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Um terço das empresas brasileiras
foi vítima de crime digital no último ano
Atrás apenas do roubo de ativos, ataques cibernéticos atingiram em 2011
32% das empresas brasileiras
São Paulo, 7 de fevereiro de 2012 – Os crimes digitais passaram, em dois anos,
de irrelevantes ao segundo lugar na lista dos crimes econômicos sofridos por
empresas brasileiras. E, embora cada vez mais dependentes de tecnologia, elas nunca
se mostraram tão despreparadas para lidar com os riscos representados por esses
ataques. É o que revela a 6ª Pesquisa Global sobre Crimes Econômicos – 2011, da
PwC, apresentada poucos dias depois que os sites de vários bancos foram alvo do
ataques hackers, o que causou interrupção ou lentidão no acesso, mas não
comprometeu a segurança dos dados dos clientes, segundo as instituições.
Desenvolvida com o objetivo de capturar a percepção dos respondentes sobre crimes
econômicos, com forte tendência de alta no Brasil, a pesquisa, realizada a cada dois
anos, focou nos crimes digitais – cometidos com a utilização de computadores e
internet como elemento principal. Somente no Brasil, 32% das empresas ouvidas
foram vítimas desse tipo de ataque nos últimos 12 meses, contra 23% na média
global. Em 2009, os ataques cibernéticos nem foram citados entre os mais relevantes
no Brasil.
Para 45% dos respondentes brasileiros, os riscos de crimes digitais cresceram nos
últimos doze meses, mais do que os 39% que disseram o mesmo no restante do
mundo. Somente 4% dos ouvidos no país acreditam que os riscos diminuíram.
Apesar disso: 51% dos ouvidos no Brasil disseram que os CEOs e a diretoria de suas
empresas ainda não adotaram processos de verificação de ameaças de crimes digitais
ou os adotaram de modo não formal, para fins específicos (40% no mundo); a
maioria dos respondentes não tem, ou não sabe se tem, um plano de resposta a crises
cibernéticas em vigor; 37%das empresas brasileiras (42% no mundo) não
promoveram qualquer tipo de treinamento em segurança digital nos últimos 12
meses.
A abordagem reativa ao problema é custosa e atinge níveis preocupantes: 8% das
empresas afetadas no Brasil sofreram perdas superiores a US$ 5 milhões e 5%
registraram prejuízos de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão. Mesmo assim, para 63%
dos respondentes brasileiros (índice muito superior ao da pesquisa global, que foi de
40%) o dano à reputação da organização, e não o prejuízo financeiro (48%), é o
maior temor relativo aos ataques. A preocupação com a interrupção de serviços
(50%) é o segundo maior medo.
Outro fator que chama atenção é a percepção da origem das ameaças digitais: 71%
das empresas brasileiras relataram que os autores das fraudes estão dentro da
organização (56% na pesquisa global). Segundo elas, a maioria (67%) dos fraudadores
é formada por membros da equipe sem cargo de gerência.
Mídias sociais
Embora as mídias sociais como Facebook, Twitter e LinkedIn não figurem como
origem de crimes digitais, essas redes podem ser usadas para coletar informações
sobre um indivíduo-chave na empresa ou instalar arquivos mal intencionados no
computador dele, de modo a facilitar a prática do crime. No Brasil, 64% dos
entrevistados não monitoram essas mídias (60% no mundo), indicativo da falta de
consciência sobre o risco à segurança que esses sites representam.
Tendências
O crescimento dos crimes digitais é destaque, mas a pesquisa deste ano revelou uma
forte tendência de alta nos crimes econômicos em geral: no Brasil, 33% das empresas
revelaram ter sofrido um ou mais tipos de crimes nos últimos 12 meses , contra 24%
que afirmaram o mesmo na pesquisa anterior. Além do roubo de ativos (68%) e dos
crimes eletrônicos (32%), a corrupção e suborno (18%) e fraude contábil (11%) foram
apontados como principais crimes.
Em comparação com outros países, o Brasil está situado em uma classificação
intermediária em termos de incidência de crimes econômicos. Com 66% de respostas
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positivas nos últimos 12 meses, o Quênia encabeça a lista. O Japão, com apenas 6%, é
o país com menor índice
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