FOL - Faculdade de Odontologia de Lins ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba INFLUÊNCIA DA DESNERVAÇÃO REGIONAL SOBRE O PROCESSO DE ERUPÇÃO DENTAL. ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS THE INFLUENCE OF REGIONAL DENERVATION ON TOOTH ERUPTION PROCESS. EXPERIMENTAL STUDY IN RATS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ROSSANA ABUD CABRERA ROSA ○ ○ ○ ○ Aluna de pós-graduação, doutorado em Odontopediatria, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp ○ PEDRO FELÍCIO ESTRADA BERNABÉ ○ ○ ○ ○ Professor adjunto da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp ○ MARILIA ABUD vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 CABRERA ○ ○ ○ 10 ○ ○ CASIMIRO CABRERA PERALTA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Professor doutor da Faculdade de Odontologia de Lins, UNIMEP INTRODUÇÃO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ RESUMO A erupção dentária é complexa, multifatorial, exibe tempo preciso de ocorrência e simetria bilateral, sendo fator determinante do padrão estético crânio-facial e da normalidade das funções bucais. Neste trabalho foi avaliada a influência da desnervação regional sobre o processo de erupção dental em 80 ratos albinos machos, 40-67 dias de idade, divididos em grupos: controle e experimentais (desnervados: bilateral químico, unilateral químico e unilateral cirúrgico). A desnervação foi feita na região infra-orbitária, determinando-se o ritmo de erupção dos incisivos superiores nos períodos de 1, 3, 6, 9, 15, 21 e 27 dias pós-operatórios. Os resultados mostraram um ritmo de erupção dentária contínuo e uniforme nos animais controle (x = 0,5 ± 0,03 mm/dia). Os animais desnervados apresentaram diminuição significativa (p < 0,05) no ritmo de erupção do dente (x = 0,4 ± 0,01 mm/dia). O efeito da desnervação atenuase em função do tempo de experimentação. A diminuição no ritmo de erupção dentária provocada pela desnervação sugere uma importante influência nervosa no processo eruptivo. Unitermos: odontogênese – erupção dentária – desnervação – neurotropismo. DE Professora doutora da Faculdade de Odontologia de Lins, UNIMEP A erupção dentária é um processo complexo e multifatorial, que exibe tempo preciso de ocorrência e simetria bilateral, sendo fator determinante do padrão estético crânio-facial e da normalidade das funções bucais.36 Durante a erupção, o movimento dentário é realizado por uma combinação de crescimento e deslocamento, dividindo-se em estágios pré-eruptivo, eruptivo e póseruptivo.23;24;30 A ação isolada ou conjunta de fatores locais promovem o início da movimentação dentária que, em condições normais, determinam o padrão de deslocamento nos diversos estágios de erupção dentária. A proliferação celular tem papel importante no processo eruptivo, pois gera o crescimento dentário e o seu deslocamento; a formação do ligamento periodontal que, em função da síntese de colágeno e da organização das fibras, influencia no movimento dentário; a remodelação do osso alveolar, que através de pronunciada atividade osteoblástica/osteoclástica determina a migração do dente, e a variação hemodinâmica local, que atua gerando pressão suficiente para exercer um papel significativo sobre o processo eruptivo. Esses fatores eruptivos locais podem sofrer interferências vindas de fatores sistêmicos, como os hormonais, nutricionais, hereditários e nervosos.6;18;22;26;32;35;39;40;41;42 A influência nervosa sobre a formação dos dentes é ainda controvertida. A participação desse fator é baseado principalmente na presença de fibras nervosas que precedem ou acompanham o início da movimentação eruptiva, sugerindo que a inervação pode representar um papel importante na odontogênese através de ação neurotrópica.2;3;7;16;17;19;21;29 Evidências de relação trópica entre os tecidos bucais e o nervoso têm sido obtidas em diversas estruturas bucais, pois alterações funcionais significativas têm sido observadas em conseqüência da privação da inervação dos tecidos. A desnervação induz à degeneração de papilas gustativas, ao aumento da reabsorção do osso alveolar, à diminuição da capacidade proliferativa das células pulpares e ao retardo do processo de reparo alveolar de feridas pósexodônticas.5;8;14;27 FOL - Faculdade de Odontologia de Lins ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FIGURA 1. Ritmo de erupção do incisivo superior em ratos albinos, de 40 a 67 dias de idade. ○ ○ ○ Erupção Dentária (mm) 12 ○ ○ 0,09 10 *= EP ○ ○ 0,07 ○ ○ ○ 0,09 8 ○ ○ 6 4 ○ ○ ○ 0,07 ○ 0,05 ○ 0,01* ○ 0,04 2 ○ 0 43 46 49 55 61 67 ○ 41 Idade (dias) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Desnervação Unilateral Química ○ Controle Desnervação Bilateral Química ○ 12 Desnervação Unilateral Cirúrgica ○ Erupção Dentária (mm) ○ ○ FIGURA 2. Ritmo de erupção do incisivo superior em ratos albinos, de 40 a 67 dias de idade, dos grupos controle e desnervados. ○ ○ Nos animais desnervados na região maxilar, a velocidade de movimentação eruptiva foi de x = 0,4 ± 0,01 mm/dia, ocorrendo uma diminuição significativa (p < 0,05) no processo de erupção do incisivo superior. O efeito sobre o processo eruptivo foi constatado no GE-I, GE-II e GE-III, que apresentaram variações semelhantes no ritmo de erupção dentária. A manobra experimental teve efeito mais pronunciado nos períodos pós-operatórios de 1, 3 e 6 dias; o efeito mais intenso (24%) foi verificado no terceiro dia pós-operatório (fig. 2 e 3). ○ ○ 40 ○ 0,09 0,05 ○ 10 *= EP ○ 0,09 0,05 ○ 8 0,07 ○ 0,04 0,07 0,04 ○ 4 ○ ○ 6 0,03 2 0,03 ○ 0,04 0,03 ○ Foram utilizados 80 ratos albinos machos, de 40 a 67 dias de idade, mantidos em colônias de cinco animais por gaiola e alimentados com ração granulada e água ad libitum, divididos em grupos controle e experimentais. O grupo controle foi formado por 20 animais não operados e os experimentais foram subdivididos em GE-I, formado por 20 animais submetidos à desnervação bilateral química, GE-II, composto por 20 animais submetidos à desnervação unilateral química, e GE-III, formado por 20 animais submetidos à desnervação unilateral cirúrgica. Realizou-se a desnervação química através da injeção de álcool 70% na região da fissura infra-orbitária, de forma a atingir as fibras superficiais e profundas dos nervos infra-orbitário, nasal externo, labial superior e alveolar superior anterior.27 A desnervação cirúrgica foi feita pela incisão no fundo de vestíbulo da região súperoanterior direita; após a divulsão dos tecidos e a exposição do feixe nervoso, este foi seccionado, retirando-se um segmento de aproximadamente 2 mm para evitar contato entre os cotos proximal e distal, tomandose o cuidado de preservar a integridade do feixe vascular da região.4 Os animais foram anestesiados com Thionembutal, 40 mg/ ml, 1 ml/kg, via intraperitoneal. Na mesma sessão de desnervação foi preparada uma cavidade na face vestibular dos incisivos superiores de todos os animais, próxima à margem gengival, que serviu como referência para as medições diretas da movimentação eruptiva, realizadas com o uso de paquímetro, espessímetro e lupa estereoscópica, nos períodos de 1, 3, 6, 9, 15, 21 e 27 dias do pós-operatório. Durante todo o período experimental foi verificado o peso corporal dos animais controle e experimentais. Os resultados mostram que, em condições normais, a movimentação eruptiva do incisivo superior em ratos albinos apresenta um ritmo de x = 0,5 ± 0,03 mm/dia e que a erupção dentária ocorre de forma contínua e uniforme (fig. 1). 0,01* 0,01 0 ○ MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS 40 41 43 46 49 ○ Com o intuito de verificar a influência da inervação no processo de erupção dentária, neste trabalho foi analisado o efeito da desnervação na região maxilar sobre o ritmo de erupção do incisivo superior em ratos. ○ UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba 55 61 vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 67 11 FOL - Faculdade de Odontologia de Lins UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba ○ ○ ○ ○ ○ FIGURA 3. Efeito da desnervação sobre o ritmo de erupção do incisivo superior em ratos albinos, de 40 a 67 dias de idade, dos grupos controle e desnervados. ○ ○ Controle ○ Desnervação Unilateral Química ○ Efeito (%) ○ Desnervação Bilateral Química ○ Desnervação Unilateral Cirúrgica 90 * * * 43 46 ○ ○ 80 ○ ○ 100 ○ 70 ○ 60 ○ 50 ○ 40 ○ 30 ○ 20 ○ 10 41 49 55 61 67 Idade (dias) ○ 40 ○ ○ 0 A partir do nono dia pós-operatório ocorreu uma diminuição gradativa do efeito da desnervação, ocorrendo uma sensível recuperação no ritmo de erupção do incisivo superior. Comparandose os dados obtidos no início e no final do experimento, constatou-se uma variação significativa entre os mesmos (p < 0,05). A média geral do efeito da desnervação sobre a erupção dentária foi de 20% (fig. 4). Durante o período experimental, todos os animais mantiveram um ritmo de crescimento corporal regular, apresentando peso corporal de x = 108,5 ± 2,0 g no grupo controle e de x = 108 ± 1,7 g no grupo experimental, sem haver nenhuma influência da manobra de desnervação no peso corporal (fig. 5). A erupção dentária envolve eventos metabólicos complexos altamente susceptíveis à ação de diversos fatores locais e sistêmicos, que podem provocar aceleração ou retardo dos movimentos eruptivos.11;25;37 Em condições normais, o processo de erupção apresenta uma cronologia bastante regular e ocorre de forma simétrica em ambas as arcadas,1;30;36 o que favorece a estética facial e a adaptação funcional. Neste trabalho, a constatação de uma diminuição na velocidade de erupção do incisivo superior, por efeito da desnervação, sugere uma participação nervosa importante nos mecanismos que determinam os movimentos eruptivos do dente, podendo haver uma inter-relação funcional entre a inervação periférica e os fatores locais que atuam nos movimentos eruptivos. A redução do ritmo de erupção, principalmente até o sexto dia pós-operatório, assim como a reversão gradual do efeito verificada a partir do nono dia pós-operatório, ressaltam a complexidade e a multifatoriedade do processo de erupção, pois mesmo com a retirada da inervação houve continuidade na movimentação do dente, inicialmente em ritmo mais lento, mas seguido de uma recuperação bastante nítida, o que pode servir como indício de uma complementação funcional FIGURA 4. Média geral do ritmo de erupção do incisivo superior em animais controles e desnervados. FIGURA 5. Variação de peso corporal nos animais dos grupos controle e desnervados, durante o periodo experimental. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ *p<0,05 DISCUSSÃO ○ ○ ○ Controle Desnervado ○ Peso Corporal (g) Erupção Dentária (mm) ○ ○ ○ 150 ○ 0,7 ○ 0,03* 125 2,6 2,4 2,5 2,1 2,2 2,3 0,01* ○ ○ 2,5 2,8 2,6 2,0* 1,7 75 *= EP 50 25 ○ 0,2 ○ ○ 0,3 ○ 0,4 1,6 2,5 2,3 3,0 100 ○ 0,5 1,9 Controle Desnervado *= EP ○ 0,6 Efeito = 20% Controle Desnervado 0 ○ ○ 0,1 0 40 12 vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 41 43 46 49 55 61 67 Idade (dias) FOL - Faculdade de Odontologia de Lins ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A atenuação constatada no efeito da desnervação dificilmente pode ser imputada à ocorrência de uma reinervação regional. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Nas condições experimentais em que foi realizado este trabalho, os dados obtidos permitem concluir que: 1. a desnervação diminui o ritmo de erupção dentária em ratos; 2. a desnervação regional química ou cirúrgica, bi ou unilateral, promove alteração semelhante na erupção dentária; 3. o efeito da desnervação sobre o processo eruptivo atenua-se gradativamente a partir do nono dia pós-operatório. ○ CONCLUSÕES ○ ○ ○ sas para que o processo de erupção transcorra em ritmo normal. Kjaer19 verificou a existência de três campos principais de inervação em cada maxilar, no período pré-natal, sendo que o aparecimento de alterações nesses campos pode estar relacionado com a ocorrência de agenesia dentária, já que quando há atrasos na inervação regional ocorre alteração na formação, desenvolvimento e erupção do dente. Em estudos clínicos realizados por Russel & Kjaer33 foi observado que, na presença de distúrbios do sistema nervoso, ocorre maior incidência de agenesia, com índice dez vezes maior que na população em geral.31 Montero-Sánchez et al.28 observaram uma redução na atividade mitótica e proliferativa de células reparacionais em conseqüência de desnervação, ocorrendo sensível retardo no processo de reparo de ferida pós-exodôntica, indicando um importante efeito da retirada da inervação sobre a organização e a cronologia da neoformação tecidual. Embora as evidências clínicas e experimentais reforcem a possibilidade da existência de uma ação neurotrópica no processo de erupção dentária, todavia faz-se necessária uma exploração experimental mais minuciosa e numerosa que permita elucidar mais claramente o papel desempenhado pela inervação periférica nesse evento tão complexo e relevante do campo odontológico. ○ entre os diversos fatores que atuam na erupção do dente, provavelmente ocorrendo uma readequação entre eles a fim de sustentar o processo de erupção do dente na ausência de inervação local. A atenuação constatada no efeito da desnervação a partir do nono dia pósoperatório, dificilmente pode ser imputada à ocorrência de uma reinervação regional, pois o local da desconexão química e cirúrgica dos nervos maxilares é suficientemente distante para eliminar essa possibilidade, sendo mais provável que a retomada do ritmo eruptivo tenha sido em função de uma reação funcional local. O início da erupção é dado por uma seqüência de sinais, provocada por moléculas sintetizadas pelas estruturas dentárias ou por moléculas provenientes de outras estruturas,10;15;34;43 tendo sido identificados diversos fatores de crescimento tecidual potencialmente capazes de promover significativas alterações protéicas e enzimáticas.12;13 Assim, as variações decorrentes da desnervação podem ser reflexos de alterações ocorridas na atividade enzimática local e/ou na ação de moléculas sintetizadas pelas próprias estruturas que promovem a erupção, ou de alterações na atividade de moléculas liberadas por outras estruturas (ex.: terminações nervosas periféricas), que possuem atividade biológica com potencial regulador do metabolismo tecidual.9;34;38;42 O mecanismo de ação dos fatores locais provavelmente foi afetado pela desnervação, criando as condições que determinaram a redução no ritmo eruptivo; esses efeitos podem ser reflexos de alterações ocorridas na liberação de fatores de crescimento tecidual, modulados pela inervação periférica, com comprometimento de eventos metabólicos encarregados da movimentação dentária.11;20 Isso torna bastante sugestiva a possibilidade de uma interação neurotrópica entre os fatores eruptivos locais e a inervação periférica, ressaltando a importância das terminações nervo- ○ UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 13 FOL - Faculdade de Odontologia de Lins REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba 14 vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 1. 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It is an important factor to determine the cranium-facial aesthetics and normal oral function. This study analyzes the influence of denervation on the tooth eruption process in 80 males albinos rats (40-67 days-old). They were divided in control and 3 experimental groups (bilateral chemical denervation, unilateral chemical nerve denaturing and unilateral surgical denervation). The denervation was done in the infra-orbital region, and the superior incisor’s eruption recorded post-operatively at 1, 3, 6, 9, 15, 21 and 27 days. The results showed a continuous and uniform tooth eruption rhythm in the control group 0.5mm/day (95% CI: 0.47,0.53). Experimental animals showed lower tooth eruption rhythm, 0.4 mm/day (95% CI:0.39,0.41). The difference was statistically significant (p<0.05) suggesting a decrease in the rhythm of tooth eruption in the experimental group. The results of this experiment suggest the importance of neural influences on the tooth eruption process in rats. Uniterms: odontogenesis – tooth eruption – denervation – neurotrophism. vol. 11 nº. 2 jan/jun 1999 15