MESTRADO
SAÚDE COLETIVA
AUTO AVALIAÇÃO DE SAÚDE EM RELAÇÃO AO IMC: UMA ANÁLISE DO VIGITEL NO CENTRO OESTE
LÚCIA STELA PESSANHA LOPES DE SOUZA
Introdução: A Auto Avaliação de Saúde (AAS) expressa a percepção do estado de saúde dos indivíduos, a
qual está associada com fatores sociodemográficos e/ou de comportamento de saúde, com base na
resposta a uma única questão: "o senhor(a) classificaria seu estado de saúde como: ‘muito bom’, ‘bom’,
‘regular’, ‘ruim’, ‘muito ruim’". Os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis têm sido
alvo de inquéritos populacionais realizados pelos serviços de Vigilância em Saúde, sendo o elevado
Índice de Massa Corporal (IMC) um indicador de risco. Importante conhecer se a AAS tem relação com o
excesso de peso, pois essa relação pode ajudar a compreender a baixa adesão a práticas de promoção e
atenção à saúde. Objetivo: Analisar a associação entre a Auto Avaliação de Saúde e os Índices de Massa
Corporal da população a partir dos dados do VIGITEL, referentes a 2012, nas três capitais da região
Centro Oeste e no Distrito Federal. Método: Estudo de corte transversal utilizando amostra do VIGITEL
de 2012, ponderados para população adulta de cada cidade, considerando sexo, faixa etária e nível de
instrução, do Censo 2010. Foram construídos boxplot para comparação do IMC segundo categorias de
AAS. Resultados: Constatou-se distribuição linear e inversa entre IMC e AAS. Nota-se uma concentração
de indivíduos com IMC discrepante (= 40 ou <15) nas categorias de AAS ‘muito bom’, ‘bom’ e ‘regular’.
Ao estratificar por sexo, percebe-se IMC mais elevado na categoria de AAS ‘muito ruim’ entre os
homens. Nas categorias ‘muito bom’ e ‘bom’ as mulheres apresentaram menores valores de IMC do que
os homens (p<0,01). Na categoria ‘ruim’ essa relação se inverte (p<0,01). Conclusão: Em geral, na
medida em que aumenta o IMC percebe-se uma pior auto avaliação de saúde. As mulheres das
categorias de AAS ‘muito bom’, ‘bom’ e ‘ruim’ parecem perceber melhor a saúde do que os homens,
visto que nas duas primeiras categorias os homens apresentam IMC mais elevado, ocorrendo o inverso
na categoria ‘ruim’. Há pessoas com excesso de peso que auto avaliam sua saúde como ‘muito bom’,
‘bom’ ou ‘regular’. Isso pode influenciar na decisão de não procurarem ajuda ou não aderirem a práticas
de promoção a saúde como: maior consumo de frutas, legumes e verduras, menor consumo de gordura,
açúcares e cereais refinados, prática de atividade física, entre outras.
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014
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