SECRETARIAS MUNICIPAIS E O POLO ARTE CAPIXABA1: COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO CONTINUADA Myriam Fernandes Pestana Oliveira Prefeitura Municipal de Vitória Universidade Federal do Espírito Santo RESUMO Este artigo relata um curso de formação continuada desenvolvido pelo Polo Arte na Escola/UFES em parceria com a Secretarias Municipais de Educação de Vitória - ES e de Cariacica - ES no ano de 2012. Por meio de encontros de formação foram atendidas duas turmas compostas por professores de arte e pedagogos para estudar, discutir, debater, produzir, relatar experiências e visitar espaços expositivos, bem como participar de oficinas oferecidas por estes espaços. A iniciativa destas instituições e o envolvimento dos participantes, tem como justificativa, o compromisso de proporcionar e usufruir de espaços/tempos para ampliar o desenvolvimento pessoal e profissional, visando o retorno para o processo ensino/aprendizagem. Palavras-Chave: Arte – Educação - Formação Continuada ABSTRACT This article reports a continuing education course developed by the Polo Arte na Escola / UFES in partnership with the Municipal Offices Education of Vitoria and Cariacica in 2012. Through training meetings were attended two classes consisting of art teachers and educators to study, discuss, debate, produce, share experiences and visit the exhibition spaces, as well as attend workshops offered by these spaces. The initiative of these institutions is justified, the commitment to provide the conditions to extend the personal and professional development of these teachers and educators aiming to return to the teaching / learning processs. Key - Words: Art - Education - Continuing Education É fato que a formação de um professor não está concluída quando ele finaliza os estudos acadêmicos. A educação contemporânea, por exemplo, exige a formação continuada, que no caso de um professor de arte, além do aprofundamento dos estudos e vivências com as manifestações artísticas, pode contribuir para o seu desenvolvimento pessoal. Isto porque não se entende a formação profissional distanciada da experiência de vida de cada um. Nome dado aos nascidos na capital do Espírito Santo. Na ilha de Vitória haviam muitas plantações de milho e feijão que era chamado pelos índios de “capixaba” https://ptbr.facebook.com/OrgulhodeserCapixaba? Acesso em 02-08-2013 A formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos professores, no quadro de uma autonomia contextualizada da profissão docente. Importa valorizar paradigmas de formação que provocam a preparação de professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na implementação das políticas educativas (NÓVOA,1995,p.27). Vê-se na formação continuada uma alternativa para melhoria da qualidade do ensino aprendizagem, o que intensifica a afirmação que a formação do docente não termina na faculdade. Investir e insistir na formação continuada é um ganho esperado na vida educacional “(... )quem forma, se forma e re-forma ao formar e quem é formado, formase e forma ao ser formado”. ( FREIRE, 1998 p. 25). Presume-se então como objetivo da formação continuada proporcionar condições para o afloramento do que é individual em cada pessoa, com a preocupação de que este individualismo não seja isolado, mas faça parte integrante e importante do grupo em que está inserido. Sendo a educação estética a que envolve todos os sentidos, portanto estimula a percepção e a imaginação,” [...] a educação pode ser definida como o cultivo dos modos de expressão” (READ, 2001 p. 12). Essa educação abarca os processos mentais como pensamento, lógica, sensibilidade, memória. A arte é envolvida por todos esses processos, pensando assim, a educação através da arte, é entendida como uma educação que contribui para uma formação social e sensível, visto que possibilita experiências únicas, pessoais e coletivas. Historicamente... ensino da arte no Brasil O Brasil, na condição de país colonizado, precisou buscar em Portugal, os primeiros profissionais tais como artistas, arquitetos, engenheiros, para introduzir um processo educativo da Arte no país. Isto porque, segundo Barbosa (1985, p.41) “a arte foi o nosso primeiro elemento de auto identificação nacional” referindo-se ao estilo barroco, que foi aqui ensinado, pelos jesuítas e beneditinos, para suprir as necessidades das construções das igrejas, residências e palácios”. A arte da colônia desde meados do século XVI até o século XIX continuou sendo praticada, como os ensinamentos caseiros, ou seja, como transmissão de pai para filho ou de mestre para aprendiz. Entretanto, as mudanças mais significativas no contexto educacional brasileiro por envolverem criação de instituição e oficialização do ensino da Arte, só ocorreram com a vinda da família real. Contudo, é importante destacar como as mudanças que a corte impõe afetam a Arte e os modos de apropriação de aprendizagem e o acesso aos bens artísticos e culturais, principalmente das classes populares. A missão artística francesa chegou ao Brasil com ideais, estilos, costumes e com a finalidade principal de dar fim a uma era considerada anti didática. Impunha-se a necessidade de organizar o ensino artístico no Brasil, ou seja, oferecer orientação pedagógica metodológica em Arte a um país que estava aberto ao progresso. O Brasil então passa a produzir um estilo artístico em consonância com a moda europeia, mesmo que esse esforço e empenho tenha tido como consequência a imposição da arte burguesa à popular, e aproveitando do prestígio da academia, enaltecendo a técnica na pintura nacional e não dando lugar à espontaneidade, como as apropriações artísticas do barroco feitas por artistas locais entre eles, com destaque o Aleijadinho. Data-se aí as primeiras notícias de descaso ou distanciamento povo e arte. Havia artista de origem popular, pejorativamente chamado de artesão, e o artista formado na academia, porém apenas o segundo recebia o reconhecimento de verdadeiro artista. Considera-se então como artista aquele formado pela academia, e as metodologias empreendidas ali perduram até o início de século XX, sem muitas alterações na proposta educacional. A permanência dos velhos métodos e de uma linguagem sofisticada continuou mantendo o povo afastado, tornando a inclusão da formação do artífice junto ao artista uma espécie de concessão da elite à classe obreira, clima este que, por um processo inverso de excessiva simplificação curricular, envolveu também os cursos noturnos criados posteriormente na Academia para formação do artesão (1860), e que simplificando excessivamente e se reduziram a um mero treinamento profissional com a eliminação dos estudos preparatórios. (BARBOSA, 1999, p. 30). Entretanto, mesmo que se tenham passados tantos anos, em pleno século XXI, tanto nas práticas de alfabetização como nas aulas de Arte na educação básica, a utilização do desenho estereotipado (em cartilhas, em folhas de papel copiadas e distribuídas nas salas, em carimbos), e a cópia dos mesmos pelos alunos proposta pelos professores, ainda se faz presente. Várias tentativas são feitas a partir da herança da educação jesuítica brasileira, para que a arte seja entendida e praticada nos espaços de aprendizagem como área de conhecimento, não como simples atividade imposta a partir do fazer pelo fazer, sem contextualização, sem reflexão, sem mediação. POR QUE FORMAÇÃO CONTINUADA EM ARTE? A partir da expansão das políticas de formação de professores para a educação, a área de arte, provavelmente enfrentou grandes desafios demonstrado no seu percurso histórico. Uma disciplina inicialmente destinada a elite, que ao se tornar obrigatória na grade curricular, é ministrada por professores sem a específica formação. Aliás esta disciplina tornou-se componente curricular obrigatório com a Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional – LDB, na Lei nº 5692/71, e curiosamente no país não havia nem um curso superior que formasse profissionais com esta especialidade, os primeiros cursos oferecidos pelas universidades para formar professores foram criados em 1973. Portanto a primeira instituição de que se tem notícia no país, que se preocupou em ofertar cursos de formação de professores de arte, foi o Movimento Escolinhas de Arte do Brasil. O Movimento Escolinhas Arte do Brasil-MEAB teve início, segundo o Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa - INEP (1980), no final da década de 1940 do século XX, na cidade do Rio de Janeiro, e logo se espalhou pelo Brasil. O seu funcionamento não seguia a rigidez do espaço formal da escola, atendia as crianças, no contra turno do horário escolar. O que existia, anteriormente a essa iniciativa, em muitos estados no Brasil, eram os cursos de Belas Artes-bacharelado, e as instituições possibilitavam uma complementação pedagógica nas Faculdades de Pedagogia, que tinham como docentes pedagogos, sem qualquer formação em Arte e no seu ensino. Em nosso Estado, Espírito Santo, acontecia o mesmo; portanto, assim que a capixaba Isabel Braga (1914-1987) conheceu a novidade carioca, copiou a ideia e organizou uma Escolinha de Arte no Espírito Santo, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Essas Escolinhas ofereciam cursos nas cidades onde foram fundadas, sob o cuidado e orientação do criador, Augusto Rodrigues, e sua equipe. Este grupo orientava, tirava dúvidas, promovia intercâmbio e exposições, fornecia material e dava suporte didático. Outra preocupação do MEAB foi com a formação de profissionais para trabalhar com as crianças, estava sempre promovendo curso para professores nas férias, fortalecendo assim o ensino da arte [...] Escolinha, além de continuar com suas classes de arte para crianças, adolescentes e adultos, tornou-se um centro para treinamento de professores de arte, estimulando também a criação de outras escolinhas em diversos estados. Até 1973, as escolinhas eram a única instituição permanente para treinar o arte educador. Graças a essa maneira não competitiva e mesmo cooperativa, pela qual sempre se orientaram, elas puderam contar com ajuda e o suporte da comunidade intelectual em que estavam implantadas. 2 (BARBOSA, p.60) Na década de 1960, os movimentos e produções artísticas intensificam: nas artes plásticas surgem as Bienais de Ate, a formação de professores de arte se dá por meio da criação do Curso Intensivo de Arte na Educação – CIAE sob a coordenação da professora e pedagoga Noemia Varela, fundadora e diretora da Escolinha de Arte do Recife. Este curso funcionou no período de 1961 a 1981, atendeu professores de várias partes do Brasil, aproximadamente 1.200 docentes, e segundo Varela (1986): Em minha opinião, o que mais caracterizou o CIAE em seu decurso, foi estar centralizado no vigor do ato de criação, mobilizando o impulso exploratório de seus alunos, levando cada participante a explorar potencialidades emotivas e expressivas das linguagens artísticas, fazendo pensar e repensar em arte e educação, no contexto cultural. (VARELA, 1986, p. 20). A partir de 1973 é criado, pelo governo federal, o Curso de Licenciatura curta em Educação Artística com duração de dois anos e oferecendo uma formação preocupada em ministrar técnicas artísticas, o que consolidava ainda mis o incentivo apenas a produção. Outros movimentos surgiram em prol do ensino e aprendizagem da arte no Brasil, entre os quais, a partir dos anos oitenta a criação das associações de arte educadores em muitos estados brasileiros. Em setembro de 1987 foi fundada a FAEB - Federação de Arte Educadores do Brasil, essa federação congrega, as associações nacionais, estaduais e municipais de arte-educação. Em 1987 foi fundada a Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas ANPAP, instituição que congrega centros de pesquisa, profissionais pesquisadores, para desenvolver, promover e divulgar as pesquisas no campo das artes plásticas. A partir da criação destas instituições começaram a acontecer os seminários, congressos, simpósios, que oportunizaram a disseminação de pesquisas, relatos de experiências, lançamento de livros, enfim os profissionais docentes em arte conquistaram e construíram seus espaços de encontros e estudos. Ana Mae Barbosa. Os equívocos no Brasil. ARTE HOJE. Rio de Janeiro. N 18. pág.60 No caso do estado do Espírito Santo, registra-se o Seminário Capixaba sobre o Ensino da Arte, que teve início na década de 1990, mais precisamente em novembro de 1993, por iniciativa das professoras Drª Moema Martins Rebouças e Drª Maria Auxiliadora Carvalho Corassa, com apoio da Universidade Federal do Estado. Atualmente acontece em formato bienal e oportuniza professores, pesquisadores, alunos, inclusive da modalidade a distância, através de suas participação, conhecerem os estudos mais atuais da área, bem como apresentar suas experiências e pesquisas. Outro marco, na educação brasileira, foi a criação dos cursos de pós-graduação, que aconteceu na reforma universitária instituída pela Lei nº 5.540, de novembro de 1968, com “objetivo da formação dos quadros de alto nível, no campo científico e tecnológico, para impulsionar o desenvolvimento do país.”(SAVIANI,2007 p.390) Estes cursos oportunizaram e continuam fazendo a diferença nos estudos, pesquisas e formação dos profissionais dedicados a educação brasileira. Diante de tantas iniciativas apresentadas fica evidente a importância e necessidade do professor de arte, pesquisar, estudar, participar dos eventos acadêmicos promovidos pelas Associações da Classe. Justifica-se então a preocupação das instituições aqui citadas, com a formação continuada, e consequentemente, com o ensino de arte nas escolas, que está sob a responsabilidade de professores cuja formação inicial, aconteceu em contextos e épocas diversas, o que justifica o empenho na oferta e procura pelo constante aperfeiçoamento. O INCENTIVO DAS INSTITUIÇÕES Preocupadas com o desenvolvimento do ensino aprendizagem em Arte, cabe as Secretarias de Educação disponibilizarem ações formativas em serviço e fora do horário de trabalho que, contribuam com o aprimoramento dos docentes. Por meio destes encontros considera-se relevante a ideia de aprender fazendo, a partir de informações sobre a arte como patrimônio cultural, vivências com as manifestações artísticas, o acesso a obras de arte, ampliando assim o repertório cultural dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem em arte. Forquin (1936-1964), professor de psicologia da Universidade de Rouen-França, ao estudar e justificar porque considera fundamental o ensino de Arte na formação individual das pessoas, afirma: [...] a educação artística, porém, não se contenta apenas com as virtudes instauradoras do acaso, do laissez-faire e da intervenção, mas pressupõe, pelo contrário, a utilização de métodos pedagógicos específicos, progressivos e controlados, os únicos capazes de produzirem a alfabetização estética (plástica, musical etc.), sem a qual toda a expressão permanece impotente e toda criação é ilusória. (FORQUIN, 1982, p. 25) O professor Forquin enfatiza que a arte tem papel fundamental na formação do indivíduo, visto que sua função não deve ser restrita a formar artistas, ou incentivar apenas aptidões artísticas. As contribuições da arte devem enfatizar criações autênticas, expressivas, aptidões criativas e sensibilizadoras. OS ESPAÇOS FORMATIVOS Ao oportunizar espaços/tempos de formação continuada as Secretarias Municipais de Vitória (capital do Espírito Santo), de Cariacica (município da região metropolitana do mesmo Estado) e o Polo Arte da Escola-UFES3 assumem o compromisso de ampliar o acesso aos docentes aos bens artísticos e culturais por meio de grupo de estudos, encontros com artistas, visitas monitoradas a museus e galerias, etc. “Precisamos levar a arte que hoje está circunscrita e um mundo socialmente limitado a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria e elevando o nível de qualidade de vida da população” (BARBOSA,1991, p.6). Ou seja, é necessário oportunizar aos professores e consequentemente aos estudantes vivências com os outros discursos em arte, não ficar restrito apenas aos limites dos muros escolares, ou restritos a livros didáticos, que normalmente, no caso dessa disciplina, na maioria das vezes, resumem-se a técnica e modelos estereotipados. O ensino/aprendizagem da arte não pode ser reduzido a monólogo ou espaço de produção pela produção, sem reflexão ou conhecimento. Com essa preocupação o Polo Arte na Escola/UFES, buscou parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Vitória, por meio da Gerência de Formação e Desenvolvimento da Educação e com a Secretaria Municipal de Educação de Cariacica, por meio da Gerência de Educação Cidadã – Coordenação de Formação Continuada, que prontamente analisaram a proposta, se mostraram favoráveis, e articularam com as escolas condições para o desenvolvimento dos encontros. O Instituto Arte na Escola é uma associação civil sem fins lucrativos que, desde 1989, incentiva e qualifica o ensino da arte, por meio da formação continuada de professores da Educação Básica.. Desenvolve Ações para a formação continuada dos professores da Educação Básica por meio de Polos em Universidades que formam a rede de parcerias e de projetos aprovados em Leis de Incentivo. http://artenaescola.org.br/ acesso em 29-07-2013 Com o nome de GRUPO DE ESTUDOS/ OFICINA METODOLÓGICA DVDteca ARTE NA ESCOLA a formação continuada aconteceu para os dois grupos de professores com a seguinte formatação: Os encontros presencias para os professores de Vitória aconteceram quinzenalmente, no período de maio a setembro de 2012, no horário de 18:00h. às 22:00h. no Centro de Educação da UFES e no auditório da própria Secretaria. Participaram 30 docentes e a carga horária total foi de 75 horas, sendo 45 presenciais e 30 não presenciais. Já para os professores de Cariacica os encontros também foram quinzenais, no período de agosto a novembro de 2012, no horário de trabalho, ou seja, uma turma no horário de 7:00h. às 12:00h. e outra no horário de 13:00h. às 18:00h. no auditório da Secretaria parceira. Participaram 55 docentes e a carga horária total foi de 60 horas, sendo 35 h. presenciais e 25 h. não presencias. Para ambas as turmas o curso foi destinado a pedagogos e professores de arte lotados na educação infantil e ensino fundamental, séries iniciais e finais. O material usado para trabalhar nos encontros presencias foi a DVDteca Arte na Escola. Por que a escolha desde material? Porque desde a aprovação da obrigatoriedade do ensino da Arte nas escolas pela LDB96, o MEC vem providenciando estudos para orientar os professores em direção a um ensino da Arte que inclua a decodificação da obra de Arte e as reflexões teóricas acerca desta. Por isso no ano de 2011, a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação e Cultura - MEC selecionou 30 documentários para compor uma caixa do projeto DVD Escola/Arte e enviou a 100.000 escolas do Brasil, inclusive da Rede Pública Estadual e Municipal do Espírito Santo. E a maioria dos colegas, professores de arte, não sabiam da existência deste material em suas escolas. Assim foi proposto como objetivo geral dessa formação promover o desenvolvimento profissional dos professores/pedagogos das duas rede públicas municipais, a fim de criar meios e condições para uma reflexão permanente sobre a prática, a inventividade e os processos educacionais em Arte, realçando uma atitude investigativa e de formação contínua. E como objetivos específicos: proporcionar um espaço permanente de reflexão sobre a Arte e seu ensino; Implementar a ideia de que a ampliação do conhecimento exige prontidão: Incentivar a participação em eventos que promovam e divulguem o ensino de Arte nos diferentes segmentos da Educação básica; Ampliar a formação continuada do professor de Arte e Pedagogos. Para esses encontros de formação foram usados para estudar os seguintes temas: 1 - O Ensino de Arte no Brasil e a concepção contemporânea da Arte. Aporte teórico: PIMENTEL, Lúcia Gouveia 2- Mediação: Provocações Estéticas Aporte Teórico: MARTINS, Miriam Celeste 3- Arte afro-brasileira Aporte Teórico: CONDURÚ, Roberto Nos encontros presenciais, a metodologia deste estudo, foi desenvolvido por meio de oficina metodológica de orientação de uso do material educativo enviado pelo MEC às Escolas da Rede Pública (caixa do projeto DVD Escola/Arte). Leituras, debates, apresentações, relatos de experiências e oficinas práticas. Já para os encontros não presenciais foram agendadas, visitas guiadas a exposições temporárias em mostra nos museus e galerias da cidade, bem como oficinas oferecidas pelos espaços expositivos. Foi organizada também uma viagem de estudos ao Instituto Terra de Sebastião Salgado, localizado na cidade de Aimorés-MG. e sugerido a participação no Congresso da Federação de Arte Educadores do Brasil CONFAEB2012 que aconteceu no mês de novembro em São Paulo, o que oportunizava a visita a 30º Bienal de Arte. A certificação se deu por meio da Pró Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Espírito Santo, e a avaliação aconteceu paralela aos encontros, através de questionário individual, o que mostrou a satisfação dos participantes, e em especial dos pedagogos que consideraram de grande importância, pois não tiveram estas informações em suas formações iniciais, e cotidianamente planejam com os professores da disciplina, e sentem a dificuldade devido falta da vivência em arte. PARA NÃO PARAR POR AQUI... Por entender a arte como uma variedade de meios usados pela humanidade para exercitar e expandir grandes sensações e expressar fortes emoções, aproveita-se do sentimento do belo e sente-se o prazer de apreciar e fazer arte. A Arte registra os acontecimentos e mudanças sociais ocorridas ao longo dos tempos, bem como as mutações da sociedade. A disciplina Arte então, merece ser vista e entendida com suas especificidades. Depender da sensibilidade das instituições, em oferecer e buscar parcerias, que são justificadas pela participação e dedicação dos profissionais desta área de conhecimento. Docentes que se reúnem depois de um intenso dia de trabalho, ou utilizam do seu horário de planejamento semanal para estudar, pesquisar, discutir, trocar experiências, demonstram seu comprometimento e respeito com o processo ensino aprendizagem. Ações como essas, oportunizadas pelas instituições, e usufruídas pelos docentes precisam ser mais constantes e persistentes. Não custa lembrar que a formação de um professor só inicia na faculdade, que mostra os caminhos, e que ao trilha-los descobre logo que demanda de muito empenho e esforço. Principalmente que esta caminhada não finaliza com cada ano letivo, muito pelo contrário, o aprendizado é constante, por isso a busca por informações e atualizações não cessam, para o profissional preocupado com o alunado sob seus cuidados. O momento atual clama por mudanças, por atualização, pela busca do aperfeiçoamento. Numa época de informação galopante, o desafio é maior para quem se formou há alguns anos e continua na ativa, ou para quem acaba de se formar e se depara com esta diversidade? Pode-se pensar que o desafio é de todos e para todos. Daí a necessidade de investir na ação pedagógica, colocando em evidência a especificidade da disciplina Arte. O grande desafio do ensino da arte, atualmente, é o de contribuir para a construção crítica da realidade através da liberdade pessoal. Precisamos de um ensino de arte por meio do qual as diferenças culturais sejam vistas como recursos que permitam ao indivíduo desenvolver seu próprio potencial humano e criativo, diminuindo o distanciamento existente entre arte e vida. (RICHTER, 2003, p.51). Proporcionar a formação continuada dos docentes, é um ato cuidadoso, por parte das instituições envolvidas, e uma mostra de comprometimento, por parte dos participantes, visto que a inciativa de ambos, pode ser entendida como uma via de mão dupla. Cria-se espaço de reflexão, criação, apreciação, proposição que promovem abertura de novos e outros caminhos voltados para o mesmo ideal: Fortalecer o processo ensino aprendizagem em Arte. REFERÊNCIAS BARBOSA,. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991. ______, Arte: educação no Brasil. 3.ed.SãoPaulo: Perspectiva, 1999. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998. FOURQUIN, J.-C. Educação Artística - Para Quê? In: L. PORCHER. Educação Artística: luxo ou necessidade? Trad. de Yan Michalski. São Paulo, Summus, 1982. READ H.. A Educação pela Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. NÓVOA, A. Formacao de professores e profissao docente. In: _____. Os professores e a sua formação.Lisboa: Publicacoes Dom Quixote, 1995. p. 15-33 RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino das artes visuais. Campinas: Mercado das Letras, 2003. VARELA, N. de A. A formação do Arte-Educador no Brasil. In: BARBOSA, A. M. (Org.). História da Arte-Educação. São Paulo: Max Limondad, Myriam Fernandes Pestana Oliveira - Mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. Professora de Arte do Sistema Municipal de Ensino de Vitória ES. Tutora a distância no curso de Artes Visuais modalidade EAD-UFES. : http://lattes.cnpq.br/1833632706232255