Produção Autónoma de Energia Humberto Jorge Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Gestão de Energia em Edifícios e na Indústria PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA NO SEN EM 1998 Térm ica (SEP) 20,81 TWh (54,75%) Hídrica (SEP) 11,68 TWh (30,74%) Eólica (PRE) 0,08 TWh (0,21%) Cogeração (PRE) 4,17 TWh (10,97%) Hídrica (SENV) 0,74 TWh (1,95%) Mini-Hídrica (PRE) 0,53 TWh (1,39%) Fonte: EDP, Tejo Energia, TURBOGÁS, DGE 2003/04 GEEI 2 Produção de Energia Eléctrica Associada à PRE Auto consumo Injecção na rede Cogeração 4170 GWh (87,31%) Eólica 78 GWh (1,63%) Mini-hídrica 528 GWh (11,06%) Fonte: EDP, DGE 2003/04 GEEI 3 Cogeração: Produção de duas formas de energia final a partir de uma única fonte primária 2003/04 Maior grau de diversificação das fontes de energia final Potencial melhoria da qualidade do abastecimento Menores custos de energia Maior eficiência do uso da energia primária Melhor ambiente Diversificação das fontes primárias de energia Descentralização da produção de energia eléctrica Redução de pontas GEEI Benefício para o consumidor Benefício social Benefício para o Sistema Eléctrico 4 Produção combinada de calor e electricidade Tecnologia convencional Cogeração combustível 100% combustível 100% 48% 52% Sistema de cogeração caldeira centrais En. Térmica 60% Electricidade 24% Electricidade 18% Perdas 44% Energia final 84% Energia final 56% 2003/04 GEEI 5 Campos de aplicação: Indústria transformadora Hospitais Hotéis Estabelecimentos de ensino; Piscinas; Edifícios de escritórios Centros comerciais Distribuição domiciliária de calor 2003/04 GEEI 6 Dimensionamento Depende de questões técnicas e económicas. Deve ser definido tendo por base a curva térmica anual para evitar desperdiçar calor. A cogeração em regra deve cobrir 20 a 50% do pico de consumo anual de calor, 60 a 90% das necessidades de calor anuais. Deve ser testado com base numa análise de sensibilidade Deve pressupor uma auditoria prévia detalhada. 2003/04 GEEI 7 Exemplo de dimensionamento 2003/04 GEEI 8 Esquema de Funcionamento Com turbina Com motor explosão 2003/04 GEEI 9 Projecto de Co-geração Execução do Projecto Concepção e Licenciamento • Concepção da Central de Cogeração; • Solicitação de Condições de Interligação ao SEP; • Instrução do Processo de Licenciamento junto da DGE. Desenvolvimento do Caderno de Encargos • Desenvolvimento de um documento de consulta para o fornecimento e montagem da central de cogeração, atendo aos requisitos da instalação, processos envolvidos e exigências de performance da instalação. • Consulta a fornecedores existentes no mercado; Consulta ao Mercado, Selecção de Fornecedor e Elaboração de Contratos. Execução do Projecto 2003/04 • Relatório de comparação das propostas e Selecção; • Contratos de Manutenção. Fornecimento e de Disponibilidade • Gestão da Obra; • Realização de Testes; • Aceitação da Obra; • Vistoria [DRME e EDIS] GEEI 10 / Projecto de Co-geração 9 AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS 8 7 6 Pontuação 5 [0-10] 4 3 2 1 0 Prop. 1 Prop. 2 Prop. 3 Prop. 4 Qualidade Técnica 9 4 8 8 Preço 7 8 3 2 Prazo de Execução 8 8 8 7 Eficiência Energética 7 7 7 7 Custos de O&M 7 8 7 8 7,65 6,60 6,35 6,25 Pontuação 2003/04 GEEI 11 Alguns exemplos 2003/04 GEEI 12 Produção de frio por absorção Aproveitamento do calor remanescente do cogerador através de chillers de absorção – isentos de CFC’s; Menores custos de manutenção (pois estes chillers funcionam segundo um princípio químico – não têm partes móveis); O seu elevado preço ainda é um entrave à sua utilização, tal como o seu baixo COP (tipicamente entre 0.6 e 1.4). 2003/04 GEEI 13 Princípio de funcionamento geral 2003/04 GEEI 14 Princípio de funcionamento geral Semelhante ao ciclo de compressão (compressor - condensador - válvula de expansão - evaporador - compressor); O compressor mecânico é substituído por um “compressor químico” (composto por uma solução química, uma bomba e um permutador de calor). 2003/04 GEEI 15 Comparação 2003/04 GEEI 16 Classificação 2003/04 Tipo COP Meio-efeito Efeito simples Efeito duplo Efeito triplo 0.35 0.70 1.1 >1.6 Temperaturas de alimentação °C 80 – 100 120 – 132 150 – 170 170 – 200 Apenas turbinas conseguem gerar temperaturas aceitáveis para os chillers de duplo e triplo efeito Os de meio efeito são demasiado caros e ineficientes para serem viáveis GEEI 17 Exemplo 2003/04 GEEI 18 TRIGERAÇÃO Conversão realizada a partir de um único combustível em três “formas de energia” diferentes: electricidade, vapor ou água quente e água fria Componentes do sistema Máquina primária: Motores alternativos: ciclo “OTTO” ou ciclo Diesel; Turbinas a gás ou a vapor; Recuperador de calor; Chillers de absorção de efeito simples ou de efeito duplo. Gerador de energia eléctrica 2003/04 GEEI 20 Porquê trigeração? Permite compensar diferenças entre necessidades térmicas de Inverno e de Verão maximizando o aproveitamento da unidade de cogeração Objectivo: produzir electricidade e AQS durante todo o ano, calor no Inverno e frio no Verão para climatização. 2003/04 GEEI 21 Resumo das vantagens Eficiência global superior Diminuição de perdas de transporte de energia devido à produção local Emissões mais reduzidas de poluentes Podem em alguns casos ser aproveitados resíduos industriais, domésticos e biomassa Redução da potência em horas de ponta à rede, reduzindo a necessidade do recurso a centrais menos eficientes ou à importação em períodos de ponta 2003/04 GEEI 22 Princípio de funcionamento 2003/04 GEEI 23 Vantagens Eficiência global do sistema muito superior à produção independente de cada uma das formas de energia (conseguem-se economias de 60% de energia primária; Diminuição das perdas de transporte de energia devido à produção local; Emissões de NOx reduzidas em 25% em comparação com a produção de electricidade nas centrais térmicas e calor nas caldeiras tradicionais. Emissões de CO2 reduzidas em 30 a 60%; 2003/04 GEEI 24 Vantagens – continuação Redução da potência em horas de ponta à rede, reduzindo a necessidade do recurso a centrais menos eficientes ou à importação em períodos de ponta); Podem ser usados gases (Ex: metano) resultantes de outros processos que de outra forma seriam desaproveitados e lançados na atmosfera, destruindo a camada de ozono; Investimentos facilmente recuperáveis no horizonte de 5 anos; 2003/04 GEEI 25 A co/trigeração em Portugal: Existem instalações de cogeração a funcionar desde há várias dezenas de anos em algumas indústrias, tendo aumentado significativamente o seu número a partir da publicação do DL 189/88. No total, representam 9 % da produção nacional de energia. Existem alguns exemplos de instalações de trigeração em funcionamento. 2003/04 GEEI 26 Projecto CHOSE Resultados Selecção dos casos de estudo 11 casos 2003/04 6 Regiões 2 hotéis de 5 Porto estrelas Trás-os-montes 1 hotel de 4 Centro Estrelas Lisboa 4 hotéis Alentejo apartamento de 4 Algarve estrelas Diversidade 3 hotéis de 3 35 a 400 quartos estrelas 1 Pousada Com e sem piscina GEEI 28 Auditorias - ORCs nos casos em estudo Ajustar contratos de electricidade; Manutenção periódica às caldeiras, e permutadores de calor; Desviar a utilização de alguns equipamentos Eliminar infiltrações de ar nas portas; Compensar energia reactiva Substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas (CFL); Isolar convenientemente alguns troços da rede de distribuição de águas Efectuar tratamento químico da água 2003/04 Chuveiros economizadores; Sensores de presença para controlo da iluminação Instalar e/ou realizar manutenção periódica de painéis solares; Substituir vidro simples por duplo; Chaves “corta-corrente” para quartos e/ou apartamentos; Interruptores de janela para limitar climatização; Instalar sistemas de gestão de energia (SGE). GEEI 29 Análise económica Pressupostos 2003/04 Funcionamento a gás natural Mínimo desperdício de calor Sistema convencional já instalado Custos de instalação e manutenção obtidos em referências bibliográficas: CADDET, CEC GEEI 30 Resultados (Portugal) Apenas um caso apresenta viabilidade (15kWe), por estar ligado em BTE, sem possibilidade de instalação de transformador. O uso de chillers de absorção não parece viável dados os actuais preços de electricidade e gás, os COP e o valor dos investimentos Os diagramas de carga térmica dos hotéis indiciam que apenas unidades pequenas poderão ser viabilizadas em determinadas circunstâncias 2003/04 GEEI 31 Conclusões do projecto Chose A cogeração é benéfica: até 20% de redução em energia primária e 11% de redução na emissão de poluentes (para o conjunto dos casos viabilizados) São necessários incentivos: No preço do gás Apoios directos ao investimento A trigeração necessita de avanços tecnológicos O dimensionamento tem de ser feito de forma cuidadosa, caso a caso. 2003/04 GEEI 32