Educação Básica e Secundária Joaquim Azevedo, Joaquim Goes Lisboa, 21 de Setembro de 2006 I. Radiografia da situação actual da Educação em Portugal 2 PESO DA POPULAÇÃO QUE CONCLUIU O 12º ANO 2003. PERCENTAGEM DO GRUPO ETÁRIO Faixa etária Países EUA Noruega Republica Eslovaca Republica Checa Canadá Japão Alemanha Suécia Dinamarca Áustria Nova Zelândia Finlândia Hungria Coreia Suiça Holanda França Reino Unido Austrália Bélgica Irlanda Islândia Luxemburgo Grécia Polónia Itália Espanha Turquia Portugal México Fonte: OCDE - Education at a Glance (2005) 25-64 88 87 87 86 84 84 83 82 81 79 78 76 74 73 70 66 65 65 62 62 62 59 59 51 48 44 43 26 23 21 25-34 87 95 94 92 90 94 85 91 86 85 84 89 83 97 76 76 80 71 75 78 78 64 68 72 57 60 60 33 37 25 35-44 88 92 91 90 86 94 86 88 82 83 81 85 81 83 72 71 69 65 64 68 67 62 61 60 49 50 48 25 22 24 45-54 89 85 84 84 83 82 84 80 80 75 76 73 75 55 68 62 59 64 58 55 52 58 54 44 46 39 33 21 16 18 55-64 85 76 70 77 71 65 78 69 74 69 64 55 53 32 61 53 48 57 47 43 38 48 50 28 40 24 19 16 10 12 Lenta recuperação da herança histórica, muito abaixo da que outros países entretanto realizaram (p.ex. Espanha, França e Itália), num contexto de investimento público em linha com a média da OCDE 3 TAXA DE RETENÇÃO E DESISTÊNCIA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO PORTUGUÊS. PERCENTAGEM TOTAL (ENSINO PÚBLICO + PRIVADO) Níveis de insucesso inviabilizam um crescimento adequado do ensino superior, politécnico e universitário Média de 1994/ 2004 46,0 36,2 21,6 15,7 8,3 11,7 14,2 17,2 13,4 19,3 15,6 Ano escolar Ano lectivo 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 1994/1995 1995/1996 1996/1997 1997/1998 1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 15,9 16,6 19,2 17,0 16,4 15,8 14,8 14,9 13,8 12,3 9,2 8,7 9,4 9,3 8,4 7,8 8,7 8,1 7,5 5,8 15,8 14,6 14,6 13,1 11,8 10,7 10,2 9,8 8,4 8,0 12,5 14,9 16,0 14,2 14,0 13,7 12,6 15,1 14,9 14,0 11,7 11,7 13,9 13,4 13,0 12,5 12,8 16,1 14,6 13,9 19,4 21,3 22,2 21,7 20,8 20,1 21,2 22,3 24,4 22,8 16,6 18,2 19,1 16,8 16,4 16,3 17,2 18,0 17,0 16,4 13,6 15,3 19,6 16,2 15,4 14,8 15,8 16,7 15,3 13,1 27,9 39,7 38,5 35,8 36,4 36,9 39,4 38,9 34,8 33,4 9,9 19,2 19,5 20,4 20,3 20,8 24,4 21,9 19,2 17,8 29,6 37,5 48,9 49,2 49,7 49,8 52,5 48,8 45,3 48,7 4 QUALIFICAÇÕES DA POPULAÇÃO ACTIVA 100% Escolaridade superior ao 6º ano 33% Evolução do número de licenciados desempregados (inscritos no IEFP) Milhares de pessoas. Mês de Janeiro de cada ano. 19972005 31,3 29,7 22,3 17,1 16,9 Escolaridade até 6º ano 67% 12,5 1997 13,3 13,2 1998 1999 14,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Distribuição da População Activa Fonte: OEFP/IEFP Níveis de qualificação escolar muito diminutos… … acompanhado de um elevado crescimento do desemprego nos licenciados 5 II. Principais causas do estado da Educação 6 PRINCIPAIS CAUSAS DO ESTADO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL 2. Ausência de incentivo à melhoria e de promoção da responsabilidade dos intervenientes 3. Ausência de liberdade e de autonomia das escolas 1. Desempenho e Papel do Estado 4. Fraco envolvimento social e político num eficaz esforço de mobilização nacional 7 DETALHE DAS CAUSAS DO ESTADO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL (1/2) • Papel centralizante e sufocante do Estado • Ministério da Educação: avaliador e 1. Desempenho e Papel do Estado • • 2. Ausência de incentivo à melhoria e de promoção da responsabilidade dos intervenientes avaliado Instabilidade das políticas de ensino (ausência de fio condutor e visão a prazo) Reformas generalistas e uniformizantes (pouco espaço à prática e à criatividade local) • Inexistência de avaliação das políticas • • desenvolvidas Inexistência de avaliação das escolas Inexistência de mecanismos independentes e exigentes de avaliação dos Professores 8 DETALHE DAS CAUSAS DO ESTADO DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL (2/2) 3. Ausência de liberdade e de autonomia das escolas 4. Fraco envolvimento social e político num eficaz esforço de mobilização nacional • Impossibilidade das escolas desenvolverem projectos escolares que respondam às necessidades da comunidade em que se inserem • Educação nunca foi prioridade política ao ponto de envolver órgãos de soberania, o Estado, a Sociedade Civil, todas as Instituições Sociais e Cidadãos num esforço de mudança 9 III. Rumo proposto para melhorar o desempenho do sistema educativo português 10 DIMENSÕES PRIORITÁRIAS DA ACÇÃO POLÍTICA Desenvolver políticas baseadas na liberdade, na autonomia e na responsabilidade Dimensões que devem constituir a prioridade da acção política Instituir mecanismos de controlo permanente e sistemático da qualidade Alterar profundamente o modelo de actuação da administração educacional, reformulando o seu grau de intervenção e separando claramente atribuições Universalizar o acesso e melhorar urgentemente a qualidade do nível secundário de ensino e de formação Desenvolver uma dinâmica intensa de formação ao longo da vida 11 PROPOSTAS CONCRETAS DE ACTUAÇÃO 1 Alterar o papel do Estado 2 Reforçar o papel das Escolas no quadro do binómio Mais Autonomia/Mais Responsabilidade 3 Avaliar o desempenho do sistema 4 Promover a Liberdade de Escolha 5 Alargar o acesso ao Ensino Profissional 6 Reordenar o ensino recorrente e o ensino de segunda oportunidade para os jovens maiores de 18 anos 7 Articular melhor as Escolas e Centros de Formação e as Empresas e demais entidades empregadoras 12 DETALHE DAS PROPOSTAS CONCRETAS DE ACTUAÇÃO (1/3) Descrição da proposta • Separação do Estado enquanto prestador de serviços de educação 1 Alterar o papel do Estado do Estado regulador e garante da qualidade do sistema: criação de uma agência reguladora com funções programáticas, reguladoras e avaliadoras (a posteriori) com um reporte independente da estrutura pública • Deverá competir às escolas desenvolver um projecto educativo com 2 Reforçar o papel das Escolas no quadro do binómio Mais Autonomia/ Mais Responsabilidade orçamento pré-definido. A evolução para este sistema, pressupõe um processo transitório (p. ex.: Charters Schools - EUA) • As escolas deverão poder recrutar professores e premiá-los e penalizá-los de acordo com o seu desempenho, e deverão poder desenvolver políticas que assegurem a qualificação e a motivação dos professores • A Direcção da Escola deverá ser liderada por um gestor escolar (contrato para um determinado período de tempo, com objectivos…) escolhido pelos vários stakeholders da escola, que deverão fazer parte integrante de um Conselho da Escola. A Direcção da Escola deverá ser responsabilizada pelas resultados obtidos 13 DETALHE DAS PROPOSTAS CONCRETAS DE ACTUAÇÃO (2/3) Descrição da proposta • Publicação periódica de rankings de desempenho de todas as 3 Avaliar o Desempenho do Sistema escolas em função de critérios definidos pela entidade reguladora e evidenciação e ilustração das melhores práticas • Penalização e premiação em termos de carreira e de remuneração dos professores em função do seu desempenho (critérios objectivos, coordenação pela entidade reguladora) • Aposta na formação inicial dos professores (técnica e pedagógica) e desenvolvimento de planos de formação • Desenvolvimento de planos de actuação específicos para as escolas com mais problemas, com apoio da administração central • Elaboração de descritivos alargados das escolas, evidenciando as 4 Promover a Liberdade de Escolha suas características específicas e o seu projecto escolar • Escolha livre pelos pais entre as escolas existentes - públicas ou privadas - à luz da informação disponibilizada 14 DETALHE DAS PROPOSTAS CONCRETAS DE ACTUAÇÃO (3/3) Descrição da proposta • Promoção de forma sistemática e proactiva do reforço da oferta do 5 Alargar o acesso ao Ensino Profissional ensino profissional de cariz não estatal, de maneira a que o número de vagas se aproxime rapidamente da procura latente não satisfeita 6 Reordenar o ensino recorrente e o ensino de 2ª oportunidade para os jovens maiores de 18 anos • Desenvolvimento de um plano integrado e ambicioso de formação de 7 • Promoção de uma grande proximidade entre as empresas (base da Articular melhor as Escolas e Centros de Formação e as Empresas e demais entidades empregadoras segunda oportunidade para os jovens maiores de 18 anos que contemple medidas enérgicas de motivação e incentivo à aquisição de mais saberes e competências procura de emprego) e o sistema de ensino de modo a tornar possível promover as qualificações relevantes e necessárias para o desenvolvimento da economia real e contribuir quer para um maior potencial de empregabilidade dos alunos quer para uma maior competitividade da economia 15