Im prim ir () 10/04/2015 - 05:00 Mais demissões em fábricas de colheitadeiras Por Sérgio Ruck Bueno A retração do mercado de máquinas agrícolas no primeiro trimestre já prov oca estragos nos fabricantes de colheitadeiras. A AGCO v ai demitir 1 53 funcionários neste mês, paralisar a produção durante quatro meses a partir de junho e suspender os contratos de trabalho de outros 1 43 trabalhadores da planta de Santa Rosa (RS) pelo mesmo período. A CNH v ai parar a unidade de Sorocaba (SP) durante seis dias úteis a partir de segunda-feira e estuda dar férias de dez dias em Piracicaba (SP). A John Deere negocia a implantação de um banco de horas para ev itar demissões em Horizontina (RS). Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa, João Roque dos Santos, a AGCO pretendia cortar cerca de 300 dos 7 00 empregados da fábrica de colheitadeiras Massey Ferguson e Valtra. No fim, a entidade negociou um programa de demissões v oluntárias (PDV) para até 7 7 pessoas e a suspensão de contratos de trabalho com remuneração div idida entre o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a empresa, sem interrupção na contagem de tempo para férias e 1 3º. A linha de componentes para a fábrica de tratores em Canoas (RS) não será afetada, mas a situação da AGCO já prov oca demissões entre fornecedores, disse Santos. "Depois de acumular recordes de v endas nos últimos anos, a conta da primeira dificuldade cai sobre os trabalhadores", criticou. Segundo ele, a companhia já produziu 300 das 600 colheitadeiras prev istas para 201 5. A última onda de demissões em Santa Rosa ocorreu entre o fim de 2008 e início de 2009, com 290 dispensas. Por meio de sua assessoria, a AGCO informou que as medidas são necessárias para ajustar suas "demandas internas" à retração do mercado e dev erão proporcionar "maior sinergia de processos e ativ idades". A empresa não se manifestou sobre o número empregados atingidos, mas disse que "analisou div ersos cenários de atuação diante da queda de v endas" e "não mediu esforços ao adotar ações de contenção e alternativ as que minimizassem os efeitos negativ os que têm afetado o setor". A CNH v ai parar a fabricação de colheitadeiras de grãos da marca Case em Sorocaba (SP) de 1 3 a 21 deste mês, como parte de um acordo de redução de jornada que permite a parada de até 39 dias de produção até o fim de janeiro de 201 6, firmado em fev ereiro com o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, informou o diretor ex ecutiv o da entidade, Sílv io Ferreira. Segundo ele, a empresa prev ê fabricar 1 ,06 mil máquinas este ano, ante quase 1 ,3 mil em 201 4. Os dias parados em Sorocaba serão compensados até janeiro de 201 7 com ampliação de jornada e trabalhos aos sábados quando o mercado reagir e ainda com descontos do dia 31 de cada mês. Segundo Ferreira, o acordo foi fechado para ev itar demissões depois que a CNH apontou um ex cedente de 1 50 trabalhadores na linha de colheitadeiras, que emprega 600 dos 1 ,5 mil funcionários da empresa na cidade, incluindo a administração e o centro de distribuição. Em Piracicaba (SP), onde faz colheitadeiras para cana e café, a CNH estuda parar dez dias depois dos dois meses de férias em nov embro e dezembro de 201 4 para a linha de produção, disse o presidente em ex ercício do sindicato local, José Florêncio da Silv a. Segundo ele, cerca de 350 pessoas trabalham na unidade. "O pátio está lotado de máquinas", afirmou. Em janeiro, a empresa demitiu 240 dos 2,1 mil funcionários da fábrica de colheitadeiras de grãos e tratores New Holland em Curitiba (PR). O Valor entrou em contato com a assessoria da CNH, mas não obtev e uma posição da empresa até o fechamento desta edição. A John Deere informou que negocia com os empregados formas de "compensação de horas" para atrav essar o período de queda nas v endas. De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Jorge Luís Ramos, ontem houv e nov a reunião e as discussões não env olv em redução de salários. Conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfav ea), a produção de colheitadeiras no país recuou 44,4% no primeiro trimestre ante igual período do ano passado, para 1 ,26 mil unidades.