ELISON FERREIRA ALVES
ANÁLISE DO POEMA
“SARDENTA” DE JOSÉ JOAQUIM CESÁRIO VERDE
SANTANA-AP
2010
ELISON FERREIRA ALVES
ANÁLISE DO POEMA
“SARDENTA” DE JOSÉ JOAQUIM CESÁRIO VERDE
Trabalho apresentado sobre
a disciplina de
Literatura Portuguesa II, como requisito avaliativo
do Curso de Licenciatura Plena em Letras da
Faculdade Madre Tereza, orientado pela Profº.
Silvagne Vasconcelos.
SANTANA-AP
2010
José Joaquim Cesário Verde
José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa. Matriculou-se no curso de
Letras da Universidade de Lisboa, mas desistiu. Começou a publicar poesias no
Diário de Notícias, no Diário da Tarde, no Ocidente, entre outros. Adoecendo
gravemente, fixa-se na quinta da família em Linda-a-Pastora. Morreu tuberculoso
aos 31 anos. Foi graças aos esforços do seu amigo Silva Pinto que as suas poesias
são postumamente publicadas em volume com o título O Livro de Cesário Verde
(1887).
No
qual
Cesário
Verde
que
realizou
a
poesia
do
cotidiano
em
Portugal.Segundo Massaud Moisés:
“Por esse rótulo se entende a preocupação nãoconsciente nem programática de infringir as tradicionais regras
do jogo estético e de considerar dignos de nota os aspectos da
realidade considerados até então apoéticos ou, pelo menos,
alíricos.” (p.175)
Dentre as suas obras, analisa-se o poema citado abaixo:
SARDENTA
Tu, nesse corpo completo,
O láctea virgem dourada,
Tens o linfático aspecto
Duma camélia melada.
O poema “SARDENTA” apresenta caracteríticas desse novo gênero da
poesia, sendo feita uma aproximação lírica da realidade.Que através de versos
simples, os mesmos traduzem uma relevância de muito erotismo na caracterização
da mulher observada , utilizando uma linguagem anti-romântica.
Reafirma Massaud Moisés, ao novo gênero de Cesário Verde:
”Nele, em sua poesia, pela primeira vez se inverte a relação
Poeta x Mundo: seu “realismo”, ou algo que assim se
denomine, é só fotográfico na aparência, o que colidia, em
princípio, com a poesia voluntariamente revolucionária dos
homens 70. ”(p.177)
Neste verso do poema:
“Tu, nesse corpo completo,”
Observa-se que o eu - lírico se retrata a formosura da mulher admirada. No
contexto em que o realismo considera a mulher não idealizada, mostrada com
defeitos e qualidades.
No poema, o eu - lírico enfatiza uma admiração pela mulher, de forma erótica,
quando compara a sua beleza exposta nos detalhes do corpo de sua amada.
Nota-se essa comparação no verso :
“o láctea virgem dourada.”
Quando o eu-lírico se refere a cor branca de sua amada ,semalhante ao leite
o“láctea”, e “dourada” o brilho de uma pele sardenta, que confere
com as
caracteristica da mulher burguesa.
Observa-se também no verso:
“Tens o linfático aspecto”
O momento que o eu-lírico caracteriza a presença exposta do semblante cansado de
sua amada, devido a vida exaustiva e desgastada que vivia.
E conclui-se o verso:
“Duma camélia melada.”
Ressalta-se que o eu - lírico considera sua amada uma cortesã, quando
menciona “camélia melada”, onde faz uma comparação das características de uma
sutiz e delicada flor com uma mulher da vida.
Portante diante dessa análise do poema de Ceário Verde, e sua contribuição
na Literatura Realista, completa Massaud Moisés:
“... a poesia de Cesário Verde: serve de trânsito entre o Romantismo e o
Realismo, de um lado, e de ponte de passagem para algumas das atitudes que
estarão em moda na estética simbolista e na modernista.” (p.176)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MOISÉS, Massaud.A literatura portuguesa.32ºed.,São Paulo.Editora
Cultrix.
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