www.jhoje.com.br GERAL 05 Cascavel, 02 de outubro de 2013 FIM DO INCENTIVO IPI para linha branca e móveis é volta a aumentar As alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para eletrodomésticos da linha branca e móveis estão maiores desde ontem. O objetivo do governo com o reajuste é atingir gradualmente as alíquotas originais. Os produtos foram desonerados como forma de estimular o setor diante da crise. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Ho- lland, a recomposição foi definida com base no atual desempenho da economia. “Estamos observando que a economia no segundo semestre está apresentando bom compor tamento. Vendas estão indo bem nesses setores, a produção está regular e o nível de utilização da capacidade instalada também”, disse Holland, na semana passada, ao anunciar a recomposição. A alíquota para o fogão passará de 3% para 4%; da geladeira, de 8,5% para 10%; do tanquinho, de 4,5% para 5%, da máquina de lavar, permanecerá em 10%; e de móveis e painéis, subirá de 3% para 3,5%. O secretário ressaltou que as alíquotas valem até 31 de dezembro. Originalmente, o IPI da linha branca correspondia a 4% para os fogões, 10% para os tanquinhos, 15% para as geladeiras e 20% para as máquinas de lavar. Em abril de 2009, as alíquotas foram re- duzidas, mas voltaram ao normal em fevereiro de 2010. Em dezembro de 2011, a linha branca teve nova desoneração. As alíquotas foram reduzidas e estão sendo gradualmente recompostas desde fevereiro deste ano. Os móveis e painéis pagavam originalmente 10% de IPI e estão com a tributação reduzida desde novembro de 2009. As alíquotas também começaram a ser reajustadas em fevereiro. EM 2012 AS FAMÍLIAS MAIS POBRES CONSEGUIRAM EVOLUÇÃO NA RENDA Mais de 1 milhão de pessoas deixam extrema pobreza AÍLTON SANTOS desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%. As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgado ontem. A população extremamente pobre (que vive com menos de um dólar por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população pobre (que vive com entre um e dois dólares por dia), de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões. “Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres”, diz o presidente do Ipea, Marcelo Neri. Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da população são a posse de bens duráveis – A Número global de pobres diminuiu, Levantamento foi divulgado ontem como televisão, fogão, telefone, geladeira e máquina de lavar – e o acesso a serviços públicos essenciais – como energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso à rede de água. A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve, em grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto do Bolsa Família. “Nos últimos dez anos, o protagonista da redução da desigualdade é a renda do trabalho, o coadjuvante principal é o Bolsa Família”, diz o estudo. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da re- dução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O Bolsa Família contribuiu 12,2% para essa queda. “O Bolsa Família é um custo de oportunidade social, tem mais impacto sobre a desigualdade do que a Previdência”, informa Neri. A Previdência é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 11,4% para os que ganham acima do piso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se somados os dois grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa Família. BALANÇA COMERCIAL Desempenho é o pior em 15 anos A balança comercial brasileira registrou um déficit (importações maiores que vendas externas) de US$ 1,62 bilhão de janeiro a setembro deste ano, o pior valor para este período desde 1998 – quando foi apurado um resultado negativo de US$ 3,6 bilhões. Os números foram divulgados ontem pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Nos nove primeiros meses do ano passado, a balança registrou um superávit de US$ 15,7 bilhões. De janeiro a setembro de 2013, as exportações somaram US$ 177,65 bilhões, com média diária de US$ 939 milhões e queda de 1,6% frente a igual período do ano passado, ao mesmo tempo que as importações totalizaram US$ 179,27 bilhões – com média de US$ 948 milhões por dia útil e alta de 8,7% sobre igual período de 2012. Apesar de os números oficiais mostrarem um fraco resultado na parcial do ano, eles também mostraram uma recuperação em setembro, quando foi registrado um superávit (exportações menos importações) de US$ 2,14 bilhões na balança comercial brasileira. Trata-se do segundo melhor resultado mensal deste ano, perdendo apenas para junho (+US$ 2,3 bilhões). Mesmo assim, foi o pior mês de setembro desde 2010 – quando foi registrado um superávit de US$ 1,07 bilhão. Em setembro de 2012, o superávit da balança somou US$ 2,55 bilhões.