Espectrometria de massas e proteômica Espectrometria de massas e proteômica BCM13042 - Fundamentos de Análises de Proteínas (2011/2) Dr. Diogo Ribeiro Demartini | [email protected] Laboratório de Proteínas Tóxicas Centro de Biotecnologia e Departamento de Biofísica - UFRGS Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica Introdução 1. Espectrometria de massas a) b) c) d) e) f) Histórico; Fundamentos básicos; Componentes e tipos de equipamentos; Tipos de ionização; Tipos de fragmentação; Detecção; 2. Proteômica a) b) c) d) Preparo de amostras (2D, 1D, GeLC, HPLC, etc...); Abordagens (Botton Up & Top Down, fosfo, PTM); Fragmentação de peptídeos; Proteômica quantitativa; Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.a - Histórico Prof. Charley Staats Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.b - Fundamentos básicos Medida da relação massa/carga de um íon Diferentes de outras técnicas, MS não envolve uma região específica do espectro eletromagnético; massa/carga (m/z): massa do íon / carga do íon – 1 unidade de massa atômica = 1 Da = 1/12 massa – 1 kDa = 1000 amu Diogo Ribeiro Demartini 12C. Espectrometria de massas e proteômica 1.b - Fundamentos básicos Resolution =18100 8000 Counts 6000 Resolution = 14200 4000 Resolution = 4500 2000 0 2840 2845 2850 2855 Mass (m/z) Prof. Charley Staats Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.c – Componentes e tipos de equipamentos IONIZAÇÃO ANÁLISE DETECÇÃO Electron Ionization (EI) Chemical Ionization (CI/APCI) Sector Mass Analyzers (Magnetic and Electrostatic) Quadrupole Analyzers Photo-ionization (APPI) Ion Traps Electrospray (ESI) Ion Cyclotron Resonance Time-of-Flight Matrix-assisted Laser Desorption (MALDI) Field Desorption (FD) Plasma Desorption (PD) Fast atom bombardment (FAB) High-temperature Plasma (ICP Diogo Ribeiro Demartini MCP Microchannel Plate Detectors http://www.rmjordan.com/jpegs/40mmmcp.jpg Adaptado de “Villanova University “ Espectrometria de massas e proteômica 1.c – Componentes e tipos de equipamentos A MONTAGEM DO EQUIPAMENTO É FEITA ATRAVÉS DA COMBINAÇÃO DOS COMPONENTES Aebersold R, Mann M. 2003. Mass spectrometry-based proteomics. Nature 422, 198-207. Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.c – Componentes e tipos de equipamentos IONIZAÇÃO MALDI ESI ANÁLISE TOF Q DESI Qq SELDI QQQ LTQ Diogo Ribeiro Demartini DETECÇÃO Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – MALDI (dessorção) MALDI (Matrix-assisted laser desorption/ionization) The technique which we now know as matrix-assisted laser desorption/ionization (MALDI) was developed simultaneously in two laboratories in 1987. The first report of high mass ions (above m/z 10,000) was a paper presented by Koichi Tanaka of the Shimadzu Corporation (Kyoto, Japan) at the Second Japan-China Joint Symposium on Mass Spectrometry, held September 15-18, 1987 in Takarazuka, Japan. Using a pulsed N2 laser (337 nm) and a time-of-flight mass spectrometer equipped with a coaxial reflectron, they recorded molecular ions at m/z 34,529 from carboxypeptidase-A dissolved in a slurry of glycerol and an ultra-fine metal powder. In addition, they reported a mass spectrum of lysozyme (MW 14,307) containing multimeric ions up to the pentamer recorded at m/z 71,736. At the same time, Michael Karas and Franz Hillenkamp from the University of Muenster (Germany) had developed a matrix-assisted technique using a frequency-quadrupled (266 nm) Qswitched Nd:YAG laser to desorb intact molecular ions from proteins dissolved in matrix solution containing nicotinic acid. Their first high mass results were reported at the International Mass Spectrometry Conference (IMSC) in Bordeaux, France in August 1988, and included molecular ions for bovine serum albumin observed in their mass spectrum at m/z 66,750. Results from both of these groups were first published in 1988, followed by a number of other reports by Hillenkamp and Karas for proteins with molecular weights in excess of 100 kDa. Tanaka, K.; Waki, H.; Ido, Y.; Akita, S.; Yoshida, Y; Yoshida, T., Rapid Commun. Mass Spectrom. 2 (1988) 151-153. Karas, M.; Hillenkamp, F., Anal. Chem. 60 (1988) 2299-2301 Diogo Ribeiro Demartini Skoog. Principles of Intrumental Analysis. 1998. 5th Ed. Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – MALDI (dessorção) Laser TRASFERÊNCIA DE ENERGIA ENTRE A MATRIZ E O ANALÍTO AMBOS VOOAM!! A M Diogo Ribeiro Demartini placa Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – MALDI (dessorção) http://bioms.chem.uu.nl/index.php/education/open-access-master-courses Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – MALDI (dessorção) Íon [M+H]+ Menos sensível a contaminantes Sensibilidade: fentomol Análise high-troughput (rápido e relativamente fácil) Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização –ESI (fase gasosa) Método adequado para análise de moléculas termolábeis, como proteínas. O processo de ionização das moléculas ocorre pela nebulização de gotículas (nanolitros) de uma solução em um campo elétrico intenso, formando gotículas altamente carregadas. Quando o solvente evapora, formam-se íons moleculares de simples ou múltiplas cargas. Podem ser formados íons (-) ou (+), de acordo com o campo eléctrico aplicado. No modo positivo, observam-se adutos alcalinos (protonados) dos analitos e no modo negativo, os íons são desprotonados (M + nH)n+ Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização –ESI (fase gasosa) Modo positivo (protonados) Modo negativo (deprotonados) 1- formação de microgotículas; 2- evaporação do solvente (gás)- rompimento do limite de Rayleigh; 3- ionização (formas multicarregadas) – (M+nH)n+; 4- entrada no espectrômetro Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização –ESI (fase gasosa) -Automatização; -Acoplamento a sistemas cromatográficos; -Geração de íons multicarregados; Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – demais tipos de ionização Electron Ionization (EI) – bombardeamento; fragmentação excessiva; Chemical Ionization (CI/APCI) – tranferência de prótons através do uso de gás (CH4) Photo-ionization (APPI) – ioniza o que ESI não consegue. Desorption-electrospray ionization (DESI) – combinaçãod MALDI e ESI (incidência de laser e spray, em uma matriz sobre uma placa NÃO inerte) Fast atom bombardment (FAB)- moléculas lábeis. High-temperature Plasma (ICP) – fluxos na ordem de 50 mL/min!!!! Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.d- Tipos de ionização – comparativo http://www.chem.agilent.com/en-US Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.e- Tipos de FRAGMENTAÇÃO Por que fragmentar? Como fragmentar? Como analisar? Como DETECAR? CID: COLLISION INDUCED DISSOCIATION – COLISÃO FÍSICA ENTRE O ÍON PRECURSOR E UM GÁS (Ar, He, N2); EDT: ELECTRON TRANSFER DISSOCIATION – REAGENTE ANIÔNICO TRANSFERE ENERGIA PARA O PEPTÍDEO POSITIVO; ECD: ELECTRON CAPTURE DISSOCIATION – CONVERSÃO DO PEPTÍDEO IONIZADO PARA UMA FORMA RADICALAR INFRARED MULTHIPHOTON DISSOCIATION – ABSORÇÃO DE FÓTONS Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 1.f- Detecção MCP: U$ 20.000,00 Do tamanho de uma moeda de UM REAL!!! Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras Tecido de origem Tratamento necessário à resposta biológica; Remoção de contaminantes; Digestão das proteínas a peptídeos; Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras -digestão “ Reduzir” as proteínas a peptídeos; Expor ao máximo os sítios de clivagem (redução com DTT seguida de alquilação) Digestão por enzimas (geralmente tripsina, alta especificidae (Arg/Lis) Anal Bioanal Chem (2007) 389:991–1002 Diogo Ribeiro Demartini O PREPARO DAS AMOSTRAS É PONTO CRÍTICO DE QUALQUER EXPERIMENTO PROTEÔMICO Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras Remoção de contaminantes Detergentes, sais, açúcares, etc... O espectrômetro NÃO sabe que estamos trabalhando com peptídeos Enriquecimento de peptídeos de interesse, modificados ou não Enriquecimento de peptídeos fosforilados, atrvés do uso de cromatografias de afinidade por metal imobilizao (Fe, Ti, Ga); Pré-fracionamento das amostras para análise Eletroforese uni ou bi-dimensional, cromatrografias diversas. Associação de cromatrografias de troca catiônica forte, com fase reversa: MuDPIT Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras – fosfopeptídeos MOMENTO BIOQUÍMICO Proteomics 2009, 9, 1451–1468 Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras - Overview Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras Gel-1D Gel-2D Cromatografia multidimensional Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras 1D Diogo Ribeiro Demartini 2D Espectrometria de massas e proteômica 2.a- Proteômica – Preparo de amostras - MudPIT 500 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Diogo Ribeiro Demartini 1 2 3 4 5 6 7 8 9 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 % ACN 50 100 % ACN 50 100 % ACN 100 mM NaCl A280/mL 1000 Espectrometria de massas e proteômica 2.b- Proteômica – Abordagens Botton upe Top down http://en.wikipedia.org/wiki/Bottom-up_proteomics Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Resolução e analisadores Peptide fingerprint ou impressão digital de peptídeos: proteínas são identificadas com base no tamanho dos peptídeos resultantes da hidrólise com tripsina, comparando-se o espectro de massa real com o teórico, obtido a partir dos bancos de dados de proteínas. Massa/carga 1529 1529.7 1529.73 1529.734 1529.7348 Mass Tolerance (Da) 1 0.1 0.01 0.001 0.0001 # Hits in Database 478 164 25 4 2 Quanto maior a exatidão da medida de massas, maior a segurança na identificação da proteína (hits) que originou os peptídeos trípticos. Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores 1 – MS-Setor magnético: os íons moleculares são focalizados, formando um feixe, são acelerados através de um campo magnético, sendo defletidos (desviados) de acordo com as massas dos íons Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores 2- Quadrupolo: quatro eletrodos longos ou não, com cargas opostas e paralelas + + - Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores (quadrupolo) Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores (quadrupolo) Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores 3- Ion trap: literalmente, armadilha de íons. Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores (ion trap) - Transmissão em feixes; - Armazenamento temporário dos íons; Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores 3- TOF: time of flight TEMPO DE VÔO DEPENDE DA ENERGIA CINÉTICA TOF TOF/TOF Diogo Ribeiro Demartini 1 2 m t = .D 2eV Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores (TOF) Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – Analisadores (TOF) Rápido Fácil de usar Resolucão moderada Moléculas grandes ( 70 kDa…) Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – MS/MS e fragmentacão de peptídeos PEPTÍDEO PEPTÍDEO PROTONADO Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – MS/MS e fragmentacão de peptídeos Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – MS/MS e fragmentacão de peptídeos Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – MS/MS e fragmentacão de peptídeos Sequenciamento de novo de proteínas Quando um peptídeo é analisado por MS/MS, a fragmentação gera uma família de fragmentos peptídicos com massas que vão diferir uma da outra em valores que correspondem a um íon b, permitindo a identificação de cada aminoácido. Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.c- Proteômica – MS/MS e fragmentacão de peptídeos A sequência obtida pela análise dos íons de uma série pode ser confirmada pela determinação da sequência feita a partir da série complementar de íons, no caso do exemplo, os íons y. Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica Espectro MS/MS do peptídeo tríptico GLSDGEWQQVLNVWGK. Diogo Ribeiro Demartini AA Codes Mono. AA Codes Mono. Gly G 57.021464 Asp D 115.02694 Ala A 71.037114 Gln Q 128.05858 Ser S 87.032029 Lys K 128.09496 Pro P 97.052764 Glu E 129.04259 Val V 99.068414 Met M 131.04048 Thr T 101.04768 His H 137.05891 Cys C 103.00919 Phe F 147.06841 Leu L 113.08406 Arg R 156.10111 Ile I 113.08406 CMC Asn N 114.04293 Tyr Y 163.06333 - - - Trp W 186.07931 161.01467 Espectrometria de massas e proteômica 2.d- Proteômica e a análise de dados Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica 2.d- Proteômica e a análise de dados Comparação de massas reais obtidas no equipamento, com massas teoricas; Rastreamento contra bancos de dados; MASCOT: socore SEQUEST: Xcorr Escores diferentes para um “hit”; Número de peptídeos únicos que identificam uma proteína Diogo Ribeiro Demartini Espectrometria de massas e proteômica QUANTIFICATION BASED ON NUMBER OF ACQUIRED MS2 SPECTRA MS2 Nano-LC intensity Spectra 1 Peptide 1 Spectra 2 Peptide 2 Time (min) intensity MS Spectra 3 Peptide 3 m/z Diogo Ribeiro Demartini m/z Espectrometria de massas e proteômica 60 min acquisition time 36,000 acquired spectra/hour 5-10 scans/second intensity Nano-LC Time (min) MS Diogo Ribeiro Demartini MS2 Espectrometria de massas e proteômica Spectrum 1 Peptide 1 AAELTNLFES Spectrum 2 Peptide 2 DNGMHALIIYDDLSKQAVAY Spectrum 3 Peptide 3 MS2 TGSIVDVPAGKAMLG MELSPRAAEL TNLFESRIRN FYANFQVDEI GRVVSVGDGI AQVYGLNEIQ AGEMVLFANG VKGMALNLEN ENVGIVVFGG KRTGSIVDVP AGKAMLGRVV DAMGVPIDGR HIGH CONFIDENCE MATHINGDTAIKEGDLV CRITERIA ATPase alpha subunit : gi 140325074 GALSDHEQRR VEVKAPGILE RKSVHEPMQT GLKAVDSLVP IGRGQRELLI GDRQTGKTTI AIDTILNQKQ INSRATSESE TMYCVYVAIG QKRSTVGQLI QTLEEANALE YSILVAATAS - PROTEIN PROBABILITY: >95% RDNGMHALII YDDLSKQAVA - DPAPLQFLAP Minimun of 2YSGCAMGEYF unique non-overlapping peptides - VFYLHSRLLE Xcorr: RAAKRSDQTG AGSLTALPVI ETQAGDVSAY +1; 1.5 YRGIRPAINV GLSVSRVGSA AQLKAMKQVC GSSKLELAQY +2: 2.0 LNRGARLTEV +3: 2.5 PKQPQYAPLP IEKQILVIYA AVNGFCDRMP QALKGGLTNE RKMEPDAFLK ERALALI ATPase alpha subunit : gi 140325074 Diogo Ribeiro Demartini SEQUEST algorithms YRQMSLLLRR TM algorithms ScaffoldPPGREAFPGD IPTNVISITD GQICLETELF REVAAFAQFG SDLDAATQAL LDRISQYEKA IPNSVKPELL Espectrometria de massas e proteômica 2.e- Proteômica quantitativa Label-free: livre de marcação Labelled: iTRAQ marcação isotópica (18O) Diogo Ribeiro Demartini