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Cafeína. Quantidade de cafeína no café, chá e outros alimentos
01/07/10
Lavazza International Coffee Organization
TEOR DE CAFEÍNA
CAFÉ
A quantidade de cafeína em uma xícara de café pode variar muito, dependendo da origem do café ou da composição da mescla, do
método de preparo e da fortidão da bebida. Café instantâneo ou solúvel em geral contém menos cafeína que café torrado e moído,
mas pode ser consumido em maior volume. Os Robustas têm cerca de duas vezes mais cafeína que os Arábicas. O conteúdo de uma
“xícara” costuma ser entendido como 150 ml (5 onças nos Estados Unidos), mas uma xícara de expresso pode não passar de 40 ml.
Para a Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA), os teores de cafeína são os seguintes:
(mg por xícara de 5 onças) 1 onça=30ml
faixa
média
Café torrado e moído
- filtro
- coador
60-180
40-170
115
80
Café instantâneo
30-120
65
Estudos
Um estudo interessante sobre o teor de cafeína por xícara de café foi feito no Canadá (Stavric et al, referência abaixo). O teor médio
de cafeína que o estudo constatou, independentemente de o café ter sido preparado em casa, servido em bares e restaurantes ou
preparado por indivíduos no trabalho, foi de 80 mg por xícara (cerca de 350 mcg por ml). No caso do café torrado e moído,
preparado em filtro ou coador, o teor médio era inferior a 85 mg; no caso do café instantâneo, 71 mg. Em vista da amplitude da faixa
dos teores constatados, porém, seria impreciso usar as cifras do estudo como base para o cálculo da quantidade exata de cafeína
consumida em um dia pela maioria das pessoas. O tamanho da xícara/dose variava de 25 ml (café grego) a 330 ml em casa, e de
130 ml a 280 ml fora de casa.
CAFÉ DESCAFEINADO
Qualquer que seja o método de descafeinação, o café verde descafeinado deve conter menos de 0,1 % de cafeína (à base de peso
seco) para cumprir a legislação da CE. Isso corresponde a cerca de 3 mg de cafeína numa xícara de café descafeinado.
OUTRAS BEBIDAS
O chá contém mais cafeína que o café peso por peso, mas em geral se usa menos peso para preparar uma xícara de chá. No estudo
canadense acima, os dois tipos de chá usados e o tempo de imersão afetavam a concentração de cafeína das amostras preparadas
em laboratório, como segue:
(média, mcg por ml)
2 minutos
5 minutos
Saquinho de chá
238
402
Chá solto
189
295
A concentração média de cafeína nas amostras de chá preparadas em casa era mais baixa, registrando 159 mcg por ml, mas com
ampla variação.
O teor de cafeína de uma xícara de chá em geral é de menos de 60 mg, mas uma xícara de chá forte pode conter mais cafeína que
uma xícara de café regular fraco.
A contribuição que bebidas à base de cacau e chocolate fazem à dieta é de 4-5 mg de cafeína por xícara, a do chocolate amargo e
do que se usa como ingrediente culinário, de 20-26mg por onça (0,7-0,9 mg por grama). Muitos refrigerantes, entre os quais as
colas e as de sabor levemente picante ("peppers"), contêm cafeína, e esta, além de presente nas nozes-de-cola, freqüentemente é
acrescentada como ingrediente de sabor. Uma dose de 12 onças pode conter 30-60 mg de cafeína. As principais marcas de cola à
venda no Reino Unido contêm cerca de 120 mg de cafeína por litro.
REMÉDIOS
A cafeína está presente em muitos remédios à venda com ou sem receita, inclusive em alguns que se tomam para dor-de-cabeça,
como analgésico, moderador de apetite, ficar acordado, resfriados, asma e retenção de fluidos. O teor de cafeína nos remédios varia
de 7mg a 200mg por comprimido.
NÍVEIS DE CONSUMO DE CAFEÍNA
A cafeína em geral é consumida em quantidades diárias de menos de 300mg, que equivalem mais ou menos a:
3-4 xícaras de café torrado e moído
5 xícaras de café instantâneo
5 xícaras de chá
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6 doses de algumas colas ou
10 comprimidos de alguns analgésicos
Tem-se sugerido que os britânicos em média consomem mais cafeína que os norte-americanos, mas não há estudos de grande escala
para apoiar essa observação. Em Londres, o Dr. M.S. Bruce e seus colegas, num estudo envolvendo nove pessoas normais que
habitualmente consumiam cafeína (referência abaixo), constataram que o consumo médio diário era de 428 mg de cafeína, numa faixa
de 230 mg a 670 mg.
O consumo habitual de cafeína foi classificado como segue:
Uso baixo: menos de 200 mg por dia
Uso moderado: 200-400 mg por dia
Uso elevado: mais de 400 mg por dia
Referências
Bruce M.S. et al. British Journal of Clinical Pharmacology,22: 81-87. 1986.
Lecos C. The latest caffeine scorecard. FDA Consumer, March 1984.
Stavric B. et al. Variability in caffeine consumption from coffee and tea: possible significance for epidemiological studies. Fd Chem
Toxic 26(2):111-118. 1988.
RESUMO DOS EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CAFEÍNA
Logo após uma xícara de café, chá ou cola, a cafeína se distribui pelo corpo todo. Sendo semelhante a substâncias normalmente
presentes nos tecidos, ela pode afetar todos os sistemas do corpo: nervoso, cardiovascular, respiratório, etc. No entanto, ela não se
acumula no corpo; assim, seus efeitos são de curta duração e transitórios.
A importância ou desimportância fisiológica dos efeitos da cafeína (ou até mesmo a possibilidade de notá-los) depende de diversos
fatores. Cada indivíduo reage de forma diferente à cafeína. Ela pode, por exemplo, ficar no corpo das mulheres grávidas até 3 vezes
mais tempo que no corpo dos adultos em geral, mas é eliminada duas vezes mais depressa pelos fumantes do que pelos
não-fumantes. Isso pode ajudar a explicar por que as mulheres freqüentemente são mais sensíveis ao café nas últimas fases da
gravidez, ou por que quem fuma muito também costuma tomar muito café. Alguns dos efeitos da cafeína – por exemplo, sobre o
coração e os vasos sangüíneos – são contraditórios e não têm conseqüências conclusivas. Outros talvez só sejam notados quando os
usuários habituais de repente param de ingerir cafeína. O corpo pode se tornar habituado à cafeína, e assim os usuários habituais são
menos sensíveis a seus efeitos estimulantes do que outros usuários. Na verdade, as pessoas tendem a regular seu consumo de café
segundo sua experiência – por exemplo, tomando muitas xícaras pela manhã, por acharem que o café tem um agradável efeito
estimulante e, talvez, nenhum café algumas horas antes de irem dormir.
De todos os efeitos fisiológicos do café, o mais conhecido é que ele é um estimulante do sistema nervoso. Uma ou duas xícaras
fazem uma pessoa sentir-se mais acordada, alerta ou capaz de concentrar-se. Tem-se demonstrado que a cafeína combate a fadiga e
restaura o vigor do desempenho. No entanto, em pessoas sensíveis ela pode atrasar o início do sono, reduzir sua duração ou, até,
sua qualidade subjetiva. A cafeína tem vários efeitos sobre a disposição, que podem variar de um estímulo agradável ou melhora de
disposição até a ansiedade, nervosismo e irritabilidade, mas estes efeitos são passageiros e relacionados com a dose.
Outros efeitos fisiológicos da cafeína, a curto prazo, incluem pressão sangüínea mais elevada, catecolaminas no plasma, renina no
plasma e ácidos graxos livres no soro. A produção de urina e ácido gástrico também aumenta. O consumo regular em indivíduos
normais rapidamente leva a tolerância e não tem efeitos adversos.
A vasta maioria das provas científicas e epidemiológicas apontam para a conclusão de que o consumo normal e regular de café e de
bebidas que contêm cafeína não está associado a doenças cardíacas ou cardiovasculares, danos ao feto, doenças benignas do seio ou
câncer de qualquer tipo. Algumas pessoas com batimentos cardíacos irregulares preferem tomar café descafeinado, pois, como se
sabe, a cafeína precipita as arritmias ou os batimentos ventriculares prematuros, da mesma forma como o álcool, os exercícios, o
estresse e muitas drogas.
Referência-padrão
Evaluation of Caffeine Safety, a scientific status summary by the Institute of Food Technologists' Expert Panel on Food Safety and
Nutrition, 1987. Food Technology, Institute of Food Technologists, Chicago, 41(6):105-113. June 1987
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