UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA Ana Luiza Palmeira Gallo Déborah Kimie Okano Morotomi Larissa da Silva Moreira WATSU NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE FIBROMIÁLGICAS BELÉM 2007 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA Ana Luiza Palmeira Gallo Déborah Kimie Okano Morotomi Larissa da Silva Moreira WATSU NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE FIBROMIÁLGICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia, pela Universidade da Amazônia – UNAMA. Orientadora: Ediléa Monteiro de Oliveira Co-orientador: Wellington Pinheiro Oliveira BELÉM 2007 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA Ana Luiza Palmeira Gallo Déborah Kimie Okano Morotomi Larissa da Silva Moreira WATSU NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE FIBROMIÁLGICAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Data da defesa: __ / __ / __ Conceito: ___________ Banca Examinadora ________________________________________________ Examinador 1 ________________________________________________ Examinador 2 ________________________________________________ Examinador 3 A todos que nos ajudaram a realizar este trabalho. AGRADECIMENTOS Agradecemos a nossa orientadora Ediléa pelas horas de dedicação, orientação, disponibilidade e confiança depositada em nós. Obrigada por ter trazido para nossas vidas o WATSU! Agradecimentos calorosos também, ao nosso co-orientador Wellington, que sempre fez as considerações pertinentes nas nossas horas de dúvidas. Ao nosso querido e amigo mestre Rogério Antunes pelos esclarecimentos realizados. O nosso obrigada! Ao nosso amigo de curso Renan Duarte e sua mãe Luiza Duarte que gentilmente cederam o espaço para podermos terapiar nossas pacientes. Muito obrigada. A todos os funcionários da Luiza Duarte Academia que sempre trataram nossas pacientes e a nós com muito zêlo. Obrigada. A nossa amiga Juliana Martins que sempre nos ajudou. Obrigada! Ao nosso querido Igor que sempre foi solicito aos nossos pedidos de ajuda. Muito obrigada! Agradecemos as nossas doze pacientes que se submeteram ao nosso projeto e se entregaram, depositando em nossas mãos todas as suas expectativas em busca de uma melhor qualidade de vida. O nosso humilde obrigada, pois sem vocês este trabalho não teria sentido! Agradecemos ainda a todos que direta ou indiretamente estiveram na execução deste projeto. Obrigada! Ana Luiza Gallo, Déborah Morotomi e Larissa Moreira AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado a vida e mãos que possibilitam diminuir as dores dos meus semelhantes. Apesar de não estarem mais entre nós fisicamente, agradeço ao meu avô Pojucan que sempre me protegeu e me ajudou lá do céu e a minha linda avó, Luiza Emilia que tantas vezes me fez adormecer em seu colo macio e me deu, antes de nos deixar, meu primeiro livro do curso de Fisioterapia. Agradeço a ti Ceuci, minha mãe amada, pois sempre foste, desde que eu fui concebida em tua alma, minha “macaca de auditório”. Agradeço por todas as vezes que você sempre me fez insistir em meus sonhos. Obrigada mãe, por sempre me acalentar nas horas de angústia em seu colo de amor, o qual me sinto tão protegida e segura! Amo você minha paraninfa! Ao meu pai amado, Adalcimar, por toda dedicação e amor em minha formação acadêmica e na vida, sendo meu maior fã desde a época que levava meu boletim, ainda molecota, para se exibir aos amigos de trabalho, e mesmo depois de adulta continua demonstrando seu amor e zelo através de gestos, como aguardar o término do horário do estágio, sob o sol das doze horas. Amo você meu pai! Pai e mãe obrigada por entenderem minhas inúmeras ausências e rabugices ao longo desses anos e serem meus pilares na construção da minha vida, se hoje sou e estou fechando esse ciclo é porque vocês me deram ensinamentos e suporte para caminhar nessa estrada! Agradeço a minha irmã Luiza Emília que sempre torceu por mim e esteve pronta para me ajudar nas horas mais inapropriadas e também agüentou muita rabugice, te amo viu maninha! Ao meu irmão Jairo que mesmo longe sempre acompanhou minha formação, dando apoio e torcendo muito com as minhas vitórias. Amo você meu irmão! A Patrícia que é uma irmã e que sempre me socorria quando eu não conseguia ajeitar o computador, que só deixava de funcionar nos momentos mais complexos e também agüentou muito estresse. Obrigada Patcha! Aos meus familiares queridos que sempre estiveram torcendo tios, tias em especial a Iaci, padrinho Caubi, às madrinhas em destaque, a minha dinda Iandira, Clícia e Deise, primos e primas. Obrigada de coração! Ao Nelson por sempre escutar os infindáveis dias de porquês, obrigada por sempre me acalmar, repreender e aconselhar nas horas necessárias. Te amo, amigo! Aos amigos e amigas que fizeram parte dessa caminhada em especial à minha amiga Verena que tantas vezes esteve ao meu lado em momentos difíceis. Obrigada. Valeu mesmo! Agradecimentos com uma certa dose de nostalgia às minhas companheiras TCCistas, Lara e Kiki, desse tripé que deu tão certo, pois não existirão momentos mais saudosos que os vividos nesses meses de TCC, em horas infindáveis de leitura, crises de risos, choros, madrugadas na frente do computador, medos e ansiedades, foram sempre uníssonos. Como diz a Kiki “uma completa a outra”. Valeu meninas! Obrigada por serem minhas parceiras! Amo vocês! Parafraseando Rita Lee, tem lugares que me lembram minha vida, por onde andei as histórias, os caminhos, o destino que eu mudei... cenas do meu filme em branco e preto que o vento levou e o tempo traz, de VOCÊS TODOS não esqueço jamais ! Dedico essa vitória tão importante a você meu amado e saudoso avô “Pupu” que eu sei que esta radiante ao lado do papai do céu por mais essa importante conquista da tua caçulinha “Nana” !!!! Ana Luiza Palmeira Gallo AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me iluminar e dar o dom de trabalhar na área da saúde, pelas oportunidades para o início da minha ascensão profissional, pela saúde, equilíbrio e sabedoria e, principalmente, por colocar pessoas maravilhosas no meu caminho que nunca esquecerei. Ao meu pai, Paulino e à minha mãe, Darlene, obrigada pelos esforços infindáveis que vocês fizeram para me manter na faculdade, além da paciência, dedicação e carinho nesses anos todos. Essa conquista dedico principalmente a vocês. Agradeço as minhas tias Mitiko e Eriko, à minha avó materna Kimiko, aos meus primos Rosana e Yuji, muito obrigada por todo o apoio e compreensão, pelos domingos em família e por toda alegria que sempre me proporcionaram. Ao meu irmão, Igor, muito obrigada pelos momentos de descontração e incentivo, pois sempre acreditou no meu potencial; obrigada também por nunca ter negado as ajudas que pedi em cima da hora. Obrigada ao Luís, meu namorado, por compreender a minha ausência em alguns momentos, pelo amor e carinho, e por sempre estar ao meu lado mesmo que, por vezes, distante. Obrigada às minhas amigas, principalmente a Ana Luiza e a Larissa, por todos os dias, tardes e noites desses quatro anos que passamos em claro, estudando para as provas e fazendo trabalhos. Pelo suporte e amor dedicados tanto na vida acadêmica quanto na vida pessoal. Em breve, cada uma de nós seguirá um caminho diferente, mas tenho a certeza que sempre estaremos juntas. Amo todos vocês! Déborah Kimie Okano Morotomi AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a mim mesma, pois como bem dizia Aristóteles: “A razão da sua vida é você mesmo... Trabalhe, trabalhe muito a seu favor, pois, a grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las”. E foi isso que fiz, trabalhei duro em busca daquilo que desejava. Em segundo lugar, agradeço a Deus, por estar acima de mim, me guiando e iluminado os caminhos pelos quais deveria seguir. Devo agradecer também, à minhas queridas amigas e companheiras de jornada, Ana Luiza e Kimie, pois sem elas, este trabalho não teria se concretizado. Aos meus amados irmãos, sustentáculos de minha existência, por entenderem minhas ausências e impaciências. Ao meu Luiz, por ter segurado minha mão durante boa parte do trajeto, e me erguido nos momentos em que mais precisava. E finalmente aos meus pais, por terem deixado o caminho aberto e confiado na minha capacidade de trilhar o próprio rumo da minha vida. Larissa da Silva Moreira "A única revolução possível é dentro de nós.” (Mahatma Gandhi) RESUMO Fibromialgia é uma dolorosa síndrome músculo-esquelética crônica e generalizada, cuja etiologia é desconhecida. A doença acomete preferencialmente mulheres, na faixa etária dos 30 aos 60 anos e caracteriza-se por sítios dolorosos específicos, associados freqüentemente a distúrbios do sono, fadiga, cefaléia crônica, distúrbios psíquicos e intestinais funcionais, e dores difusas pelo corpo referidas como de origem muscular e locais nos pontos de palpação. Existe uma dificuldade enorme dos profissionais da área da saúde em diagnosticar essa doença, pois não existem achados físicos e laboratoriais definitivos ou anormalidades de imagem na fibromialgia, levando os pacientes a peregrinar por especialistas meses, e até anos, antes da detecção da enfermidade. A incapacidade funcional dos doentes da Síndrome da Fibromialgia causa grande impacto no cotidiano e promove a ruptura da rotina. Esses impactos sociais desestabilizam as relações familiares, restringem o contato social e interferem nos hábitos e rotinas dos doentes, obrigando-os a esforços contínuos de adaptação à nova realidade. Por isso, para que um tratamento seja realmente eficaz, este deve tratar o paciente de maneira global, visando restabelecê-lo como um todo. Face a esse contexto, o Watsu, método de tratamento holístico, visa, principalmente, a condução do paciente ao relaxamento tanto físico quanto psíquico e proporcionar, dessa forma, uma melhor percepção corporal e o desvio da atenção a dor. Este trabalho de iniciação cientifica tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de fibromiálgicas, na faixa etária de 30 a 60 anos, através de uma pesquisa de campo com 12 voluntárias portadoras da síndrome em questão. Após a avaliação da amostra, as sindrômicas passaram por uma bateria de 10 sessões de watsu, de 40 minutos cada, com movimentos previamente estabelecidos pelas pesquisadoras. As sessões eram realizadas duas vezes por semana e a quantidade de dor era avaliada através da escala EVA antes e após a entrada na piscina. A pesquisa teve um ótimo resultado, levando as pacientes a uma diminuição da sensação de dor, ao relaxamento global e uma conseqüente melhora na qualidade de vida. No entanto, sabe-se que esses efeitos são temporários, sendo necessárias mais pesquisas nessa área. PALAVRAS-CHAVE: Fibromialgia, qualidade da vida, Watsu. ABSTRACT Fibromyalgia is a painful chronic and generalized muscular-skeletal syndrome, of which the etiology is unknown. The disease strikes mainly women between the ages of 30 and 60 years and is characterized by specific painful places, frequently associated to sleeping disturbances, fatigue, chronic cephalea, psychic and intestinal functional disturbances, and diffused pain said as muscular originated and local when on tender points. Health professionals face a great difficulty to diagnose this disease due to the inexistence of definitive physical and laboratorial findings or images abnormalities on Fibromyalgia, what makes patients to visit specialists for months before the syndrome detection. The functional incapacity of Fibromyalgics causes relevant impacts on these individuals’ daily life and promotes a break on their routine. These social impacts destabilize familiar relationships, restrain social interaction and interfere with habits and routines, and obligates them to constantly struggle to get adapted to their new reality. Therefore, a treatment to be effective must treat the patient in a global way and look for the individual’s reestablishment as a whole. For all that, Watsu, holistic treatment method, objectifies, mainly, the patient’s transportation to a physical-psychic relaxation and, hence, a better corporal perception and the detour of the attention to the pain. This scientific initiation study has the objective to better life quality of Fibromyalgics, between the ages of 30 to 60 years, through a field research with 12 volunteers that have the syndrome. After the sample evaluation, the volunteers went through 10 Watsu sessions, lasting 40 minutes each, with previously established movements. The sessions were taken twice a week and the pain sensation was evaluated, through the AVS scale, before and after the pool entry. The research had optimum results and gave the patients a pain sensation decrease, general relaxation and a consequent improve on their life quality. Though, it is known that these effects are temporary and that more specific researches are needed. KEYWORDS: Fibromyalgia, life quality, Watsu. LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Características da amostra 45 TABELA 2 - Grau de escolaridade dos pacientes participantes 47 TABELA 3 - Atividades do dia-a-dia das participantes do estudo, segundo Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) 48 TABELA 4 - Fatores psicológicos analisados conforme o FIQ, antes e depois do tratamento com Watsu 51 TABELA5 - Sensação de Dor segundo a Escala Visual Analógica de Dor (EVA) nos momentos da avaliação, antes e depois de cada sessão de Watsu e na reavaliação do tratamento 54 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Grau de escolaridade do grupo estudado 47 GRÁFICO 2 - Atividades do dia-a-dia das participantes do estudo, segundo Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) 49 GRÁFICO 3 - Fatores psicológicos analisados conforme o FIQ, antes e depois do tratamento com Watsu 52 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Abertura FIGURA 2 - Entrega à água FIGURA 3 - Dança da respiração FIGURA 4 - Oferecendo lento FIGURA 5 - Liberando a coluna FIGURA 6 - Sanfona FIGURA 7 - Sanfona com tração cervical FIGURA 8 - Sanfona rotativa FIGURA 9 - Rotação da perna de dentro FIGURA 10 - Rotação da perna de fora FIGURA 11 - Pressão no braço e ponto do coração FIGURA 12 - Pêndulo FIGURA 13 - Alga I FIGURA 14 - O quatro FIGURA 15 - Sela FIGURA 16 - Ninar coração FIGURA 17 - Sanfona para finalizar FIGURA 18 - Parede FIGURA 19 - Agradecendo o espaço 72 72 72 72 72 72 73 73 73 73 73 73 74 74 74 74 74 74 75 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 16 2 REFERENCIAL 19 2.1 SÍNDROME DA FIBROMIALGIA 19 2.1.1 Definição 19 2.1.2 História 19 2.1.3 Incidência 20 2.1.4 Etiologia 21 2.1.5 Diagnóstico 23 2.1.6 Quadro clínico 25 2.1.7 Qualidade de vida 27 2.2 TRATAMENTO DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DA FIBROMIALGIA 28 2.2.1 Objetivos do tratamento fisioterapêutico 28 2.2.2 Fisioterapia aquática como recurso terapêutico 28 2.2.2.1 Conceito 29 2.2.2.2 Propriedades físicas da água 30 2.2.2.3 Efeitos fisiológicos da água 31 2.2.2.4 Contra-indicações 31 2.3 WATSU 32 2.3.1 Massagem 33 2.3.2 Alongamento 34 2.3.3 Tração 34 2.3.4 Shiatsu 2.4 O WATSU COMO MÉTODO DE RELAXAMENTO x SÍNDROME DA FIBROMIALGIA 3 METODOLOGIA 35 36 38 3.1 EXAME FÍSICO 39 3.2 ATENDIMENTO 40 3.3 SESSÃO 40 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 58 6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 60 ANEXOS 65 APÊNDICES 68 16 1 INTRODUÇÃO A Fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa, músculo-esquelética crônica e generalizada, cuja etiologia é desconhecida. Caracteriza-se por sítios dolorosos específicos, associados com freqüência a distúrbios do sono, fadiga, cefaléia crônica, distúrbios psíquicos e intestinais funcionais (DIAS et al, 2003). O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) preconiza que dor difusa durante três meses e dor à palpação em onze dos dezoito tender points são critérios para o diagnóstico (SETTE; VALLADA; BARROS JUNIOR, 2002; VAISBERG et al, 2001). A freqüência da FM é de 1 a 5% da população em geral, com predominância de 80% a 90% dos casos no sexo feminino, e sua maior incidência ocorre entre os 30 e 60 anos. Freqüentemente, esta afecção está associada a indivíduos de melhor nível social e educacional (DIAS et al, 2003; PEREA, 2003; SANTOS, A. et al, 2006; WEIDEBACH, 2002). A dor contínua desta síndrome é fisicamente limitante e desmoralizante, conduzindo a desordens afetivas e à redução de contatos sociais e pessoais, o que causa alterações nos relacionamentos e mudanças nos papéis sociais e, consequentemente, afeta negativamente a qualidade de vida dessas pessoas (CHAITOW, 2002; SANTOS, A. et al, 2006). Ressalta-se que uma reabilitação de sucesso envolve um trabalho de equipe multidisciplinar, que inclui profissionais como: médico, psicólogo, terapeuta de massagem, fisiologista de exercício e fisioterapeuta (CHAITOW, 2002). Dentre os recursos fisioterapêuticos, o meio hídrico com uso da água aquecida para reabilitação tem obtido resultados satisfatórios, uma vez que a terapêutica desenvolvida neste 17 meio inclui, entre outros fatores, a pressão hidrostática, o empuxo, a viscosidade e a densidade relativa, que interagem de forma benéfica com as reações fisiológicas modificadas pelas condições da fibromialgia (BIASOLI; MACHADO, 2006; NASSER; CASTRO, 2005). Dentro desse contexto, houve um grande crescimento e desenvolvimento das técnicas e tratamentos utilizados no meio hídrico (BIASOLI; MACHADO, 2006). Atualmente, a fisioterapia aquática vem sendo indicada e utilizada em programas de reabilitação multidisciplinares através de métodos específicos, como o Watsu (BIASOLI, MACHADO, 2006; BATES; HANSON, 1998). O Watsu, trabalho corporal global aquático, utiliza os efeitos fisiológicos da imersão em água aquecida, com intuito de alcançar níveis profundos de relaxamento, uma vez que a técnica alonga as estruturas moles do corpo através de movimentos contínuos, alternados e rítmicos (DULL, 2001; DIAS et al, 2003; RUOTI; MORRIS; COLE, 2000; GARTHOFF, 2007). A escolha do método justifica-se pelo fato do mesmo propor intervir e minimizar o ciclo álgico do paciente. Na fibromialgia este ciclo é desenvolvido, a partir da dor até a imobilidade, fraqueza, rigidez, diminuição da capacidade laborativa, depressão, baixa auto-estima, estresse e tensão muscular, reiniciando todo o processo doloroso (ANTÔNIO, 2002; MAEDA; FERNANDEZ; FELDMAN, 2006). Objetiva-se, portanto, com a pesquisa, melhorar e dinamizar a freqüência com que essas pacientes retornem às atividades simples do cotidiano, como fazer compras, lavar louças, visitar parentes e amigos, ou simplesmente dirigir ou pegar uma condução, sem necessitar do auxílio de 18 terceiros, melhorando dessa forma a qualidade de vida, uma vez que a dor é reduzida e os níveis de serotonina se elevam devido às características do meio hídrico e aos benefícios que o Watsu proporciona a esses indivíduos. 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 FIBROMIALGIA 2.1.1 Definição A fibromialgia é uma condição clínica cada vez mais reconhecida, e pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, de etiopatogenia desconhecida. É caracterizada pela queixa de dor músculo-esquelética difusa e intensa, que afeta principalmente os músculos e seus locais de fixação nos ossos (MAEDA; FERNANDEZ; FELDMAN, 2006; FALCÃO; NATOUR, 2002; HAUN et al, 2001). 2.1.2 História Historicamente, a fibromialgia, ou condições muito similares, tem sido apresentada por séculos sob vários nomes, incluindo o mais insatisfatório: “fibrosite” (CHAITOW, 2002). Em 1968, Traut definiu fibrosite como uma síndrome de dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de fadiga, sono ruim e hipersensibilidade à palpação de certos pontos, localizados na inserção de músculos e tendões (SCOTTON; FRAGA, 2000). Na década de 70, Moldofsky promoveu avanços científicos com os primeiros relatos de distúrbios do sono e dos achados polissonográficos em relação à patologia. Ressalta-se ainda, que o termo tender point foi referido por tal pesquisador na mesma época (SCOTTON; FRAGA, 2000; PEREA, 2003). Nesse ínterim, a fibromialgia e seu precursor, a fibrosite, sempre foi uma condição de caráter controverso. Todavia, em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) adotou 20 critérios para o diagnóstico da doença e em 1992, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reconheceu como entidade nosológica distinta (PRIDMORE; ROSA, 2001; PEREA, 2003). 2.1.3 Incidência Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que a dor crônica acomete uma grande parcela da humanidade, sendo uma das principais causas de incapacitação física para o trabalho, além de limitante na qualidade de vida do homem moderno. Estudos mostram que 10% da população mundial, entre crianças e adultos, sofrem de dor crônica difusa, dos quais 3% a 5% correspondem a casos de fibromialgia (HEYMANN, 2006). No Brasil, foi constatado um percentual de 10,2% indivíduos com queixas de dores músculo-esqueléticas crônicas nas cidades de Fortaleza, Porto Alegre e Rio de Janeiro e, mais recentemente, um estudo apresentou uma prevalência de SFM de 2,5% na população em geral. (WEIDEBACH, 2002) Nesse âmbito, as estimativas de prevalência variam de acordo com os estudos, a população avaliada e a metodologia aplicada, contudo, de maneira geral, a fibromialgia afeta entre 2% e 10% da população, sendo 3,4% mulheres e 0,5% homens. Cerca de 10,5% das mulheres adultas jovens entre 20 e 49 anos são as mais afetadas, mas a prevalência tende a se elevar com a idade, alcançando cerca de 23% das mulheres na sétima década de vida (KONRAD, 2005; SCOTTON; FRAGA, 2000). Ressalva-se que não há estudos comparando se a prevalência de indivíduos fibromiálgicos é maior em áreas rurais ou urbanas, assim como em regiões com diferentes condições 21 socioeconômicas e culturais. Contudo, estudos afirmam que a Fibromialgia é de distribuição universal, sem predileção por raça (HELFENSTEIN JUNIOR; FELDMAN, 1998). 2.1.4 Etiologia A etiologia da FM não é conhecida. Vários mecanismos podem estar envolvidos. Uma alta prevalência em parentes do sexo feminino de pacientes com FM sugere uma vulnerabilidade genética. Na condição relacionada, conhecida como transtorno de somatização, os fatores genéticos foram responsabilizados por 25% a 50% do total de variação no relato de sintomas, enquanto os efeitos familiares e ambientais não foram responsáveis, aparentemente, por nenhuma variação (GOLDENBERG, 2004). Entretanto, outros estudos indicam que o início é seguido, freqüentemente, de um estressor relevante e a maioria (70%) dos pacientes apresenta fatores psíquicos e físicos quando comparados a indivíduos saudáveis (PRIDMORE; ROSA, 2001). Muitas das condições associadas à fibromialgia, são o resultado final de diferentes fatores causais, seja de natureza bioquímica, tóxica ou neurológica. Elas são desagradáveis e podem irritar, deprimir ou desequilibrar o indivíduo, mas não atuam como causas de patologia adicionais ou distúrbios metabólicos (CHAITOW, 2002). Há relatos de casos nos quais a síndrome se inicia após infecção viral ou bacteriana, acidentes, problemas emocionais que envolvam perdas ou conflitos, levando os pesquisadores cogitarem uma provável falha de adaptação ou incapacidade de elaborar respostas adequadas aos estímulos internos e/ou externos (MAEDA; FERNANDEZ; FELDMAN, 2006; CHAITOW, 2002). 22 Acredita-se, também, que possa estar relacionada a traços de personalidade herdados, como o perfeccionismo ou a rigidez, associados a distúrbios de ansiedade, depressão, falta de condicionamento aeróbico e distúrbio do sono (MAEDA; FERNANDEZ; FELDMAN, 2006). É significativo referir que o distúrbio do sono não REM (Movimentos Rápidos dos Olhos) em pessoas normais resulta no desenvolvimento de vários sintomas observados na fibromialgia, incluindo intrusões de ondas alfa, dor, rigidez músculo-esquelética e tender points generalizados (BATES; HANSON, 2000). No entanto, ainda não está definido se o distúrbio do sono leva ao desenvolvimento da fibromialgia ou é uma conseqüência dela e/ou de outras síndromes dolorosas crônicas. Corrobora-se que o distúrbio do sono está presente em 75% a 80% dos pacientes, podendo ser descrito como dificuldade para conciliar o sono, insônia terminal, vários despertares ao mínimo ruído e sono não reparador (ANTÔNIO, 2002; SCOTTON; FRAGA, 2000). Pesquisadores demonstraram em 1978 que anormalidades no metabolismo da serotonina são relevantes na fibromialgia (MARTINEZ; PANOSSIAN; GAVIOLI, 2006). Desse modo, o substrato neurológico funcional desta amplificação dolorosa está relacionado a um desequilíbrio entre mediadores do SNC. Sabe-se, ainda que há uma hiperprodução de substancia P (mediadora de dor), bem como uma redução relativa da atividade analgésica proporcionada pela serotonina (KONRAD, 2005). Foram detectados em pacientes fibromiálgicos contribuindo para evidências que, a atuação não coordenada dos mecanismos de nocicepção e inibição da dor resultam numa percepção dolorosa aumentada, ou seja, a desregulação destes substratos pode levar ainda a 23 anormalidades funcionais, neuroendócrinas e alteração do estado geral desses indivíduos (MARTINEZ; PANOSSIAN; GAVIOLI, 2006). Logo, a serotonina faz parte das estruturas das vias descendentes inibitórias da dor que partem do tronco encefálico para os diversos níveis segmentares da medula. As alterações no metabolismo da serotonina (produção, absorção ou ativação nas plaquetas sanguíneas) implicam na redução da atividade do sistema inibidor da dor, resultando na elevação da resposta dolorosa frente a estímulos algiogênicos ou aparecimento de dor espontânea (KONRAD, 2005). Outrossim, a substância P e a norepinefrina também podem estar implicadas na fisiopatologia da fibromialgia, sendo característica da SFM um aumento dos níveis de substância P e uma diminuição tanto na quantidade de norepinefrina no líquido cerebroespinhal quanto no ritmo circadiano do sistema nervoso autônomo, resultando em um nível constante de atividade simpática e diminuição da resposta ao estresse. Indubitavelmente, estas anormalidades relacionadas aos neurotransmissores requerem estudos futuros antes do estabelecimento de uma relação causal definida (ANTÔNIO, 2002; CHAITOW, 2002). Apesar da etiologia e a fisiopatologia da fibromialgia permanecerem desconhecidas, parece não haver mais dúvidas de que se trata de uma síndrome causada pela incapacidade de modulação dolorosa no sistema nervoso central (HAUN et al, 2001). 2.1.5 Diagnóstico O diagnóstico dessa síndrome é eminentemente clínico, não havendo alterações laboratoriais específicas. As provas de atividades inflamatórias são normais, bem como os exames de imagem (KONRAD, 2005). 24 A polissonografia pode ser um instrumento útil em casos menos característicos, podendo detectar alterações típicas na arquitetura do sono, as chamadas intrusões alfa. Devem ser sempre excluídos, no entanto, fenômenos sistêmicos associados, como hiper ou hipotireoidismo, diabetes mellitus e outras patologias associadas a estados de fadiga e depressão (CHAITOW, 2002). Assegura-se que a avaliação para definir o diagnóstico, deve descartar a presença de doenças comumente associadas à fibromialgia, como lúpus erítematoso sistêmico e artrite reumatóide (WEIDEBACH, 2002). Assim, a Fibromialgia pode ser vista como uma Síndrome constituída de um núcleo central de manifestações que são essenciais para o diagnóstico, acrescidas a um número variável de manifestações subsidiárias freqüentemente notadas em associação, porém não imprescindíveis para o diagnóstico final desta condição (ANTÔNIO, 2001). Igualmente, deve ser realizada uma boa anamnese e um detalhado exame físico, no qual são identificados pontos dolorosos de caráter não inflamatório, elaborados pelo Colégio Americano de Reumatologia (MAEDA; FERNANDEZ; FELDMAN, 2006; SCOTTON; FRAGA, 2000; SANTOS, A. et al, 2006). Os critérios de classificação para fibromialgia são: 1) História de dor difusa, persistente por mais de três meses, presente tanto do lado direito e esquerdo do corpo, quanto acima e abaixo da cintura. A dor também deve apresentar-se em pelo menos um segmento do esqueleto axial (cervical, torácico ou lombossacro) (BATES; HANSON, 2000). 25 2) Dor em 11 de 18 pontos dolorosos, durante a palpação digital realizada com uma pressão aproximada de 4 kg/cm (ANTÔNIO, 2002; HAUN et al, 2001). 3) Deve-se ter cuidado na diferenciação dos tender points na fibromialgia dos trigger points (pontos gatilhos). A palpação dos primeiros produz dor localizada na área de palpação, não irradiada, não ocorrendo dor em locais proximais ou distais às áreas examinadas, em duração ou contratura nítida dos pontos (CHAITOW, 2002). Os trigger points, por sua vez, apresentam, caracteristicamente, dor referida e sua radiação pode ser previsível e anatomicamente mapeada, seguindo um padrão estereotipado, sendo considerados com especificidade e sensibilidade para a síndrome miofascial (ANTÔNIO, 2002). 4) Deve-se considerar a fibromialgia como um diagnóstico de exclusão, devido à multiplicidade de queixas na maioria dos pacientes e de sua apresentação puntiforme, descartando outras condições reumáticas e não-reumáticas que possam mimetizar os aspectos clínicos dessa entidade (CHAITOW, 2002). 2.1.6 Quadro clínico O quadro clínico costuma ser bastante rico em informações, sendo seus portadores, habitualmente, poliqueixosos (PRIDMORE; ROSA, 2001). Os sintomas costumam ter períodos de exacerbação e remissão, com características de dor muscular difusa, referida nos ossos, articulações, músculos e tendões, parestesias não dermatoméricas, edema subjetivo nas articulações e áreas interarticulares, cefaléia com 26 características de enxaqueca, síndrome do cólon irritável, rigidez, fadiga, distúrbios de humor e na qualidade do sono (HAUN et al, 2001; BIASOLI; MACHADO, 2006; DIAS et al, 2003). Os pacientes apresentam dificuldade na localização precisa do processo doloroso. Alguns têm a impressão de que ela ocorre nos músculos ou nas articulações, enquanto outros relatam a dor nos ossos ou "nervos". As regiões mais acometidas são: a coluna vertebral, parede anterior do tórax, cinturas escapular e pélvica (SCOTTON; FRAGA, 2000). As alterações supracitadas não são específicas da fibromialgia, podendo ocorrer em outras doenças reumatológicas (ANTÔNIO, 2002). Dentre as várias características clínicas, a depressão é muito comum em pacientes fibromiálgicas. Aproximadamente 25% dos pacientes com esta afecção apresentam depressão intercorrente e 50% têm história anterior de quadros depressivos maiores. Muitos dos sintomas da depressão, como fatigabilidade, falta de energia e ânimo e distúrbios do sono, são idênticos àqueles da SFM e alguns autores têm proposto que a fibromialgia é uma manifestação da depressão (ANTÔNIO, 2002; HAUN et al, 2001). Outra alteração relevante são as nuances no humor muito comuns nos pacientes com fibromialgia. Praticamente todos os pacientes têm algum sintoma afetivo, seja ele decorrente de uma doença psiquiátrica como a depressão ou apenas secundário à dor crônica (HAUN et al, 2001). Vale ressaltar que cerca de 80% dos pacientes fibromiálgicos possuem má qualidade do sono. Estes consideram ter um sono não reparador, visto que as queixas mais freqüentes quase sempre estão relacionadas à fadiga matutina e dor ao despertar. Tais sintomas remetem a um 27 quadro de fadiga que está presente em 46% a 88% dos casos, fator causal importante da incapacidade na SFM (SCOTTON; FRAGA, 2000; KONRAD, 2005). Os pacientes de SFM reportam de maneira freqüente sintomas associados tais como dificuldade de concentração e memória, grande desconforto após exercício, incapacidade para o trabalho, chegando a passar 76% das horas do dia com dor em 71% do corpo desses indivíduos acometidos pela Síndrome (CHAITOW, 2002). 2.1.7 Qualidade de vida A incapacidade funcional dos doentes de SFM reflete-se adversamente no desempenho ocupacional, dificultando a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas. Os sintomas da síndrome causam grande impacto no cotidiano e promovem a ruptura da rotina, cuja conseqüência tende a se manter ao longo do tempo, em razão da cronicidade da doença (BERBER, J.; KUPEK; BERBER, S., 2005). Os impactos sociais desestabilizam as relações familiares, restringem o contato social e interferem nos hábitos e rotinas dos doentes, obrigando-os a esforços contínuos de adaptação à nova realidade (PAGANO et al, 2004). Pacientes com SFM apresentam pior qualidade de vida que pacientes com outras doenças crônicas, como artrite reumatóide, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e lúpus eritematoso sistêmico (BERBER, J.; KUPEK; BERBER, S., 2005). Outro sintoma que interfere na qualidade de vida é a fadiga, descrita como dificuldade no exercício profissional, prática de esportes e no lazer. As expressões típicas dos pacientes são “eu estou com falta de energia” e “eu estou sempre cansada”. A intensidade da fadiga e da astenia 28 pode ser considerada um bom parâmetro na evolução da doença e resposta ao tratamento (SCOTTON; FRAGA, 2000). Vale ressaltar que embora essa síndrome não cause alteração orgânica, ela gera um sofrimento. E os portadores desta devem ter consciência de que não há implicação no aparecimento de deformidades, na sobrevida ou em alterações orgânicas incapacitantes (HAUN et al, 2001). 2.2 TRATAMENTO DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DA FIBROMIALGIA 2.2.1 Objetivos do tratamento fisioterapêutico Os principais objetivos da fisioterapia no tratamento da fibromialgia são aumentar a resistência física, melhorar o condicionamento geral e reduzir a intensidade dos sintomas como dor, fraqueza muscular e fadiga (SALVADOR; SILVA; ZIRBES, 2005). 2.2.2 Fisioterapia aquática como recurso terapêutico A hidroterapia tem uma terapêutica abrangente que utiliza os exercícios aquáticos na reabilitação de diversas patologias. Esta promove os resultados de relaxamento global, alívio da dor, redução do espasmo muscular, descompressão articular, aumento da amplitude de movimentos, aumento da força muscular, melhora na circulação periférica, moral e autoconfiança das sindrômicas (CAETANO et al, 2006; BATES; HANSON, 1998). Essa modalidade é fortemente indicada para o tratamento da fibromialgia, já que promove o relaxamento muscular pela redução da tensão, a diminuição dos espasmos musculares pela 29 temperatura aquecida da água, a prevenção de distensões pelo fortalecimento muscular e a redução da sensibilidade à dor (SALVADOR; SILVA; ZIRBES, 2005). É sabido que exercícios em meio hídrico aquecido sejam talvez as atividades mais benéficas para pacientes com SFM, pois há uma falta de forças excêntricas e os movimentos são mais lentos por serem executados na água reduzindo as chances de microtraumas (BATES; HANSON, 1998). A maioria das pessoas tem prazer com o movimento na água e experimentam uma profunda sensação de relaxamento no ambiente aquático. Assim, a fisioterapia em meio hídrico pode ser o início de uma jornada para uma melhor qualidade de vida, a qual engloba os componentes intelectual, físico, social e espiritual da vida humana (KOURY, 2000). 2.2.2.1 Conceito O termo hidroterapia é derivado do grego hydor (água) e therapia (cura) (BECKER; COLE, 2000) Nesse contexto, a fisioterapia aquática é a aplicação da água para fins terapêuticos e sua utilização exige do fisioterapeuta conhecimentos das propriedades da hidrodinâmica, hidrostática e termodinâmica da água, assim como, anatomia, fisiologia e a biomecânica corporal; obstinando-se prevenir e curar as mais variadas patologias (FREITAS JUNIOR, 2007). Portanto, este tipo de terapia é uma forma de expandir a profundidade, a abrangência das opções de tratamento e a melhora na perspectiva de recuperação para muitos indivíduos (KOURY, 2000). 30 2.2.2.2 Propriedades físicas da água Densidade relativa: responsável pela capacidade do corpo em flutuar ou não na água. É sabido que o valor da água é de 1,00 g/cm 3. Vale ressaltar que tudo que possui uma densidade maior que 1 (>1) afunda, e tudo que possui uma densidade menor que 1 (<1) flutua (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000; NASSER; CASTRO, 2005). Flutuação (empuxo): é a força ascendente vertical sobre um corpo que esteja submerso ou flutuando em um fluido. Esta força assiste qualquer movimento em direção à superfície da água e resiste a qualquer movimento na direção oposta à mesma (KOURY, 2000; BATES; HANSON, 2000). Temperatura: a água aquecida (temperatura variando entre 30° e 34°C) diminui a tensão e dor muscular, proporcionando um ambiente confortável e relaxante para o exercício terapêutico (KOURY, 2000). Viscosidade: atrito ou fricção que ocorre entre as moléculas de um líquido que causa resistência ao fluxo do mesmo, uma vez que as moléculas do fluido aderem à superfície do corpo em movimento (BATES; HANSON, 2000; RUOTI, 2000). Turbulência: diminuição do volume de fluxo, devido à elevação na fricção interna do líquido (RUOTI, 2000; BECKER; COLE, 2000). Arrasto (força hidrodinâmica): força que sustenta o corpo na superfície em transições quando o terapeuta gira no movimento em torno de si (BATES; HANSON, 2000). Pressão Hidrostática: baseia-se na lei de pascal, em que a pressão é diretamente proporcional à profundidade e à densidade do fluído (BATES; HANSON, 2000). 31 2.2.2.3 Efeitos fisiológicos da água A imersão aquática possui profundos efeitos fisiológicos que podem ser tanto imediatos quanto tardios, permitindo, assim, uma maior eficácia na reabilitação (BECKER; COLE, 2000). Os efeitos físicos no indivíduo surgem imediatamente após a imersão, uma vez que a temperatura, o empuxo e a pressão hidrostática ajudam a fornecer uma sensação tátil e de relaxamento, além de melhorar a movimentação articular e diminuir a dor (KOURY, 2000; ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004). Deste modo, as propriedades físicas da água em conjunto com o calor são responsáveis pela maioria das respostas fisiológicas gerais que afetam um grande número de sistemas do corpo (HANSON; BATES, 1998; KOURY, 2000). Sendo assim, todos os efeitos supracitados, combinados aos movimentos lentos e rítmicos de rotação, alongamentos suaves e prolongados, serão capazes de relaxar os músculos e beneficiar psicologicamente o paciente (DULL, 2001). 2.2.2.4 Contra-indicações É contra-indicação absoluta da hidroterapia qualquer afecção na qual o individuo não esteja hemodinamicamente estável, a exemplo de febre, feridas abertas infectadas e acidente vascular encefálico recente. Quanto às principais contra-indicações relativas, citam-se arritmia cardíaca, angina instável, infecção urinária grave, incontinência intestinal imprevisível, doença infecto-contagiosa por água ou ar, sensibilidade a produtos químicos utilizados na piscina, doença arterial periférica grave e processos inflamatórios (GARTHOFF, 2007). 32 2.3 WATSU O Watsu, também conhecido como "Water Shiatsu", aquashiatsu ou hidroshiatsu, foi criado por Harold Dull em 1980. São aplicados alongamentos e movimentos do zen shiatsu na água, incluindo alongamentos passivos, mobilização de articulações e "hara-trabalho", bem como pressão sobre "tsubos" (acupontos) para equilibrar fluxos de energia através dos meridianos (caminhos de energia) (BIASOLI; MACHADO, 2006). O Watsu pode ser aplicado em piscinas que possuem um ou mais níveis de profundidade. Cuja, temperatura ideal é estimada em torno de 35 º C dependendo do grupo e da patologia que o indivíduo apresenta (DULL, 2001). A utilização do método Watsu como recurso hidroterapêutico em pacientes portadores de fibromialgia parece oferecer estratégias para ajudar no tratamento dos mesmos, visto que possui caráter suave, mas de efeito profundo e grande potencial terapêutico. Esse trabalho corporal é desenvolvido em água especialmente aquecida, em que o instrutor conduz o recebedor a alongamentos, balanços simples, manipulações terapêuticas e movimentos rítmico, ora livres ora seqüenciais (GARTHOFF, 2007; VITORINO; PRADO, 2004). A técnica inicia-se com a sincronia entre instrutor e recebedor, ao respirarem juntos. O terapeuta irá flutuar o paciente, mantendo sua cabeça em posição neutra, segura e confortável, evitando a hiper-extensão (DULL, 2001). O nariz do recebedor permanece fora da água. Os ouvidos são mantidos por quase toda sessão imersos, porém por alguns momentos podem ficar em contato com o ar mais frio, estimulando o sistema sensorial primário (GARTHOFF, 2007). 33 O corpo do indivíduo será mantido na posição horizontal, sempre sustentado pelo instrutor, que realizará a seqüência de movimentos que incluem massagens, alongamentos e trações (ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004). O alongamento ajuda a manter e/ou melhorar a flexibilidade, relaxar os músculos que estão contraídos e rígidos, diminuindo a dor, e obtém-se ainda melhora do sono; estes dois últimos parecem ser as queixas principais na SFM (VITORINO; PRADO, 2004). Vale advertir que o paciente não precisa ter um grande grau de flexibilidade, posto que as técnicas de Watsu conseguem se adequar ao mesmo (DULL, 2001). São descritas a seguir todas as técnicas envolvidas no método Watsu. 2.3.1 Massagem Massagem é o termo usado para designar um grupo de manipulações sistemáticas e científicas dos tecidos do corpo. As técnicas são executadas com as mãos, a fim de equilibrar os sistemas nervoso e muscular e a circulação em geral (ALTER, 1999). A massagem pode ajudar na diminuição da dor em fibromialgia por vários mecanismos, incluindo relaxamento muscular, melhora da circulação, oxigenação, flexibilidade e remoção de escórias musculares (CHAITOW, 2002). Ao longo do tempo, a massagem vem se destacando como um instrumento valioso no combate ao estresse e para uma melhor qualidade de vida, principalmente nos grandes centros urbanos, onde a sociedade aos poucos tem reconhecido a massoterapia como um componente importante para minimizar os efeitos do frenesi incansável do dia-a-dia (SOUZA, 2005). 34 As técnicas de massagem utilizadas no watsu produzem maior flexibilidade por restaurarem tecidos retraídos ou encurtados, por liberarem as contrações musculares e por auxiliarem a remoção de resíduos metabólicos dos músculos. (DULL, 2001) 2.3.2 Alongamento O alongamento muscular é uma das mais importantes categorias de exercícios que podem ser prescritos para manter e restaurar o equilíbrio normal dos músculos, fáscias, tendões e ligamentos. Estas estruturas podem exibir um grau de rigidez aumentado, que conduz ao funcionamento não-ótimo em determinada articulação secundária, e restringir a amplitude de movimento disponível (ALTER, 1999; SANTOS, D.; ARAÚJO, 2003). O alongamento muscular permite modificar o comprimento do músculo, visando manter ao mesmo tempo, características mecânicas e funções neuromusculares. É utilizado como conduta terapêutica, tendo em vista que a célula muscular estriada é altamente especializada em transformar energia química em mecânica (SANTOS, D.; ARAÚJO, 2003). A meta geral do alongamento é recuperar ou restabelecer a amplitude de movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles que cercam uma articulação (KISNER; COLBY, 1998). 2.3.3 Tração Tração é uma técnica, a qual se aplica uma força longitudinal para alongar determinadas partes do corpo ou descomprimir uma ou mais articulações (ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004; ALTER, 1999; DELISA, 2001) 35 É de suma importância que a área muscular onde será aplicada a técnica esteja confortável e relaxada para que, desta forma, se obtenha o máximo benefício da mesma (KISNER; COLBY, 1998; ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004). Os principais objetivos da tração são alongar e relaxar os músculos, melhorar a circulação nos tecidos reduzindo o edema nos mesmos, decoaptar e alongar as articulações diminuindo a compressão nervosa, reduzir a compressão das superfícies facetárias, manter o tônus da musculatura, reduzir o espasmo muscular e a dor (KISNER; COLBY, 1998; ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004; MAKOFSKY, 2006). 2.3.4 Shiatsu Shiatsu é uma prática japonesa desenvolvida por Toru Namikoshi que aborda a condição músculo-esquelética e orgânica, com o intuito de prevenir doenças devolvendo a resistência natural do corpo a ela. O nome shiatsu vem da composição shi (dedo) + atsu (pressão), portanto consiste na aplicação de pressão dos dedos sobre o corpo. (SOUZA, 2005). Para o Ministério da Saúde Japonês, o Shiatsu é uma forma de manipular através das mãos, sem utilizar instrumentos externos para correção de déficits internos, promovendo e mantendo a saúde e tratando doenças específicas (NAMIKOSHI, 1987). O Zen-Shiatsu foi desenvolvido no Japão por Shizuto Matsunaga e integra diversas técnicas orientais e modalidades de cura. A maioria das escolas de shiatsu enfatiza a pressão com os polegares sobre os pontos. Matsunaga faz com que usemos nosso corpo inteiro para trabalhar com o corpo inteiro do outro. (GARTHOFF, 2007). 36 O Zen-Shiatsu inclui alongamentos e manipulações, e enfatiza o estar com o outro em vez de fazer algo a ele. Essa presença manifesta-se na respiração conectada e no uso da mão-mãe, através da mão, cotovelo ou joelho, que permanecem num determinado lugar, dando sustentação constante, enquanto a outra trabalha. É uma presença essencial para ajudar a equilibrar as energias (DULL, 2001; GARTHOFF, 2007). O ecletismo do Zen-Shiatsu, sua abertura para diversas técnicas, sua ênfase na presença e na espontaneidade o tornam o mais criativo de todo trabalho corporal oriental (DULL, 2001). 2.4 O WATSU COMO MÉTODO DE RELAXAMENTO x SÍNDROME DA FIBROMIALGIA Apesar de se sentirem fatigados, os pacientes com fibromialgia referem dificuldade em relaxar totalmente, posto que as tensões associadas à dor causam algias musculares que culminam em déficits de qualidade de vida e níveis de estresse elevados a esses indivíduos.Desse modo, o tratamento na melhora da qualidade de vida de fibromiálgicas denota uma abordagem holística (ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004; COSTA et al, 2005; CHAITOW, 2002). Face a esse contexto, o Watsu, método de relaxamento holístico, é considerado uma atividade psicomotora, cujo objetivo é reduzir tensões psíquicas, a fim de proporcionar qualquer medida que possa minimizar a tensão desses músculos. O relaxamento irá proporcionar melhor conhecimento das sensações corporais e equilíbrio gradual no mesmo (ALTER, 1999; ALMEIDA; BORGES; SILBERBERG, 2004). Muitos estudos comprovam que técnicas de relaxamento, dentre eles o Watsu, além dos benefícios efetivos que trazem, também podem ser consideradas um recurso para levar o paciente 37 a desviar sua atenção da dor, uma vez que, este método, utiliza a água aquecida e a sustentação contínua proporcionada no meio hídrico (DULL, 2001; GARTHOFF, 2007; MAEDA; MARTINEZ; NEDER, 2006). No tratamento, ocorre o relaxamento dos músculos e a descompressão das vértebras. A circulação induz a produção de metabólitos, o que reduz a dor e fadiga sentidas pelo paciente; estar em flutuação causa uma redução na necessidade de oxigênio, ajudando a acalmar a respiração e o relaxamento da tensão da coluna e musculatura, melhora o tônus e o funcionamento global das sindrômicas (DULL, 2001). Logo, a fibromialgia, apesar de ser uma síndrome não totalmente entendida, vem incorporando técnicas, a exemplo do Watsu, cujo intuito é proporcionar um tratamento holístico face aos efeitos deletérios sentidos pelas portadoras da síndrome (SCOTTON; FRAGA, 2000). 38 3 METODOLOGIA Este trabalho de iniciação cientifica é do tipo estudo experimental prospectivo, no qual foi realizada uma pesquisa de campo e teve como critérios de inclusão 12 (doze) indivíduos do sexo feminino, sedentárias, sem distinção de raça, que não estavam sendo submetidas a nenhum tipo de tratamento, na faixa etária de 30 a 60 anos e com o diagnóstico clínico de fibromialgia, estabelecido conforme os critérios utilizados pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Foram excluídas as pacientes que estavam na fase aguda da síndrome, bem como aquelas inseridas em uma das contra-indicações absolutas para fisioterapia aquática, ou ainda as que não aceitaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (APÊNDICE A), e não compareceram ao programa de tratamento por três vezes consecutivas, sem justificativa. Após avaliar uma amostra de 16 pacientes que se enquadraram no exposto acima, foi realizada uma avaliação física inicial no período de junho e agosto, assim como elucidada qualquer informação a respeito dos objetivos, duração e o método Watsu, que seriam utilizados durante o tratamento. Durante as avaliações realizadas nas dependências da Clinica-Escola da UNAMA – Fisioclínica foram utilizadas: uma balança antropométrica para aferir massa e altura (marca Welmy), e maca para verificar os tender points “ativados” das pacientes. Os dados colhidos seguiram a ficha de avaliação e anamnese elaborados pelas pesquisadoras (APÊNDICE B), um questionário específico para portadores de fibromialgia o Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) (ANEXO A), e a Escala Visual Analógica (EVA) (ANEXO B), o qual mensura o nível de dor, todos realizados na avaliação inicial e final. 39 Durante a avaliação as pacientes demonstraram sintomas diversos da síndrome, como: depressão, ansiedade, inquietação e insatisfação em relação a sua condição sindrômica. Com relação aos fatores de risco algumas pacientes relataram hipertensão e diabetes controladas. Todas negaram cardiopatias, epilepsia, esquizofrenia ou qualquer patologia de ordem psicológica. 3.1 EXAME FÍSICO Os tender points são áreas de dor leve ou moderada em indivíduos normais, não exibem qualquer textura nodular que faça distinção entre eles e os tecidos moles adjacentes, porém a palpação destes locais nos pacientes portadores de fibromialgia geralmente causa dor extrema (SALVADOR; SILVA; ZIRBES, 2005). Os pontos foram avaliados através de uma digito-pressão, com intensidade de força equivalente a 4 kg/cm2, com a paciente em decúbito ventral e dorsal, o que possibilitou a avaliação bilateral dos 18 tender points (inserção dos músculos occipitais; coluna cervical baixa (C5-C6); músculo trapézio, borda medial da espinha da escápula; quadrantes externos superiores das nádegas; proeminências dos trocânteres maiores do fêmur; segunda junção costocondral; epicôndilo lateral do cotovelo; e coxim adiposo medial do joelho, junto ao tendão da pata de ganso) (MARQUES, 2004). Foi realizada a demarcação dos pontos de dor no mapa de pontos dolorosos. A paciente foi posicionada e orientada a avisar quando começasse a sentir dor em cada ponto, onde foi promovida uma pressão digital perpendicular à superfície da pele e de intensidade aumentada gradativamente até cerca de 4 kg de pressão digital, equivalente à quantidade de pressão necessária para que a região ungueal do polegar empalideça. Optou-se pela palpação manual para 40 aproximar os achados da pesquisa aos da prática clínica. (SALVADOR, SILVA; ZIRBES, 2005; BATES, HANSON;1998) 3.2 ATENDIMENTO Vale ressaltar que somente 12 pacientes foram submetidas às sessões, uma vez que as outras que haviam sido avaliadas desistiram por motivos diversos. O atendimento das pacientes foi realizado em dois períodos: no 1º grupo, de Junho a Agosto, e no 2º grupo, de Agosto a Outubro de 2007. Foram realizadas dez sessões subdivididas em cinco semanas, num total de 2 sessões semanais, no turno vespertino (segunda/quarta-feira e terça/quinta-feira), salvaguardando feriados, e com os movimentos pré-estabelecidos do Watsu. Vale ressaltar que, antes e após as sessões, eram aplicadas a Escala de EVA. O local de atendimento foi a piscina do setor de hidroginástica da Luiza Duarte Academia, situada à Rua dos Mundurucus, nº 2130, Belém - Pará. As sessões foram evoluindo de forma gradual e todos os movimentos e posturas a seguir foram realizados. 3.3 SESSÃO Abertura: o paciente deve estar em bipedestação com semiflexão de joelhos sempre respirando calmamente, a fim de iniciar sua entrega à água. Caso haja uma parede plana na piscina, o terapeuta avisa ao paciente que a sessão terá chegado ao fim quando ele perceber sua superfície. (FIGURA 01 – APENDICE C). Entrega à água: o terapeuta deve ficar à frente do paciente com uma certa distância para que seus braços, que flutuam estendidos à sua frente, não se toquem. O terapeuta deve estar com 41 as pernas semi-flexionadas e afastadas, induzindo seu paciente a se concentrar no ato de respirar, percebendo a inspiração e a expiração (FIGURA 02 – APENDICE C). Dança da respiração: paciente em posição supina, o terapeuta apoia a região cervical com um dos braços supinado e o outro pronado na região sacral, acompanhando os movimentos de subida e descida do corpo do paciente durante a inspiração e expiração, respectivamente, conectando assim seus ciclos respiratórios (FIGURA 03 – APENDICE C). Oferecendo Lento: durante a expiração, afasta-se o paciente como se o oferecesse a água, e à inspiração, o aproxima. O terapeuta coloca suas pernas uma à frente da outra (posição de guerreiro), a fim de explorar a lateralidade do movimento. Vale ressaltar que o fluxo turbilhonar propicia uma massagem global no paciente (FIGURA 04 – APÊNDICE C). Liberando a Coluna: o terapeuta em bipedestação com semi-flexão de joelho (posição de cubo) realiza o movimento de um “oito” com o seu quadril, promovendo um serpentear na água que massageia todo o corpo do paciente, descomprime as articulações intervertebrais, alonga a fascia-tóraco lombar, transverso, espinhais e abdutores do quadril (GARTHOFF, 2007), (FIGURA 05 – APÊNDICE C). Sanfona: gradualmente e a cada ciclo expiratório, o terapeuta mobiliza os quadris no sentido céfalo – podálico. Esse movimento promove alongamento dos músculos: glúteo máximo, glúteo médio psoas maior e menor, bíceps femural, semitendíneo e semimembranáceo e o tensor da fáscia lata (MOORE, 2001) (FIGURA 06 – APÊNDICE C). Sanfona com Tração Cervical: aproveitando as incurssões respiratórias, no momento da expiração, é feita uma leve tração na coluna cervical com o paciente em 90°. Alongando os 42 músculos: escalenos (anterior, médio e posterior), esternocleidomastóideo, trapézio superior (PUTZ; PABST, 2000; MOORE, 2001) (FIGURA 07 – APÊNDICE C). Sanfona Rotativa: o terapeuta permanece em bipedestação rotacionando as pernas do paciente no sentido anti-horário e no sentido horário, inclinando-se para frente e para trás, com a região occiptal sempre bem apoiada. São realizados alongamento e tração dos músculos grande dorsal e lombares, glúteo máximo, adutor longo glúteo médio, tensor da fáscia lata (GARTHOFF, 2007; PUTZ; PABST, 2000; MOORE, 2001) (FIGURA 08 – APÊNDICE C). Rotação da Perna de Dentro: quando o terapeuta se inclina para trás, abrindo os braços, a perna de fora do paciente desliza e fica sem o apoio do braço do terapeuta. Sem quebrar o ritmo, inclina-se para girar a perna de dentro do paciente na direção do ombro oposto, a cada expiração. Durante a inspiração, inclina-se para trás, permitindo que a resistência da água, alongue a perna de fora. Ocorre alongamento do músculo sartório, grácil e tensor da fáscia lata psoas, ilíaco, reto, femural, retores da espinha e transversos (GARTHOFF, 2007; PUTZ; PABST, 2000) (FIGURA 09 – APÊNDICE C). Rotação da Perna de Fora: o terapeuta posiciona a mão na região poplítea a fim de promover rotações com a perna de fora. Alongam-se adutores do quadril abdutores e grande dorsal (PUTZ; PABST, 2000; GARTHOFF, 2007) (FIGURA 10 – APÊNDICE C). Pressão no Braço e Ponto do Coração: a perna de fora do paciente é posicionada sobre o ombro do terapeuta, que segura o antebraço com uma das mãos. Durante a inspiração é realizado um balanço suave, massageando o braço do paciente com a mão direita. Ao alcançar à mão do paciente, o ponto do coração é pressionado simultaneamente às incurssões respiratórias (FIGURA 11 – APÊNDICE C). 43 Pêndulo: a cabeça do paciente estará apoiada pela mão esquerda e a face poplítea sustentada com a mão direita. Assim o terapeuta fará movimentos pendulares no paciente. Liberando as articulações e alongando os adutores do quadril (GARTHOFF, 2007) (FIGURA 12 – APÊNDICE C). Alga I: o terapeuta deve permanecer na posição de cubo, com maior apoio possível no occipto, enquanto as mãos seguram os quadris do mesmo, sem permitir que as costas formem um arco. O indivíduo é movimentado lentamente de um lado para o outro como uma alga, a fim de soltar as articulações (GARTHOFF, 2007) (FIGURA 13 – APÊNDICE C). Outro Lado: todos os movimentos, a partir da dança da respiração, serão repetidos no hemicorpo contralateral. O Quatro: Com o apoio total, coloca-se o paciente sentado em sua perna esquerda, posicionando de maneira confortável a cabeça em seu ombro (FIGURA 14 – APÊNDICE C). Sela: o terapeuta senta o paciente sobre suas pernas de frente para si e mantém a cabeça do indivíduo repousando sobre o braço, ficando assim, com a mão contra-lateral livre para massagear o corpo, com uso de digito-pressões, trações e alongamentos em todo o paciente. (FIGURA 15 – APÊNDICE C). Ninar Coração: com o paciente de volta a primeira posição, perna de dentro é posicionada sobre o ombro direito do terapeuta, enquanto a mão direita deste confortar o coração do paciente (FIGURA 16 – APÊNDICE C). 44 Sanfona para finalizar: gradualmente e a cada ciclo respiratório realizar-se-á a sanfona. Na seqüência, o terapeuta aproxima o paciente da parede para finalizar a sessão (FIGURA 17 – APÊNDICE C). Parede: o terapeuta reposiciona o paciente na parede e pode massagear o rosto (opcional) ou ainda tocar no Chakra Coronário, localizado no topo da cabeça (o portal da espiritualidade, o qual afeta todas as funções cerebrais), para que esse recobre os sentidos. Desta forma o terapeuta vai se “desligando” gradativamente do paciente, até perceber que este está seguro o suficiente, na superfície lisa da parede (FIGURA 18 – APÊNDICE C). Agradecendo o Espaço: o terapeuta afasta-se do paciente, permanecendo em diagonal ao mesmo, agradece o espaço com a saudação Namastê (o Deus que há em mim saúda o Deus que há em você) e aguarda até que o paciente retome sua consciência e possa sair da piscina (FIGURA 19 – APÊNDICE C). 45 4 ANÁLISE ESTATÍSTICA Por apresentar característica incapacitante e fisicamente limitante, muitas pesquisas têm sido realizadas acerca dos melhores métodos de tratamento para esta patologia. O Watsu é um método de terapia holística que trata o indivíduo como um todo na busca do seu equilíbrio corporal e psíquico, porém pouco se sabe sobre seus benefícios como forma de tratamento da fibromialgia (SCOTTON; FRAGA, 2000; DULL, 2001). Neste estudo, procurou-se identificar bons indicadores da qualidade de vida de sujeitos com fibromialgia (MARQUES, 2004). Tabela 1 - Características da amostra Média Idade (anos) 45.08 Peso (kg) 68.48 Altura (m) 1.61 2 IMC (kg/m ) 26.45 Fonte: Protocolo da pesquisa D. Padrão 8.3 15.0 0.1 4.9 Mínimo 35 45 1.43 18.4 Máximo 60 90 1.75 34.5 O grupo estudado caracteriza-se da seguinte forma: Idade 45±8.3 anos, IMC 26.5±4.9 Kg/m2. Na tabela 1 estão descritas as características da amostra referentes a idade, peso, altura e IMC. Foi observado que as mulheres deste estudo apresentam idade entre 35 e 60 anos com média de 45,08 anos (DP = 8,3). Desde que Wolfe et al, em 1990, realizaram o primeiro estudo epidemiológico utilizando os critérios do ACR, surgiram várias pesquisas. Os resultados atuais demonstram que a prevalência da síndrome é de 0,66% e 4,4% na população brasileira, sendo que a predominância é 46 de 80 a 90% dos casos no sexo feminino, com pico de incidência entre 30 e 60 anos, o que corresponde à faixa etária encontrada neste estudo (CAVALCANTE, 2006; SCOTTON; FRAGA, 2000; WEIDEBACH, 2002; GERMANOWICZ et al, 2006). Segundo a Organização Mundial de Saúde, a amostra desta pesquisa encontra-se na faixa de bom/aceitável, apresentando a média de IMC em 26.5±4.9 kg/m2, pois o recomendado para mulheres é de 19 a 24 kg/m2, bom/aceitável de 25 a 28 kg/m2 e, insatisfatório, quando ≥ 29 kg/m2, sendo sobrepeso I (IMC ≥ 25 kg/m2 e < 30 kg/m2) e sobrepeso II+III ou obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) (LINS, 2001; ARAUJO et al, 1999; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2006). O índice de massa corporal (IMC), também conhecido como Índice de Quetelet, é definido pela divisão da massa corporal em quilogramas pelo quadrado da estatura em metros (Kg/m2). Esta variável antropométrica é um importante indicador do estado nutricional de adultos em estudos epidemiológicos (AFONSO; SICHIERI, 2002). No entanto, nenhuma literatura foi encontrada confrontando o peso, altura e IMC com a incidência da fibromialgia, sendo estes dados utilizados apenas para caracterização da amostra. 47 Tabela 2 - Grau de escolaridade dos pacientes participantes Grau de Instrução Ocorrências Percentual Fundamental 0 0.0% Médio 3 25.0% Superior 9 75.0% Total 12 100.0% Fonte: Protocolo da pesquisa *p=0.0052 O p-valor igual a 0.0052 (significativo) indica que houve predominância do grau Superior. 100% 80% 60% 40% 20% 0% Fundamental Médio Superior Instrução Gráfico 1: Grau de escolaridade do grupo estudado. Fonte: Protocolo da pesquisa A tabela 2 demonstra o grau de escolaridade das pacientes. Como é possível observar o pvalor = 0,0052 é significativo, indicando que houve predominância de 75% do grau superior. Sendo assim, a escolaridade da amostra pesquisada esta de acordo com a literatura nacional, a 48 qual afirma que a doença acomete mais freqüentemente pessoas de melhor nível social e educacional. (KONRAD, 2005). Torna-se difícil a comparação desta variável com os dados da literatura internacional, na qual a incidência é maior no nível de escolaridade menor, uma vez que as realidades de acesso à educação se diferem muito quando comparadas ao Brasil (SCOTTON; FRAGA, 2000; ANTONIO, 2002; KONRAD, 2005). Tabela 3: Atividades do dia-a-dia das participantes do estudo, segundo Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). Sempre Quase sempre De vez em quando Nunca p-valor Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois Fazer compras* 3 8 2 2 4 2 3 0 0.0117* Lavar roupas* 0 2 0 4 7 3 5 3 0.0244* Cozinhar 0 7 1 1 6 2 5 1 0.0093* Lavar louça 1 5 3 2 5 3 3 2 0.1235 Limpar a casa 1 3 0 1 5 3 6 5 0.2936 Arrumar a cama* 1 7 4 1 3 3 4 1 0.0244* Andar vários quarteirões* 1 4 1 4 4 3 6 1 0.0310* Visitar parentes ou amigos 2 5 3 4 7 2 0 1 0.1282 Cuidar do quintal ou jardim 1 1 0 2 4 4 7 5 0.4017 Dirigir carro ou andar de ônibus 8 10 1 2 2 0 1 0 0.0679 Fonte: Protocolo da pesquisa 49 12 10 8 6 4 2 0 Fazer compras Lavar roupas SA Cozinhar SD Lavar louça QSA Limpar a casa Arrumar a cama QSD Andar v quarteirões DVA Visitar p ou amigos DVD Cuidar do q Dirigir c ou a ou jardim de ônibus NA ND Gráfico 2: Atividades do dia-a-dia das participantes do estudo, segundo Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). Fonte: Protocolo da pesquisa Nota: SA: Sempre Antes; SD: Sempre Depois; QSA: Quase Sempre Antes; QSD: Quase Sempre Depois; DVA: De Vez em Quando Antes; DVD: De Vez em Quando Depois; NA: Nunca Antes; ND: Nunca Depois. A incapacidade funcional dos doentes da SF reflete-se adversamente no desempenho ocupacional, dificultando a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas. No FIQ a capacidade funcional foi avaliada através de 10 itens: fazer compras, lavar roupas, cozinhar, lavar louça, limpar a casa, arrumar a cama, andar vários quarteirões, visitar parentes ou amigos, cuidar do quintal ou jardim, dirigir carro ou andar de ônibus. (BERBER, J.; KUPEK; BERBER, S., 2005) Um aspecto importante é o impacto na qualidade de vida dos pacientes e familiares, interferindo negativamente no desempenho de outras atividades diárias (MARTINEZ; PANOSSIAN; GAVIOLI, 2006; SANTOS et al, 2006). 50 As atividades que não obtiveram p-valor significante foram: lavar louça; limpar a casa; visitar parentes ou amigos; cuidar do quintal ou jardim e dirigir carro ou andar de ônibus. Entretanto, na variável fazer compras, o p-valor de 0.0117* informa que houve melhora significativa após as sessões de Watsu, posto que apenas 3 (25%) dessas mulheres antes do tratamento realizavam tal atividade, após as sessões as amostras demonstraram que 8(66%) das pacientes já executavam-na. Pesquisadores avaliaram pacientes com SFM após diagnóstico médio de quatro anos e observaram a presença da incapacidade funcional em 97% da amostra. Mesmo com o predomínio do envolvimento músculo-esquelético na SFM, o quadro não evolutivo deformante reforça a conclusão de que a incapacidade é decorrente da dor e da fadiga. Uma vez que o tratamento não é eficaz no controle em longo prazo destes sintomas, a estabilidade do grau de incapacidade é esperada de certa forma (MARQUEZ, 2004). Nesse contexto de resultados positivos após as sessões de Watsu a atividade “lavar roupas” dantes com percentagem nula 0 (0%) ao final estava em 2 (16%), outra atividade que obteve sucesso foi “arrumar a cama” de 1 (8%) com um aumento significativo para 7 (58%) e por fim, “andar vários quarteirões” que antes somente 1 (8%) fibromiálgica declarou sempre realizar esta atividade, ao final 4 (33%) mulheres passaram a fazê-la com êxito. Logo, corrobora-se que as evidências após as dez sessões de Watsu são significativas na melhora da qualidade de vida no tratamento em fibromiálgicas. Parece haver, entre as pessoas com SFM, uma preocupação com o prognóstico da síndrome concentrada na possível evolução da incapacidade para os cuidados pessoais com o corpo e perda da independência para realizar as atividades diárias. Após o início dos sintomas, 51 pessoas com SFM relataram maiores dificuldades em desempenhar tarefas motoras. Entretanto, aquelas capazes de ajustar o tempo de trabalho a sua percepção física, sentiam-se menos exaustas durante as atividades de lazer e referiam maior satisfação com a vida diária (MARQUEZ, 2004). Tabela 4: Fatores psicológicos analisados conforme o FIQ, antes e depois do tratamento com Watsu. Mediana Mínimo Máximo p-valor Antes Depois Antes Depois Antes Depois Quantos dias se sentiu bem 0 5 0 2 2 7 0.0022* Quantos dias faltou ao trabalho 0 0 0 0 7 7 0.6547 Dor Interferindo no Serviço 6 1.5 4 0 7 5 0.0022* 6.5 4 5 2 7 5 0.0022* 7 3 4 0 7 7 0.0033* 6.5 1 2 0 7 7 0.0033* Rigidez no corpo 7 3 0 0 7 5 0.0033* Sentiu Nervoso ou ansioso 7 3.5 0 0 7 7 0.0593 6.5 2 0 0 7 7 0.0329* Intensidade da dor Sentiu cansaço Como se sentiu ao levantar Sentiu deprimido ou desanimado Fonte: Protocolo da pesquisa 52 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Sentiu bem Faltou Dor interferindo Intensidade da dor trabalho no serviço Antes Sentiu cansaço Como se sentiu ao levantar Rigidez no corpo Sentiu Sentiu Nervoso ou deprimido ou desanimado ansioso Depois Gráfico 3: Fatores psicológicos analisados conforme o FIQ, antes e depois do tratamento com Watsu. Fonte: Protocolo da pesquisa As características únicas do individuo determinarão a manifestação dos sintomas. A combinação dessas características individuais, juntamente com os elementos estressores (bioquímicos, biomecânicos, psicossociais), determinam a expressão da doença. Nos fatores avaliados, os itens “Sentiu Nervoso ou ansioso” e “Quantos dias faltou ao trabalho”, não apresentaram mudança expressiva, tendo obtido p-valor = 0.0593 e p-valor = 0.6547, respectivamente, o qual não é estatisticamente significante, indicando que em amostras dessas características não foi possível atestar o efeito do Watsu (CHAITOW, 2002). Quando mal tratada, a dor afeta de modo negativo o status físico e mental dos pacientes, com comprometimento da qualidade de vida. A percepção de bem-estar tem sido usada como parte dos indicadores de qualidade de vida. O bem-estar é avaliado no FIQ por meio do número de dias em que as pessoas referiram sentir-se bem, ou seja, sem a presença exacerbada dos sintomas. A variável “Quantos dias se sentiu bem” obteve p-valor = 0.0022*, o qual é significante indicando que houve mudança na sensação de bem estar evoluindo de Zero para 5 (SCOTTON; FRAGA, 2000). 53 A variável “intensidade da dor” também, obteve redução significante, uma vez que a mediana variou de 6.5 para 4 no FIQ. A fadiga tem sido descrita como causa importante de incapacidade na SFM e está presente em 46 a 88% dos casos. As fibromiálgicas descrevem a fadiga como cansaço, desânimo e preguiça para trabalhar. A mesma pode ser do tipo física e psíquica, sendo percebida principalmente pela manhã e no fim da tarde, uma vez que as atividades físicas e intelectuais agravam esta sensação e, freqüentemente, há queixas concomitantes de astenia (fraqueza muscular) e mal estar geral. A intensidade da fadiga e da astenia pode ser considerada como um bom parâmetro para se avaliar tanto a melhora clínica quanto a eficácia do tratamento (KONRAD, 2005). Os dados obtidos para as variáveis “Sentiu cansaço” e “Dor Interferiu no serviço”, o pvalor = 0.0022* e p-valor = 0.0033* respectivamente, evidenciam que houve uma diminuição significativa, constatado também pela redução da mediana, no primeiro de 6 para 1.5 e no segundo de 7 para 3, após as sessões de Watsu, o que demonstra a eficácia da técnica na amostra estudada. Dentre as principais alterações do padrão do sono observa-se a diminuição na qualidade do sono profundo decorrente de ondas alfa de alta freqüência que se sobrepõem às ondas lentas, constituindo o padrão alfa-delta do sono. Na maior parte das vezes, esse padrão pouco se altera com o tratamento. Mesmo com a melhora de que outros, como a eficiência e a quantidade de sono profundo durante a noite, as pessoas com SFM mantêm uma predisposição a apresentar distúrbios do sono (KONRAD, 2005). 54 No entanto, a variável “Como se sentiu ao levantar”, apresentou uma diminuição significativa com p-valor = 0.0033* e a mediana variou de 6.5 para 1, demonstrando que o Watsu melhora de forma expressiva a qualidade do sono. O mesmo resultado é observado para “Rigidez no corpo”, com a redução da mediana de 7 para 3. “Sentiu deprimido ou desanimado” é outro fator com p-valor = 0.0329 estatisticamente significante, o que indica a redução da dor e de várias características associadas as fibromiálgicas após as sessões de Watsu. Para tanto, o tratamento eficiente para SFM é aquele que tanto reduz a influência dos estressores, como melhora as funções homeostáticas de defesa e reparo. Já que, tudo o que pode ser feito é reduzir a intensidade dos sintomas, na esperança de não adicionar estresse tóxico ou outros aos esforços de adaptação que oprimem o complexo corpo/mente (CHAITOW, 2002; HAUN, 2001). E o Watsu, como trabalho global, pode diminuir a interferência destes agentes estressores, desencadeando uma melhora importante na qualidade de vida dessas pessoas. Tabela 5: Sensação de Dor segundo a Escala Visual Analógica de Dor (EVA) nos momentos da avaliação, antes e depois de cada sessão de Watsu e na reavaliação do tratamento. Avaliação Antes Depois Reavaliação (n=12) (n=12) (n=12) (n=12) Mínimo 5.0 3.2 0.9 0.0 Máximo 10.0 7.7 4.7 7.0 Mediana 7.5 5.7 2.6 3.0 Primeiro Quartil (25%) 5 5.1 1.1 2.0 Terceiro Quartil (75%) 8.25 6.7 3.7 5.3 Desvio Interquartílico 3.25 1.6 2.6 3.3 55 Média Aritmética 7.0833 5.8 2.5 3.6 Desvio Padrão 1.832 1.5 1.4 2.1 Coeficiente de Variação 25.9% 25.7% 57.2% 57.6% 0.0229* 0.0047* p-valor Fonte: Protocolo da pesquisa A dor é o principal fator a levar o paciente a procurar cuidados médicos. As queixas dos pacientes em relação aos sintomas dolorosos são expressas com palavras do tipo: “dói o corpo inteiro”, pontada, queimação da “cabeça aos pés”, sensação de peso, entre outras. Caracteriza-se ainda por dor difusa musculoesquelética, rigidez, fadiga, distúrbios no sono, e pontos dolorosos, sendo uma dor que pode mudar de localização, sofrer variações com a hora do dia, tipo de atividade, clima, padrão de sono e estresse, além de ser mais intensa nas partes do corpo usadas com maior freqüência. Entretanto a dor varia entre os pacientes, posto que pode ser intensa o suficiente para interferir nas tarefas diárias, e para outros, ser apenas um pequeno desconforto. (PRIDMORE; ROSA, 2002; SCOTTON; FRAGA, 2000; MAEDA; MARTINEZ; NEDER, 2006) No entanto, a maioria dos pacientes fibromiálgicos apresentam quadro de dor tão intenso que em diversos trabalhos, como o de Wolfe e cols., foi superior a dor da artrite reumatóide quando utilizadas as escalas visuais analógicas de dor (SCOTTON; FRAGA, 2000). Durante a avaliação dos pontos gatilhos, as mulheres fibromiálgicas que participaram do estudo, relataram sentir dor mais intensa no hemicorpo esquerdo apresentando, em sua maioria, todos os pontos ativados. Em contrapartida, no hemicorpo direito os pontos mais afetados, segundo as pacientes, são o epicôndilo lateral, trapézio e supraespinhoso. 56 No entanto, a literatura pesquisada não apresentou dados que pudessem embasar cientificamente as informações colhidas na amostra. Com intuito de mensurar a evolução do quadro álgico em pacientes fibromiálgicas foi utilizado o teste de Wilcoxon para amostras pareadas (Rank signed test). A reação imediata ao tratamento foi considerada significante (p-valor = 0.0229), visto que houve redução da mediana da “dor” de 5.7 para 2.6 na escala EVA. Vale ressaltar que o tratamento multidisciplinar é importante para a SFM e cada característica do paciente deve ser tida como ímpar, uma vez que a identificação dos fatores limitantes é importante para um adequado planejamento terapêutico dessas pacientes (CHAITOW, 2002). O Watsu, como tratamento holístico, adequa-se em relação à síndrome, devido o método ser uma técnica suave de efeito profundo e grande potencial terapêutico, posto que esse trabalho corporal é desenvolvido em água especialmente aquecida, na qual o instrutor conduz o recebedor a alongamentos, balanços simples, manipulações terapêuticas e movimentos rítmico, ora livres ora seqüenciais (GARTHOFF, 2007). Há confirmação através do resultado obtido com o término do tratamento no qual o efeito prolongado terapêutico foi altamente significante (p-valor = 0.0047), observando-se que a mediana evoluiu de 7.5 na avaliação para 3.0 na reavaliação. Assim, a melhora na qualidade de vida não é atribuída só ao tratamento fisioterapêutico, mas também ao papel que o profissional exerce, pois o mesmo deve promover uma parceria com o paciente (KONRAD, 2005). 57 Na filosofia do Watsu, esse relacionamento se fortifica, uma vez que é criada uma relação de intimidade e confiança entre paciente e terapeuta, gerando uma conexão importante, que facilita o diálogo e promove um melhor conhecimento a respeito da doença (KONRAD, 2005; DULL, 2001). 58 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa foram atendidas 12 mulheres sedentárias, fibromiálgicas na faixa etária de 30 a 60 anos que não estivessem fazendo tratamento farmacológico ou ambulatorial concomitante ao protocolo de tratamento proposto. Durante as avaliações as maiores queixas referidas foram às contraturas musculares, as oscilações de humor, as algias e a falta de conhecimento a respeito da doença. Logo é percebido que há uma necessidade dos profissionais da área de saúde em esclarecerem a síndrome a esses indivíduos, devido o grande arcabouço de possibilidades em relação à etiologia da síndrome. Os resultados obtidos com o método Watsu após as dez sessões na pesquisa foram satisfatórios conforme melhora das atividades fazer compras, arrumar a cama, cozinhar e andar vários quarteirões dados coletados do Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) e da Escala Visual Analógica de Dor (EVA) com 57,1% de melhora no quadro álgico. Corroborando que o Watsu como protocolo de tratamento para melhora da qualidade de vida em fibromiálgicas supre as expectativas de um bom tratamento, visto que o método possibilita ao paciente uma melhora global. O grupo pesquisado obteve mudança de atitude com expectativas positivas, melhora do controle do quadro álgico e da sintomatologia, aumento das atividades funcionais em casa e no trabalho, fatores que contribuíram para diminuir os sofrimentos sentidos e mostrados pelos dados da avaliação inicial dessas mulheres. 59 Portanto, faz-se necessário enfatizar a importância de terapias como Watsu, que diminuem as injúrias sentidas por estas pacientes, a fim de melhorar a sua qualidade de vida e percepção do mundo, porém, criando uma maior necessidade de novas pesquisas, que possam contribuir para valorização destes protocolos e seus resultados. 60 6 REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO 1. AFONSO, Fernanda da Motta; SICHIERI, Rosely. Associação do índice de massa corporal e da relação cintura/quadril com hospitalizações em adultos do Município do Rio de Janeiro, RJ Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, vol.5, n. 2, ago. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v5n2/03.pdf . 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Acesso em: 01 Nov 2007. 65 ANEXOS 66 ANEXO A - Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). 1 - Com que freqüência você consegue: a) Fazer compras b) Lavar roupa c) Cozinhar d) Lavar louça e) Limpar a casa (varrer, passar pano, etc) f) Arrumar a cama g) Andar vários quarteirões h) Visitar parentes ou amigos i) Cuidar do quintal ou jardim j) Dirigir carro ou andar de ônibus Sempre Quase sempre 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 De vez em quando 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Nunca 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Nos últimos sete dias: 2 – Nos últimos sete dias, em quantos dias você se sentiu bem? 0 1 2 3 4 5 6 7 3 – Por causa da fibromialgia, quantos dias você faltou ao trabalho (ou deixou de trabalhar, se você trabalha em casa)? 0 1 2 3 4 5 6 7 4 – Quanto a fibromialgia interferiu na capacidade de fazer seu serviço: Não interferiu Atrapalhou muito 5 – Quanta dor você sentiu? Nenhuma Muita dor 6 – Você sentiu cansaço? Não Sim, muito 67 7 – Como você se sentiu ao se levantar de manhã? Descansado/a Muito cansado/a 8 – Você sentiu rigidez (ou o corpo travado)? Não Sim, muito 9 – Você se sentiu nervoso/a ou ansioso/a? Não, nem um pouco Sim, muito 10 – Você se sentiu deprimido/a ou dasenimado/a? Não, nem um pouco Sim, muito Fonte: Revista Brasileira de Reumatologia. ANEXO B - Escala Visual Analógica (EVA). Fonte: www.eletroterapia.com.br 68 APÊNDICES 69 APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA- UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE - CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Baseado na Resolução Nº 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde) PESQUISA: Watsu na melhora da qualidade de vida de fibromiálgicas. Prezado Sr(a): Vossa Senhoria foi selecionada para participar da pesquisa sobre Watsu na melhora da qualidade de vida de fibromiálgicas “no Estado do Pará”. Esta pesquisa está sendo realizada por docente e discentes do curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia, como trabalho de conclusão de curso, e tem como objetivo verificar a eficácia do método Watsu na melhora na qualidade de vida em mulheres de 30 a 60 anos portadoras de Fibromialgia. Com esse estudo, buscar-se-á conhecer alguns aspectos relacionados ao trabalho e à saúde da população em estudo, subsidiando desta forma, conhecimentos que possam esclarecer os efeitos dos mesmos sobre a melhora na qualidade de vida, visando desta maneira, um melhor entendimento acerca do processo saúde-doença. Eu, _________________________________________________________ residente e domiciliada na ______________________________________________________________ portadora da célula de identidade, RG _______________ e inscrita no CPF/MF ___________________, nascida em ___/___/___, abaixo assinado, concordo de livre e espontânea vontade participar como voluntária do estudo “Watsu na melhora da qualidade de vida de fibromiálgicas.”. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às duvidas por mim apresentadas. Estou ciente que: I) O estudo se faz necessário para que possa ser descoberto a eficácia na qualidade de vida de um método de relaxamento aquático, o WATSU, a fim de verificar se esta terapêutica atua na diminuição da dor, sintoma freqüentemente mencionado por pacientes portadores desta doença. II) Serão feitas 2 (duas) sessões de Watsu semanais distribuídas em 5 semanas, caso não haja nenhum tipo de intercorrência durante o tratamento. III) A participação nesse projeto não acarretará qualquer ônus pecuniário com relação aos procedimentos terapêuticos efetuados com o estudo. IV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração nesse estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. V) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. VI) O não comparecimento ao atendimento por três vezes consecutivas sem qualquer justificativa, automaticamente me desligará da pesquisa. 70 VII) Os resultados obtidos durante esse estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações cientificas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados. VIII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao final desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados dessa pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados dessa pesquisa. Belém, ____ de ____________ de 2007. Paciente: _____________________________________________________________ Testemunha 1: ________________________________________________________ Nome/RG/ Telefone Testemunha 2: ________________________________________________________ Nome/RG/ Telefone Responsável pelo Projeto Professora: Ediléa Monteiro de Oliveira Tel: 81347237 ____________________________________________ PROFa EDILÉA MONTEIRO DE OLIVEIRA 71 APÊNDICE B - Ficha de avaliação. FICHA DE AVALIAÇÃO Data ____/____/____ IDENTIFICAÇÃO Nome: ________________________________________________________________ Idade:_______ Estado civil: _____________ Profissão: ______________________ Escolaridade: ________________ Endereço: ________________________________________ Telefone: ____________/____________ End. Alternativo: _____________________________________________ Telefone: ______________ Plano de saúde: ______________________________________________ QP: ______________________________________________________________________________ HDA: _____________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ HDP: _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ EXAME FÍSICO - Tender Points. 72 APENDICE C – Movimentos utilizados no protocolo de atendimento pré-estabelecido pelas pesquisadoras. Figura 01 – Abertura. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 02 - Entrega à água. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 03 - Dança da respiração. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 04 - Oferecendo Lento. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 05 - Liberando a Coluna. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 06 – Sanfona. Fonte: Pesquisa de campo. 73 Figura 07 - Sanfona com Tração Cervical. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 08 - Sanfona Rotativa. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 09 - Rotação da Perna de Dentro. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 10 - Rotação da Perna de Fora. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 11 - Pressão no Braço e Ponto do Coração. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 12 – Pêndulo. Fonte: Pesquisa de campo. 74 Figura 13 - Alga I. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 14 - O Quatro. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 15 – Sela. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 16 - Ninar o Coração. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 17 - Sanfona para finalizar. Fonte: Pesquisa de campo. Figura 18 – Parede. Fonte: Pesquisa de campo. 75 Figura 19 - Agradecendo o Espaço. Fonte: Pesquisa de campo.