As experiências emocionais do analista como fio condutor nos labirintos da mente
multidimensional
João Carlos Braga
Resumo: Refletindo sobre sua forma atual de trabalho clínico, o autor
examina o uso que vem fazendo das experiências emocionais vividas na
sessão analítica. Vale-se, para esse exame, do modelo da mente
implícito na teoria das transformações (Bion, 1965) e de um
rastreamento deste conceito no todo da obra escrita por Bion. Em nível
teórico, suas conclusões apontam a complexidade que esse conceito foi
adquirindo, suas modificações e ampliações, assim como a continuidade
de sua utilização, durante toda a sua vida. Em sua prática clínica, o
presente autor conjectura que experiências emocionais podem ser
indicadores importantes para a identificação dos diferentes âmbitos
mentais que reconhecemos na situação analítica.
Em síntese, seu uso, como apresentado em “O Aprender
com a Experiência”, é limitado apenas às situações em que analista e
analisando elaboram conjuntamente a relação analítica, o que acontece
apenas quando ambos encontram-se na dimensão do conhecer. Em
outras dimensões do funcionamento mental, são as experiências
emocionais do analista que se revelam úteis — e mesmo seminais —
para o desenvolvimento da análise.
Essas ideias são apresentadas e discutidas tanto na
perspectiva teórica quanto na apresentação de material clínico.
Palavras-chave: Experiência emocional; transformações; pensamento;
desenvolvimento mental; intuição
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