Bárbara, estão TV Xuxa,
citado por 6 meninos e por nenhuma menina; Desenhos animados em geral, foram
citados por 4 meninos e 3 meninas; O programa do Faustão, foi mencionado por 3
meninos e 1 menina como programa mais assistido na TV. Já os jogos de futebol foram
citados por 1 menino e 1 menina como programação mais assistida. Outros programas
foram citados pelos demais informantes como os mais vistos na mídia televisiva,
conforme representação abaixo no Gráfico 8.
28
GRÁFICO 8
Programação televisiva mais assistida pelos alunos
Teresina/Pi, abril de 2007
7
6
5
4
3
2
1
0
Xuxa
Faustão
Desenhos
Meninos
Futebol
outros
Meninas
Fonte: dados da pesquisa
Rodrigues, F. Carlos
Sabemos que o esporte possui componentes negativos (reprodução da mídia sem
reflexão dos sujeitos) e positivos (postura dos professores/monitores como agentes de
mudanças sociais). Contudo, as manifestações da individuação (indivíduo em ação) e da
competição a favor e não contra o humano devem ser incentivadas e promovidas de
forma didática e educacional, garantindo assim a permanência de valores éticos e de
cidadania no decorrer da vida. (SADI, 2004 p 19).
Fazendo referência às dimensões pedagógicas do esporte, Sousa; Scaglia (2004)
afirmam que os professores devem se preocupar com o fato de que não devemos
modelar os alunos à semelhança de, mas sim mediar processos que possibilitem a
aquisição de uma grande bagagem de experiências motoras, contribuindo para o
armazenamento e o enriquecimento de um acervo de possibilidades de respostas.
Acervo este que permitirá desenvolver-se no futuro com grande variedade de condutas
motoras, que não só apontariam para um esporte, mas para vários – em razão das
semelhanças organizacionais encontradas e da tomada de consciência das ações, além
29
de transferir suas competências adquiridas também para sua vida diária, construindo
uma vivência cada dia mais autônoma.
Para Medina (1992), não é fácil formar homens quando o sistema pede robôs. Não
é fácil desenvolver atletas cidadãos, críticos, conscientes, educados e criativos, quando
o sistema pede apenas “máquinas” obedientes, consumidoras e automaticamente
descartáveis quando deixam de produzir o rendimento esperado.
Portanto, os professores devem procurar utilizar todos os componentes do esporte.
Os componentes negativos (reprodução da mídia sem reflexão dos sujeitos) devem ser
trabalhados de modo que possa ser passado para as crianças, principalmente, sob uma
visão crítica. Os componentes positivos, através da postura dos professores/monitores
como agentes de mudanças, dizem respeito às atitudes que podem e devem ser tomadas
por professores para a transformação da conduta dos alunos, conforme lembra
Rodrigues; Montagner, em artigo intitulado “Esporte-espetáculo e sociedade: Estudos
preliminares sobre sua influência no âmbito escolar”, onde os autores afirmam que a
Educação Física Escolar, tem sido confundida e baseada em um recorte essencialmente
voltado para o esporte, reproduzindo o discurso da mídia, transformando seus alunos
cada vez mais em consumidores do esporte-espetáculo e subordinados a uma pedagogia
tecnicista e seletiva.
Quando sabemos que o valor educacional do esporte na escola deve estar em torno
da transformação de conduta dos alunos, da formação de opinião e reestruturação de
valores através das aulas de Educação Física, conforme ressalta Paes (1996).
É necessário que a Escola considere o discurso da mídia, que como podemos
observar estão presentes diretamente na vida dos alunos, porém isso deve ser feito de
uma maneira crítica, estabelecendo um diálogo entre a escola e a mídia, constituindo um
novo conceito de prática esportiva. Os agentes influenciadores do esporte-espetáculo
não podem ser desconsiderados dentro de um projeto de esporte na escola. Pois ao
considerar os discursos das mídias a respeito do esporte numa perspectiva
competitivista o educador físico deverá fazer uma releitura desses discursos no contexto
dos propósitos do esporte educação.
30
Retomando aqui o trabalho realizado por Valnei Pichite dos Santos (2006), onde
pesquisou sobre a metodologia do ensino do futebol no Programa Segundo Tempo
juntos aos alunos do Núcleo Centro do Município de Lauro de Freitas na Bahia, embora
a preferência dos alunos daquele núcleo fosse por “jogos”, o que mais prevalecia era a
“percepção do que era ensinado” e “o que realmente era mais ensinado”, ou seja, os
fundamentos aplicados caracterizavam-se pelo ensino dos jogos de maneira mais
prazerosa quanto às técnicas do futebol e de modo que as crianças também adquiram
valores como cooperação, solidariedade, respeito mútuo e às regras e socialização.
4.2
Resultados da pesquisa junto aos monitores do Núcleo Santa Bárbara
No caso específico do núcleo da Vila Santa Bárbara, no município de Teresina
(PI), verificamos uma divisão entre os dois monitores que ali atuam quando
questionados sobre os aspectos dos jogos e dos esportes que eles priorizam durante as
aulas de educação física. Um dos monitores disse opta pelos jogos adaptados com
ênfase nos fundamentos e o segundo monitor, pelos esportes coletivos. Com isso,
notamos uma tendência desses monitores a empregarem apenas o jogo como jogo e não
como forma de prazer ou de conteúdo a ser passado às crianças, caracterizando a forma
tradicional de aplicação das aulas de educação física, ou seja, ensinar esporte pelo
esporte ou os fundamentos com fins em si.
Quando perguntados sobre os critérios de preparação dos planos de aula,
constatamos que o monitor 1 diz não preparar plano de aula, enquanto o monitor 2
assegurou que prepara os planos das aulas a serem desenvolvidas no PST.
Indiscutível que o planejamento das aulas é de extrema importância para o bom
andamento e eficiência na aplicação dos conteúdos esportivos. Sem a utilização do
plano de aula, esta perde qualidade e eficiência. Cecília Mate Hanna, lembra neste
sentido que ao planejar suas aulas, “O professor fica mais seguro e logo percebe a
diferença na aprendizagem e até na disciplina". Pois um plano de aula que apresenta
tema, objetivos, metodologia e avaliação a ser cumprida, mais certeza terá o professor
de que os objetivos serão mais facilmente alcançados.
31
Por conseguinte, a necessidade de orientação aos monitores deverá ser dada para
que a resposta aos objetivos do Programa Segundo Tempo seja alcançada de maneira
mais efetiva mediante planejamento eficaz de suas atividades de ensino.
Quando abordados sobre suas atualizações profissionais e capacitação para o
ensino dos esportes no contexto educacional, (considerando aqui o termo capacitação
como sendo o processo de tornar-se habilitado para o exercício de uma função, ou seja,
qualificar-se para um determinado trabalho), os dois monitores pesquisados
responderam que já participaram de eventos de capacitação promovidos pela
FUNDESPI (Fundação dos Esportes do Piauí), no I e II Encontro de Atividades
Esportivas para a Educação no período de 1 a 2 dezembro de 2005 e 8 a 10 de março de
2007. Segundo esses monitores, durante tais eventos eles receberam noções teóricas e
práticas referentes a algumas modalidades esportivas sob a perspectiva educacional.
Também receberam explicações acerca das concepções do Programa Segundo Tempo.
Com relação a preferência demonstrada pelos alunos para com as aulas de futebol,
a resposta do Monitor 1 confirma que a escolha dos alunos pelo futebol está
estreitamente ligada, entre outros fatores, aos estímulos ofertados pela mídia na medida
em esse esporte provavelmente seria o mais assistido pelas crianças da comunidade da
Vila Santa Bárbara. Acrescenta-se a isso a grande facilidade com que essa modalidade é
difundida e praticada em face da não necessidade de estruturas e recursos materiais
especiais, pois o futebol é praticado em qualquer terreno vazio e com uso de qualquer
material alternativo.
Já o Monitor 2, possui pouca convivência com as práticas esportivas no Núcleo,
pois no Programa Segundo Tempo, ele é responsável pela prática de ensino ou reforço
escolar e somente as vezes participa das atividades esportivas.
Quando perguntados sobre o que poderia ser feito para mudar essa realidade
(preferência dos alunos pelo futebol em frente as demais modalidades esportivas no
PST), o monitor 1 ressaltou que a dificuldade para essa mudança está relacionada à falta
de infra-estrutura para a prática de outras modalidades, como quadras de voleibol,
basquetebol, futsal, salas de danças etc. Não obstante, é importante lembrarmos que o
Programa Segundo Tempo por ser um programa direcionado às comunidades mais
carentes, e em sua grande maioria sem esses espaços, incentiva a adaptação tanto em
termos de espaços físicos como em termos de materiais utilizados para a aplicação das
práticas esportivas nos núcleos assistidos pelo PST.
32
O Monitor 2 declarou que mesmo em condições não muito adequadas para o
desenvolvimento de múltiplas atividades esportivas, a criatividade e a capacidade de
adequação do professor pautada em conhecimentos alternativas no emprego dos
esportes como elemento de educação e de ludicidade junto aos alunos é fundamental no
sentido de buscarmos mudar este quadro. Portanto, a predisposição e a vontade do
professor de que os alunos possam, ainda que na adversidade, aprender com a prática
esportiva, é na opinião do monitor 2, o melhor caminho para este propósito.
33
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho procuramos compreender as razões pelas quais os alunos do
PST do Núcleo Santa Bárbara, na cidade de Teresina (PI) demonstram preferência pelo
futebol em detrimento de outras modalidades de esportes, também ofertadas no
programa. E pelos resultados ao longo do item “Resultados e Discussões”, vimos que a
preferência das crianças do núcleo do Programa Segundo Tempo da Vila Santa Bárbara,
foi o futebol. Nada contra, no entanto seria melhor que tivéssemos uma distribuição
entre as várias modalidades (diversificação) como forma das crianças adquirirem outras
habilidades motoras.
Quanto ao porque da preferência das crianças pelo futebol,
constatou-se uma tendência positiva no que diz respeito ao fator “gostar” (lúdico).
Quanto a quem influenciou, poderíamos ter obtido várias respostas, inclusive respostas
onde a mídia sendo indicada como um fator de influência, só que uma influência
diversificada, onde as crianças pudessem não somente citar o futebol como único fator,
mas as várias modalidades esportivas existentes e principalmente, como de fato
tivemos, quando perguntados sobre quais os objetivos quanto às práticas esportivas no
Programa Segundo Tempo, obtivemos respostas como “ para se divertir”.
Não tivemos a intenção de levantar uma conclusão definitiva a respeito do assunto
em debate, mas apenas estudar uma inquietação surgida logo no início das atividades no
citado núcleo: a visível preferência dos alunos pelo futebol e, em contrapartida, até
mesmo uma rejeição pelas outras modalidades, quando da tentativa de aplicá-las. Devese ponderar que o Núcleo em estudo é apenas uma célula dentre muitas outras existentes
na cidade, no Piauí e no Brasil, por isso, uma das intenções deste estudo consiste apenas
em servir de base para outros estudos e até mesmo para outro estudo em outra época
para o mesmo local, como forma de comparação da evolução ou não do impacto das
atividades do Programa Segundo Tempo, bem como despertar nessas crianças a
importância da diversificação em esportes, como forma de aquisição de outras
experiências motoras.
Sabemos que os jogos são instrumentos bastante eficazes para o aprendizado e o
desenvolvimento das crianças e que servem para sociabilizar, bem como ensinar valores
como solidariedade, cooperação, respeito às regras, respeito ao próximo, enfim valores
éticos que ficam para toda a vida da pessoa. Daí a preocupação de programas como o
Segundo Tempo, de abolir aspectos tecnicistas ou de rendimento para enfatizar o lúdico
34
e a cidadania no esporte, a exemplo do que ocorre hoje, segundo alguns autores, na
motivação da prática do futebol.
De acordo com Paulo Freire (1996), citado por Adriano; Scagllia (2004),
“Carregar o aluno apenas de conhecimentos técnicos, sem uma correspondente reflexão,
é uma forma de ensino bancário” (depósito de conhecimentos aos alunos passivamente).
Portanto, é muito importante atentar para o que diz Adriano; Scagllia (2004) sobre
os profissionais envolvidos no ensino do esporte, os quais devem estar devidamente
qualificados para responder questões do tipo – como ensinar, o que ensinar, pra quem
ensinar e por que ensinar esportes. Segundo, ainda, os pensamentos desses autores sobre
como ensinar os esportes numa perspectiva de iniciação esportiva, os autores comentam
que não podemos pensar esse processo como ferramenta de formar atletas de ponta, uma
vez que poderão até surgir alguns e outros não (a maioria). Entretanto, quer seja no
primeiro como no segundo dos casos, teremos que ter como produto final o
homem/cidadão. Homem que tenha adquirido uma bagagem de experiências motoras e
cujas condutas motoras sirvam para enriquecer o acervo de possibilidades de
respostas e também transformar competências adquiridas para sua vida diária com mais
autonomia evitando a especialização precoce. Além disso, devemos lembrar que o
ensino do esporte deverá dar a criança iniciante o ganho de uma diversificada cultura
esportiva. (ADRIANO; ALCIDES, 2004, p.15).
Portanto, somente por meio da capacitação dos profissionais da área da educação
esportiva e de investimentos no setor de infra-estrutura na área, é que programas com
propostas semelhantes ao PST, conseguirão contribuir de fato na formação integral das
crianças brasileiras e na construção de indivíduos plenamente cidadãos.
35
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002 a.
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esportiva/ Universidade de Caxias do Sul.
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FREIRE, João B. Jogo, corpo e Escola/ Comissão de Especialistas de Educação Física
[do Ministério do Esporte]. – Universidade de Brasília – UNB/CEAD, (Esporte Escolar,
Curso de Especialização), Brasília, 2004.
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LOBATO, Robson de Sousa (2006). Um estudo sobre os aspectos motivacionais
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MOTTA, Arnaldo A. (2006) Motivação: Que energia renovável é essa?/ Disponível
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PAIM, Maria Cristina Chimelo. Motivos que levam adolescentes a praticar o futebol.
Disponível em: http://www.efdeportes.com/Revista Digital. Acesso em: 15 fev 2007.
36
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televisão e pedagogia do esporte: o que crianças compreendem e as relações com
um programa esportivo de televisão www.efdeportes.com Acesso em março/2007.
SANTOS, Valnei Pichite dos (2006). A Metodologia do Ensino do Futebol no
Programa Segundo Tempo / Disponível em monografias.apresentadas ao cead/UNB...
Acesso em 08.02.2007
TESHAINER, M. Competições: motivação e stress / Disponível em: http://www.
WebRun.com.br. Acesso em 20 mar 2006.
37
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS
DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
1) Dentre as modalidades esportivas oferecidas pelo Programa Segundo Tempo qual a
de sua preferência?
R - _________________________________________________________________
Por quê? - ___________________________________________________________
2) Quem o incentivou a jogar este esporte?
R- _________________________________________________________________
3) Você pratica este esporte para se divertir ou para vencer?
R- _________________________________________________________________
4) Você gostaria de praticar este esporte como um profissional?
( ) sim ( ) não. Por quê?____________________________________________
5) Que esporte você acha que os jogadores ganham melhor no Brasil?
R- _________________________________________________________________
6) Mesmo se não ganhasse muito dinheiro, ainda assim você queria ser um jogador
profissional do seu esporte predileto? ( ) sim ( ) não
7) A televisão lhe incentiva a praticar algum esporte?
( ) sim ( ) não
Qual? _______________________________________________
8) Você assiste a muitos jogos pela Televisão? ( ) sim ( ) não
Que esportes você mais assiste?_______________________________________
9) Qual o programa que você mais vê na televisão.
R - _________________________________________________________________
Por quê? _____________________________________________________________
38
ANEXO 2
QUESTIONARIO APLICADA AOS MONITORES
DO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO
1) Qual a parte da aula que você mais gosta de aplicar?
( ) Fundamentos ( )Jogos ( ) Coletivos
2) Em sua opinião, o que mais tem que ser aplicado?
( ) Fundamentos ( ) Jogos ( ) Coletivos
3) Você prepara um plano de aula?
( ) Sim
( ) Não
4) Você já fez alguma capacitação que visou prepará-lo melhor a aplicar
aulas de esporte, de acordo com os princípios do Programa Segundo
Tempo?
(
) Sim
(
) Não
5) Qual a modalidade esportiva de preferência das crianças que freqüentam
o Programa Segundo Tempo?
6) O que você acha que direciona as crianças a preferirem essa modalidade com
Com relação às demais modalidades?
7) O que você acha que deve ser feito, para que as crianças tenham também
interesse em praticar as outras modalidades esportivas?
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FRANCISCO CARLOS RODRIGUES