POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES: SEUS SAÚDE HUMANA E AO MEIO AMBIENTE DANOS A Alane Silva Farias Claudiana Dantas Calixto Clediana Dantas Calixto Fernada Deise S. dos Santos Geysa de Sousa Lucena Najara Sulamita de A. Batista Olga Mª de S. Ferreira Tatianne Sousa Barbosa (Universidade Estadual da Paraíba) Mais de 100 mil compostos são hoje produzidos pela indústria química. Vários desses compostos são persistentes (muito resistentes à degradação do meio ambiente), bioacumulativos (acumulam-se nos tecidos de organismos vivos) e tóxicos. Devido a essas três propriedades, pode-se dizer que esses compostos são os poluentes mais problemáticos os quais os sistemas naturais podem estar expostos. Dentre os compostos tóxicos iremos trabalhar com os Poluentes Orgânicos Persistentes – POPs. Esses poluentes podem causar sérios danos à saúde dos seres humanos e também afetar a biodiversidade, mesmo que o foco da contaminação não se encontre no lugar, ele pode viajar por longas distâncias mantendo sua capacidade contaminante, através do ar e das águas dos rios e oceanos e, conseqüentemente, os solos também podem ser intoxicados, atingindo a produção de alimentos. Os POPs são tóxicos aos seres vivos, acumulam-se nos microorganismos, plantas, animais e, obviamente, no homem, não sendo eliminados pelo organismo com o tempo, sendo estes, resistentes as degradações químicas, biológicas e fotolíticas. O Meio Ambiente é constituído por um conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais, propiciando um desenvolvimento equilibrado do ecossistema e da vida em geral. Os elementos naturais são constituídos pelo solo, fauna, flora, água, ar. Os artificiais são constituídos pelo homem tais como edifícios, ruas, praças, dentre outros. E por último, os elementos culturais que são os patrimônios históricos, arqueológicos, artísticos, turísticos etc. Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população consideram-se um impacto ambiental. Esta alteração que provoca o impacto ambiental se da através da contaminação que muitas vezes é usada como sinônimo de poluição, relacionada diretamente a efeitos da saúde humana, por ter reação de infectar por contato. Através desse contato é possível se transmitir bactérias, vírus ou fungos para materiais sólidos, líquidos ou gasosos. Os POPs são compostos que possuem baixa solubilidade em água, mas alta solubilidade nos lipídios, o que tem como principal conseqüência a sua acumulação nos tecidos adiposos. Esta característica, aliada a sua persistência(intervalo de tempo que um composto é capaz de permanecer no ambiente antes de ser degradado em outros compostos mais simples), potencia a sua perigosidade ao nível de cadeia alimentar. A sua semivolatilidade favorece o seu aparecimento em fase gasosa e a sua adsorção em partículas atmosféricas, o que facilita o transporte aéreo por longas distâncias. E por esse motivo, os POPs podem ser encontrados em todo o mundo, mesmo em regiões onde nunca foram fabricados ou manipulados. Alguns deles foram sujeitos a restrições, mas a sua utilização é ainda comum em muitos países. A maior parte dos resíduos produzidos pelas indústrias é despejada em rios. Quase todos acabam cedo ou tarde, desaguando nos mares. Devido às correntes marítimas, as águas de todos os oceanos acabam passando pelos Pólos. Outro exemplo que constata a capacidade dos POPs de se espalharem pelo meio ambiente: um estudo da Universidade de Alberta (Canadá)indicou que os POPs também alcançam os topos das montanhas geladas. Amostras de neve coletadas entre 770m e 3.100m de altura de montanhas canadenses isoladas continham elevadas concentrações de poluentes persistentes. Os tóxicos foram depositados por massa de ar poluído, provavelmente oriundo de regiões industriais. A pesquisa utilizou como procedimento metodológico a análisedescritiva e como técnica de coleta de dados, a observação indireta, na qual pôde-se constatar a existência de doze Poluentes Orgânicos Persistentes, apontados pelo Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente(UNEP) como alvos para uma ação urgente, são eles: Bifenilos policlorados (PCBS), comercialmente conhecidos como ascarel. Existem mais de 200 isômeros que entram em misturas comerciais. Podendo ser produzido de forma não intencional em processos como a queima de lixo, entre outros. As propriedades químicas que os caracterizam facilitamlhe uma grande aplicação: fluidos dielétricos, líquidos isolantes, condensadores, lubrificantes, plastificantes de tintas, vernizes, colas, ceras, lâmpadas fluorescentes, papel químico e de imprensa, etc. Dioxinas e furanos, subprodutos industriais que são involuntariamente originados. O grupo de substâncias químicas mais tóxicas produzidas pelo homem se forma pela incineração de lixo urbano, industrial e hospitalar, na produção de PVC, no branqueamento de papel utilizando compostos clorados, nos processos siderúrgicos, entre outros. Correspondem a dois grandes grupos de substâncias, com propriedades e estruturas químicas semelhantes, que podem ter um a oito átomos de cloro. Aldrina, dieldrina e endrina. A aldrina é um pesticida utilizado no controle de insetos rastejantes, como térmitas, bichos da madeira e gafanhotos. Vem sendo amplamente utilizado na proteção de colheitas de milho e batatas, assim como na proteção de estruturas de madeira contra a destruição provocada por térmitas, e é rapidamente metabolizada, tanto pelas plantas, como pelos animais. A dieldrina vem sendo utilizada na agricultura, como forma de controle de pragas de insetos, nomeadamente, nas culturas de algodão, milho e citrinos. A endrina é um inseticida utilizado fundamentalmente em colheitas agrícolas de algodão e grãos. A alimentação é a maior fonte de exposição a este composto, que aumenta as taxas de cancro de fígado. DDT, o DDT constitui como inseticida, uma importante arma para a redução, a nível mundial, da malária e de outras doenças transmitidas por moquitos. Este composto e seus metabolismos têm vindo a ser detectado nos alimentos, em várias regiões, sendo esta a forma mais corrente de exposição para a população em geral. É um composto persistente, que pode demorar mais de 15 anos a degradar-se no ambiente, e apesar de muitos países já o terem banido, ou restringido o seu uso, ficou decidido em Joanesbrugo que o DDT vai poder continuar sendo utilizado em países em desenvolvimento, apenas como forma de erradicar a malária. Heptacloro é um inseticida de contato, usado primeiramente no combate a insetos e térmitas. Vem sendo utilizado também no controle de insetos de algodão, gafanhotos e no combate a malária. O governo brasileiro solicitou uma exceção na Convenção e Estocolmo, assinada em maio de 2001, para que uma única empresa, a Action Agro, comercializa-se este produto em território nacional por no mínimo mais cinco anos, mesmo em detrimento da saúde da população. Clordano, este composto é um inseticida de contato, que é muito utilizado em colheitas. Como é rapidamente absorvido através da pele, e provou-se em laboratório que causa lesões no fígado de animais, julgando-se ainda poder causar cancro, o seu uso tem vindo a ser banido em muitos países. Hexaclorobenzeno(HCB), assim como as dioxinas, furanos e PCBs, é produzido como subproduto em diversos processos industriais. Os efeitos do HCB fazem-se sentir ao nível de lesões na pele, ossos, células sanguíneas, rins, cancro e mesmo morte. Mirex trata-se de um inseticida com pouca atividade de contato, que vem sendo utilizado no combate a insetos rastejantes, tais como formigas. Possui um tempo médio de vida superior a 10 anos, sendo apontado como causador provável de cancro em humanos. Toxafeno, este composto é um inseticida utilizado nas colheitas de algodão, cereais e vegetais. Não foi fabricado no Brasil. Tal como muitos outros poluentes, é por vezes muito difícil atribuir diretamente a responsabilidade de uma doença a um composto classificado como POP. Este fato é ainda agravado pelo fato de, a maior parte das vezes, os POPs não estarem presentes como único composto, mas em associações. Os POPs produzem inúmeros efeitos tóxicos em animais e seres humanos, inclusive nos sistemas reprodutivo, nervoso e imunológico, além de causarem câncer. Muitos desses efeitos ocorrem porque alguns poluentes são capazes de mimetizar ou bloquear determinados hormônios, particularmente hormônios sexuais. Alem de afetar enzimas que controlam as reações bioquímicas no organismo. Existem POPs que também atingem os neurotransmissores, substâncias químicas do sistema nervoso, assim como as células do sistema imunológico. Expor uma gestante a estas substâncias pode provocar a morte do feto, diminuição de peso e tamanho ao nascimento, alterações de comportamento, etc. muitos poluentes estão associados ao surgimento de alguns tipos de câncer, como câncer de fígado, no trato digestivo, no pâncreas, pulmão, na mama, entre outros. Os seres humanos podem ser expostos aos POPs através da alimentação, de acidentes e através da poluição ambiental. Algumas atividades de alto risco englobam a agricultura e a manipulação de resíduos perigosos. Por outro lado, deficientes condições de trabalho; falta de formação e a utilização de equipamento inadequado, são aspectos que fazem com que os riscos de exposição dos trabalhadores da indústria química seja elevado. Nos últimos anos, têm vindo a registrar-se casos de exposição à POPs, que têm resultado num grande número de doenças e mortes. Tendo em vista toda essa problemática, buscamos através deste trabalho, despertar nas pessoas um comprometimento maior com os danos que podem ser causados ao meio ambiente, por meio destes poluentes, conscientizando-os do grau de importância que se têm a completa erradicação da produção, comercialização e uso dos POPs em todo o mundo. Referências Bibliográficas TAUK, Sâmia Maria. Análise Ambiental: uma visão multidisciplinar. Editora Unesp FRUTUOSO, A; SILVA, M. Poluentes Orgânicos Persistentes. AEPAmbiente, 2001. Fim da Poluição Tóxica: Poluentes Orgânicos Persistentes devem ser banidos. Joanesburgo (África do Sul), 2000. Disponível em: WWW.greenpeace.org.br