Trabalho e Energia Podemos definir trabalho como a capacidade de produzir energia. Se uma força executou um trabalho W sobre um corpo ele aumentou a energia desse corpo de W . OBS: Quando estudamos vetores vimos que existe dois tipos de produtos vetoriais: o produto escalar e o produto vetorial. Vimos também, que o produto escalar entre dois vetores resulta em um escalar e que o produto vetorial entre dois vetores resulta em um vetor. Definimos o trabalho W realizado pela força sobre uma partícula como o produto escalar da força pelo deslocamento. W F d Unidade SI: 1N.m ou joule (J) No estudo de partículas atômicas é conveniente o uso da unidade eV. 1eV = 1,60 10-19J 1 2 Trabalho: Movimento Unidimensional com Força Constante F F d W Fd d W Fd cos F d Exemplo: A figura abaixo mostra dos jovens empurrando um cofre por uma distância de 9,0 m em linha reta na direção do eixo x positivo. A força F1 exercida pelo jovem 1 é de 240N e faz um ângulo de 30o para baixo a partir da horizontal; a força F2 exercida pelo jovem 2 é de 200N e faz um ângulo de 40o para cima com a horizontal. Calcule o trabalho realizado pelos jovens. Trabalho executado pelo jovem 1: W1 =F1d cos300 (240 N )(9,0m)(cos30o ) 1870 N Trabalho executado pelo jovem 2: W2 =F2 d cos 400 (200 N )(9,0m)(cos 40o ) 1379 N N F2 d Trabalho total: W W1 W2 1870 N 1379 N 3249 N P F1 Trabalho realizado por uma força variável: Caso unidimensional Suponha que a força atue apenas ao eixo x e que seu módulo varie com x de acordo com a função F(x). Suponha um corpo que se mova na direção x sob a ação dessa força. Qual é o trabalho realizado por essa força variável quando o corpo se move desde uma posição inicial xi até à posição final xf? De acordo com a figura (a) ao lado, que o trabalho realizado pela força F(x) é: W F1 x F2 x W W1 W2 N F x n 1 n O trabalho executado pela força pode ser representado graficamente pela área sombreada sob a curva. No limite x 0, temos W xxi f F ( x)dx Exemplo1: A força aplicada em um objeto é F = F0(x/x0 – 1). Encontre o trabalho realizado ao mover o objeto desde x = 0 até x = 3x0 , por avaliação analítica da integral. W 3 x0 0 3 x0 3 x0 x x x2 F0 1 dx F0 1 dx F x 0 0 x0 x0 2 x0 0 9 x02 F0 3 x0 2 x0 W 3 F0 x0 2 3 4 Trabalho realizado por uma Mola A força exercida pela mola é chamada de força restauradora. Na fig. (a) ao lado mostra uma mola no estado relaxado, isto é, nem comprimida nem distendida. Na Fig. (b) o bloco foi puxado para a direita, distendendo a mola. Na fig. (c) o bloco foi empurrado para a esquerda, comprimindo a mola. A força da mola é dada por: F kd Expressão conhecida por Lei de Hooke em homenagem a Robert Hooke. A constante k é chamada de constante da mola e é uma medida da rigidez da mola. Na figura acima, um eixo dos x foi traçado ao longo do comprimento da mola, com a origem (x = 0) na posição da extremidade livre quando a mola se encontra no estado relaxado. Neste caso a Lei de Hooke assume a forma: F kx O trabalho é dado por: ou ainda: W W xf xi 1 k ( xi2 x 2f ) 2 W 0 se xi2 x 2f W 0 se xi2 x 2f f ( x)dx xf xi ( kx)dx k xf xi xdx k 2 x 2 xf xi (trabalho realizado por uma mola) Se xi 0 e se x f x, então: W 1 kx 2 2 5 Trabalho realizado por uma força variável: Caso bidimensional. As expressões para a força e o deslocamento no caso bidimensional são: F Fx iˆ Fy ˆ j e ds dx iˆ dy ˆ j O produto escalar entre a força e deslocamento é dado por: F s ( Fx iˆ Fy ˆ j ) (dx iˆ dy ˆ j ) Fx dx (iˆ iˆ) Fx dy (iˆ ˆ j ) Fy dx ( ˆ j iˆ) Fy dy ( ˆ j ˆ j) 0 1 i f 1 W F ds Portanto, o trabalho neste caso é dado por: W 0 ( Fx dx Fy dy ) OBS: esta é uma integral de linha! Exemplo 2: Uma particula efetua um deslocamento s 2 m iˆ 5m ˆ j , sobre uma reta. Durante o deslocamento, atua sobre a partícula uma força constante F 3 N iˆ 4 N ˆ j. Calcule o trabalho efetuado pela força e a componente da força na direção do deslocamento. O trabalho efetuado pela força é: W F s (3N iˆ 4 N ˆ j ) (2m iˆ 5m ˆ j ) 6 N .m 20 N .m 14 N .m W 14 J F cos A componente da força na direção do deslocamento é dada por: Já calculamos W, agora precisamos calcular o módulo do deslocamento, s (sx ) 2 (s y ) = s Portanto; F cos (3m) 2 (5m) 2 29m2 29m 5, 38m 14 N .m 5, 38m F cos 2, 60 N W s Energia Cinética e o Teorema Trabalho-Energia Quando forças atuam sobre uma partícula enquanto ela sofre um deslocamento, a energia cinética da partículas varia de uma quantidade igual ao trabalho total Wtotal realizado por todas as forças que atuam sobre ela: Wtotal K f Ki K Teorema do trabalho energia Demonstração: Caso força constante. Se a força é constante pela segunda lei de Newton, FR ma , a aceleração também será constante. Neste caso podemos usar v 2f vi2 2as (sendo s o delocamento), logo: F ma m v 2f vi2 2s W Fs 1 2 1 2 mv f mvi 2 2 A grandeza K 12 mv 2 denomina-se energia cinética da partícula: 1 1 W mv 2f mv 2f W K f Ki K 2 2 Exemplo 3: Um elétron acelerado num tubo de televisão chega à tela com uma energia cinética de 104 eV. Calcule a velocidade do elétron (Dados: me = 9,1110-31kg e 1eV = 1,60 10-19J). 1 2 2K 2(1, 60 1015 J ) K mv v 0,3513 1016 m2 / s 2 31 2 m 9,1110 kg v 3513 1012 m 2 / s 2 59, 27 106 m / s 6 Prova geral do teorema trabalho-energia Vamos demonstrar o teorema para o caso de uma força não constante em uma dimensão. dv dv dx Wtotal FR dx madx m dx m dx dx dt vf vf 1 dv m v dx m vdv m vdv m v 2 vi vi 2 dx 1 1 Wtotal mv 2f mvi2 2 2 dt Potência: A potência mede a capacidade de um sistema produzir (ou absorver) energia. Potência Média: Nos dá a medida da energia produzida (ou absorvida) W num certo intervalo de tempo t . P W t Potência instantânea: Nos dá a medida da energia produzida (ou absorvida) num intervalo de tempo muito pequeno, daí instantânea. É útil quando queremos acompanhar a produção (ou absorção) de energia de maneira precisa. W dW , como dW F ds t 0 t dt P lim Temos, PF ds dt P F v 7