1 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS TAIS CARUSO DE SOUZA KAI RETRAÇÃO ANTERIOR Alfenas, 2010 TAIS CARUSO DE SOUZA KAI 2 RETRAÇÃO ANTERIOR TAIS CARUSO DE SOUZA KAI Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO ALFENAS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Renato Pimentel Alfenas, 2010 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, com todo carinho, A DEUS, ao meu amor Kai, aos meus pais e a minha irmã por fazerem parte da minha vida e por estarem ao meu lado sempre. Amo vocês 3 AGRADECIMENTOS A Deus, Pela dádiva da vida, pela graça de ter sua companhia, proteção em todos os momentos e por enviar anjos em meu caminho para me guiar sempre na direção certa. Aos meus Professores Por dividir todo o conhecimento e a experiência profissional com carinho, simplicidade e dedicação, estimulando a aprender sempre mais. Aos meus pais e minha irmã Pela força, pelos ensinamentos de vida e pela presença constante. Obrigado pelo carinho e pelo exemplo de luta, perseverança e amor. Grandes responsáveis pelos passos que trouxeram todo minha formação. 4 Ao meu marido Meu grande amor, pela compreensão, pelo companheirismo, por acreditar em mim. Sua força e seu carinho me incentivaram a trilhar este caminho . Aos amigos Aos amigos de sempre e aos que fiz durante esta especialização, que levarei para toda vida. Vou sentir saudades. RESUMO As extrações vem sendo muito utilizadas atualmente em tratamentos ortodônticos e o propósito deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre mecânicas para retração anterior, fazendo uma abordagem sobre recursos de ancoragem. Existem as várias técnicas utilizadas hoje em dia para realizar a retração, dentre elas se destacam a dupla chave, a técnica de deslize e a alça em T e mini-implantes, usando sempre forças ideais para cada técnica, podendo ser acrescidas do uso de mini-implantes tanto indiretamente para ancorar como diretamente apoiando nele. 5 ABSTRACT The extraction has been widely used currently in orthodontic treatment and the purpose of this study was to review the literature on mechanical approach to resource anterior retraction making an anchorage. There are various techniques used today to make the retraction, among which stand out the double key, slide technique and T-loop and mini-implants, using always ideal forces for each technique and may be increased use of mini - implants to anchor both indirectly and directly supporting it. 6 SUMÁRIO 1– INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------01 2– PROPOSIÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 04 3– REVISÃO DE LITERATURA ------------------------------------------------------------- 05 4- DISCUSSÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 41 5- CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------------- 46 7 1. INTRODUÇÃO A exodontia de certos elementos dentários usualmente está indicada para a correção de uma determinada má oclusão, o plano de tratamento deve incluir o fechamento dos espaços provenientes das extrações. A fase de retração anterior representa uma importante etapa do tratamento ortodôntico, na qual o ortodontista precisa manter ou alcançar relevantes objetivos como a chave de caninos, chave de molares, correção da sobremordida e coincidência entre as linhas médias. Para que estes objetivos sejam atingidos, fazse necessária uma ótima administração da unidade de ancoragem. O controle da ancoragem está embasado na terceira lei de Newton, a qual atesta que para toda ação existe uma reação igual e oposta. Assim, a aplicação de forças distais para a retração de dentes anteriores é contraposta por forças de mesma magnitude agindo nas unidades posteriores de ancoragem, em direção mesial. (THIESEN et al., 2005). A definição do sistema de ancoragem é de grande importância na condução de um tratamento ortodôntico com extração de prémolares, devendo ser definida logo no início do tratamento, pois o gerenciamento de um bom sistema de ancoragem resultará, sempre, em um bom resultado clínico. A mecânica de fechamento de espaços pode ser dividida em duas categorias: a mecânica com fricção, quando há interação arco-bráquete, com deslizamento entre eles; e a mecânica sem fricção, na qual a força é aplicada por alças. Independente do recurso mecânico a ser utilizado no fechamento de espaços é importante que o profissional conheça o sistema de forças que este recurso lhe oferece, uma vez que este irá determinar como o dente se movimentará. Cada tipo de movimento dentário necessita de uma magnitude força, acima da qual ocorrerão 8 efeitos colaterais, como por exemplo, atraso no movimento dentário, dor, maior possibilidade de reabsorção radicular e mobilidade dentária. A técnica ortodôntica de deslizamento é provavelmente a mais utilizada atualmente. Na técnica MBT, em tratamentos com extração de pré-molares e apinhamento anterior, recomenda-se realizar a retração em duas etapas. A primeira etapa consiste na retração parcial dos caninos utilizando-se retroligaduras “lace-backs” – o suficiente para a obtenção de espaços para alinhar os dentes anteriores. O uso do arco de dupla chave com a prescrição da técnica “Straigt-Wire” Simplificada otimiza os procedimentos de retração anterior, com a vantagem de exercer um controle simultâneo sobre a angulação da bateria anterior e direção de intrusão dos dentes anteriores. Em muitos casos de extração dentária, a inclinação axial dos dentes anteriores vestibularizados é corrigida inicialmente por retração dos incisivos, durante o fechamento de espaço inicial. Quando a retração anterior, e a redução do trespasse horizontal, não for mais possível devido a presença da sobremordida profunda, a intrusão é iniciada visando a abertura da mordida e o subseqüente fechamento de espaço. A mecânica de intrusão e retração, se baseia nos princípios da técnica do arco segmentado, tem como vantagem possibilitar o desenvolvimento de um sistema de forças preciso e previsível entre o segmento anterior e o segmento posterior, possibilitando a intrusão pura dos dentes anteriores e o controle de suas inclinações axiais. Com a utilização dos mini-implantes, surge um novo conceito de ancoragem em Ortodontia, denominado ancoragem esquelética, a qual não permite a movimentação da unidade de reação. A ancoragem esquelética proporciona um 9 adequado controle de forças, tanto em magnitude quanto em direção. A utilização dos miniimplantes é recente na Ortodontia e tem-se mostrado extremamente promissora. Este recurso vem como uma opção a mais no tratamento ortodôntico, a fim de simplificar a mecânica e, em alguns casos, viabilizar a terapia, diminuindo o tempo de tratamento. 10 2. PROPOSIÇÃO A proposta deste trabalho foi expor, baseando-se em publicações científicas, diversos aspectos referentes à retração anterior, alguns métodos e mecânicas utilizados e enfocando a importância da ancoragem. 11 3. REVISÃO DA LITERATURA Embora o tema relacionado a extrações ortodônticas tenha sido bastante controverso no passado, nos dias atuais há um consenso geral de que a extração dos quatro pré-molares pode ser benéfica em alguns casos. O espaço de 7 mm proporcionado em cada quadrante pode ser usado para beneficiar o paciente de uma ou mais das seguintes maneiras: alívio do apinhamento, resultando no alinhamento estável da dentição; retração dos dentes anteriores superiores para corrigir o trespasse horizontal em casos de Classe II 1 a divisão; retração dos incisivos inferiores para auxiliar a correção de casos Classe III; retração dos incisivos superiores e inferiores para melhorar o perfil facial ou a oclusão em casos de proinclinação bimaxilar; movimento mesial dos molares, aumentando o espaço para a erupção dos terceiros molares (McLAUGHLIN et al., 2002). Segundo Rodrigues (2005), as extrações dentárias têm sido um recurso bastante útil no tratamento das discrepâncias esqueléticas e dentoalveolares. A maneira de fechamento dos espaços resultantes destas extrações tem merecido a atenção de muitos, em alguns tipos faciais permitem o avanço dos dentes posteriores, com perda de ancoragem, ocupando o espaço necessário para as retrações. Os tratamentos dos casos de Classe II com extrações, freqüentemente, requerem cuidados extremos com a ancoragem. A retração anterior precisa ser feita com pouco ou nenhum avanço dos dentes posteriores. É, portanto, um desafio controlar a ancoragem posterior com os graves problemas que o setor anterior pode apresentar, como os severos trespasses verticais e horizontais. Oliveira et al. (2008) concluíram que a decisão de exodontia de quatro primeiros pré-molares, em pacientes com maloclusão Classe II, 1ª divisão, baseada 12 em critérios adequados para o diagnóstico, parece não ter efeito desfavorável sobre o perfil facial, desde que bem indicada e sendo levada em consideração a quantidade de apinhamento, o padrão facial, a espessura e tonicidade dos lábios. Ancoragem é a palavra usada em ortodontia para definir resistência ao deslocamento, por isso torna-se necessário conhecer a Terceira Lei de Newton que diz que para toda ação existe uma reação em sentido contrário e de mesma intensidade, uma vez que para todo movimento ortodôntico existirá uma reação e esta por sua vez pode ser de natureza indesejada. (MOYERS, 1991). Assim, a força distal que age para retrair os dentes anteriores, por exemplo, deve ser oposta por forças iguais, agindo na unidade de ancoragem em direção mesial (BRAGA et al., 2002). O bom ortodontista é aquele que compreende e controla as forças de reação, pois, normalmente, são essas forças que constituem os efeitos colaterais que podem influenciar no resultado final do tratamento ortodôntico (ZANELATO et al., 2002). Segundo Araújo et al. (2006) uma terapia ortodôntica bem sucedida, na grande maioria das vezes, depende de planejamento criterioso da ancoragem, não sendo exagero afirmar que este fator é um dos determinantes quanto ao sucesso e insucesso de muitos tratamentos. Steiner (1960) afirmou que, durante o tratamento ortodôntico, utilizando-se somente ancoragem intrabucal convencional, perdia-se aproximadamente um terço dos espaços proporcionados pelas exodontias de primeiros pré-molares, devido à mesialização dos dentes posteriores durante o fechamento dos espaços. Salientou, assim, a necessidade da utilização de métodos alternativos para reforçar a ancoragem. 13 Os fatores responsáveis por requererem uma maior ou menor ancoragem no tratamento ortodôntico são: relação molar, perfil facial, idade, intensidade da protrusão maxilar, ângulo de abertura mandibular, discrepância dental (cefalométrica e de modelo) e curva de Spee. Todos esses fatores devem ser cautelosamente analisados durante a realização da mecânica ortodôntica de fechamento de espaços, a fim de garantir, ao final do tratamento, o correto posicionamento dos dentes anteriores na base óssea (THIESEN et al., 2005). A fase de retração anterior representa uma importante etapa do tratamento ortodôntico, na qual o ortodontista precisa manter ou alcançar relevantes objetivos como a chave de caninos, chave de molares, correção da sobremordida e coincidência entre as linhas médias. Para que estes objetivos sejam atingidos, fazse necessária uma ótima administração da unidade de ancoragem (MARASSI et al., 2008). Segundo Burstone (1982), Marcotte (2001) e Nanda (1997), a ancoragem ortodôntica pode ser dividida em três tipos: ancoragem do grupo A, ancoragem do grupo B e ancoragem do grupo C. No grupo A de ancoragem, os dentes posteriores permanecem praticamente estáticos, com um movimento mesial mínimo ou até mesmo inexistente dessa unidade, com a realização da retração máxima dos dentes anteriores. Tipicamente, no grupo A de ancoragem, os primeiros pré-molares são removidos. No grupo B de ancoragem, os dentes posteriores podem ser movimentados para mesial cerca de metade do espaço da extração, sendo que tipicamente os primeiros pré molares são removidos. Nesses casos, o segmento dentário posterior irá movimentar-se para mesial na mesma quantidade que os dentes anteriores serão retraídos. O grupo C de ancoragem ocorre quando os dentes posteriores podem ser movimentados para 14 anterior, ou seja, 75% ou mais do espaço conseguido pelas exodontias deve ser utilizado para a mesialização da unidade posterior. Para propiciar essa protração do segmento posterior, os segundos pré-molares são geralmente removidos. Segundo Renfroe (1956), a ancoragem é composta por unidades ou componentes de resistência. Esses podem ser um único dente, um grupo de dentes, ou qualquer outra área anatômica da face que, através da utilização de um dispositivo, pode oferecer resistência ao movimento dentário desejado. Desse modo, duas fontes de ancoragem podem ser utilizadas: a ancoragem intrabucal e a extrabucal. A ancoragem intrabucal faz uso dos elementos dentários, das reações biológicas do tecido ósseo, das superfícies mucosas e da influência da musculatura (como no caso da placa lábio-ativa,da ancoragem cortical, dos elásticos intermaxilares, dos dispositivos intramaxilares – arco lingual, barra transpalatina e botão de Nance - entre outros). Todos esses métodos demonstraram sua efetividade e aceitação na mecanoterapia ortodôntica. A ancoragem extrabucal utiliza-se de apoios localizados no crânio e/ou no pescoço. Apresenta como vantagem a dissipação das forças de reação em áreas fora da cavidade bucal e, assim, certos efeitos colaterais da aplicação de forças podem ser evitados. Geralmente essas áreas estão localizadas no crânio ou no pescoço. Porém, a maior desvantagem desse tipo de ancoragem é que, por tratar-se de um dispositivo removível, depende da colaboração do paciente para o seu adequado funcionamento. Segundo Coura e Andrade (2007) o uso de dispositivos intrabucais em pacientes com ausências dentárias e a utilização de aparelhos extrabucais em pacientes não colaboradores são situações limitantes para a obtenção da ancoragem necessária. 15 Durante anos, os ortodontistas utilizaram mecânicas com preparo de ancoragem, aparelhos extrabucais e elásticos intermaxilares como suas principais ferramentas para estabilização do segmento posterior durante a fase de retração anterior. Atualmente, podemos contar com os recursos de ancoragem esquelética e, em especial, com os mini-implantes, que têm se mostrado eficazes como método de controle de ancoragem, reduzindo significativamente ou dispensando a necessidade de colaboração dos pacientes, tornando os tratamentos mais previsíveis e eficientes (MARASSI et al., 2008). Os dentes, por si só, apresentam mecanismos através dos quais oferecem resistência ao movimento. Assim, uma estratégia óbvia para o controle da ancoragem seria concentrar as forças necessárias para a produção do movimento dentário onde ele fosse desejado, e então dissipar, ao máximo, a força de reação sobre os demais dentes, deixando a pressão no ligamento periodontal dos dentes de ancoragem tão leve quanto possível. Um limite, abaixo do qual a força aplicada não produziria reação, poderia fornecer um controle da ancoragem perfeito, desde que fosse apenas o necessário para assegurar que o limiar para a movimentação da unidade de ancoragem não seria alcançado (THIESEN et al., 2005). Para Begg (1956), Steiner (1960), Storey e Smith (1952), o controle da ancoragem está relacionado com a quantidade de força gerada pelo dispositivo durante o mecanismo de fechamento de espaços. Manter a força leve é duplamente benéfico. Não somente porque minimiza o desconforto e o custo biológico, mas também porque torna possível criar uma ancoragem efetiva, tirando proveito da maior área de ligamento periodontal existente no segmento posterior. Begg, em 1956, relatou que através da aplicação de forças diferenciais, era possível controlar o movimento dentário. Segundo o autor, a perda de ancoragem estaria diretamente 16 relacionada ao uso de forças excessivas. O emprego de forças leves recíprocas movimentaria os dentes anteriores, enquanto os posteriores permaneceriam estáveis. No caso do fechamento de espaços resultantes da extração de pré molares, seria perfeitamente possível reduzir a pressão na ancoragem posterior, retraindo o canino individualmente contra os outros dentes dentro do arco. Após o canino ter sido retraído, pode-se adicioná-lo à unidade de ancoragem posterior e, então, retrair os incisivos. Essa abordagem teria a vantagem da força de reação ser sempre dissipada na grande área do ligamento periodontal da unidade de ancoragem (THIESEN et al., 2005). A desvantagem do fechamento de espaço em duas etapas, em vez de uma, é que esta etapa de fechamento de espaço se torna mais demorada, talvez o dobro do tempo (PROFFIT et al., 2002). Segundo Moyers (1991), a mecânica teórica do sistema de força ortodôntico deve ser conhecida sempre que forças forem empregadas nas diversas situações durante um tratamento. Segundo Kvam (1972), um nível de força ótimo não pode ser estabelecido porque a interação entre os tecidos circundantes e a força ortodôntica está sujeita à variação individual. O dente não está livre no espaço, a sua raiz é circundada pelas estruturas de sustentação do periodonto. Nesse caso, existe um ponto análogo que é denominado centro de resistência. Uma força simples, atuando no centro de resistência do dente, produz um efeito de translação deste dente. O centro de resistência de um dente unirradicular está posicionado no terço coronal da raiz, que pode ser obtido multiplicando-se por 0,33 a distância entre a crista óssea e o ápice da raiz. Num 17 dente multirradicular, o centro de resistência está localizado próximo à bifurcação ou trifurcação deste (MEIRELES et al., 2007). O centro de rotação é definido como o ponto em torno do qual o dente gira. Sua posição pode variar conforme o sistema de forças atuantes, sendo determinada pela relação momento-força medida no nível do braquete. A magnitude desta relação também caracterizará o tipo de movimento dentário (FERREIRA et al., 2008). Sempre que uma linha de ação de força passar pelo centro de massa de um corpo livre no espaço, este corpo sofrerá translação. Um exemplo disto seria uma bola chutada exatamente em seu centro, a bola sofreria traslação, movendo-se em linha reta sobre sua linha de ação de força. Quando o corpo a ser movido, no caso do dente, não está livre no espaço e sim rigidamente fixado em sua posição radicular pelo periodonto, um ponto correspondente ao centro de massa é utilizado: o Centro de Resistência. De forma análoga ao centro de massa, podemos afirmar que a força cuja a linha de ação passar sobre o centro de resistência resultará em traslação do dente. Nos dentes unirradiculares o centro de resistência encontra-se entre o terço oclusal e o terço médio da raiz, enquanto nos multirradiculares o centro de resistência estaria 1 a 2 mm apicalmente à furca. Quanto maior o número de dentes incorporados ao bloco anterior durante a retração, mais apicalmente se localizará o centro de resistência deste segmento. Podemos afirmar que, sempre que uma linha de ação de uma força passar distante do centro de resistência, será gerada uma tendência de rotação do corpo (FERREIRA, 2004). Segundo Nanda (1997), a mecânica de fechamento de espaços pode ser dividida em duas categorias: a mecânica com fricção, quando há interação arcobráquete, com deslizamento entre eles; e a mecânica sem fricção, na qual a força é 18 aplicada por alças. O movimento de retração desse dente pode ocorrer mediante inclinações e verticalizações da coroa e/ou raiz ou por um movimento de translação ou corpo. Este autor relata ainda, que os objetivos de um tratamento ortodôntico incluem a obtenção da estética e da harmonia facial, oclusão funcional satisfatória, função mastigatória eficiente, estabilidade em longo prazo e saúde dos dentes e das estruturas adjacentes. Em relação ao posicionamento dentário, deve-se priorizar a obtenção de dentes verticalizados, raízes paralelas e mínimos danos às estruturas de suporte e dentárias. Para alcançar essas metas é necessário que se obtenha controle do movimento dentário, dos sistemas de forças aplicados nos dentes, e que se compreenda a forma como esses se deslocam. Um dos movimentos ortodônticos mais comuns nos casos tratados com extração consiste na retração dos caninos. Os caninos são os pilares da oclusão, e o seu posicionamento correto é fundamental para a função, estabilidade e estética. A técnica ortodôntica de deslizamento é provavelmente a mais utilizada atualmente. A praticidade e a simplicidade do manejo de arcos contínuos seduzem muitos clínicos, que vêem nesta mecânica um fator de otimização da sua prática diária, especialmente por conta da diminuição do “tempo de cadeira”. No entanto, essa incontestável simplicidade prática, oculta ardilosas armadilhas no seu decurso. Como o remédio que se converte em veneno com o erro na dosagem, a facilidade mecânica pode se transmutar em imensa dificuldade clínica, quando não são observados os senões da técnica. Aos inconvenientes gerados pelo atrito, que aumenta a possibilidade de perda de ancoragem, além de diminuir a eficiência mecânica durante o deslizamento, soma-se o difícil controle da inclinação coronoradicular durante a fase de retração dos dentes anteriores, em casos de extração. 19 Frente a tais situações, o clínico deve estar atento para a necessidade de domínio dos torques nos fios, inclusive em braquetes totalmente programados. Tais torques, especialmente em pacientes com perdas ósseas, como abordado anteriormente, são de difícil mensuração e controle, podendo gerar movimentações indesejadas durante a fase de fechamento de espaços (MEIRELES et al., 2007). Com a utilização clínica do aparelho pré-ajustado, percebeu-se que também seria necessário desenvolver uma mecânica que fosse específica ao aparelho, pois a utilização dos mesmos níveis de força que eram aplicados no Aparelho Arco de Canto causava alguns efeitos indesejados ao tratamento, tal como o efeito montanha-russa, ocasionado pelo excesso de força. Os arcos ortodônticos iniciais não tinham resistência suficiente frente à utilização de correntes elásticas. Esse excesso de força causava rotação dos dentes localizados próximos aos espaços das extrações dentárias e alterações no torque e na angulação dos dentes (ZANELATO et al., 2002). Ainda os mesmos autores citaram que na técnica MBT, em tratamentos com extração de pré-molares e apinhamento anterior, recomenda-se realizar a retração em duas etapas. A primeira etapa consiste na retração parcial dos caninos utilizando-se retroligaduras “lace-backs” – o suficiente para a obtenção de espaços para alinhar os dentes anteriores. Na técnica MBT não se preconiza a retração total dos caninos objetivando reforçar a ancoragem posterior. A segunda etapa, denominada retração anterior, é a realizada com arco retangular 0,019”x 0,025”, onde todos os espaços remanescentes das extração dentárias serão fechados utilizando-se a mecânica de deslize. Segundo McLaughlin et al. (2002), o arco retangular 0,019” x 0,025” deve ser o escolhido na realização da mecânica de deslize, pois fios mais finos tendem a 20 produzir sobremordida e menor controle de torque, ao passo que fios mais espessos restringem o livre deslizamento do arco na região dos pré-molares e molares. Durante os procedimentos de fechamento de espaço, a faixa mais efetiva de níveis de força varia entre 150 – 200g. Tal procedimento minimiza qualquer tendência de aprofundamento indesejado da mordida, possibilitando exercer a mecânica de deslize e o fechamento de espaços eficientes. Para liberar força com esta intensidade, amarrilhos distais ativos são utilizados (McLAUGHLIN et al., 2002). Almeida et al., (2006) em estudos sobre a biomecânica do movimento ortodônticos afirmou que durante a retração anterior é imperioso que não existam contatos prematuros com os dentes ântero-inferiores, pois podem impedir o movimento dos dentes superiores para a região posterior. De uma maneira geral, as forças de retração ocasionam um aumento da sobremordida pela extrusão dos dentes anteriores durante a movimentação, necessitando de uma fase de sobrecorreção da sobremordida profunda, anterior à fase de retração propriamente dita, ao término do nivelamento e alinhamento dentário. O sistema de retração utilizando-se a mecânica de forças leves consiste em utilizar fios metálicos de aço 0,008” ou 0,010” associados a módulos elásticos que são colocados em ganchos soldados na distal dos incisivos laterais superiores e inferiores no arco retangular 0,019” x 0,025”. As retrações promovem o fechamento dos espaços das extrações dentárias por intermédio do deslizamento do arco retangular nas canaletas dos dentes posteriores. As ativações deverão ser feitas a cada vinte e um dias, com a finalidade de oferecer tempo de reorganização ao ligamento periodontal, evitando-se aumento do nível de força durante as ativações semanais ou quinzenais. Na técnica MBT, há três tipos de amarrilhos ativos que podem ser utilizados na mecânica de fechamento de espaço. O amarrilho ativo tipo 21 1 consiste em utilizar um módulo alastik associado a um fio de amarrilho 0,008”, devendo o elástico ser colocado no gancho da banda dos primeiros molares. Recomenda-se estirar o elástico o dobro de sua dimensão original durante a ativação, estando os níveis de força aplicados em torno de 100 a 150g. O amarrilho ativo tipo 2 tem o mesmo princípio do amarrilho ativo tipo 1, mudando somente o ponto de colocação do elástico que estará, agora, localizado no gancho do arco na distal dos incisivos laterais. A grande diferença entre o sistema 1 e sistema 2 de retração é que o amarrilho estará posicionado no mesmo sentido das canaletas dos dentes posteriores, bem próximo ao sistema de locomoção dos dentes, que é o arco retangular. A experiência clínica nos mostra que esse sistema é mais eficiente para exercer o fechamento de espaço em virtude de a força aplicada estar próxima às canaletas. O sistema 3 de retração – amarrilho ativo tipo 3 – é uma variação do sistema 2 de retração, estando o módulo elástico localizado no gancho soldado no arco. A diferença é que neste sistema devemos conjugar os braquetes dos segundos pré-molares utilizando-se o próprio amarrilho de retração, deixando-o sem alastik. A grande vantagem em deixar o braquete dos segundos pré-molares sem alastik é a diminuição do atrito durante o deslizamento, que é ocasionado pela ligadura elástica. Outro ponto favorável é que os pontos de aplicação de força estão mais próximos, diminuindo o grau de deflexão do arco retangular, propiciando melhor deslizamento (ZANELATO et al., 2002). Nos casos de fechamento de grandes espaços as molas de níquel-titânio podem ser usadas no lugar dos módulos eláticos, as molas produzem fechamento de espaços mais consistentes do que os módulos elásticos. Utilizar 150g de força com a mola (McLAUGHLIN et al., 2002). 22 Ainda os mesmos autores recomendam mensurar o espaço a cada consulta, esse deve ser de 1 mm por mês, se os espaços não estiverem sendo fechados como deveriam, ou se o fio não estiver aparecendo gradativamente na distal do tubo molar, recomenda-se verificar a existência dos possíveis obstáculos: nivelamento inadequado, bráquetes danificados, níveis incorretos de força, interferência de dentes antagônicos e resistência do tecido mole. McLaughing e Bennet (1989), observaram um efeito “cascata” (abertura de mordida na região de pré-molares, e aumento do aprofundamento da mordida anterior) com a utilização só de correntes elásticas aplicadas, diretamente, aos braquetes dos caninos e aos dentes posteriores. Para as retrações dos seis dentes anteriores juntos, estes autores recomendam a utilização de amarrilhos distais (com módulos elásticos) estendidos dos ganchos dos segundos molares aos ganchos soldados nos fios dos arcos. Os autores acreditam que o uso, somente, de correntes elásticas pode dificultar a higiene, o controle de força e a segurança em manter-se no lugar. Cabrera et al., em 2003, concluiu que os elásticos constituem-se elementos ativos da mecanoterapia. Ao serem esticados liberam forças que oscilam entre 50 g e 500g na dependência do tamanho e espessura do elástico, bem como da distância entre os pontos de inserção. A magnitude da força deve ser conferida por intermédio de um dinamômetro de precisão ou tensiômetro. Os elásticos intramaxilares, são assim denominados porque ambos os pontos de inserção do elástico encontram-se no mesmo arco dentário, o que implica em ação e reação dentro do mesmo arco dentário, não interferindo mecanicamente no arco dentário antagônico. Como exemplo, pode-se citar os elásticos para retração. Elástico para Retração Anterior – Retração Fixa - Um módulo corrente é inserido em um amarrilho metálico .025mm e 23 é disposto sagitalmente entre dois extremos do arco dentário. A sua aplicação favorece o fechamento dos espaços no arco dentário, reduzindo o comprimento e perímetro do arco dentário. Na região posterior, o elástico pode ser instalado no gancho do acessório dos molares (primeiros ou segundos) e distendido duas vezes o seu tamanho original, até a região anterior e fixado em ganchos soldados na região mesial dos incisivos laterais. Retração removível - O elástico intramaxilar é disposto sagitalmente entre os dois extremos do arco dentário. A sua disposição favorece o fechamento dos espaços, reduzindo o comprimento e perímetro do arco dentário. Na região posterior, o elástico pode ser instalado no gancho do tubo dos primeiros molares. Na região anterior, geralmente é instalado em ganchos soldados na região mesial dos incisivos laterais. Os elásticos mais utilizados são os de calibre 3/16” pesado ou médio, 1/8” ou 5/16” médio. A magnitude de força aplicada deve variar em torno de 200 a 250 gramas. Ambos métodos introduzem forças leves com fechamento de espaço eficaz, sendo o uso do fio retangular .019”X.025” indicado por permitir uma liberdade residual de .003mm ou 6,3450 graus, permitindo desta maneira um melhor deslize dos fios. Loriato et al., (2006), relataram que a evolução e a melhoria dos materiais elásticos aumentaram em muito sua aplicabilidade nos tratamentos ortodônticos em diversas situações, como: na simplificação da fixação dos arcos aos braquetes em substituição às ligaduras metálicas, na retração de dentes, no fechamento de espaços, auxiliares em aparelhos extrabucais e em alguns tipos de mecânicas ortodônticas. As alças de retração ortodôntica vêm sendo estudadas há cerca de cinqüenta anos, por meio de procedimentos experimentais, analíticos e numéricos como o Método dos Elementos Finitos (MEF). Uma vez ativadas, as alças exercem 24 carregamento sobre um ou mais dentes e esses o transmitem para o ligamento periodontal, produzindo movimentação dentária. Conforme o plano de tratamento delineado, pode-se obter a retração isolada de caninos, com o intuito de “aliviar” uma situação de desalinhamento dentário, por falta de espaço (discrepância dentoalveolar), na região anterior e também de obter relação de caninos de Classe I. Podem ser utilizadas como componentes dos arcos segmentados para a retração do bloco anterior (caninos e incisivos), protração dos blocos posteriores (prémolares e molares), ou ambos os movimentos (FERREIRA et al., 2008). Dentre os vários dispositivos utilizados na ortodontia para o fechamento dos espaços intra-arco, as alças ortodônticas ocupam lugar de destaque. Uma alça de fechamento deve ser caracterizada através de alguns outros fatores, além da magnitude de força horizontal produzida: localização dos pontos de aplicação da força; constância dessa força horizontal (relação carga/deflexão) e magnitude e direção dos momentos e proporções momento/força produzidas nas unidades anterior e posterior. A proporção momento/força é a relação entre a quantidade de momento e de força aplicada ao dente, considerando o centro de resistência e determinando, dessa forma, o centro de rotação. Trata-se de uma das mais importantes características do dispositivo de fechamento de espaços, pois determina o centro de rotação e, portanto, de que maneira o dente se movimentará (GJESSING, 1992). Segundo Ferreira et al. (2008) o conhecimento da biomecânica é de fundamental importância para o entendimento do sistema de forças envolvido e, conseqüentemente, para a escolha adequada da alça e das magnitudes de ativações e pré-ativações. O tipo de movimentação resultante dependerá do plano de tratamento estabelecido, estando diretamente relacionado com a geometria da 25 alça utilizada, a forma e as dimensões da secção transversal do fio, a liga metálica, bem como o uso de forças auxiliares, como a de elásticos intermaxilares. Uma vez ativada, a alça tende a voltar ao seu estado inicial, liberando a energia elástica que foi armazenada durante a sua abertura (ativação), provocando o deslocamento dos dentes. Diferentes tipos de alças de retração têm sido utilizadas, dentre as quais podem-se destacar: alça de Bull, alça de Bull modificada, alça vertical simples, alça vertical com helicóide, alça reversa simples, alça reversa com helicóides, alça em forma de gota, alça em “T”, alça em “T” modificada, alça em delta e outras. A alça em forma de gota ou de “lágrima” é uma mola de fechamento de espaços cuja forma arredondada tende a diminuir as tensões nesta área da alça, ao invés de concentrálas em um único vértice, como é o caso das alças verticais fechadas. Além disso, o fechamento de espaços com este tipo de mola é livre de fricção e torna-se a grande vantagem sobre outros tipos de molas de fechamento de espaços, onde ocorre o deslizamento de dentes sobre o arco. A ativação deste tipo de mola é orientada pela abertura ou separação das dobras que a limitam e na prática clínica a abertura não deve ultrapassar a espessura de cerca de 1,25 mm (SCELZA et al., 1985). O desempenho de uma alça de fechamento é determinado por três características principais: sua propriedade (isto é, a quantidade de força liberada e o comportamento desta força quando o dente se move); o movimento que ela gera, de forma que a posição da raiz possa ser controlada; e sua posição, relativa aos braquetes adjacentes (PROFFIT et al., 1995). As alças ortodônticas são constituídas basicamente por uma base, duas hastes e uma parte conectora, que pode ser uma simples secção curva ou um helicóide. Uma quantidade de fio incorporada na confecção da alça é de grande 26 importância para a aplicação de forças leves, sendo que quanto maior a quantidade de fio incorporada, menor será a magnitude de força horizontal liberada. Assim, a força gerada por qualquer alça pode ser reduzida através da incorporação de um ou mais helicóides na sua porção apical, variando de acordo com o tamanho da alça e do helicóide, ocorrendo com isso um aumento da capacidade de ativação da alça. Quanto à espessura do fio, um pequeno aumento ou diminuição pode resultar em alterações significativas da quantidade de força horizontal liberada. As alças confeccionadas com fios de menor secção transversal acarretam a liberação de menores magnitudes de força do que aquelas confeccionadas com fios de maior secção transversal (SAMUELS et al., 1998). Thiesen et al. (2001) relataram que dispositivos ortodônticos para o fechamento otimizado dos espaços têm sido desenvolvidos, no intuito de aplicar níveis de força compatíveis com um padrão de movimentação dentária o mais fisiológico possível, e com o controle pleno do movimento em toda a sua extensão. Para a obtenção desse controle dentário e radicular, torna-se necessária a geração de um movimento pela alça de fechamento, uma vez que uma simples força aplicada na coroa de um dente promoveria um movimento de inclinação descontrolada do mesmo. Isso porque o seu centro de resistência se encontra localizado aproximadamente na terça parte do comprimento da raiz a partir da crista óssea alveolar, e assim torna-se difícil a aplicação de forças ortodônticas diretamente nesse local. Suzuki e Lima (2001) realizaram um estudo sobre os diversos tipos de arco para retração anterior, dando ênfase e detalhamento clínico do arco dupla chave. 27 Segundo Rodrigues e Almeida (2002) o uso do arco de dupla chave com a prescrição da técnica “Straigt-Wire” Simplificada otimiza os procedimentos de retração anterior, com a vantagem de exercer um controle simultâneo sobre a angulação da bateria anterior e direção de intrusão dos dentes anteriores. Os braquetes Tip -Edge permitem eliminar, por completo, os inconvenientes de mordida profunda que tendem a acompanhar as retrações de caninos. Tais braquetes, em conjunto com o arco de dupla chave, fazem com que o deslocamento dos caninos, para distal, seja independente dos dentes anteriores, seja qual for a situação. Desta maneira, fica possível a retração anterior com controle da quantidade de ancoragem a ser preservada, bem como dar atenção especial aos dentes anteriores. Em qualquer caso, seja de mordida aberta ou profunda, grande sobressaliência ou mordida justa, a retração dos caninos e dos dentes anteriores, se fazem de maneira controlável. Os arcos dupla chave possuem quatro alças verticais, em forma de “T”, duas em cada hemiarco e situadas nas proximais dos caninos. Normalmente são comercializados em conjuntos de diferentes tamanhos. Estes tamanhos, referem-se à distância entre os pares de alças. São oferecidos nas espessuras de 0,019” x 0,025” ou 0,021”x 0,025”. Aconselha-se que o ortodontista confira sempre a coordenação interarcos apresentada pelo fabricante, para eliminar possíveis desajustes, especialmente na região dos caninos. Os resultados clínicos da ativação recomendada pelo Dr. Roth, mostram alguns inconvenientes. O fim dos arcos são dobrados na distal dos últimos dentes, até que as alças se abram. Entretanto, as porções posteriores do arco (molares), bem como as anteriores (incisivos) tendem a exibir um movimento vertical indesejável, no sentido oclusal. Além disso, o meio do arco, a região dos prémolares, exibe movimento de intrusão. Para evitar tal problema, já identificado por 28 muitos clínicos, Suzuki e Lima (2001), propõe que a ativação seja feita com fio de amarrilho passando pelo gancho do molar e a parte superior da segunda alça do arco. Esta feliz idéia do Dr. Suzuki facilita o controle da quantidade de força aplicada. Entretanto, se o caso for de Classe II, no qual se deseja fazer o movimento distal dos caninos com braquetes pré-ajustados, a tendência de inclinação destes, além de oferecer resistência extra ao deslocamento, ocasiona os efeitos verticais acima referidos. O uso de braquetes de Tip-Edge junto com os arcos de dupla chave, segundo ativação preconizada por Suzuki e Lima, proporciona retrações independentes e abertura de mordida sem os inconvenientes citados. A quantificação da força vertical do efeito Gable, para os dentes anteriores, em casos de mordida profunda, fica estabelecida quando o arco inserido nos braquetes de todos os dentes, menos nos anteriores, relaciona-se com estes atingindo o nível cervical dos incisivos centrais. Nos casos de severas sobremordidas, admite-se o uso de outros recursos, como a união das alças, de cada lado, por fios de amarrilho ou a confecção de um círculo de aço aplicado à base da segunda alça. A ativação das alças deve ser muito suave e são ativadas a cada quatro semanas (RODRIGUES e ALMEIDA, 2002). Segundo Souza et al. (2003) as alças Bull estudadas por Shimizu, quando confeccionadas com fio de aço inoxidável de calibre 0,017”X0,025” apresentaram magnitudes de força de 232 g a 564 g de acordo com a pré-ativação utilizada, quando ativadas em 0,5 mm. Quando a alça foi ativada em 1 mm, esta gerou forças de 419 a 778 g de acordo com a pré-ativação. Estas alças possuem alta proporção Carga/Deflexão, liberando uma força pesada e intermitente, pois após 0,5 mm ou 1 mm de movimento dentário, a força é bruscamente interrompida. Para que esta alça libere forças menores, seria necessária a ativação de apenas 0,5 mm, quantidade 29 esta muito difícil de ser medida clinicamente, sendo que um erro de apenas 0,5 mm poderia praticamente dobrar o valor da força liberada. Outra limitação desta alça é a baixa capacidade de controle radicular. As alças ortodônticas utilizadas para o fechamento de espaços, de uma maneira geral, deveriam apresentar uma baixa proporção Carga/Deflexão, ou seja, durante a desativação as mesmas deveriam gerar forças leves e constantes, dessa maneira, produziriam menos efeitos colaterais nos dentes e nos tecidos circunjacentes e ainda, preservariam a ancoragem dos dentes posteriores. Para um melhor controle no movimento dentário, as alças de retração deveriam apresentar a capacidade de gerar uma elevada proporção Momento/Força, suficiente para produzir desde o movimento de inclinação controlada até o movimento radicular (SHIMIZU et al., 2004). Em 1982, Burstone, utilizando a alça T construída com fio beta-titânio (TMA), propôs a filosofia de tratamento denominada Fechamento de Espaço Diferencial, que consistia na variação do sistema de forças entre o segmento posterior e o anterior. Enfatizava a quantidade de ativação distal, a centralização ou não da alça no espaço interbraquete e a angulação diferencial entre os segmentos beta (distal) e alfa (mesial) da alça. E, em relação ao seu sistema de forças, considerou a magnitude e a direção da força, a constância da força (baixa proporção Carga/Deflexão) e a precisa proporção Momento/Força, produzindo o centro de rotação desejado. A centralização de uma alça pré-ativada irá proporcionar momentos iguais e opostos e magnitudes de forças verticais insignificantes, pois corresponde ao princípio da dobra em “V” simétrico. No entanto, o seu deslocamento no sentido ântero-posterior poderá introduzir forças verticais nos sistemas de forças dessas alças. A configuração da alça para fechamento de espaços remanescentes 30 de exodontias é de extrema importância, pois essa característica proporcionará um sistema de forças específico para cada situação clínica. Assim, a utilização das alças de retração requer conhecimentos específicos da física, especialmente daqueles que dizem respeito às proporções Momento/Força e Carga/Deflexão. Ao estudar os mecanismos de fechamento de espaços em Ortodontia, Shimizu, em 1995, a partir de trabalhos consultados, concluiu, especificamente no que se refere às magnitudes de forças necessárias para movimentação dos dentes ou grupos de dentes, que: a magnitude de força para as retrações dos caninos superiores seria de 150 g; para os inferiores, de 120 g; para os incisivos superiores, de 300 g e para os incisivos inferiores, 240 g; e, finalmente, 600 g para retração em massa dos incisivos e caninos superiores e 480 g para retração em massa dos incisivos e caninos inferiores. Magnitudes de força ideais para retração do canino superior foram geradas para uma ativação de 1,0 mm, ou seja, de 160 a 186g. Com ativação de 1,5 mm e com as mesmas intensidades de pré-ativações, geraram magnitudes de força compatíveis com aquelas necessárias para retração dos incisivos superiores ou inferiores. Quando o tratamento requer retração em massa dos incisivos e caninos inferiores, ativa-se 2,0 mm, gerando magnitudes de força variando de 318 g a 350 g. Já para a retração em massa dos incisivos e caninos superiores, essa alça deveria ser ativada de 3,0 mm a 4,0 mm, pois geraria magnitudes de força variando de 479 g a 670 g. Após 1,0 mm ou no máximo 2,0 mm, a mesma deveria ser reativada para manter apropriado o sistema de forças gerado pela alça durante o fechamento de espaço (SHIMIZU et al., 2002). Quando se posiciona a alça próximo ao segmento anterior objetiva-se a retração deste. Quando centralizada, a alça proporcionará uma combinação de 31 retração do segmento anterior e protração do segmento posterior, e por fim, quando deslocada para o segmento posterior almeja-se a protração deste (SHIMIZU et al., 2004). Burstone e Koenig, em 1998, por meio de estudos com o princípio da dobra em V concluíram que ocorre um aumento da proporção Momento/Força para o segmento próximo ao qual a dobra está sendo deslocada, além de gerar forças extrusivas para este segmento e intrusivas para o segmento oposto. Os estudos também demonstraram que quando a dobra estiver centralizada as forças verticais são insignificantes. Para a retração de caninos a alça deve ser deslocada para próximo do segmento anterior. Como existe a necessidade da manutenção da ancoragem no segmento posterior, há a necessidade do aumento da proporção M/F neste segmento, de modo que ocorra apenas o movimento radicular, e a melhor maneira de se obter este aumento é por meio de incremento das pré-ativações. O mesmo ocorre quando se deseja a protração do segmento posterior, a alça deve estar deslocada para próximo deste segmento (beta) e a pré-ativação é intensificada no segmento mesial (alfa) da alça, próximo aos dentes anteriores. Características importantes das alças de fechamento de espaços são as magnitudes de força e de momento gerados durante sua ativação. Assim, avaliando o sistema de forças da alça T construída em aço inoxidável, Shimizu et al.18, afirmaram que conforme a secção transversal do fio, a intensidade de ativação e pré-ativações inseridas, essa alça gera magnitudes de força e de momento apropriadas para a retração do canino. Quando se utiliza a alça T construída com fio de aço inoxidável .017” x .025” deve-se ativar 1,0 mm ou 1,5 mm, pré-ativar 30º ou 40º e reativar quando a alça estiver com 0,5 mm ou 0 mm de ativação. Dessa forma, inicialmente o dente se movimentará por 32 inclinação controlada, seguido pelo movimento de translação e, finalmente, movimento de correção radicular. Já o fio de aço inoxidável .018” x .025” não gera proporção M/F suficiente para o movimento de translação, bem como movimento radicular (SHIMIZU et al., 2004). Segundo Souza et al. (2003), ao se utilizar a alça T construída com o fio de titânio molibdênio (TMA), a alça deve ser ativada 5 mm, dessa forma a proporção M/F gerada é de 7,6 (inclinação controlada). Após 1,5 mm de desativação esta proporção é de 10,3, com os dentes se movimentando por translação. Com mais 0,5 mm de desativação a proporção M/F já é de 11,6 e, portanto os dentes apresentam movimentação radicular. Ativações inferiores a 2,5 mm, gerariam elevadas proporções M/F (movimento radicular) em função das baixas magnitudes de forças geradas por essas intensidades de ativações. Em uma situação clínica esta alça deve ser reativada após 2,5 mm de desativação para que possa restabelecer um sistema de forças favorável. Para se obter um bom resultado durante o fechamento de espaços das extrações dentárias em Ortodontia é necessária a obtenção de um sistema de forças favorável. Um ótimo sistema de forças para retração do canino e/ou incisivos não é sempre facilmente obtido pelo profissional. Isso se deve aos sistemas de forças gerados pelas alças ortodônticas utilizadas, geralmente construídas com fio de aço inoxidável e com configurações que nem sempre satisfazem os requisitos necessários de uma alça de fechamento de espaços. Nesse sistema de forças, além da precisa magnitude de força utilizada para a movimentação de um determinado dente, duas outras propriedades devem ser enfatizadas, as proporções C/D e M/F. A proporção C/D é a quantidade de força necessária para produzir uma determinada ativação em um dispositivo ortodôntico e quanto mais baixa essa proporção, mais 33 leves e constantes serão as forças dissipadas durante sua desativação. E talvez a mais importante característica de uma alça, a proporção M/F, a relação entre o Momento e a Força, determinará o centro de rotação e portanto, a maneira como o dente será movimentado. O sistema de forças de uma alça para fechamento de espaço sofre a influência de variáveis biomecânicas, variáveis estas que podem ser controladas pelo profissional desde que este as conheça. Somente dessa maneira os objetivos almejados durante a realização do plano de tratamento poderão ser alcançados (SHIMIZU et al., 2004). Através de um estudo, Lotti et al. (2006), observaram que a variação do posicionamento de uma alça em aço inoxidável e sem dobras de pré-ativação de antiinclinação e anti-rotação para a retração dos caninos com arco segmentado implicará nos seguintes efeitos: aproximação da alça a uma das unidades (anterior ou posterior) tenderá a diminuir seu deslocamento e sua inclinação; a magnitude de rotação será maior nos dentes mais afastados da alça e qualquer que seja sua posição, esta irá gerar um deslocamento para a vestibular dos dentes, em decorrência de sua rotação; em todas as posições da alça, ocorrerá um movimento intrusivo e extrusivo em decorrência da inclinação dentária, sendo que o componente de força extrusivo será maior do lado mais próximo a alça e o componente intrusivo maior no lado mais afastado da alça; a alça equidistante entre o canino e o molar não elimina por completo o componente extrusivo do movimento dentário; a distribuição das tensões ao redor do osso alveolar indicam uma maior magnitude de tensões ao redor do canino do que no molar, com a tensão máxima apresentando-se maior quando a alça se localiza próxima ao molar; a não inserção de pré-ativações de anti-inclinação e anti-rotação, impossibilita a obtenção de um movimento por inclinação controlada, translação e radicular; a avaliação da alça T 34 sem dobras de pré-ativação ressalta a importância destas para obter um movimento de translação. Segundo Ari dos Santos Pinto em entrevista para Dental Press (2007) relata que as alças T atuam por um longo período de tempo e produzem uma grande amplitude de movimento dentário de um dente único (tal como retração de caninos) ou de grupos de dentes (tal como segmento anterior ou posterior), com controle de ancoragem máximo, médio ou mínimo. Esta mola libera forças leves e contínuas, produzindo movimentos dentário com mínimo dano biológico, representado pelas reabsorções radiculares ou ósseas. Talvez a única desvantagem que poderia relacionar é que esta alça é volumosa e pode provocar injúrias aos tecidos moles, que podem ser perfeitamente prevenidas se construída de forma adequada ou com pequenos ajustes periódicos. A técnica do arco segmentado, como o próprio nome sugere, trabalha com segmentos, dois posteriores com segmentos de arco construídos com fio de aço inoxidável .019” x .025” ou .021” x .025” e estabilizados com uma barra palatina e/ou um arco lingual construídos com fio de aço inoxidável 0,9mm e um segmento anterior construído com fio de aço inoxidável .019” x .025” ou .021” x .025”. O arco segmentado pode ser uma boa opção de tratamento nos casos clínicos com sobremordida exagerada (utilização de arco de intrusão), sobressaliência exagerada (retração inicial de caninos e posteriormente dos incisivos) e grandes quantidades de apinhamento (retração parcial dos caninos para permitir o alinhamento dos incisivos com menos efeitos colaterais). No entanto, trata-se de uma técnica complexa, onde o seu controle depende do total domínio dos aspectos biomecânicos inerentes à sua natureza (segmentada). Pelo fato de trabalhar com segmentos, o controle vertical dos mesmos é bastante crítico, principalmente, se for empregadas 35 alças T construídas com fio beta-titânio (TMA). Devem ainda ser consideradas a distância inter-braquetes, posicionamento ântero-posterior da alça e o princípio da dobra em V (SHIMIZU et al., 2004). Durante o tratamento ortodôntico, a correção da sobremordida profunda associada a protrusão dos incisivos é um desafio biomecânico, uma vez que a verticalização dos incisivos freqüentemente alonga as coroas dentárias, agravando a sobremordida. A sobremordida profunda pode estar acompanhada de diastemas associados a incisivos protruídos, ou apinhamentos, o que requer a extração de prémolares. Nos casos de extração, o alinhamento dos dentes anteriores não corrige suas inclinações axiais ou a sobremordida profunda. Em ambos os tratamentos, com ou sem extração, a sobremordida profunda precisa ser corrigida a fim de garantir o completo fechamento do espaço e, ao mesmo tempo, obter uma relação canino em Classe I. Assim, a retração e a intrusão simultâneas dos dentes anteriores podem ser desejáveis para a obtenção de resultados satisfatórios. Durante a intrusão dos dentes anteriores, o controle de suas inclinações axiais concomitante à retração é fundamental para o sucesso do tratamento. Em muitos casos de extração dentária, a inclinação axial dos dentes anteriores vestibularizados é corrigida inicialmente por retração dos incisivos, durante o fechamento de espaço inicial. Quando a retração anterior, e a redução do trespasse horizontal, não for mais possível devido a presença da sobremordida profunda, a intrusão é iniciada visando a abertura da mordida e o subseqüente fechamento de espaço. Para a obtenção simultânea da correção da sobremordida profunda e do fechamento dos espaços da extração dentária, um modelo de aparelho precisa incorporar um ponto variável de aplicação da força intrusiva, assim como uma mecânica para dirigir a força intrusiva ao longo eixo dos dentes anteriores. A correção da sobremordida profunda e o fechamento de 36 espaço podem ser alcançados com o mecanismo de intrusão do arco-base de três peças, em pacientes com incisivos protruídos. O sistema de forças liberado no segmento anterior depende do ponto de aplicação da força intrusiva e de sua direção. Esta abordagem segmentada à intrusão e retração é clinicamente vantajosa, uma vez que permite o controle simultâneo da movimentação dentária nos planos vertical e ântero-posterior. A baixa carga de deflecção desse aparelho libera uma força intrusiva constante, podendo os níveis de força ser mantidos baixos. O modelo desse aparelho permite aplicar um sistema de forças bem controlado e estaticamente determinado, no qual apenas mínimos ajustes são requeridos (SHROFF et al., 2002). Implantes dentais têm sido usados com sucesso para substituição de dentes perdidos, com o objetivo de restabelecer função mastigatória e melhorar a situação psico-social dos pacientes, reabilitados inadequadamente por próteses convencionais. Por outro lado a ortodontia tem encontrado problemas no controle da ancoragem para movimentação dentária. Dessa forma, implantes osseointegráveis vêm ganhando mais popularidade para a ancoragem ortodôntica devido à estabilidade da interface osso/biomaterial responsável pela ausência de mobilidade durante a sua exposição ao estresse mecânico. Implantes osseointegráveis são uma excelente alternativa dentro dos métodos de ancoragem ortodôntica tradicional e se tornam necessários quando há ausência de unidades dentárias, ou os artifícios extra-orais se tornam impraticáveis. Porém seu uso ainda é restrito, pois, sua instalação requer a presença áreas edêntulas ou utilização de regiões alternativas como a retromolar ou palatina, apresentam também alto custo, necessidade de dois procedimentos cirúrgicos, o que causará maior desconforto, maior tempo de tratamento devido ao período necessário para osseointegração, limitação na direção 37 de aplicação de forças e dificuldade da manutenção da higienização. Enquanto implantes osseointegráveis resistem a cargas de alta magnitude e a forças intermitentes de oclusão, implantes de ancoragem ortodôntica são submetidos a forças consideravelmente menores, controladas e unidirecionais, sendo assim, os requisitos para esses implantes devem ser diferentemente considerados (VILLELA et al, 2004). Segundo Laboissière et al. (2005) o controle da ancoragem ortodôntica é decisivo para o sucesso do tratamento, existindo vários recursos intra e extrabucais a serem utilizados. Convencionalmente estes métodos apresentam uma série de desvantagens, incluindo complicações estéticas, funcionais, necessidade de colaboração do paciente e constrangimento social, que podem interferir na aceitabilidade do tratamento indicado. A ancoragem absoluta está relacionada com a possibilidade do implantodontista ou cirurgião fornecer ao ortodontista um ponto fixo e imóvel de ancoragem dentro da cavidade bucal, para que sejam realizados movimentos simples ou complexos de forma mais controlada e previsível. A utilização de implantes como unidade de ancoragem substitui os dispositivos tradicionais como o aparelho extrabucal e os intrabucais como, PLA, elásticos intermaxilares ou outros aparelhos que exigem colaboração, e que facilmente podem ser rejeitados pelo paciente, além de serem necessários quando há ausência de unidades dentárias (MONTEIRO, 2006). De acordo com Brandão e Mucha (2008), apesar da grande contribuição destes dispositivos de ancoragem absoluta, existem algumas dificuldades, pois os mesmos envolvem procedimentos cirúrgicos, o custo é maior e o conforto muitas vezes menor, dependendo do local de instalação, em relação aos métodos de tratamento tradicionais. Portanto, deve-se esclarecer aos pacientes que estes 38 procedimentos cirúrgicos são simples e realizados com pequena quantidade de anestésico local ou até anestésico tópico, o tempo cirúrgico é pequeno, em torno de 15 a 20 minutos. Em algumas situações, esta cirurgia poderá evitar a necessidade de tratamentos mais complexos, como cirurgias ortognáticas, onde o paciente estará sob anestesia geral. Além disso, a eficácia do tratamento será maior, em menor tempo, nos casos que requeiram maior controle de ancoragem. Sua simplicidade de instalação e remoção, aliada ao baixo custo e alta flexibilidade de uso clínico, predispõe a uma grande aceitação e conforto por parte do paciente e torna a mecânica ortodôntica mais efetiva, através do maior controle da unidade de ancoragem, sem a presença de movimentos recíprocos indesejáveis ou a necessidade de colaboração do paciente (BEZERRA et al., 2004). Segundo Consolaro (2006) na escolha da área para a instalação dos miniimplantes é fundamental considerar a espessura do osso cortical e a densidade do trabeculado, mas também é tão importante quanto a escolha do material, a técnica cirúrgica e o cuidado do paciente com a higiene, além do controle do paciente por parte do profissional. Os miniimplantes chegaram para ficar e devem fazer parte do arsenal de todo ortodontista. As possibilidades de tratamento são muitas e movimentações dentárias que antes eram impraticáveis hoje podem ser consideradas de rotina. Nos tratamentos convencionais o miniimplante também faz uma grande diferença, principalmente nos casos de extrações, pois permite o controle total da ancoragem e maior previsibilidade de sucesso, independente da colaboração do paciente no uso de aparelhos de ancoragem. Logicamente, a técnica de instalação oferece riscos, pois se não for criteriosamente planejada pode até causar um dano irreversível ao dente, se este vier a ser perfurado pelo parafuso. Quanto à mecânica ortodôntica, 39 somente pequenas variações são necessárias para controlar os vetores de força, independentemente da técnica utilizada. Este é o início de uma nova era na Ortodontia e o maior beneficiado é o paciente, com a otimização do tempo de tratamento, possibilidades de fechamento de espaços que antes necessitariam de prótese e uma mecânica mais simplista, diminuindo a quantidade de acessórios ortodônticos na boca e requerendo menor colaboração no uso de elásticos e aparelhos externos, resultando também em maior previsibilidade dos objetivos almejados (JANSON et al,. 2006). Marassi, em 2008, afirmou que a fase de retração anterior representa um importante etapa do tratamento ortodôntico, na qual o ortodontista precisa manter ou alcançar relevantes objetivos como chave de caninos, chave de molares, correção da sobremordida e coincidência entres as linha médias. Para que estes objetivos sejam atingidos, faz-se necessária uma ótima administração da unidade de ancoragem. O uso de mini-implantes como auxiliares da fase de retração anterior irá beneficiar, principalmente, os indivíduos que apresentem: dificuldades em colaborar com o uso de aparelhos extrabucais, elásticos intermaxilares ou com outros métodos de ancoragem; necessidade de ancoragem máxima no arco superior, inferior ou ambos; unidade de ancoragem comprometida, por número reduzido de elementos dentários, por reabsorção radicular ou por seqüelas de doença periodontal; plano oclusal inclinado na região anterior. Ainda os mesmos autores relatam que as mecânicas de fechamento de espaço tendem a aumentar a sobremordida, como os mini-implantes são instalados, usualmente, em uma posição mais apical do que os ganchos dos molares, deve-se considerar que a retração anterior com ancoragem direta em mini-implantes tende a gerar um vetor de força mais intrusivo para os incisivos que as mecânicas 40 tradicionais. Este vetor pode ser controlado modificando-se a altura da instalação dos mini-implantes e/ou a altura do apoio utilizado na região anterior, gerando uma série de possibilidades de linhas de ação de força. O ortodontista deverá, portanto, antes de instalar ou indicar a instalação dos mini-implantes, definir a linha de ação de força que pretende utilizar e o efeito vertical que o vetor de força irá exercer sobre os dentes anteriores. Para indivíduos que apresentem plano oclusal frontal inclinado, será desejável a instalação de mini-implantes em diferentes alturas, gerando um vetor de força com componente mais intrusivo em um dos lados, para melhoria ou acerto do plano alterado. De acordo com Araújo et al. (2006), na maxila, o local de eleição para a inserção dos miniimplantes, destinados à retração das unidades anteriores, é entre o segundo pré-molar e o primeiro molar por vestibular, enquanto na mandíbula é entre o primeiro e segundo molar também por vestibular. Estas localizações, além de apresentarem normalmente uma boa distância entre as raízes, permitem que a retração seja realizada sem o risco de contato das unidades que estão sendo movimentadas com o miniimplante. Estas são ainda áreas de fácil acesso para fixação de acessórios. A ativação adequada, por parte do ortodontista, é um aspecto muito relevante para a estabilidade e preservação dos microparafusos. A escolha da qualidade, da quantidade da força e o momento que a mesma deve ser aplicada parecem exercer uma influência muito importante para a eficácia deste dispositivo. A força deverá ser aplicada de maneira mais imediata possível após sua instalação, (um a 15 dias), pois desta maneira o microparafuso receberá um estímulo benéfico para a formação óssea na interface titânio/osso. Inicialmente os microparafusos devem receber uma ativação com cargas de menor magnitude, que deverão ser de 150 g a 200 g. 41 Gradualmente, esta carga poderá ser aumentada podendo chegar a uma força de até 350 g. Os níveis de força podem variar em relação às necessidades de movimentação, mas a qualidade do osso também vai ser decisiva para suportar níveis de força maiores. As forças iniciais devem ser preferencialmente contínuas e suaves; para isto deve-se utilizar molas de Ni-Ti (Níquel/Titânio). A utilização de elásticos deve ser evitada, pois os mesmos liberam forças interrompidas, com uma queda significativa do nível de força após um curto período, necessitando de uma ativação inicial muito elevada, o que seria prejudicial nesta fase de ativação (VILLELA et al., 2006). Na retração anterior, segundo Laboissière (2005), a quantidade de força que será aplicada, através das molas de NiTi, deverá ser calibrada até 300 g de cada lado, caso sejam distalizados os seis elementos dentários ou de 80 g a 120 g para a movimentação de elementos dentários isolados. Na mecânica do arco contínuo, embora existam preferências diversas, é interessante deixar a cabeça do parafuso próxima ao fio ortodôntico, para que a força exercida seja a mais horizontal possível, evitando-se os vetores verticais, que podem causar atrito durante o deslize. O problema é que quanto mais próximo da coroa, menor é o espaço ósseo entre as raízes. Como solução para este dilema pode-se utilizar dois artifícios: angular a raiz do segundo pré molar para mesial, previamente à instalação dos miniimplantes e direcionar o parafuso obliquamente para apical com inclinação de 30º a 40º na maxila e de 10º a 20º na mandíbula. Este procedimento permitirá que o parafuso penetre em uma área de maior volume ósseo entre as raízes e propiciará maior contato do parafuso com a cortical, mantendo também a cabeça mais próxima ao fio. Quando a instalação do parafuso já é muito 42 apical na maxila deve-se ter um direcionamento mais perpendicular, para evitar áreas do seio maxilar (JANSON et al., 2006). Para mostrar a efetividade de mecânicas de deslize ancoradas em mini implantes em casos de protrusão dento alveolar, os autores descreveram passo a passo a técnica de retração dos dentes anteriores avaliando os registros de pacientes. Os autores mostraram como o mini implantes podem estabelecer uma ancoragem eficiente e facilitar o tratamento. Concluem que o mini implante é um método de retrusão dentária que provoca o mínimo de intrusão dentária e perda de ancoragem (PARK et al., 2004). Um objeto apresenta um movimento rotacional quando recebe uma força que não passa pelo seu centro de resistência. O mesmo ocorre com os dentes durante a fase de retração, pois a linha de ação de força usualmente passa mais oclusal do que o centro de resistência dos dentes anteriores, causando um efeito colateral de inclinação para palatina ou lingual desses elementos dentários. Para prevenir esta tendência de inclinação, pode ser aplicado um momento de força no sentido contrário ao gerado pela força de retração, por meio de um torque vestibular de coroa ou por meio de dobras de compensação no fio. Na fase de retração anterior, sugere-se um fio .019’’ x .025’’ de aço inoxidável para acessório com canaleta .022’’ x .028’’ (MARASSI et al., 2008) Os miniimplantes têm se mostrado eficientes como ancoragem esquelética e vêm auxiliando os ortodontistas em inúmeras aplicações clínicas. Estes dispositivos libertam os profissionais da necessidade de colaboração dos pacientes e ampliam as possibilidades de tratamento, tornando mais fáceis os casos antes considerados complexos ou inviáveis para os métodos tradicionais de tratamento ortodôntico (MARASSI, 2006). 43 4 DISCUSSÃO McLAUGHLIN et al. (2002), Rodrigues (2005) e Oliveira (2008) concordam que as extrações dentárias têm sido bastante útil nos tratamento ortodônticos e bastante utilizadas. Uma terapia ortodôntica bem sucedida, usualmente, depende de planejamento criterioso da ancoragem, e é um dos fatores determinantes quanto ao sucesso e insucesso de muitos tratamentos, afirmam Zanelato (2002), Laboissièrre (2005) e Araújo (2006). Duas fontes de ancoragem podem ser utilizadas: a ancoragem intrabucal e a extrabucal, esses tipos de ancoragem foram usadas durante anos, como principais ferramentas para estabilização do segmento posterior durante a fase de retração anterior, segundo Renfroe (1956) e Marassi (2008). Atualmente, podemos contar com os recursos de ancoragem esquelética e, em especial, com os mini-implantes, que têm se mostrado eficazes como método de controle de ancoragem, reduzindo significativamente ou dispensando a necessidade de colaboração dos pacientes, tornando os tratamentos mais previsíveis e eficientes, concordam Marassi (2008), Laboissièrre (2005) e Monteiro (2006). Thiesen (2005) e Renfroe (1956) concordam que os dentes, por si só, apresentam mecanismos através dos quais oferecem resistência ao movimento. Segundo Thiesen (2005) no caso do fechamento de espaços resultantes da extração de pré molares, seria perfeitamente possível reduzir a pressão na ancoragem posterior, retraindo o canino individualmente contra os outros dentes dentro do arco. Após o canino ter sido retraído, pode-se adicioná-lo à unidade de ancoragem posterior e, então, retrair os incisivos. Essa abordagem teria a vantagem 44 da força de reação ser sempre dissipada na grande área do ligamento periodontal da unidade de ancoragem. Já Zanelato (2002), afirma que na técnica MBT não se preconiza a retração total dos caninos objetivando reforçar a ancoragem posterior. Segundo Nanda (1997), a mecânica de fechamento de espaços pode ser dividida em duas categorias: a mecânica com fricção, quando há interação arcobráquete, com deslizamento entre eles; e a mecânica sem fricção, na qual a força é aplicada por alças. De acordo com Meireles (2007), a técnica ortodôntica de deslizamento é provavelmente a mais utilizada atualmente. A praticidade e a simplicidade do manejo de arcos contínuos seduzem muitos clínicos, que vêem nesta mecânica um fator de otimização da sua prática diária, especialmente por conta da diminuição do “tempo de cadeira”. Porém o mesmo autor citado acima, concorda com Zanelato (2002) que com a utilização clínica do aparelho pré-ajustado, percebeu-se que também seria necessário desenvolver uma mecânica que fosse específica ao aparelho, pois a utilização dos mesmos níveis de força que eram aplicados no Aparelho Arco de Canto causava alguns efeitos indesejados ao tratamento. A maioria dos autores como, MBT (2002), Almeida (2006), Zanelato (2002), se preocupam com a sobremordida durante a fase de retração anterior e citam que forças leves podem minimizar a tendência de aprofundamento indesejado da mordida. Dentre os vários dispositivos utilizados na ortodontia para o fechamento dos espaços intra-arco, as alças ortodônticas ocupam lugar de destaque. (GJESSING, 1992). O tipo de movimentação resultante dependerá do plano de tratamento estabelecido, estando diretamente relacionado com a geometria da alça utilizada, a forma e as dimensões da secção transversal do fio, a liga metálica, bem como o uso 45 de forças auxiliares, como a de elásticos intermaxilares. A ativação da alça é feita através da abertura da mesma, que tende a voltar para a posição inicial, liberando energia elástica, provocando o deslocamento dos dentes. (FERREIRA et al., 2008). Segundo Scelza (1985) a abertura não deve ultrapassar cerca de 1,25 mm de espessura, Samuels et al. (1998) e Thiesen et al. (2001) concordam que deve ser usada forças leves e mais fisiológica possível, para evitar efeitos colaterais indesejados. Já Souza et al. (2003) relata que a ativação da alça de Bull deve ser de 0,5mm. Shimizu et al. (2002) diz que a magnitude de força ideal para retração do canino superior foram geradas para uma ativação de 1mm da alça, 1,5 mm para retração dos incisivos superiores e inferiores e 2 mm para retraçam em massa. De acordo com Rodrigues e Almeida (2002) o uso da dupla chave com a prescrição da técnica “Straight-Wire” simplificada otimiza os procedimentos de retração anterior. Esses autores concordam com Suzuki e Lima (2001) que a dupla chave é um dispositivo importante nos casos de retração com tendência a sobremordida, pois através da união das alças com fios de amarrilho, causa uma intrusão da bateria anterior. De acordo com Brandão e Mucha (2008), apesar da grande contribuição dos mini-implantes como dispositivos de ancoragem absoluta, existem algumas dificuldades, pois os mesmos envolvem procedimentos cirúrgicos, o custo é maior e o conforto muitas vezes menor, dependendo do local de instalação, em relação aos métodos de tratamento tradicionais, mas Bezerra et al. (2004) discorda dizendo que a simplicidade de instalação e remoção, aliada ao baixo custo e alta flexibilidade de uso clínico, predispõe a uma grande aceitação e conforto por parte do paciente e torna a mecânica ortodôntica mais efetiva, através do maior controle da unidade de ancoragem, sem a presença de movimentos recíprocos indesejáveis ou a 46 necessidade de colaboração do paciente. A maioria doa autores concordam que o miniimplante faz uma grande diferença, principalmente nos casos de extrações, pois permite o controle total da ancoragem e maior previsibilidade de sucesso, independente da colaboração do paciente no uso de aparelhos de ancoragem (JANSON et al., 2006; MARASSI et al., 2008; PARK et al., 2004; MARASSI, 2006). 47 5. CONCLUSÕES De acordo com a revisão de literatura concluiu-se que: 1. A extração é um recurso bastante útil e muito utilizado para tratamento de discrepâncias esqueléticas e dentoalveolares. 2. Nesse tipo de tratamento é imprescindível um correto diagnóstico e um plano de tratamento adequado, dando importância principalmente para ancoragem, antes de iniciar a mecânica de retração. Sendo necessário compreender e controlar as forças de reação, pois essas podem causar efeitos colaterais que podem influenciar no resultado final do tratamento. 3. A mecânica de fechamento de espaços pode ser dividida em duas categorias: a mecânica de fricção, através do deslizamento e a mecânica sem fricção, através de alças. 4. A fase de retração anterior deve ser feita com forças leves, podendo minimizar a tendência de aprofundamento indesejado da mordida durante a mecânica. 5. Os mini-implantes chegaram para ficar na Ortodontia, representando grande avanço e facilitando muitos tratamentos, principalmente nos casos de retração, pois sua ancoragem esquelética evita efeitos colaterais indesejáveis e não dependem da colaboração do paciente, fazendo com que o ortodontista tenha mais controle sobre a técnica que está sendo utilizada, tornando o tratamento mais previsível. 48 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. R.; VIEIRA, G. M.; GUIMARÃES, J. C. H., AMAD NETO M.; NANDA, R. Emprego racional da Biomecânica em Ortodontia: "arcos inteligentes". Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v.11, n.1, p.122-16, jan./fev. 2006. ARAÚJO, T. M., NASCIMENTO, M. H. A., BEZERRA, F., SOBRAL, M. C. Ancoragem esquelética em Ortodontia com minimplantes. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v.11, n.4, p.126-156, jul./ago. 2006. BEGG, P.R. Differential force in orthodontic treatment. Am J Orthod dentofacial Orthop, St. Louis, v. 42, no. 7, p. 481-510, July, 1956. 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