Trabalho Submetido para Avaliação - 26/04/2012 07:27:30 FRACASSO ESCOLAR, EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA TATIANE MEDIANEIRA BACCIN AMBROS ([email protected]) / Psicologia- ULBRA, Santa Maria- RS ORIENTADOR: PROFESSOR MESTRE LUIS HENRIQUE RAMALHO PEREIRA ([email protected]) / Psicologia - ULBRA, Santa Maria - RS Palavras-Chave: Educação, inclusão, fracasso e psicanálise. FRACASSO ESCOLAR, EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A interface da psicologia e educação AMBRÓS, Tatiane Luis Henrique Ramalho Pereira RESUMO: A escola hoje esta jogada em um processo funcionalista e utilitarista da relação ensino-aprendizagem, sendo assim faça cada vez mais flagrante a incapacidade de criação de novos espaços que promovam e contextualizem o fracasso, as imperfeições e a vastidão afetiva que esta submetido o humano. Esse trabalho tem como objetivo apontar o sentido produtivo-mercantil da escola do controle em que estamos inseridos na contemporaneidade. Por que o nosso sistema de iniciação do cidadão à cultura e a vida social, quero dizer o nosso sistema escolar, obedece a métodos e a imperativos totalmente estranhos á higiene afetiva e mental dos seres humanos? Quando nos reportamos a educação inclusiva podemos pensar no trabalho com psicoses indefinidas, e aonde encontramos correspondentes educacionais que nos apresentem saídas de interação e sociabilidade na estrutura coletiva? A criança “psicótica” ou com tais sintomas ao estar matriculada na escola, vai enfrentar o preconceito, desconforto por parte de uma estrutura engenhosamente criada para o avanço da idéia de produção e lucro, sendo assim, fica claro que encontrar um lugar para essas crianças se coloca como um desafio inquestionável (Jerusalinsky, 2010). Porque estudar o fracasso escolar? Essa foi a pergunta que norteou todo o trabalho, Embora existam muitos estudos a respeito do fracasso escolar, estuda-lo torna-se importante por se tratar de um tema polêmico, que continua dividindo vários estudiosos no que se refere aos fatores intervenientes na produção do fracasso. E ainda, apesar do volume de pesquisas sobre o tema investigado, poucos abordam o problema a partir da ótica da criança-aluno. Investigar o fracasso a partir do ponto de vista do excluído é, a nosso ver relevante, por explicitar através da fala das próprias crianças-aluno os efeitos produzidos pelo rótulo do fracasso escolar, ao considerar as diferentes versões que elas produzem sobre sua condição de escolar e, os efeitos da imputação do estigma do fracasso em suas subjetividades. Dessa forma, escola assume uma função estigmatizadora, criando o estereótipo do aluno marginalizado, que é, na maioria das vezes aquele proveniente das camadas populares. Atribui-se ao próprio sujeito marginalizado a culpa pela sua exclusão (Teixeira, 1992). De fato, uma educação profilática desde a latência, evitaria a maioria dos problemas de aprendizagem, porém tal educação tem que se inserir em uma realidade onde não seja exceção ou paliativo, mas a modalidade mesma da transmissão da cultura. Esse trabalho se justifica na medida em que criamos interrogações acerca da escola e da diferença que ela pode produzir em sujeitos em busca da diferença. Ranciére (2007) nos propõem pensar que as formas de ensino retrógradas e aprisionantes sendo elas práticas preocupadas com a progressão ordenada, ou seja, do simples ao complexo, sendo assim a progressão do aluno está calcado sobre paradigmas de apropriação que desembocariam inevitavelmente em movimentos de distinção/diferença. Se estabeleceu então uma pratica explicativa que capitaneava o ensino, um compreender o insabido para a evolução dos postos pré-fixados, que apresentava uma obscuridade sem igual. Essa lógica está prescrita pelo paradigma da vigilância do mestre, onde o aluno se posta no confronto sabedoria - ignorância. Já o mestre emancipador provoca no aluno uma relação de “vontade”, como nos afirma Ranciére (2007), onde a proposta não esta alicerçada em bases de dominação, tendo como conseqüência a liberdade do aluno com laços intelectuais igualitários entre os dois polos.A educação navega vertiginosamente entre a borda da liberdade e a da coerção, mostrando que “o homem não pode escapar da renúncia pulsional e que tal renúncia deve começar sendo imposta desde o exterior” (Millot, 2001, p. 119) . A educação faz então fronteira com os limites repressivos de nossa sociedade, tendo como objetivo soberano a adaptação, inibição e a repressão, possuindo todos os atributos necessários que contemplariam a impossibilidade do ato de educar numa perspectiva que entende a educação como possibilidade do construir-se a si mesmo. PALAVRAS-CHAVES: Educação, inclusão, fracasso e psicanálise. Referência Bibliográfica JERUSALINSKY, Alfredo. Psicanalise e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Artes e Oficio, 2010. MILLOT, Catherine. Freud antipedagogo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editora, 2001. RANCIERE, Jacques. O mestre ignorante. Belo Horizonte: Antentica, 2007. TEXEIRA, M.C.S. Escola: exclusão e representação (notas para uma reflexão). Revista da Faculdade de Educação. São Paulo, v. 18, n 1, p 20-32, jan-jun 1992. REFERÊNCIAS: JERUSALINSKY, Alfredo; Psicanalise e desenvolvimento infantil.; Porto Alegre; Artes e Oficio; 2010. MILLOT, Catherine; Freud antipedagogo; Rio de Jnaneiro; Jorge Zahar editora; 2001. RANCIERE, Jacques; O mestre Ignorante; Belo Horizonte; Antentica; 2007. RANCIERE, Jacques; Escola: exclusão e representação (notas para uma reflexão; São Paulo; Revista da Faculdade de Educação Paulo, v. 18, n 1, p 20-32; 1992.